The Wonders Vol 1: Catastrofe escrita por Marcos Bossolon


Capítulo 11
Episódio 1: Eclipse (pt 11)




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Erica - Rio de Janeiro

Aquele dia estava sendo uma completa loucura para Erica. Começando com o sonho estranho do furacão. Depois ela teve certeza de ter visto sua namorada morrer e cair de um avião. E nas duas vezes sentiu como se voltasse ao momento exato que podia voltar para mudar as coisas. Como se fosse um check point de um jogo de vídeo-game em que ela pudesse voltar quando as coisas dessem erradas.

De todo modo, Amanda estava confusa e estressada. Confusa por sua namorada andar estranho nos últimos dias. Estressada por causa da fila enorme para o Cristo Redentor. De todo modo, Erica vinha puxando Amanda para cima e para baixo e isso a deixava desconfortável.

— Erica para! — Gritou Amanda puxando sua mão. — Me fala o que ta acontecendo? O que deu em você hoje?

Erica mordeu os lábios indecisa se contava tudo a sua namorada ou não. Tinha medo dela pensar que estava louca. Até Erica pensava que ela própria estava louca.

— Você foge comigo do hotel! Depois foge do aeroporto! Sem motivo aparente! — Disse Amanda impaciente. — O que ta acontecendo? Me fala! Você andou estranha o dia todo hoje!

Erica respirou fundo. Queria contar mas não sabia como. Mas amava Amanda mais que tudo. Estava prestes a fugir com ela para viverem seu felizes para sempre.

— Começou com aquele sonho. — Disse Erica. — Depois daquilo algumas coisas aconteceram. Coisas mito erradas.

— O que? O que aconteceu?

— No hotel. — continuou Erica. — Quando descemos para tomar café tinha um cara.

— Nós não tomamos café. — Corrigiu Amanda.

— Eu sei. Quer dizer... nós tínhamos tomado da outra vez. — Erica sentia que estava tendo um ataque de ansiedade. — Mas tinha um cara e ele nos perseguiu e atirou em você.

— Erica. Calma. — Amanda tentava tranquiliza-la pondo as mãos em seus ombros. — Deve ter sido um sonho.

— Não! — Erica se afastou. — Não foi um sonho! Ele atirou em você e de repente. De algum modo eu consegui voltar. Voltar para o elevador.

Erica sentiu uma pontada de desespero crescendo dentro de si. Amanda a olhava como se estivesse fora de si.

— E depois no aeroporto. — Continuou Erica com as lágrimas escorrendo pelo rosto. — Tinhamos entrado no avião, mas ele caiu. A porta abriu e você foi jogada para fora. Então de novo. Eu voltei para aquele momento e te tirei de la. Amanda você precisa acreditar em mim! O avião que a gente ia tomar vai cair!

— Erica. Calma. — Trnaquilizou Amanda. — Você está estressada. Estamos fugindo do seu pai. Um general do exército! É muita coisa para você suportar.

— Não! Você não entende! — Insistiu Érica. — Eu vi você morrer pelo menos duas vezes hoje e foi real! Aquilo foi real!

— Erica isso não faz sentido! — Amanda começou a argumentar mas algo roubou a atenção das duas.

A alguns quilômetros de onde estavam, um avião que havia acabado de decolar caiu e se chocou com uma das encostas da cidade. Muitas pessoas correram espantadas, outros apontavam seus aparelhos celulares e tiravam fotos ou filmavam. Amanda puxou Erica para um ponto mais afastado da multidão que olhava entretida o acidente.

— Okay... — Disse Amanda. — Erica. Me conte tudo. Desde o começo!

— Tudo começou com aquele sonho e... — Erica parou de subido percebendo uma sombra crescendo sobre elas.

Ambas olharam para cima assim como outras pessoas em volta voltavam também seus rostos e celulares para o que estava no céu sobre eles.

Num hospital particular de São Paulo, Felipe caminhou até a janela carregando uma haste de onde pendia seu soro. Ele, juntamente com alguns enfermeiros e pacientes, incluindo o médico que lhe diagnosticara o câncer olhavam pela janela o fenômeno que acontecia.

Em uma velha fazenda no Mato Grosso Eduardo e sua família deixavam seu abraço e olharam para o céu confusos com o que viam. Nas ruas do Rio de Janeiro, perto da unidade do exército Yubert e sua parceira Sarah quase derrubaram seu café quando olharam para cima.

Em Porto Alegre, Gaby e sua amiga, estavam paradas na porta de sua casa olhando também para cima conforme a sombra cobria cada vez mais a rua. Na saída do aeroporto, também em Porto Alegre, Robson e Rafael encaravam o céu completamente incrédulos.

— Isso não deveria acontecer hoje, não é? — Perguntou Rafael.

— Nem pensar. — Respondeu Robson.

Iguaká juntamente com o Pajé e outros membros da remota tribo olhavam com temor o que ocorria acima deles a medida em que a sombra cobria-lhes quase que completamente. Assim também estava o general Gutierrez que abrira a janela do carro para ver melhor o que estava havendo.

Quem você era ontem? Quem você é hoje? Quem você será amanhã? O mundo está cheio de perguntas que não podemos responder. Cheio de mistérios que não podemos compreender. Ao longo das nossas vidas, cruzamos com diversas pessoas que nem sabemos o quão fenomenais são. E basta uma pequena coisa diferente para mudar quem nós eramos. Quem nós somos. E quem seremos.

— O que está acontecendo? — Perguntou Amanda à Erica

— Eu não sei. — Respondeu Erica.

Amanda segurou na mão da namorada que retribuiu apertando a sua. Ao lado de turistas maravilhados e pessoas com seus smartphones nas mãos as duas, observavam, bem atrás do Cristo Redentor, o sol sendo coberto pela lua, transformando o dia na mais completa escuridão. Apenas uma pequena fresta de luz solar escapava pelas extremidades da lua naquele enigmático eclipse fora da data.


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Notas finais do capítulo

Fim do Episódio I



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