Fora do normal - Draco e Luna escrita por karinacardoso


Capítulo 5
Plano sórdido




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Era noite e Draco estava deitado em sua cama sem conseguir dormir. Faltava uma semana para o Baile de Inverno, e a cada dia Draco ficava mais apreensivo com a possibilidade de aparecer na frente da escola toda com Luna. Tentou, pela milésima vez aquela noite, fechar os olhos. Imagens começaram a surgir em sua mente. A música do baile. A comida. Os alunos rindo e conversando. Luna aparece com um vestido verde-limão, do avesso. Sob os olhares de todos, ela se dirige a Draco, pega sua mão e o tira pra dançar. Ele sente os olhares em cima dele. Se recusa a levantar, então Luna vai para a pista sozinha. A princípio, ele pensa que ela está tendo uma convulsão, mas depois percebe que ela está dançando. Ele vê as pessoas rindo e apontando para ele, e entre os vários rostos, ele distingue de Penny. Ela está sorrindo maliciosamente, de mãos dadas com...

Draco desperta assustado. Lamentou sua sina, deitado de olhos abertos no escuro. “Baile maldito! Tomara que chegue antes que eu enlouqueça!”.

 

A manhã seguinte chegou iluminada e radiante, ao contrário de Draco. Não conseguiu pregar os olhos durante a noite toda, e o resultado eram olheiras que contrastavam com seu rosto pálido. A semana passou muito mais rápido do que ele desejava e, de repente, numa aula de feitiços, Draco estremeceu ao se dar conta de que o baile seria no dia seguinte. Naquela noite em seu quarto, ele se revirou na cama por horas. Quando dormiu, sonhou que Luna entrava no salão com uma touca de macaco e dançava a conga. Acordou suando e decidiu que se suicidaria antes do baile, mas adormeceu de novo antes de pensar na melhor forma de fazer isso.

 

Era sábado, e Draco estava em sua cama considerando um audacioso plano de fuga. Seu estômago decidiu que era melhor se levantar e comer alguma coisa, e ele se dirigiu para o Salão Principal. Antes que chegasse a seu destino, trombou com Pansy, que o abraçou.

— Oi, Draquinho!!!

— Oi.

— Está de mau humor, lindinho?

— Não.

— Ah, gatinho, eu te conheço! Anda, conta pra Pansy o que aconteceu!

— Não é nada! Para de falar igual retardada!

— Credo, fofinho!

— PARA DE ME CHAMAR ASSIM!

— Mas...

— Cai fora, Pansy!

— Tudo bem, Senhor das Trevas, credo. Só me diz antes com quem você vai ao baile!

— Não é da sua conta!

— Diz, vai! Ou será que...

— Será que o quê?

— Bom... você conseguiu um par não é?

Draco a fuzilou com os olhos, acima de tudo porque Pansy estava parcialmente certa.

— Não seja imbecil! É claro que eu consegui, qual é o seu problema hoje?!

— Não, desculpa, eu só pensei, que... nada não! É claro que você conseguiu, Draquinho, você é lindo!

— É, eu sei...

— Deve ter levado um segundo! Não é como se você estivesse desesperado a ponto de levar a Granger...

— Eu sei...

— Ou até com a Lovegood...

— Eu... ok, chega de papo, Pansy, cai fora!

— Mas eu...

— SAI!

Os olhos dela se encheram de lágrimas, mas Draco não se importou. Foi até o Salão Principal tomar seu café, mas não conseguia comer muita coisa. Nem no aniversário de 100 anos de sua avó Draco se sentiu tão fúnebre, apesar da quantidade de vezes que ela deixava escapar a dentadura. Após o ralo café da manhã, o garoto decidiu ir até o Jardim espairecer. O sol raiava muito forte, e o local estava lotado de alunos animados com a proximidade da festa. Draco se sentia um ponto nublado. Caminhou até uma árvore afastada e se sentou em baixo dela. Finalmente, adormeceu. Seus sonhos foram calmos, talvez pelo ambiente em que se encontrava. Pela primeira vez naquela semana, ele conseguiu descansar. Quando despertou, já estava anoitecendo, e ele correu para o dormitório sob o risco de se atrasar. Ia abrindo a porta do quarto, quando...

— AAAAAAAAAAAAAAHHHHHHHHHHHHHHHH!!!!!!!!!!!!!!!!!

Draco deu um pulo para trás e a porta se fechou com um estrondo.

— Mas que diabo é isso?

Hermione saiu do quarto. Ela estava com uma toalha na cabeça que fazia um volume anormalmente grande.

— O que está acontecendo? Eu quero entrar!

— Não pode.

— Mas é meu quarto!

— Era... eu e Luna estamos nos arrumando e você e Ernesto vão se trocar na sala ao lado.

— Por que?

— Não seja idiota, Malfoy, queremos privacidade! Principalmente a Luna – ela lhe lançou um olhar cheio de reprovação.

— Eu quero que se danem vocês duas! Vou pegar minha roupa.

Ele avançou para o quarto, mas Hermione se colocou na frente dele.

— Não vai entrar. E já aproveito para dizer que eu não sei porque convidou Luna para esse baile, mas qualquer que seja seu plano sórdido, saiba que...

— Saiba você que isso não é da sua conta. Eu quero entrar no meu qu...

— Cale-se! Só estou te avisando que se você magoá-la, eu vou te lançar uma maldição tão forte que o próprio Você-sabe-quem vai ter pena de você!

Ela se virou e entrou no quarto, batendo a porta. Draco ficou parado, pasmo. Ele estava rodeado de pessoas anormais. Decidiu não insistir em entrar no quarto: já fazia muitos anos que tinha parado de subestimar Hermione. Assim, dirigiu-se ao quarto ao lado. Chegando lá, se deparou com uma sala pequena, e iluminada com dois espelhos de corpo inteiro. Em um deles estava pendurada sua roupa, e no outro não havia nada, indicando que Ernesto já se trocara e saíra.

Draco foi até o espelho que lhe pertencia e começou a se arrumar, mas seu pensamento estava longe. Estava exausto das maluquices que pareciam se acumular ao seu redor. Mal sabia Granger que seu “plano sórdido” em levar Luna ao baile consistia em não se humilhar publicamente ao aparecer sozinho. E como diabos ele seria capaz de magoar uma pessoa que nem sequer parecia ciente do que se passava no mundo real na maior parte do tempo? Hermione estava se contagiando pela maluquice de Luna assim como ele às vezes se sentia contagiado pela burrice de seus amigos. Ou talvez... é claro, ela deveria estar pensando em Gina. Embora ele não tivesse jamais magoado a ruiva, Hermione não sabia disso. O pensamento o amargurou, mas se evaporou instantaneamente quando Draco se olhou no espelho. Sua aparência nunca o decepcionava, mas hoje merecia uma ressalva especial – pensou ele, com a modéstia digna de um Malfoy. Ele usava camisa e calças sociais e uma capa com o emblema de sua família no peito. Todo o traje era preto. Seu cabelo liso caia nos olhos acinzentados, o que não o impedia de se admirar. Impressionado e frustrado por desperdiçar essa dádiva com uma garota maluca que provavelmente nem iria reparar nele, Draco se deu conta de que deveria estar quase na hora do baile começar.

“É melhor elas estarem prontas...”

Ele voltou para o dormitório e já se preparava para abrir a porta, mas achou melhor bater antes. Ouviu alguns ruídos vindos de dentro do quarto, e em seguida Hermione abriu a porta. Ao ver Draco, a garota perdeu a fala por um breve segundo. O garoto sorriu pelo canto dos lábios.

— Ãhn, Draco... é, o que você quer?

— Vim pegar a Luna.

— Um momento.

Ela entrou no quarto e Draco espiou. Não havia ninguém. Ele observou o andar de Hermione, que usava um vestido rosa de babados. Sacudiu a cabeça para desviar o olhar e as ideias que começavam a se desenhar em sua mente. Não devia ter esse tipo de pensamento a respeito de Granger. Ela se encaminhou para trás de uma das camas que estava com o dossel fechado.

— Ele está aí.

— Já vou – respondeu Luna de trás.

Draco se apoio no batente da porta e colocou as mãos no bolso para esperar, mas também para disfarçar o nervosismo. Seria esperar demais que Luna se vestisse normalmente? Depois do que pareceu uma eternidade, a garota saiu de trás da cama. Draco arregalou os olhos e prendeu a respiração, mais surpreso do que qualquer olhar de Luna.


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Notas finais do capítulo

Gente, não me abandonem! Comenta aí :D No próximo capítulo, finalmente um grande baile.



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