These broken hearts escrita por Bianca Romanoff


Capítulo 4
Insanity


Notas iniciais do capítulo

Heey amores, reparei que poucos comentaram no caítulo passado... Se não tiverem gostado de algo podem falar, sou aberta a sugestões e críticas construtivas.
Enfim, quero dedicar esse capítulo a Hannah, que fez uma recomendação linda maravilhosa pra fic. Obrigada amorzinhaa! ♥ Sejam como a Hannah rsrsrsrs.



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— Ovos mexidos com bacon?

— Sam serve um pouco no meu prato.  

— Então, estão todos prontos para hoje? — pergunto enquanto beberico meu café. 

— Prontíssima, irmã. — Wanda sorri. — Meu novo nome, Emily, é bem mais americano. 

— Bem, americano é, mas não é tão incrível como Marshall. — Sam se empertiga. 

— Marshall não é um nome forte. — Bucky ri com sarcasmo ao pé da escada.

Ninguém tinha notado sua presença antes.  Na maioria das vezes, as pessoas não sentiam-se confortáveis na presença de Bucky, como se tivessem medo que ele fosse despertar o soldado interior e ataca-los. Steve e eu não éramos assim. Eu entendia melhor que qualquer um o que era ter sua mente controlada por pessoas de má índole que se aproveitam de seu condicionamento físico para realizar as tarefas sórdidas deles. E Steve, bem, era Steve. 

— Tudo bem, e Alex é? — Sam retruca. 

— Se eu ouvir mais um minuto dessa discussão, eu juro que atiro nos dois. — vocifero. 

— Só está com inveja porque Lexie não é um nome tão legal. — Falcão murmura.  

 Observo de soslaio que os olhos de Bucky estão pregados nas minhas costas, mas ele não fala nada.  No primeiro dia, Steve e Sam deveriam começar seu negócio como comerciante em uma lojinha de pranchas e equipamentos de surf, além de acessórios de praia, como colares de conchas, pulseirinhas e anéis de coco, etc. Wanda, Bucky e eu iríamos para uma escola, Wanda como aluna do terceiro ano e nós dois como professores. Não era uma tarefa difícil para mim, afinal já trabalhei na mesma profissão em outras missões. Às vezes os colégios podiam ser lugares perigosos. Bucky seria professor de educação física e eu de biologia.

  Quando chegamos, todos os olhares se voltaram para nós. Afinal, não era todo dia que os alunos tinham a visão de três pessoas novas chegando em um carro conversível tão chamativo. 

— Não sei se pode escutá-los, mas alguns do cochichos dos garotos são bem ofensivos. — Wanda sussurra no meu ouvido. 

— Garotos de colegial. — eu reviro meus olhos. 

— Sejam bem-vindos ao nosso instituto! — a diretora Mary nos acolhe com carinho, nos mostrando onde são nossas salas e explicando as regras do estabelecimento. 

Quando toca o sinal, Mary acompanha Wanda para sua primeira aula. Eu e Bucky nos viramos. Antes de entrar na sala, eu seguro seu braço. Ele se assusta com o gesto. 

— Tome cuidado. Sei que lidar com adolescentes parece muito simples, mas não podemos nos dar ao luxo de sermos pegos. O governo está na nossa cola.  Ele assente. Seu olhar continua fixo no meu por mais alguns minutos antes de se afastar.

... 

Os dias decorrem com bastante tranquilidade. Conseguimos identificar o sujeito que estava fazendo experimentos com os jovens da escola, e cuidamos do caso. Fury não havia nos dispensado ainda porque queria que verificássemos o território por mais algum tempo, afinal, apesar de termos prendido um culpado, poderiam ter outros espreitando na espera que fôssemos sair. 

— Não que eu não goste de ir à escola, mas... Quando podemos voltar? — Wanda desembucha enquanto tomamos café na mesa da varanda, com vista para o mar. 

— Logo. É tão ruim assim? — Steve se pronuncia. 

— Bem... Adolescentes são... Implicantes. 

— Eles são maus com você? — mostro genuína preocupação, afinal, havíamos nos aproximado nesse tempo. 

— Bem... Não exatamente. — mas eu sinto a mentira incrustada em suas palavras. — Não é nada. — ela dá de ombros, e todos nos calamos. 

Quando acabamos de comer, Bucky e Sam ficam arrumando a cozinha, e Steve tira um cochilo. Sigo Wanda para seu quarto e de atalaia vejo que a jovem bruxa chora silenciosamente em sua cama. 

— Wanda? — chamo. Ela pula em sobressalto, secando as lágrimas apressada. 

— Natasha... Eu só estava... 

— Tudo bem. Eu sei. — sento-me do seu lado, colocando uma mão em sua coxa. — Você não precisa continuar indo a escola se não quiser. 

— Não é isso! Você sabe que não! — ela esbaforiu-se, caindo em lágrimas novamente. Com um gesto inesperado, Wanda aninha seu rosto na curva do meu ombro, soluçando. 

— Quer falar sobre isso? — afago os cabelos castanhos da garota, o coração apertado por vê-la sofrer. Wanda e eu não tivemos muita interação desde que ela entrou na equipe. Sempre mantivemos certa distância, mesmo treinando juntas tantas vezes, mas eu reconhecia as inseguranças da garota. 

— Eu sou um desastre! — ela exclama.  

— O que aconteceu em Lagos... 

— Se Pietro estivesse aqui, aquilo nunca teria acontecido. Ele sempre sabia me ajudar. 

— Ninguém pode controlar sua mente mais que você, Wanda. Você precisa entender que é independente. Eu sei que seu irmão faz muita falta, mas você é capaz de ser forte sozinha. 

— Você realmente acha? — seus olhos magnéticos penetram os meus, a dúvida sincera preenchendo-os.   

— Eu tenho certeza disso, Wanda. — asseguro-a. — Quando eu me libertei da KGB, usei meus poderes para o mal, porque no final, eu tinha uma certa insegurança de que eu não era boa o suficiente para fazer diferente. Ter confiança em si mesmo é uma dádiva, bruxinha.  Ela sorri, a dor parecendo estar suavizada embaixo de algumas camadas quando ela me abraça. 

— Obrigada, Tasha. — ela sussurra.

Pov Steve 

  Recebo um telefonema de Fury dizendo que nosso último passo antes de poder abandonar a missão seria “entrevistar” os alunos envolvidos nos experimentos.

 Natasha leva-os para uma sala de aula vazia, e eu insisto em assistir. Seria bom para melhorar minhas técnicas de interrogatórios, e ninguém melhor para me ensinar a persuadir e arrancar a verdade dos outros do que a Viúva Negra. 

— Tara West, não é? — ela indaga calmamente enquanto senta-se na mesa de frente para a garota que se encolhe na cadeira. 

— E você... Não era a professora de biologia? — a pergunta atrevida tem um tom mais amedrontado e inseguro do que propriamente atrevido. 

— Bem... Acho justo dizer que você também não é apenas uma estudante devota somente a escola.   

— Por que não pergunta logo o que quer saber?   

— Se prefere assim. — Natasha dá de ombros, sem perder a voz pacífica e apática.

— Quando se juntou ao programa?  A garota coloca uma mecha do cabelo loiro platinado atrás da orelha, os olhos azuis cintilantes contornando cada centímetro da sala, parando em mim por um segundo, como se pedindo por ajuda. 

— Seria mais rápido se você simplesmente respondesse minhas perguntas. 

— Eu não sei! Acho que... no final do ano passado. Eu entrei há pouco tempo. — Natasha anota algumas coisas em sua caderneta, em silêncio. 

— Foi forçada a entrar ou foi por conta própria? 

— Ninguém foi forçado a nada. — Tara parece perder a paciência.  

— Então se enfiou numa enrascada por si mesma? Um pouco... ignorante. Não acha? 

— Zac prometeu nos dar super poderes. Iríamos ser capazes de fazer tantas coisas... Seríamos rápidos, ágeis, fortes... 

— Zac Diaz?   

— Por favor, não o levem. Ele não fez nada. Ele só queria ser um bom jogador! 

— Por favor, Tara, está mesmo me dizendo que fizeram isso para ser o melhor casal de jogador e líder de torcida? Parece estúpido demais pra ser verdade.  A garota se contorce de raiva. Mas ela sabia que Natasha tinha razão. Não era o verdadeiro motivo. 

— Zac... — ela começa, mas vacila, as lágrimas enchendo seus olhos. — Me deixe em paz!  Eu não aguento assistir a cena calado, então me retiro do canto perto da porta onde estou prostrado como uma estátua e caminho em direção a garota. Ela se encolhe, pensando que eu partiria par algum tipo de ameaça física, mas eu colo a mão em seu ombro, na tentativa de reconforta-la. 

— Nada que disser aqui vai te prejudicar. Podemos manter total sigilo se quiser. 

Ela permite que uma lágrima escorra por sua bochecha. Vejo pelo canto do olho Natasha me fuzilar com o olhar por ter interferido.   

— Ele sofre de uma doença rara. Tay Sachs. Só queríamos que ele pudesse... Ser saudável. — ela choraminga. — Ele sonha em estudar em Princeton desde criança. Ele é um grande jogador de futebol americano... E acima de tudo, ele é um homem incrível que merecia mais.   

Eu me comovo com a história, mas Natasha não move um músculo facial sequer que demonstre que ouviu uma palavra que a garota disse. 

— Você estará sendo vigiada pela polícia por um determinado período para que não saia da linha outra vez. — ela profere as palavras friamente. 

Tara levanta-se indignada e sai batendo os pés com força no chão. — Capitão Rogers, se eu permiti que assistisse ao interrogatório era para somente assistir, não se intrometer. — Natasha vira-se para mim, nervosa. 

— Desculpe, é só que.... Você foi tão fria! 

— É o meu trabalho, Steve!   

— Eu sei. Eu sei. Me perdoe, eu... Não queria atrapalhar.  Ela parece desistir de argumentar, a raiva esvaindo de seu olhar. 

— Tudo bem. — ela insinua um movimento na minha direção, como se fosse me abraçar, mas desiste e apenas dá um toque no meu braço.  Os diretores nos convidam a ir até a quadra para monitorar uma reunião. Primeiramente pensamos em refutar, mas já estávamos ali mesmo...  

 Os jovens observavam com curiosidade e amedrontamento para as armas na cintura da Viúva e do Soldado. A ruiva se posiciona a alguns metros de distância. Assistimos monotonamente à palestra, até que um som agudo crepita nos nossos ouvidos. Todos os olhares circulam o local procurando pela fonte do barulho. Mas esse som parece ser mais alto para alguns do que para outros. Natasha e Bucky parecem ser os mais afetados. Observo com pesar quando Natasha cai de joelhos, se contorcendo com as mãos na cabeça, como se estivesse sentindo uma dor excruciante.  

 Imediatamente, tento alcança-la para reconforta-la, mas sou surpreendido por uma voz grave que preenche o ar pesadamente. Não consigo compreender o significado das palavras, mas distingo o idioma como russo. De repente, vejo Natasha arrancar suas armas do coldre e aponta-las para a multidão de alunos a sua frente. Bucky começa a gritar exasperadamente em russo para a ruiva, tentando se aproximar, mas antes que consiga, Natasha abre fogo contra os jovens estudantes. 

As palavras ficam presas na minha garganta, e fico paralisado no lugar. A gritaria e comoção das pessoas me traz de volta a realidade. Me infiltro na multidão e uso meu escudo para proteger as pessoas dos tiros, e tento escoltar as pessoas para fora da quadra. 

Vejo de soslaio Bucky atirar-se contra Natasha, derrubando-a no chão e impedindo que ela ferisse mais alguém. 

— Pare! Natasha! Não deixe que eles controlem você! 

Natasha tenta desvencilhar-se dos braços do Soldado, em um transe incontrolável, contorcendo-se como um animal prestes a ser abatido.   

— O que ela está fazendo?! — grito, ajudando Bucky a mantê-la fora do perigo. 

— A KGB está controlando os pensamentos dela. Qualquer coisa que eles mandarem-na fazer, ela fará. 

— Temos muitas mortes, Bucky! 

— Temos que tirá-la daqui! — ele vocifera. 

Natasha agarra meu pulso com muita força, cravando as unhas na minha pele e perfurando a carne. Seu olhar oscila entre o desespero e a raiva irracional. Bucky bate a cabeça dela contra o concreto, deixando-a desacordada. 

— Ela precisa ser levada para longe daqui. Quando acordar, provavelmente não se lembrará de nada. 

Pego-a nos braços, o corpo brando, e sussurro: 

— Vai ficar tudo bem.        

 


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Notas finais do capítulo

Comentem o que acharam! Beijinhos