Destinatário escrita por daddysaidno


Capítulo 1
Parte 1


Notas iniciais do capítulo

BOM NOITE
Um beijo pra quem botou fogo pra que alguém escrevesse uma fic sobre aquela imagem, e eu, serumaninho impulsivo, me propus a escrever sem ver nem pra quê. Foi divertido NO REGRETS
Espero que gostem ♥



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''Bom dia, linda! Como vai? Adorei nossa conversa ontem ♥, espero que possamos nos conhecer melhor. Beijos, Marcos.''

— Pfft! Olha isso — Felipe, contendo a risada, mostrou ao amigo a mensagem que recebera. — Alguma mina deu o número errado ao trouxa.

— Coitado do cara. Essas gurias não têm coração — Arthur pousou o copo de cerveja sobre a mesa, tentando não achar graça da situação. — Responde o cara.

— E vou responder o quê?

— Diz pra ele que o número tá errado, ué.

Felipe pensou por um momento, passou a mão pelo cabelo curto e, novamente, caiu na gargalhada. ''Bom dia :) Vou muito bem, e você? Também gostaria de te conhecer melhor, Marcos'' digitou e enviou.

— O que você fez, Felipe?

— Sei lá, vamos zoar o cara.

— Você não tem coração? — perguntou, indignado, mas também achava a ideia divertida.

Não demorou nem dois minutos e a resposta chegou. ''Estava bem, mas acabou de ficar melhor. O que está fazendo nesse domingo quente?'' Felipe avaliou a mensagem hipermelosa sem nem saber como responder àquele tipo de coisa.

— Pfft! — Arthur caiu na gargalhada — você é muito cara de pau.

‘’Tomando uma cerveja pra refrescar, e você?’’

‘’Pensei que não bebia! Eu estou pensando no seu sorriso maravilhoso, já morrendo de saudades ᖗ♥ᴥ♥ᖘ O que acha de irmos tomar um sorvete?’’

— O cara chamou pra um sorvete! — Felipe não controlava o riso que, de certa forma, estava cheio de culpa. — Que merda, ele não sabe paquerar? Por isso a guria deu o número errado.

— E agora? Vai encontrar o cara?

— É claro que não. Vou enrolar.

'’Desculpa, Marcos, tenho compromisso hoje. Podemos marcar outro dia? Btw, saudades dos seus olhos.’’

— Btw? — Arthur cruzou os braços.

— Sei lá, estou tentando parecer com uma garota.

‘’Nenhum problema, Raquel! Espero que possamos nos ver logo ♥’’

Arthur olhou desconfiado por trás do copo que levava à boca.

— Isso tem cara de que não vai dar certo — avisou.

— Relaxa, já já eu aviso a ele que era uma brincadeira — tomou um gole da cerveja que já esquentava no copo —, ou bloqueio ele.

— Você é pior do que as minas que dão o número errado.

Não demorou e outro sms chegou, dessa vez mais banal. À medida em que o litrão descia, as mensagens se tornavam mais pessoais.

E o domingo virou segunda-feira, que virou terça-feira e as mensagens continuavam chegando. Felipe, levado pela brincadeira, continuou respondendo como se não houvesse problema no que fazia. De certa forma, acostumara-se ao conforto de ter a quem contar as trivialidades do dia, a quem reclamar da louça que não se lavava sozinha e do cachorro que não se calava.

Já não se preocupava em manter a conotação feminina ou esconder sua personalidade rude.

Quando a última aula da quarta acabou, já era noite. Deixou o prédio de geofísica na direção do estacionamento, passando pelo corredor do gramado, quando o celular vibrou no bolso. Pegou o aparelho para ler a mensagem que recebera.

‘’Finalmente, as aulas de hoje acabaram! Mas ainda tenho que esperar o ônibus [TᨎT]’’ Marcos.

Felipe parou no caminho para responder. ‘’Que pena :( ainda bem que já estou em casa.’’ Quando pôs o celular de volta ao bolso, ouviu um plim discreto ao lado e olhou pra um rapaz sentado na grama, os cabelos pretos encaracolados até as maçãs e uma barba cheia, um óculos quadrado preso na ponta de um nariz comprido, a mochila jogada ao lado. Segurava o celular na mão, digitando depressa com um sorriso no rosto. Um instante depois que ele pousou o aparelho no chão, o bolso de Felipe vibrou.

‘’Adoraria poder te ver, uma pena que nossos horários são tão contrários

Curioso, Felipe respondeu depressa, apostando às cegas em uma coisa que sabia ser improvável, mas não podia deixar de apostar ‘’Não falta muito, então logo poderemos tomar aquele sorvete ♥’’

Novamente, o som de mensagem soou no aparelho dele. Felipe, incrédulo, agarrou-se à mochila sobre o ombro e sentou em uma das mesas de cimento ali perto, de onde podia enxergar o rapaz. Ele digitou depressa, ainda sorrindo, e bloqueou a tela. O celular nas mãos de Felipe vibrou.

‘’Me manda uma foto do seu sorriso!’’

Felipe ficou branco. Sem saber o que fazer, ligou pra Arthur.

‘’O que é?’’ o amigo atendeu.

— Pelo amor de Deus, Arthur, o cara está aqui.

‘’Que cara, Felipe?’’

— O cara da mensagem, eu tô vendo ele.

‘’Você foi se encontrar como ele?’’

— Não, porra, ele tá sentado aqui na UF. É ele, eu tenho certeza! Tá respondendo as mensagens que eu mando.

‘’Hã? Você ainda tá conversando com aquele cara, seu idiota?’’

— Corre aqui no bloco, rápido!, vem ver. Ele deve ser meio metro maior que eu, mas escreve como um fresco, vem logo

Antes de esperar resposta, Felipe desligou e voltou à mensagem de Marcos. ‘’Não mesmo! Vai ter que esperar pra ver pessoalmente ;)’’

Antes que o moreno sentado na grama pudesse pegar novamente no celular, o circular universitário estacionou do outro lado da rua. Ele pegou a mochila e deixou o gramado.


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Notas finais do capítulo

Nunca me arrisco em comédia (quem já leu minhas coisas, sabe que sou do porn ou da bad), mas espero que tenha ficado palatável.