Susan, a filha de um Vingador (2° Temporada) escrita por Lia Araujo


Capítulo 65
Medo


Notas iniciais do capítulo

Volteiiiiiiii
Vou fazer o possível pra não sumir assim novamente.

Boa leitura

Espero que gostem



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POV Autora


Depois que a Susan sumiu nas sombras, Fury e seus agentes mantiveram suas armas apontadas para os Vingadores.

— Para onde ela foi? - Fury perguntou

— Para o mesmo lugar que iremos - Tony falou simplesmente - Para casa.

— Ninguém vai a lugar algum, antes de responderem as minhas perguntas - Fury falou autoritário - Como a sua filha tem esses poderes, Stark?

— Nem ela sabe o que fez pra ter esses poderes - Tony respondeu normalmente

— Fury, manda eles abaixarem as armas, antes que alguém se machuque - Steve falou sério

— Vocês sabiam dos poderes dela? - Fury perguntou ignorando o Steve

— Sabíamos - Clint respondeu

— Porquê não notificaram? - Fury começava a se alterar

— Ela não queria a SHIELD na caça dela - Steve respondeu

— Ela pode ser perigosa - Fury falava, mas foi interrompido

— Ela é perigosa, por isso mesmo não é prudente desafia-la - Natasha falou - Fury, você ouviu a garota. Não tente impedir nossa saida.

Mesmo a contra gosto ele fez o sinal e seus agentes abaixaram as armas. Sem dizer mais nenhuma palavra o Vingadores passaram pelo Fury, deixando-o ainda mais furioso.

— Isso ainda não acabou - Fury falou, mas os Vingadores sequer deram o trabalho de olhar para ele é seguiram seu caminho.

Enquanto isso na Torre, Nico sente a mudança na magia no andar dos Vingadores e sabe que a Susan retornou e vai procurar pela esposa. Ele a encontra no quarto sentada na cama de cabeça baixa. Ele se aproxima e se agacha em frente a ela.

— Foi tão ruim assim? - ele perguntou ao apoiar os braços nas pernas da esposa, ela não respondeu - O quê aconteceu?

— Era uma cilada. Yelena ia matar meu pai e os outros - ela respondeu - Não me contive e intervir

— Senti a chegada de mais uma alma ao mundo inferior, era ela? - ele perguntou normalmente

— Você não conseguiu identificar? - Susan perguntou olhando pra ele.

— A alma estava muito fraca. Era mais composta por trevas que essência humana - Nico explicou e Susan abaixou a cabeça novamente - Su, o que aconteceu lá?

— Usei o dom de Hades pra matar a Belova - Susan falou baixo como se estivesse envergonhada - Falei tantas coisas, que as sombras a consumiram ainda em vida.

— Di immortales - Nico sussurrou surpreso, mas ao ver o estado da esposa ele falou - Amor, olha pra mim.

Susan o olhou e ele ajeitou a postura pra olha-la melhor.

— Eu já usei esse poder antes. Sei como é, nós falamos coisas terríveis e as pessoas ao aceitarem isso são consumidas pelas próprias trevas - Nico desviou o olhar e suspirou - O sentimento depois que fazemos é ruim. Remorso, tristeza...

— Esse é o problema, Nico - Susan falou interrompendo - Eu não sinto tristeza, nem arrependimento, nem tristeza.

— E o que está sentindo? - Nico perguntou

— Eu sinto... alívio - ela respondeu e seus olhos começaram a lacrimejar - É isso que está me deixando mal. Eu matei uma pessoa de forma cruel e não tô sentindo nada.

— Calma, meu Amor - Nico falou e abraçou a esposa

— O quê isso faz de mim agora? - ela sussurrou

— Isso não muda quem você é. Você fez isso para salvar sua família - Nico falou - Você não matou a Belova por prazer. Você não é uma assassina a sangue frio.

— Então o que eu sou? - ela sussurrou a pergunta

— Um pessoa incrível, carinhosa, inteligente, protetora, forte - ele a olhou nos olhos - A mulher que eu tanto amo e que me faz feliz.

Ela sorriu levemente no mesmo instante que uma lágrima escorreu.

— Eu te amo, meu Amor - Nico falou

— Também te amo - Susan respondeu

Nico aproximou seu rosto do dela, juntando suas testas.

— Não deixa isso te mudar - ele sussurrou

— Não vou - Ela sussurrou de volta - Obrigada por cuidar de mim.

— Na alegria e na tristeza, lembra? - ele perguntou e ela sorriu

— Claro que lembro - ela respondeu e ele a beijou.

Logo foi ouvido o som dos repulsores da armadura do Tony e eles romperam o beijo e Nico bufou

— Sempre acontece algo pra interromper a gente - Nico reclamou encostando a testa no joelho da esposa e ela riu

— Prometo que te compenso depois - ela beijou a cabeça do marido e ele a olhou

— Vou cobrar - ele falou olhando-a e ela riu

— Pode cobrar - Susan falou e ele deu um selinho na esposa - Agora levanta, quero saber o que aconteceu depois que eu saí.

— Você não pode invadir o sistema de câmeras SHIELD pra descobrir isso? - Nico falou enquanto eles se direcionavam para a porta

— Quero me poupar trabalho - Susan falou abrindo a porta.

— Acho que antes de casar, a gente passava mais tempo juntos - Nico murmurou e ela parou de andar

— Me desculpa. Fiquei tão ocupada em organizar o casamento da Natasha que não dei atenção a você - ela falou olhando-o - Me perdoa.

— Desculpa tá reclamando disso, mas sinto sua falta - Nico falou abraçando-a pela cintura

— Eu vou te compensar, tá bem? - ela falou e ele assentiu - Vamos falar com meu pai

Eles seguiram o caminho até a escada, desceram e encontraram o Tony abrindo uma garrafa de whisky. Quando Tony percebeu a presença deles, olhou na direção e se serviu da bebida

— Isso quer dizer que eu tô com problemas? - Susan perguntou olhando o pai

— Não sei. O que seria problemas pra você? - Tony perguntou sério tomando um gole da bebida em seu copo

— Sabe se vão tentar algo contra ela? - Nico perguntou e no instante seguinte as portas do elevador se abriram

— Não dá pra saber, Fury as vezes é imprevisível - Steve falou entrando no andar.

Os Vingadores deram a volta se aproximando do Tony, Nico estranhou

— Alguém pode me dizer o que tá acontecendo aqui? - Nico falou olhando-os

— Não está acontecendo nada - Clint falou

— Nada? Vocês estão afastados, sérios, você estão... - Nico falava mas foi interrompido

— Com medo - Susan falou percebendo o que acontecia - Eles viram o que fiz. Eles estão com medo de mim

— Não é isso - Natasha tentou se justificar, mas sua falta de aproximação a denunciou

— Claro que não - ela falou com um pouco de ironia e saiu indo pro quarto.

Nico permaneceu na sala, esperou tempo suficiente pra que a Susan chegasse ao quarto.

— Eu quero a verdade - ele falou olhando pros Vingadores

— Não estamos com medo da Susan - Tony falou - Só estamos tentando assimilar o que aconteceu.

— A Susan não parecia ela mesma, estava fria, cruel, parecia que... - Steve se interrompeu procurando as palavras certas

— Que morte emanava dela - Nico falou e Steve assentiu - Vocês não estão com medo dela, tem medo do que pode acontecer se ela perder o controle.

— É muito poder pra uma pessoa tão nova - Tony falou

— Eu sei. Mas ela é madura suficiente pra lidar com eles - Nico falou e saiu indo encontrar a esposa.

Quando ele chegou ao quarto, viu uma mala aberta na cama.

— Su? - ele chamou e a viu sair do closet com algumas roupas - O que está fazendo?

— Bom... Pensei em passarmos uns dias fora, só nós dois - ela falou colocando as roupas na cama - Acho que só assim pra te compensar

— Você não sabe mentir pra mim - Nico falou se aproximando da esposa - Me fala o que tá acontecendo.

— Eu não posso ficar aqui, dá pra ver medo nos olhos deles - ela respondeu e voltou a arrumar as roupas

— Susan, eles não medo de você - Nico falou abraçando por trás

— Mas tem medo do que eu posso fazer - Susan falou simplesmente e Nico suspirou beijando o ombro da esposa

— Tá bem. Você está de cabeça quente, vamos dormir aqui esta noite, se amanhã você ainda quiser sair, nós vamos tá bem?

— Tá bem - ela falou e o Nico a abraçou um pouco mais forte - Seu dia foi cheio, usou muita magia hoje, quer descansar um pouco?

— Quero, se... - ela falou atraindo a atenção dele - Meu marido ficar junto comigo.

— Com todo prazer - Nico falou e ela sorriu.

— Tá bem, só vou tomar um banho - Susan falou pegando um vestido soltinho que estava sobre a cama

— Quer companhia? - Nico sussurrou a pergunta, Susan simplesmente segurou e foi junto com ele para o banheiro.

Depois de um banho demorado, muito mais demorado que de costume, eles retornaram ao quarto e se deitaram. Nico não conseguiu dormir, apenas ficou abraçado com a esposa. Quando deu o horário do jantar a Susan a continuava a dormir, Nico não quis acorda-la. Se levantou com cuidado e foi para sala de jantar, todos deram falta da Susan, mas Nico explicou que ela estava descansando.

O jantar seguiu sem conversas, Nico foi o primeiro a terminar e retornou pro quarto. Deitou-se, abraçou a esposa e adormeceu.

 

Horas Depois

POV Susan


Faltava poucos minutos para 1h da manhã. Meu estômago estava doendo de fome, levantei com cuidado pra não acordar o Nico e fui pra cozinha. Fiz um sanduíche de presunto e queijo e comi. Peguei um copo de suco e tomei. Fui até a sala e tive a certeza de que nunca vi esse andar mais deserto, as janelas fechadas, a porta da área de pouso fechada. Peguei um casaco que estava no sofá e vesti, pela forma que ficou grande era do Steve. Me aproximei da porta e abri o suficiente para passar. A brisa da madrugada da cidade que nunca dorme tocou o meu rosto, caminhei pela área de pouso, me aproximei da beirada, era uma vista incrível, dava pra ver toda a ilha de Manhattan, me abaixei com cuidado e sentei com as pernas penduradas na beirada.

 

POV Stark


Estou há horas na minha cama, não consigo dormir, as imagens do que aconteceu na SHIELD circulam a minha mente, me roubando o pouco de paz que eu tenho. Levanto com cuidado para que a Pepper não acorde e fui em direção a cozinha, quando passei pela sala senti uma brisa vindo da cidade, olhei e vi a porta de vidro aberta, me aproximei para fechar a porta, mas parei quando vim a silhueta de uma pessoa na beirada, quando o vento balançou os cabelos negros da pessoa soube exatamente quem era e fui na direção dela.

— Você não deveria estar dormindo? - Susan perguntou quando notou minha aproximação

— Deveria perguntar a mesma coisa a você? - rebati e ela deu de ombros

— Já dormir demais por um dia - ela respondeu ainda sem me olhar e suspirou pesadamente - Não consegue dormir, não é? 

— Não - falei me sentando ao dela com cuidado, para não cair

— Acho que temos muita coisa para conversar - ela falou me olhando e eu assenti 

— Susan, como... - comecei a falar e ela me interrompeu

— Aqui não, se vamos conversar, vamos fazer isso em outro lugar - ela falou se levantando - Confia em mim?

— Totalmente - falei me levantando

— Então vamos, não chame a armadura, ok? - ela falou estendendo a mão, assenti e a pontou pra rua - O caminho é por aqui

— Acredito que pelo elevador, será mais seguro - falei normalmente

— Por aqui é um atalho - ela falou cruzando os braços

— E como usamos esse atalho? -perguntei curioso

— A gente pula - ela disse se virando pra rua

— Como é? - perguntei me fingindo de desentendido 

— A gente pula da Torre - ela falou simplesmente e estendeu a mão novamente - Eu não vou deixar nada acontecer com a gente.

— Você não é aquelas loucas suicidas que quer levar alguém junto, né? - falei segurando a mão dela e ela riu

— Não sou suicida, já fui, mas não sou mais - ela falou se referindo a época que usava a doença para não se aproximar de mim - Podemos?

— Tá bem - falei e fiquei ao lado dela

— No três - assenti - Lembre de não chamar a armadura.

— Você tem certeza do que vai fazer? - perguntei olhando-a

— Tenho - ela respondeu confiante

— Então tudo bem - falei olhando-a

Meus instintos me diziam pra chamar a armadura, mas se ela tem certeza do que vai fazer darei um voto de confiança.

— Aconteça o que acontecer, não solte a minha mão - Susan pediu e eu assenti - Um... dois... três

Pulamos da Torre, a sensação deu medo, a queda livre, a visão da aproximação do solo, ia falar algo, mas senti um forte frio subir pela coluna sombras negras me envolverem e de repente não conseguia enxergar mais nada, só sabia que a Susan estava ao meu lado porque sentia o toque dela em minha mão.

Senti algo sólido sob meus pés, a sensação de frio foi diminuindo, as sombras se dissipando, fui afetado por um leve tontura, mas a Susan me aparou

— Tá tudo bem - ela falou enquanto eu me firmava em pé - Aguentou melhor que eu, na minha primeira vez eu desmaiei

— O quê foi aquilo? - perguntei olhando em volta, sabia que não estávamos em NY

— Uma pequena viagem pelas sombras - ela respondeu ajeitando o casaco e saímos do meio da rua

— Onde estamos? - perguntei e começamos a caminhar pela calçada

— Vermont - ela respondeu normalmente, vento da madrugada de Vermont me fez sentir um arrepio de frio

Susan notou, tirou o casaco e me entregou.

— Fica com ele - falei recusando

— Não se preocupe, para onde vamos não precisaremos de casaco - ela falou e peguei o casaco

— E para onde estamos indo - perguntei vestindo o casaco

— Ali - ela apontou na direção da casa dela em Vermont

Atravessamos a rua e paramos em frente a casa dela. Ela olhou pra uma árvore por alguns segundos.

— Preciso de impulso pra subir na árvore - ela falou e me olhando

Dei impulso para ela. Susan se agarrou no galho e começou a subir na árvore. Ela mexeu em uma casa de passarinho, tirou a telha da casinha e puxou algo de lá. Colocou de volta e começou a descer, quando ela chegou ao chão vi que era um molho de chaves.

— Coloquei aquela casinha pra esconder uma cópia das chaves da casa, caso eu perdesse - ela explicou e fomos até a casa dela.

Ela abriu a porta e nós entramos, ela acendeu as luzes e vi que apesar da ausência de itens pessoais, estava bem decorada e arrumada. Susan ligou o aquecedor e foi até a cozinha, abriu a geladeira, tirando algumas coisas.

— O quê está fazendo? - perguntei sem entender

— Um lanche - ela falou começando a preparar os sanduíches - Sei que tem muitas perguntas, então a conversa vai ser longa.

Logo em seguida ela fez silêncio e preparou os lanches. E eu esperei, esperarei o tempo que for preciso.


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