Susan, a filha de um Vingador (2° Temporada) escrita por Lia Araujo


Capítulo 39
Voltando a Torre


Notas iniciais do capítulo

Olá! Voltei com mais um capítulo pra vocês.

Espero que gostem

Boa leitura



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Os cães desapareceram nas sombras, abrimos a porta e fomos para o corredor, quando a Sharon nos viu ficou ainda mais atirada, Natacha respirou fundo e um dos meus cachorros apareceu e rosnou alto, eu alterei a névoa para torná-lo visível para a Sharon e para a Natasha. A agente 13, se virou e recuou um passo.

— O que é isso? - a voz dela denunciava o medo dela

— Isso o quê, Sharon? - Steve perguntou e o cachorro rosnou novamente e abocanhou o ar, uma baba espessa começou a escorrer pela lateral da boca.

— De onde veio esse cachorro? - ela falou assustada

— Que cachorro? - Steve perguntou confuso

O cachorro começou a correr na direção dela, a Sharon sacou a arma e começou a atirar, todos recuaram com medo de serem atingidos, mas com uma agilidade incrível o cão desviava das balas, ele ia pra direções onde não havia como pessoas se machucem, o segundo cachorro se jogou contra o braço dela sem machucá-la apenas para fazê-la soltar a arma, em seguida o primeiro cachorro pulou na direção do tórax dela empurrando-a contra a parede. Ela bateu a cabeça e ficou um pouco desnorteada. Os meus cães foram em direção a ela andando lentamente, a cada passo deles, ela ficava cada mais encolhida, os cães saltaram sobre ela, que por instinto cobriu o rosto e gritou. Antes de tocarem eles se desfizeram em sombras e logo vimos o corpo da Sharon tocar o chão, notei que ela estava inconsciente, olhei para Natasha e ela parecia se controlar pra não sorrir, senti ela segurar meu braço e nos guiar para longe do pequeno tumulto que se formava ali.

Andamos até encontrar um depósito, visivelmente sem câmeras. Assim que fechamos a porta a Natasha começou a rir.

— Acho que exagerei com a oxigenada - falei querendo rir

— Por mim ela morria - Natasha deu de ombros - Como eles fizeram aquilo?

— Eles são um espécie de cães infernais, o que eu penso eles obedecem - ao terminar de falar, os cães saíram das sombras parando um de cada lado do meu corpo

— Me lembre de morrer sendo sua amiga - falou rindo e acompanhei - Mas ardilosa com a Vacarter é, vai usar isso pra se fazer de vítima pro Steve.

— Talvez, não - falei pensativa

— O que está pensando? - ela perguntou me olhando

— Um jeito de afastar a oxigenada dele de uma vez - falei e ela me olhou curiosa - Me ajudaria?

— A sumir com o corpo? Com certeza - ela falou e eu ri

— Ela não vai precisar morrer - falei olhando-a

— Então em que precisa de ajuda? - ela perguntou

— Preciso que você vigie o banheiro para que ninguém me atrapalhe, preciso falar com uma pessoa - digo e ela assentiu

Saímos do depósito, seguimos pelo corredor até chegar ao banheiro, abri a porta e vi que não tinha ninguém nos boxes, fechei a porta deixando a Natasha do lado de fora. Fechei o ralo da pia e deixei encher de água, coloquei as mãos nos bolsos procurando alguma moeda, mas não encontrei.

"Como gostaria de conjurar moedas como conjuro almas. Espere... a versão romana de Hades é deus das riquezas, será que..."

Me abaixei toquei o chão me concentrando em apenas um pensamento, uma moeda, senti o chão se mover levemente sob a minha mão e em seguida algo gelado tocar a palma. Quando a tirei do chão vi um dracma de ouro que estava sobre uma pequena rachadura no chão. Peguei a moeda, me levantei e fiz a oferenda a Íris. E mandei uma mensagem de íris pro Clovis, filho de Hipnos, deus do sono. Logo a imagem dele apareceu na água e como esperava ele estava dormindo

— Ei! Clovis! - falei e ele apenas resonou - ACORDA!

Ele se assustou com meu grito e olhou em volta procurando a origem da voz

— Na água, Clovis - falei e ele olhou na direção do recipiente com água no quarto dele

— O que você quer, Su? - perguntou sonolento enquanto se sentava

— Fazer uma pergunta - ele assentiu me olhando e logo seus olhos começaram a se fechar - Ei, tô falando contigo, fica focado.

— Eu tô ouvindo - ele falou passando a mão no rosto querendo espantar o sono - Qual a pergunta?

— Você tem a habilidade de manipular os sonhos das pessoas, como você faz isso? - perguntei e ele me olhou

— Funciona da mesma forma que a névoa, mas deve se manter concentrada na pessoa que está sonhando - ele falou e eu assenti - Porque a pergunta?

— Curiosidade, obrigada Clovis - falei olhando-o - Volte a dormir.

Ele simplesmente se deitou e dormiu automaticamente, passei a mão na água finalizando a mensagem e abri o ralo da pia, sai do banheiro e Natasha estava no corredor.

— Conseguiu falar com a pessoa? - ela perguntou e eu assenti

— Agora vamos até onde está a Carter - falei e ela me guiou até a enfermaria

A Carter tava sedada, devido a pancada na cabeça e por falar constantemente de dois cachorros possuídos.

— Não deixe ninguém me desconcentrar - sussurrei pra Natasha que apenas assentiu.

O Steve estava lá, do lado de fora do leito hospitalar, olhando a agente pela janela, enquanto os médicos analisavam o estado clínico dela. Me sentei em um sofá de frente a janela, respirei fundo e fechei os olhos. Qualquer um que chegasse perto de mim, a Natasha dizia pra se afastar para não piorar a "minha dor de cabeça", logo consegui me concentrar na mente da Sharon.

POV Autora

A Susan permaneceu sentada, mas sua mente estava concentrada na agente 13 e logo começou a manipular o sonhos da agente. A Susan fez uma reprodução do mundo inferior na mente da Sharon e então o sonho começou.

Sonho ON

A Sharon acordou e se viu de joelhos, as mãos presas pelos pulsos, ela tentava se soltar e não conseguia, a Susan fez surgir uma espécie de clone do Capitão América, que foi em direção a agente, sendo acompanhado por réplicas dos dois cães infernais da Susan.

— Steve? - Sharon falou e parecia um pouco aliviada - Steve, me ajude.

— Porque eu faria isso? - o "capitão" falou - Você presa aí, me causa menos problemas

— O que? - ela sussurrou baixo e os cães rosnaram

— Acha que não notei você se atirando? Você acha mesmo que teria chance comigo agindo assim? - ele falou sério e os cães se aproximaram dela - Se dê o valor. Acha que eu trocaria a Natasha por você? 

Quanto mais o "capitão" se alterava mais os cães ficavam agressivos e a Sharon notou.

— Steve, me desculpe - ela falou olhando os cachorros que começavam a cerca-lá.

— Desculpe? Você tem idéia de quantos problemas você me causou com a Natasha? - Steve falou irritado e um cão abocanhou o ar próximo a ela, que se encolheu automaticamente

— Eu... eu não sabia... - ela começou a falar, mas a risada do Steve a interrompeu, ele ficou sério em seguida

— Não sabia? Você não sabia? - um dos cachorros deu uma patada nas costas dela e as unhas a aranharam e ela gritou - Você fica toda oferecida na frente da Natasha e me diz que não sabia?

— Desculpe, juro não fazer mais isso, mas por favor me tire daqui - ela falou chorando

— Vou pensar no seu caso, mas até lá - o Steve falou - Eles te farão companhia. Só mais uma coisa, não conte isso a ninguém.

Ele deu as costas e deixou a Sharon acorrentada, os cachorros rondando-a e quanto mais ela tinha medo mais eles se aproximavam para assusta-lá, ela se encolhia de medo e então a Susan parou de manipular o sonhos da Carter.

Sonho Off

Ao abrir os olhos, a cabeça latejou e ela gemeu baixo e a Natasha percebeu.

Natasha se aproximou da Susan, o aparelho que media os batimentos cardíacos estava disparado, a Sharon parecia agitada sobre a maca, murmurando o nome do Steve, o que começou com um murmúrio se tornou um grito, o Steve entrou na sala enquanto os médicos tentavam impedir que a Sharon se debatesse. O Steve conseguiu segurá-la.

— Acho que seu plano não deu muito certo - Natasha falou enquanto elas se aproximavam da janela de vidro.

— Espere um pouco - assim que a Susan terminou de falar a Sharon acordou e ao ver o Steve ficou com medo e começou a se desvencilhar das mãos dele

— Fique longe de mim - Sharon falou se afastando dele bruscamente

— O que acon... - ele tentou encostar nela e ela surtou

— NÃO ENCOSTE EM MIM. SAIA DAQUI - ela gritou e os médicos se aproximaram enquanto o Steve recuava

Ela estava tão agitada que tiveram que dar um forte tranquilizante e ela apagou novamente. Steve conversava com os médicos e a Natasha olhou para Susan

— O que você fez? - Natasha sussurrou a pergunta

— Fiz ela ter medo dele - a Susan sussurrou de volta - Resolvo esse medo dela depois. Ele terá que servir por enquanto.

— Acho que já disse isso, mas vou repetir - Natasha olhou a Susan - Quero morrer sua amiga.

— Vou te lembrar disso, não se preocupe - Susan falou e foi se sentar

— Você tá bem? - Natasha perguntou e a Susan assentiu

— Só uma pequena dor de cabeça - Susan respondeu fechando os olhos - Já vai passar, não se preocupe.

— Vou falar com o Steve - Natasha falou e foi até o Steve

POV Susan

Fiquei sentada no sofá, apoiei a cabeça na parede e fiquei de olhos fechados, minutos se passaram até que eu ouvi som de passos e senti o espaço ao meu lado no sofá afundar.

— Quando perguntei onde você estava e disseram que estava na enfermaria, não foi muita surpresa - meu pai falou se sentando ao meu lado - O que me deixou surpreso foi você está na sala de espera e não na ala médica.

Não consegui conter uma breve risada.

— Esse é o seus pensamentos em relação a mim? - perguntei com ar de riso

— Não o único, mas é o mais frequente - ele falou da mesma forma que eu, ri e voltei a apoiar a cabeça na parede - Você está bem?

— Dor de cabeça, nada de mais - falei com os olhos fechados

— Quem está lá dentro? - ele perguntou e pude sentir quando ele se encostou no sofá

— Natasha e Steve então conversando sobre o estado da agente 13 - falei normalmente e senti ele mudar de posição.

— O que foi que você fez? - ele perguntou baixo e eu abri os olhos para olhá-lo

— A louca surta, começou a atirar pra tudo que é lado e você acha que eu tive alguma coisa a ver com isso? - perguntei fingindo de ofendida, mas ele continuou a me encarar como se dissesse "eu te conheço, Susan", me encostei no sofá e falei - Te explico depois.

— Você não tem jeito - ele falou e pude notar que ele estava sorrindo, mas não o olhei

Minutos se passaram até que o Steve e a Natasha saíram da sala e finalmente saímos da SHIELD, Clint nos esperava na saída, fomos em direção ao estacionamento, Steve, Natasha e Clint foram em um carro, eu e meu pai fomos no dele. No caminho expliquei da forma mais vaga possível como o Lancaster morreu e meu pai não pareceu surpreso, como se tivesse pensando na possibilidade antes. Depois falei do favor que fiz a Natasha, e meu pai começou a rir.

— Do que tá rindo? - perguntei sem entender

— Tenho pensa da garota que se aproximar do Nico - ele falou e eu acabei rindo

— Eu desisto de falar com você - disse sorrindo e seguimos o resto do percurso em silêncio.

Pela primeira vez, não senti a necessidade de brigar com ele, quando estávamos chegando na torre senti algo escorrer pelo meu nariz, olhei minha camisa e vi uma gota de sangue.

— Droga - falei limpando o rastro e tentando evitar que sangrasse mais

— O que fo... - ele me olhou e viu a mão suja de sangue, ele abriu o porta luvas e tirou um lenço de lá - Toma

— Obrigada - falei pegando o lenço

— Sempre teve rinite alérgica? - ele perguntou e eu neguei

— Ela desenvolveu há alguns meses - falei tentando parar o sangramento

— Vou te levar a um médico pra ver o que está acontecendo - ele falou e senti meu sangue gelar

— Não é necessário, minhas crises são meio que ligadas ao meu emocional, quando fico nervosa, ansiosa ou estressada, tenho o sangramento - falei a desculpa mais rápida que consegui

— Mesmo assim, vou... - interrompi novamente

— Não há necessidade, eu estou bem - falei e ele me olhou - Só preciso descansar.

Ele não tocou mais no assunto. Chegamos a torre, saímos do carro e fomos em direção ao elevador, logo os outros três vingadores estavam lá conosco.

— O que aconteceu com seu nariz? - Steve perguntou preocupado

— Um soco do Tony, porque não aceita a fato de que sou mais inteligente que ele - falei e todos olharam pro meu pai, ele me olhou incrédulo

— Você fez o que? - Clint perguntou olhando o Tony

— Ela tem rinite alérgica - meu pai falou normalmente

— Preferia a teoria do soco - Natasha falou e eu ri.

Chegamos ao andar e fui direto pro meu quarto, fui ao banheiro e depois de alguns minutos o sangramento parou por completo, tomei um banho demorado, coloquei um vestido soltinho na cor cinza claro, com um detalhe rosa na saia, me deitei na cama, permitindo-me finalmente descansar depois de um dia tão movimentado como hoje.


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Notas finais do capítulo

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