Susan, a filha de um Vingador (2° Temporada) escrita por Lia Araujo


Capítulo 36
Adeus Lancaster


Notas iniciais do capítulo

Voltei com mais um capítulo.

Espero que gostem

Boa leitura!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/694865/chapter/36

A Natasha saiu do meu quarto e eu fui me trocar. Tirei a blusa da banda Kiss, coloquei uma camiseta branca e peguei meu casaco de couro. Peguei apenas o dinheiro, deixei celular e documentos em casa, sai quarto e no corredor encontrei o Nico.

— Porque trocou de roupa? - ele perguntou me olhando

— Preciso ir à um lugar - falei dando um passo e ele se colocou na minha frente - Nico, por favor.

— O que você vai fazer? - ele perguntou sério - Sei que está armando alguma coisa.

— Vou falar com o Lancaster - respondi e ele me olhou incrédulo - Eu preciso.

— Su, isso é loucura - ele falou me olhando - Sei que está sentindo ódio desse cara, mas você não pode matá-lo. Você não é uma assassina.

— Eu não vou matar o Lancaster - assegurei olhando - Só quero ajudar uma alma a encontrar alívio.

— Peraí! Você quer... não. Não pode ser - ele falou preocupado - Você nunca tentou fazer isso antes.

— Pra tudo há uma primeira vez - falei simplesmente

— Fazer isso vai exigir muito esforço - Nico me alertou

— Estou disposta a correr o risco - falei dando de ombros

— Porque você faz isso? Se expõe a riscos sem necessidade - Nico falou passando a mão no cabelo impaciente

— Isso não tem a ver apenas comigo, Nico - falei, ele me olhou - Me perturba saber que um monstro como ele pode ficar solto, quando me concentro consigo sentir as dores, angústias, medos e o desejo de vingança de cada vítima dele.

— Você não vai mudar de idéia, não é? - ele falou me olhando e eu neguei com a cabeça - Você vai ter uma hora. Se não voltar nesse meio tempo, avisarei ao seu pai onde você foi.

— Obrigada! - falei olhando-o e dei um beijo no rosto dele - Tchau.

— Su? - ele me chamou quando me afastei e parei para olhá-lo - Tome cuidado.

Assenti e desci a escada, quando meu pai me viu estranhou minha mudança de roupa.

— Vai sair? - ele perguntou me olhando

— Sim... preciso resolver um negócio - falei, o que não era mentira, e ele não fez mais perguntas.

Provavelmente pensou que eu tinha ido ao Buffet, não fui de carro dessa vez, peguei um táxi e fui até as proximidades da base da SHIELD em Nova York, desci duas quadras antes da sede. Manipulei a névoa para me ocultar dos olhos dos agentes da SHIELD e das imagens das câmeras.

Entrei, andei por alguns corredores e encontrei uma sala cheia de computadores, entrei, me sentei em uma das cabines e comecei a mexer no computador para descobrir onde o Lancaster seria interrogado. Vi que ele seria levado para a ala oeste, trasei a rota mais roda, fechei as janelas da tela e me levantei saído, caminhei por alguns corredores até chegar a ala oeste, assim que cheguei vi o Lancaster chegar sendo escoltado por dois agentes muito bem armados, comecei a segui-los, eles levaram o Lancaster para uma sala de interrogatório, o Fury chegou minutos depois, fique do lado de fora olhando tudo através de uma janela de vidro, manipulei a névoa o suficiente para fazer o Lancaster responder todas as perguntas, fiquei totalmente focada nele, quando o Fury terminou de perguntar tudo o que queria eu desfiz a manipulação dele e só então ele se deu conta das respostas que deu e pareceu surpreso e assustado ao mesmo tempo.

— Mais alguma coisa que queira dizer? - Fury perguntou indiferente

— Eu não queria ter respondido as suas perguntas, não era pra eu ter respondido, vocês me doparam com que tipo de droga? - Lancaster perguntou tentando entender

— Não sei do que está falando - Fury falou se encostando na cadeira - Não te demos nada. E se não tem mais nenhuma informação, levem ele de volta à cela.

Os agentes levantaram o levaram de volta para a cela dele. Quando eles sumiram da minha vista, me permiti relaxar um momento. Uma parte do que eu pretendia fazer estava concluída, agora preciso focar, o Nico disse que o que pretendo fazer exige muita energia e concentração, não posso perder o foco.

— Você? - ouvi a voz do Fury e olhei para o lado e ele me olhava, só então notei que acidentalmente deixei de manipular a névoa

— Droga - falei praguejando baixo

— Quem permitiu a sua entrada? - ele falou irritado

— Ah... ninguém - respondi simplesmente - Eu simplesmente entrei sem que me vissem.

— Nenhum agente teria deixado você vim tão longe - ele rebateu não acreditando em mim.

— Precisa treinar melhor seu agentes, diretor - falei cruzando os braços e me encostando na parede novamente

— O que quer aqui? - Fury perguntou tentando controlar o ódio, mas pelo olhar dele notei que se pudesse, ele me bateria só pra descontar a raiva dele

— Quero falar com o Lancaster - respondi como se não fosse nada demais e Fury riu

— Porque acha que eu deixaria você falar com ele, depois de me fazer perder a minha melhor equipe? - Fury perguntou me olhando

— Tenho assuntos pendentes com ele - falei ignorando a pergunta - Ele foi responsável pela morta da filha de uma amiga próxima e no natal passado ele me dopou, tenho o direito de saber o porque.

— No natal? Pelo relatório da Natasha ela disse que recebeu uma dica de uma civil de como se infiltrar - ele comentou - A civil era você?

— Sim. Você gostando ou não, eu ajudei na missão da SHIELD - falei tranquila enquanto comentava - Em troca só peço 15 minutos para falar com ele.

— Te darei no máximo 10 minutos - ele falou e eu assenti - Depois quero você bem longe da SHIELD.

— Tudo bem - falei e ele me guiou pelos corredores até a área das celas, passamos por uma porta que levava a uma área de celas isoladas.

Lancaster estava em uma cela 4x4, de vidro transparente, iluminada por uma forte luz fluorescente, estávamos na porta e quando ia da o primeiro passo em direção a cela, Fury segurou meu braço e eu o olhei

— Apenas 10 minutos - ele lembrou e assenti - Estarei de olho em vocês.

Após falar isso ele deu as costas e saiu. Sabia exatamente o que quis dizer, havia câmeras ali, manipulei a névoa para que tudo que eles vissem fosse eu e o Lancaster conversando. Caminhei em direção a cela, o som dos meus passos chamou a atenção dele, que olhou na minha direção e ficou surpreso ao me ver.

— Você? Pensei que tivesse morrido na explosão do carro - ele falou me olhando

— Sinto em decepciona-lo - falei normalmente e ele sorriu

— Não me decepcionou - falou se aproximando do vidro e me olhou com um pouco de malícia - Na verdade, achei que a sua "morte", foi muito... desperdício. A quanto tempo trabalha pra SHIELD?

— Não trabalho pra eles - dei de ombros

— Não? Então o que aconteceu? A SHIELD, ficou tão satisfeita com a minha colaboração e mandaram você para me divertir? - me olhou de cima a baixo

— Não vim para diverti-lo - falei secamente.

— Então o que veio fazer aqui? - ele falou se afastando como se perdesse o interesse na conversa

— O que pretendia fazer comigo no natal? - ele me olhou - Vender a mim ou os meus órgãos?

— Quer mesmo saber? - perguntou sorrindo com frieza

— Não estaria aqui se não quisesse - perguntei olhando-o

— Iria transformá-la em meu brinquedo pessoal - ele falou voltando a se aproximar do vidro

— Porque tratar seres humanos como objeto? - perguntei indignada

— Muitos iriam sucumbir ao vício ou a prostituição - ele falou como se não fosse nada - Iriam destruir seus órgãos e vender seus corpos por qualquer preço. Então apenas antecipei o destino deles.

— Mentira, conheci uma jovem com um futuro promissor, o orgulho da família, jovem essa que você iludiu, destruindo a ela e a família. Só não consigo entender o porquê - falei e ele sorriu abertamente

— Por dinheiro, nada além disso - ele falou e foi em direção a cama sentando em seguida - Se não veio para ser minha diversão, acho melhor sair daqui.

— Quer se divertir? - perguntei olhando-o e senti a bênção de Hades sobre mim - Irei proporcionar uma ótima diversão.

Me abaixei, manipulando a névoa que não vissem usando a bênção de Hades, as câmeras apenas captariam meus movimentos, me concentrei nas almas que vagavam pelo sem rumo no submundo, mas me concentrei apenas em uma que tinha apenas um desejo vingança. Mentalmente chamei essa alma, quando senti que ela atendia meu chamado, abri os olhos e vi uma rachadura começando a surgir do ponto onde minha mão tocava, se estendeu passando por baixo da parede de vidro e abrindo um pequeno buraco no centro da cela, desse buraco começou a sair uma "pessoa", seu corpo tinha uma tonalidade acinzentada, seus olhos sem brilho, suas roupas manchadas de sangue seco. Depois que ela saiu, o buraco se fechou, Lancaster se apavorou e subiu mais pra cama.

— Que merda é essa? - ele quase gritou e eu simplesmente fiquei de pé observando. Me concentrei na Leticia que olhava pro Lancaster e falei mentalmente

— Leticia - ela me olhou por cima do ombro - Na sua frente está o causador das suas dores e sofrimentos, seu desejo de vingança foi ouvido e tem agora a oportunidade de fazê-lo.

Ela começou a dar passos lentos na direção dele.

— Fique longe de mim. Afaste-se - ele falava em quanto ela se aproximava - Quem é você?

— Uma das muitas vidas que você tirou  - respondi vendo o Lancaster ficar encurralado - E ela quer... retribuir o favor.

A Leticia avançou sobre ele que estava encolhido sobre a cama e começou a sufoca-lo, desviei o olhar não queria ver isso. Quando sentir a alma dele chegar ao mundo inferior ergui o olhar. Vi a Leticia soltar o corpo dele que despencou inerte sobre a cama. A Leticia deu dois passos para trás. E falei mentalmente.

— Leticia, agora que consumou sua vingança retorne para o lugar de onde veio e encontre a paz que tanto deseja - falei e ela fechou os olhos, sua expressão tranquila, aliviada na face.

Seu corpo simplesmente começou a ficar transparente até que sumiu por completo. Dei as costas ao corpo do Lancaster e caminhei em direção à saída, mas no meio do caminho uma fraqueza me abateu, me apoiei na parede tentando não ceder ao cansaço, minha visão começou a ficar turva, vi a porta do fim do corredor ser aberta, agentes se aproximando e depois tudo ficou escuro.

Acordei um tempo depois com a cabeça latejando muito, mas quando abri os olhos tive que fechá-los novamente devido a claridade, quando finalmente adaptei minha vista vi que estava numa cela semelhante ao que o Lancaster esteve. Me sentei com um pouco de dificuldade e olhei meu relógio de pulso. Já tinha uma hora e dez minutos que sai da Torre.

— Merda - murmurei sentindo a cabeça  latejar

— Finalmente acordou - ouvi a voz do Fury

— Se eu soubesse que você seria a primeira pessoa que iria ver teria ficado dormindo - falei apoiando as costas e a cabeça na parede atrás da cama.

— Você tem o mesmo jeito do Stark - ele comentou

— Porque será, né? - falei ironicamente

— Gostou das suas acomodações? - ele perguntou ignorando o meu comentário

— As molas desse colchão estavam espetando minhas costas e o travesseiro deixou meu pescoço dolorida - falei dando de ombros

— Bom... terá que se acostumar, afinal ficará um tempo aí - ele disse simplesmente

— Como é? - perguntei olhando-o

— Acusada da morte do Robert Lancaster - ele falou me olhando e ri ironicamente

— Eu não tô acreditando nisso - falei balançando levemente a cabeça. E isso me tirou um gemido de dor.

— Você ficará aí até o fim das investigações e se for culpada. Ficará por mais alguns anos - ele falou e se afastou - Avise a um dos agentes se precisar de alguma coisa.

Olhei em volta e vi que tinha dois agentes próximos a porta. Pedi um analgésico, minutos depois um agente voltou com o medicamento e a água. Usou um cartão e identificação e abriu a porta da cela pra entrar enquanto o outro agente apontava a arma na minha direção. Tomei o remédio e entreguei o copo vazio ao agente que me olhava de maneira respeitosa, sem deboche ou indiferença e isso me surpreendeu. Agradeci e ele se retirou após falar um tímido "com licença, senhorita Stark", só então entendi o modo que ele me olhou. Ele não tem respeito diretamente por mim, mas pelo sobrenome Stark, afinal meu avô foi um dos principais fundadores da SHIELD e meu pai é o Homem de Ferro. Depois que ele saiu trancando a cela, me deitei fechando os olhos e tentando relaxar para que a dor de cabeça passasse logo. Já tem mais de uma hora que sai da Torre, como não voltei a Torre e não dei noticias, o Nico já deve ter contado ao meu pai que vim pra SHIELD. De uma coisa eu tenho certeza, meu pai vai surtar quando souber a acusação que me mantém nessa cela, eu poderia manipular a névoa, ou tentar viajar nas sombras, mas estou exausta, não consigo me concentrar direito na névoa, então só me resta esperar.

Preciso manter a calma, não posso usar a magia pra sair. Fury falou que foi iniciada uma investigação, as imagens da hora que ele morreu foram manipuladas pela névoa, Fury pode alegar que alterei as imagens invadindo o sistema. E sei que pela raiva que Fury tá sentindo de mim ele vai fazer qualquer coisa pra me manter presa o tempo que ele quiser. Minutos se passaram e um outro agente chegou, informou que deveriam me escoltar até a sala de interrogatório onde Fury me esperava. "O dia vai ser muito longo" pensei enquanto sentava novamente na cama.

Me levantei e sai da cela quando a porta se abriu, dois agentes apontaram a arma na minha direção e o terceiro agente me algemada.

— Isso é mesmo necessário? - perguntei olhando-o normalmente

— Foram as ordens. O diretor comentou que você tem um certo nível de perigo - o agente respondeu e começamos a segui-lo, em direção a sala de interrogatório.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E aí? O que acharam do capítulo? O que será que vai acontecer? Ansiosos para o próximo capítulo?

Acompanhem, favoritem, recomendem e principalmente... comentem.

Nos vemos no Facebook, no WhatsApp, no Wattpad, no social Spirit e nos reviews.