Susan, a filha de um Vingador (2° Temporada) escrita por Lia Araujo


Capítulo 30
Extremes


Notas iniciais do capítulo

Voltei com mais um capítulo pra vocês.

Espero que gostem

Boa leitura!



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Sonho ON

Vi a Pepper pegar o capacete de uma das armaduras lamentando a perda do meu pai, quando ela virou viu uma luzinha vermelha piscando dentro do capacete e o colocou logo a voz do meu pai se fez presente através do capacete

"- Pepper, sou eu. Tenho muitas desculpas pra pedir, mas não muito tempo, então pra começar, me desculpe por tê-la colocado em perigo, fui egoísta e idiota. E não vai acontecer de novo... - a mensagem continuou, mas o que eu estranhei foi o fato da mesma mulher que estava na mansão mais cedo permanecer lá.

A Pepper entrou no carro com ela e saiu. Minha mente vagava junto com ela.

— Porque foi lá em casa hoje? O que tinha que falar com o Tony que era tão importante? - Pepper perguntou

— Eu acho que o meu chefe tá trabalhando pro Mandarim - a mulher respondeu - Então se ainda quiser falar sobre isso, eu sugiro que a gente encontre um lugar seguro, tá?

— Seu chefe trabalha pro Mandarim e você acha, mas Tony diz que você é botânica - Pepper falou tentando entender a situação

— Faz sentido, eu sou uma codoficadora de DNA que comanda uma equipe de 40 cientistas financiados pela Iniciativa privada, mas pode me chamar de botânica - a mulher respondeu

— Esse... seu chefe ele tem um nome? - Pepper perguntou

— Tem, Aldrich Killian - a mulher respondeu e a Pepper ficou surpresa"

Logo as imagens mudaram e eu vi meu pai. Vi ele andando pela cidade acompanhado do garoto, prestei atenção em pontos específicos que iriam me ajudar a saber onde ele estava mais tarde. Eles andaram até um lugar que parecia uma espécie de altar de homenagens a pessoas mortas.

— Quando vamos falar sobre Nova York? - o garoto perguntou enquanto andavam

— Talvez nunca, esquece - meu pai respondeu

— E os Vingadores, a gente pode falar deles? - o garoto insistiu

— Não sei, talvez mais tarde - meu pai falou empurrando o garoto para afastá-lo - Olha garoto, me dá um tempo.

Meu pai olhou em direção ao lugar e eu segui seu olhar, era o lugar de uma explosão, uma pequena cratera havia de formado no lugar, havia sombras das vítimas nas paredes, como se a carbonização dos corpos tivessem ficado lá.

— O que saiu nos jornais? - meu pai perguntou ao garoto e eu acompanhei enquanto eles se aproximavam da cratera - O que aconteceu?

— Um cara chamado Chade Davis que vivia por aqui - o garoto respondeu sentando na borda da cratera - Ele ganhou um monte de medalhas no exército e um dia dizem que ele ficou maluco e construiu uma bomba, aí ele se explodiu, bem aqui

Meu pai continuava a andar em volta da cratera, observando cada detalhe.

— Seis pessoas morreram, né? - meu pai perguntou

— Foi - o garoto respondeu

— Incluindo Chade Davis - meu pai comentou

— Isso - o garoto respondeu

— Mas não faz sentido - meu pai comentou sentando ao lado do garoto - Pensa bem, 6 mortos, só 5 sombras.

— Pois é, dizem que essas sombras são as marcas das almas que foram pro céu - o garoto comentou o pensamento do pessoal da região - Tirando o cara da bomba, ele foi pro inferno porque ele não teve uma sombra. É por isso que só tem cinco.

"Ou o cara colocou a bomba dentro de si" pensei olhando em volta

— Acredita nisso? - meu pai perguntou olhando as sombras nas paredes

— É o que todo mundo diz - o garoto falou normalmente

Eles ficaram em silêncio, meu pai pensativo, tentando encontrar uma lógica pra tudo isso.

— Sabe o que essa cratera me lembra? - o garoto começou

— Não sei, não quero saber e tenho raiva de quem sabe - essa foi a resposta do meu pai

— O buraco de minhoca - o garoto dramatizou ao falar - Gigante... em Nova York

Meu pai esfregou os olhos como se tentasse afastar uma dor de cabeça.

— Não te lembra também? - o garoto perguntou

— Está me manipulando, não quero falar sobre isso - meu pai tentou fugir do assunto

— Eles vão voltar? - o garoto perguntou - Os ET's?

— Talvez. Da pra parar? - foi a resposta do meu pai - Lembra que eu disse que tenho crises de ansiedade?

— Esse assunto deixa você nervoso? - o garoto perguntou

— É. Um pouquinho - meu pai respondeu rápido - Da pra recuperar o fôlego?

— Tem bandidos em Rose Hill? - meu pai fazia um enorme esforço pra se conter - Você quer um saco de papel pra respirar dentro? Você toma algum remédio, Tony?

— Não - a resposta curta indicava que ele ia surta

— E não devia tomar? - o garoto perguntou olhando-o

— Talvez - outra resposta objetiva

— Fica quieto, garoto - falei mesmo sabendo que ele não me ouviria

— Tem distúrbio pós traumático? - o garoto perguntou

— Eu acho que não - meu pai respondeu tentando se controlar

— Será que tá ficando maluco de vez? - o garoto falou e meu pai ignorou - Eu posso parar? Quer que eu pare de falar? Quer que eu pare...?

Cala a boca, moleque— falei começando a sentir a ansiedade do meu pai

— Lembra que eu te pedi pra parar? Vai me deixar maluco. - meu pai falou e se afastou rapidamente do garoto - Ah droga, conseguiu. Tá feliz agora?

Corri atrás do meu pai, ele ia em direção a saída do beco

— Ei o quê que eu disse? - o garoto perguntou atrás de nós e começou a segui-lo também

Meu pai tirou o casaco como se ele estivesse sufocando-o, eu o alcancei e toquei no braço dele mesmo ele não podendo me ver ou me sentir, manipulei levemente a névoa para ele, ajudando-o a se acalmar. Ele deixou-se cair de joelhos na neve, mas mesmo assim não me afastei até ele se acalmar

Vai ficar tudo bem— murmurei e me concentrei em acalmá-lo e pareceu fazer efeito. Ele tirou o boné e passou gelo no rosto

— O quê que te deu? - o garoto perguntou olhando-o e meu pai jogou uma bola de neve no garoto

— Culpa sua - falou controlando a respiração - Me fez surtar. Vamos voltar ao trabalho. Tá... o sujeito que morreu. Algum parente? Mãe? A senhora Davis, onde está?

— Onde sempre está - o garoto respondeu

— Agora sim, você está me ajudando - meu pai falou olhando o garoto

Sonho OFF

Acordei ofegante, a conexão com os sentimentos do meu pai está ficando cada vez mais forte. Quase não consegui controlar minha respiração e os meus batimentos cardíacos. Peguei o notebook e fiz uma rápida pesquisa e descobri que meu pai estava no Tennessee.  Levantei da cama, fui até o closet e peguei uma calça leggin grossa, bota de montaria cano alto uma blusa xadrez vermelha e um casaco preto. Troquei de roupa rapidamente e fui até o banheiro, enchi a pia de água peguei uma moeda e fiz uma oferenda para Íris, pra manda uma mensagem de Íris. Logo a imagem do Nico apareceu na água.

— Nico? - chamei e ele procurou a fonte da minha voz - Na água.

Ele se aproximou terminando de vestir a camiseta, o cabelo assanhado e com um olhar sonolento, ele apoiou as mãos na borda do recipiente com água.

— Te acordei? - perguntei me sentindo um pouco culpada

— Não. Acordei há alguns minutos - ele respondeu me olhando

— O que aconteceu? - perguntei em relação ao sonho

— Você apareceu no sonho, parecia agitada, aflita, como se estivesse ansiosa - ele falou passando a mão no cabelo - E você me mandar uma mensagem de íris a essa hora confirma que foi mais que um sonho.

Desviei o olhar e sorri levemente.

— O que aconteceu? - Nico perguntou e fiz um breve resumo dos meus sonhos - Você quer ir atrás do seu pai, não é?

— Quero. Ele tá tendo crises de ansiedade, sem armadura, eu... eu tô com medo do que pode acontecer - suspirei abaixando a cabeça

— Eu tô indo aí - ele falou e a imagem dele sumiu

Deixei a água escorrer e voltei pro meu quarto. Abri a porta e joguei o casaco sobre a cadeira e me aproximei da cada, senti uma áurea mágica familiar no quarto e logo senti o Nico me abraçando por trás. Encostei minhas costas no peito dele e me permitir desfrutar daquele momento.

— Você está tensa - Nico murmurou

— Só preocupada - respondi sinceramente

— Su, seu pai é esperto, vai dar um jeito de sair dessa situação - Nico falou tentando me tranquilizar

— Dessa vez é diferente, Nico - comentei e me virei para olha-lo - De todas as situações pelas quais meu pai já passou essa está sendo mais difícil.

— Compreendo, mas você ficar nervosa ou querer agir por impulso não vai ajudar - Nico falou e me olhou de cima a baixo - Já estava vestida pra ir atrás do seu pai. E o que pretendia fazer lá? Como o encontraria?

— Eu não sei. Não pensei direito - respondi me sentindo uma idiota - Mas eu sinto que ele está correndo perigo. Se ele tiver uma crise durante uma luta? E se...

— Amor, se acalma - Nico falou me puxando pra um abraço - Você está muito ansiosa, você não é assim. O que tá acontecendo?

— Acho que absorvi a ansiedade do meu pai - falei abraçada a ele - Ele teve uma crise, usei magia para ajudá-lo a se acalmar e quando acordei estava impulsiva.

— Você está um pouco pálida - ele comentou me analisando

— Foi uma noite agitada - falei me afastando o suficiente para olhá-lo

— Me diz o que aconteceu - ele pediu e eu assenti.

— Ok! Só vou trocar de roupa - falei e nos soltamos

Eu fui em direção ao closet, peguei o vestido que havia tirado a pouco tempo e o vesti novamente. Voltei para o quarto e o Nico estava sentado na minha cama, notei que ele havia tirado o casaco e o calçado. Me sentei ao lado dele, que passou o braço pelos meus ombros e me puxou para mais perto e nos acomodamos na cama, quando me deitei sobre seu peito comecei a contar as coisas que aconteceram hoje a noite. Quando ele soube que o Lancaster me dopou, ele logo ficou tenso.

— Você precisa ser mais cuidadosa - ele falou brincando com meu cabelo - Eu não sei o que faria se tivessem te levado.

— Mas não aconteceu - falei levantando a cabeça pra olhá-lo, ele me olhava analisando meu rosto - Está tudo bem agora

— Como está se sentindo? - ele perguntou suavemente

— Agora estou bem. Obrigada por ter vindo - falei baixo, Nico se aproximou e me beijou

Um beijo suave de início, que ao poucos foi ficando mais intenso, interrompemos o beijo quando o ar se fez necessário, mas mantivemos nossas testas juntas.

— Eu faço qualquer coisa por você - ele sussurrou e se afastou um pouco pra me olhar - Está ficando tarde, você precisa dormir

— Vai ficar? - perguntei receosa sobre a resposta

— Não sairia daqui por nada - ele respondeu sorrindo e me deu um selinho

Deitei minha cabeça no peito do Nico e o abracei, um dos braços dele me envolvia em um abraço acolhedor, enquanto com o outro braço livre ele mexia no meu cabelo. Ele tinha razão, se eu queria ajudar o meu pai eu preciso ser racional, não emocional. Deitada ali, ouvindo os batimentos do coração do Nico, sentindo-o mexer no meu cabelo, me permitir relaxar e só então percebi o quanto estava cansada. O cansaço que tomou conta do meu corpo, não me permitia sequer levantar a cabeça, para olhar em volta. Não sei quanto tempo se passou até eu ceder ao cansaço e eu adormeci.

Imagens do meu pai voltaram a minha mente em forma de flashes durante o sonho, ele no bar saindo algemado, fugindo de tiros, lutando contra uma mulher que a pele ficava laranja brilhante, como se lava estive sob a pele dela, depois vi um tanque d'agua caindo, meu pai ficando com a perna presa no ferro, um homem cuja a pele também brilhava laranja segurava o garoto que estava ajudando meu pai, o garoto apertou um aparelho que se iluminou fortemente e fez o homem soltá-lo, o garoto correu, meu pai chamou atenção do homem e com um repulsor improvisado fez um disparo, se livrou do dispositivo e soltou a perna.

Senti que alguém estava me balançando para que eu acordasse e aos poucos comecei a ouvir a voz do Nico

— Su, acorde - ele falava baixo para que eu não me assustasse

Abri meu olhos, vi que o Nico me olhava com certa preocupação

— Desculpe te acordar, mas estava ficando agitada - ele falou enquanto eu me sentava

— Esta tudo bem - falei esfregando os olhos

— Estava sonhando com seu pai? - ele perguntou me olhando e eu assenti

— E você tinha razão. Ele vai ficar bem - digo passando a mão pela nuca, sentindo meus músculos relaxarem

— Ele pode estar sem a armadura, mas não sem a inteligência - Nico falou e eu concordei com um discreto sorriso

— Eu fiquei tão nervosa que esqueci a vantagem de ser inteligente - falei olhando-o

— E qual é? - perguntou curioso

— A gente sabe se proteger - falei bem mais tranquila e Nico sorriu

— Vamos tentar dormir - Nico falou e nos acomodamos na cama novamente.

Imagens do meu pai apareceram novamente, mas dessa vez ele parecia determinado, senti que ele tinha uma certeza dentro dele, a certeza de que ele iria dar o trono nesse tal Mandarim. Vi ele invadindo uma van de transmissão da TV, vi o cara da van recalibrar as antenas e meu pai usando os computadores para invadir um sistema de uma companhia chamada Idéias Mecânicas Avançadas. Vi pelas imagens o que essa corporação estava fazendo, eles usavam um dispositivo chamado Extremes para fazer partes do corpo que haviam sido amputadas crescerem de novo, mas se o corpo não aceitasse o Extremes, o corpo da pessoa se tornava uma bomba e ela explodiria.

Acordei dessa vez sem fazer movimentos bruscos, o sol já começava a nascer, Nico ainda dormia tranquilamente. Me levantei com cuidado, fui ao banheiro lavar meu rosto, quando voltei ao meu quarto, peguei o notebook e fui até a minha mesa, comecei a fazer pesquisas sobre o tal de Aldrich Killian e a corporação IMA. Eu quero saber com que tipo de pessoa meu pai está lidando dessa vez.


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Notas finais do capítulo

Pois é galera. O Nico voltou.

Gostaram do capítulo?

Feliz ano novo novamente, porque não sei se irei postar outro capítulo antes de janeiro.

E lembrem-se, comentem. Eu preciso saber se estão gostando ou se tem gente acompanhando a fic.

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