POV Susan

Depois que saímos do Buffet, fomos ao mercado local comprar os mantimentos que estavam faltando na minha casa. Quando estacionei vi um carro preto na esquina, fiquei desconfiada, mas deixei pra lá. Poderia ser alguém que veio visitar um vizinho. Eu tenho que ser menos paranóica.

Abri a porta e entramos. Fomos até a cozinha, o Nico desempacotava e eu arrumava nos seus devidos lugares. Estávamos na metade do serviço quando a campainha toca. Automaticamente olhamos na direção da porta.

– Está esperando alguém? - Nico perguntou me olhando

– Não - respondi e vi as chaves do Jhon em cima do balcão - O Jhon esqueceu as chaves aqui. Abre a porta pra ele

– Tá - Nico falou, saiu da cozinha e eu fiquei arrumando as coisas

POV Nico

Sai da cozinha e fui em direção a porta. Abri a porta e dei de cara com três dos Vingadores na porta da casa da Su. Quatro na verdade, o Stark estava mais afastado praticamente na calçada, levei alguns segundos para fórmula alguma coisa pra falar.

– O que desejam? - perguntei ainda na porta

– Precisamos ter uma conversa com a Susan - a ruiva falou e eu assenti

– Claro, podem entrar - dei espaço para que eles entrassem, mas o Stark se manteve afastado então deixei a porta aberta para ele entrar quando se sentisse a vontade - Su, tem visita pra você

Falei da sala e comecei a ouvir os passos dela se aproximando

– Quem é? - ela perguntou saindo da cozinha e eu apontei na direção do trio é ela sorriu ao vê-los.

POV Tony

O garoto que estava na casa da minha filha, deixou a porta aberta. Me aproximei da janela e vi o sorriso dela ao ver os Steve, Natasha e Clint. Me aproximei da porta e escutei

– MINHAS CRIANÇAS VOLTARAM - Susan gritou e eu a vida correr em direção aos três

Clint empurrou a Natasha pro lado fazendo ela tombar e se bater no Steve, vi o Clint abraçar a Susan pela cintura e a girar pela sala

– Quanto tempo, pequena - ele falou ao colocá-la no chão

– O que deu em você? - Natasha perguntou com um pouco de raiva e o empurrou fazendo-o bater na mesa. O impacto fez um vaso balançar

– Ei! Nada de destruir a minha casa - Susan repreendeu como se falasse com duas crianças e eu segurei o riso

– Culpa dele - Natasha falou simplesmente e deu um abraço na Susan.

Admito que ela não ter percebido a minha presença feriu um pouco meu orgulho. Mas vê-la rir e brincar valia a pena, sequer parecia a mesma adolescente que saiu das industrias Stark e derrubou os seguranças.

– Rogers - ela falou e o abraçou - Como você está?

– Estou bem - eles desfizeram o abraço - E você?

– Bem - ela disse olhando-os - O que deu em vocês para virem me fazer uma visita?

– Na verdade, viemos de acompanhantes - Clint falou naturalmente

– Como? - ela perguntou confusa

– Tem uma pessoa que precisa conversar com você - Steve falou e olhou na minha direção

– Quem? - ela perguntou e se virou. Quando me viu sua expressão mudou de curiosidade pra surpresa e logo ficou séria

– Oi Susan! - falei me aproximando

– O que você quer, senhor Stark? - ela perguntou cruzando os braços

– Vim apenas conversar, então relaxe - falei tanto pra ela quanto pra mim

– Eu não tenho nada pra falar com você - ela disse me olhando - Agora, por favor, saia da minha casa

– Su - Natasha a chamou e ela a olhou - Sei que não deveria me meter. Mas ao menos ouça o que ele tem a dizer, depois disso iremos embora e se quiser ainda garanto que ele não vai voltar a te incomodar

– Está falando como membro dos Vingadores, como agente ou como amiga? - Susan perguntou olhando nos olhos da Natasha

– Como amiga - ela falou e a Susan assentiu

– Ok! - ela se virou pra mim - Você tem 10 mim

Ela se sentou na poltrona e indicou os sofás pra gente, nos sentamos e antes que eu pudesse falar o Clint falou

– Não vai nos oferecer nada? Dá última vez que estivemos aqui, nos recebeu com mais hospitalidade - Clint comentou e eu revirei os olhos

Sério que em uma situação dessa ele vai atrapalhar falando isso!?

– Você tem dois braços, duas pernas, sabe o caminho da cozinha, onde fica os copos e a geladeira, então... se vira - Susan falou simplesmente

– Isso serve pra mim também? - Natasha perguntou com um sorriso travesso

– Serve - Susan sorriu e a Natasha se levantou indo em direção ao armário e pegou a garrafa de vodka tomando um gole direto do gargalo

– Eu vou pegar um suco, você vem Rogers? - Clint falou e eu entendi que eles queriam me deixar conversar com a Susan sozinho

– Claro - Steve falou e se levantou acompanhando o Clint até a cozinha, a Natasha foi em seguida.

– Fala logo o que tem a dizer, por que estou até o pescoço de trabalho pra fazer - ela disse séria

"Não sei nem por onde começar..."

POV Susan

Meu coração está acelerado, estou nervosa, como ele me encontrou? Porque ele veio? Isso não era pra estar acontecendo.

– E então? - perguntei querendo que isso acabasse o mais rápido possível - O que quer falar?

– Vim aqui para te convencer a ir morar comigo - ele falou simplesmente

– Perda de tempo, senhor Stark. Isso está fora de cogitação - falei firme e sem me alterar

– Me ouça. Eu nunca soube do seu paradeiro, sequer sabia da sua existência. A sua mãe... - eu o interrompi

– Não ouse jogar a culpa sobre a minha mãe - falei séria - Você não a procurou por que não quis.

– Eu procurei, mas ela sumiu do mapa assim como você fez - ele fala me olhando e vi que falava a verdade - Eu a ensinei algumas coisas e ela usou pra se ocultar do mundo

– Se ela me ocultou de você por quase 17 anos, certamente ela queria que eu nunca ficasse com você - falei normalmente

– Não foi isso que ela me disse - Stark falou e dei uma risada

– Aprendeu a falar com os mortos? - falei com um sorriso debochado

– Não. Mas aquela carta que me entregou a Bianca pedia pra que eu cuidasse de você - ele falou me olhando

– Quase 17 anos se passaram desde que ela escreveu aquilo. Aprendi a me cuidar muito bem, não preciso que façam isso por mim - eu já estava ficando sem argumentos

– Susan, independente do que você disser eu vou cumprir o último pedido que sua mãe me fez - ele falou firme

– Não pode me obrigar a ir morar com você - falei começando a ficar nervosa

– Eu não, mas a lei poderá. Se necessário irei recorrer e cancelar a sua emancipação e como seu único parente vivo terá que morar comigo - ele fala calmo, mas vi a determinação no olhar dele

– Você não pode fazer isso. Se fui emancipada foi por ter provas suficientes que sou responsável e capaz de responder pelas minhas ações - falei firme, mas em nenhum momento ele vacilou

– Tenho alguns contatos que poderiam anular sua emancipação independente do seu grau de responsabilidade - ele deu de ombros e eu me levantei exaltada da poltrona

– Você não pode fazer isso. Se minha emancipação for anulada, não poderia ficar a frente do Buffet até alcançar a maior idade, sem a administração adequada tudo pode desandar, famílias ficariam sem a sua fonte de renda - falei preocupada com o destino dos funcionários se o Buffet fechasse

– Você é igual a sua mãe - ele sorriu me olhando - Mas a decisão é sua

– Você não pode estar falando sério - eu disse tentando me controlar

– Su nescio quid sentiam ? (Su, posso dar a minha opinião?) - Nico perguntou em Latim e vi que todos estavam ali presenciando a conversa.

Nico estava encostado na parede com um copo d'agua na mão

– Μπορείτε, αλλά μιλούν στα ελληνικά . Έχουμε ανθρώπους που μιλούν τη Λατινική σε αυτό το δωμάτιο (Pode, mas fala em grego. Temos pessoas que falam Latim nesta sala) - falei olhando a Natasha e o Clint

– Νομίζω ότι πρέπει να πάει με αυτό . John θα κινηθεί προς τη Νέα Υόρκη , θα πρέπει να πάμε και θα είστε μόνος εδώ (Acho que você deveria ir com ele. O Jhon vai se mudar pra Nova York, eu terei que ir embora e você ficará aqui sozinha)

– Δεν μπορώ, Nico (Eu não posso, Nico) - falei olhando-o incrédula e a aflição começava a me atingir

– Περισσότερα μπορείτε ορκίστηκε στο νεκροκρέβατό του, τη θεία του που αναζητούν τον πατέρα του και θα μείνει μαζί του έτσι θα μπορούσε να αναλάβει τη φροντίδα σας (Mas você jurou no leito de morte da sua tia que procuraria seu pai e ficaria com ele pra que ele pudesse cuidar de você) - Nico falou tranquilamente

– Δεν ορκίζονται από τη Στύγα που πληρούν (Eu não jurei pelo Estige que cumpriria) - rebati querendo dar o assunto por encerrado e me sentei na poltrona apoiando os cotovelos no joelhos e pondo a cabeça sobre as mãos

– Έχει , επίσης, δεν ορκίστηκε , αλλά πληρούνται ΤΙ υποσχεθεί η μητέρα του στο νεκροκρέβατό της (Ela também não jurou, mas cumpriu o que prometeu a sua mãe no leito de morte) - ele falou como se não fosse nada e tomou um gole d'água, ele me conhece o suficiente pra saber como me abalar

Eu soltei um pesado suspiro e olhei na direção do Nico.

– Μισώ (Eu te odeio) - falei e ele sorriu enquanto bebia água e eu me levantei da poltrona - Vou arrumar as minhas coisas

– Você vai? - Stark perguntou surpreso

– O senhor é esperto. Deve ser por isso que te chamam de gênio - digo com ironia

Caminhei em direção ao som, aumentei o volume sem me importar com eles na sala. Andei em direção a escada, ao passar pela mesinha peguei o vaso de vidro e joguei com toda força na direção do Nico. Os Vingadores que estavam próximos rapidamente se afastaram pra se proteger nos cacos de vidro e o Nico se abaixou. Depois que o susto passou ele se levantou me olhando

– Você está louca? - ele gritou sobre o barulho do som da sala

– Se realmente querem que eu saia daqui logo, basta empacotar meus jogos, filmes, CDS e os porta-retratos - todos eles olhavam pra mim - Tem caixas vazias na minha oficina, sejam rápidos ou eu mudo de idéia

Continuei a subir a escada e fui em direção a escada. Como não havia desfeito a minha mala do acampamento tinha parte das minhas coisas arrumadas. Só precisava pegar o resto das roupas, documentos e algumas caixas com itens pessoais da minha mãe, minha tia e algumas coisas minhas da época de escola. Estava abrindo a guarda roupa quando a porta do meu quarto foi aberta. Olhei na direção da porta e vi a Natasha

– Quer ajuda? - perguntou entrando no quarto

– Claro. Se formos rápidas o suficiente, não mudo de idéia - falei jogando alguns cabides com roupas na cama

– Relaxa. O Stark não é tão ruim - ela falou e eu a olhei

– Acredita realmente nisso? - perguntei pondo as mãos na cintura

– Não - ela respondeu e nós rimos em seguida - Vim apenas te animar. Sei que não gostou da idéia de ir morar com o Tony

– Já estou irritada de mais. Quero apenas mudar de assunto, pode ser? - pedi e ela assentiu

– Obrigada! E então como estão as coisas entre você e Steve? - perguntei colocando as roupas dobradas na mala

– Terminamos - ela respondeu simplesmente, mas sei que ela está mal

– Porque? - perguntei curiosa

– Ele ficava desconfiando de mim, dizendo que eu e o Clint tínhamos algo além de amizade. Eu não aguentava mais tanta desconfiança - ela falou pegando alguns itens pessoais e colocando em uma mala de mão

Então lembrei que alterei as lembranças deles. Provavelmente isso apagou a memória da conversa que tive com o Steve sobre a relação de irmãos entre o Clint e a Natasha

– Sinto muito - falei me sentindo culpada

– Não sinta. Talvez não fosse pra acontecer mesmo - ela falou e terminamos de arrumar as malas

Estávamos guardando as coisas da cômoda e ouvi a Natasha mexer no meu criado mudo.

– Nunca vi uma pena assim, onde conseguiu? - ela perguntou olhando a pena da harpia

– Isso é uma prenda de guerra. Uma pena de harpia - falei e ela me olhou erguendo uma sobrancelha e eu ri - Comprei em um site de coisas exóticas. Essa era história que tinha na descrição da pena.

– E essa adaga? - ela perguntou pegando a adaga do Michael

– Essa pertencia a um semideus que morreu pra proteger a namorada do ataque da harpia, o material dela é bronze celestial, dizem que esse material não machuca humanos - tirei a adaga da bainha - Eu nunca testei essa teoria. Quer ser minha cobaia?

– Deixa pra próxima. Obrigada - ela respondeu rindo e eu acompanhei. E logo estávamos descendo com as coisas

– Meninos se vocês puderem adiantar nosso serviço pegando o resto das coisas, eu agradeço - Natasha falou quando chegamos ao meio da escada com as malas

– Pra quê tanta coisa? Tenho certeza que o Stark compraria tudo isso é muito mais - Clint resmunga sentado no sofá

– Eu não quero nada dele. E mesmo que ele comprasse não seriam as minhas coisas - falei e descendo as escadas

– Eu estou aqui - Stark falou após tomar um gole de uísque

– Eu sei - falei como se fosse óbvio enquanto colocava as malas no chão - Bom... acho que eu vou ter que ir buscar as minhas coisas.

Comecei a subir a escada quando ouço a porta da sala sendo aberta, olhei e vi o Jhon entrando sem prestar a atenção ao redor

– Su, a aquela ruiva de alguns meses atrás esteve aqui te procu... - ele fechou a porta e viu que todos estavam na sala

– E parece que eles encontraram - falei olhando-o e tive uma idéia - Jhon quando você vai pra Nova York?

– Daqui a algumas horas - ele respondeu sem entender a pergunta

– Suas coisas estão arrumadas? - perguntei e ele soube que eu planejava algo

– Estão. O que você está armando, Su? - Jhon perguntou me olhando

– Vai pra casa, pega as suas coisas e avisa a sua mãe que você vai ir pra Nova York em alguns minutos - falei simplesmente e o Stark se engasgou com a bebida

– Como é? - Stark perguntou surpreso

– Você ouviu - falei e olhei o Clint e o Steve - Vão me ajudar ou terei que fazer sozinha?

Eles se levantaram, subiram as escadas e foram em direção ao meu quarto pegando as caixas e desceram. Levaram as caixas para os carros, eu fui a última a sair da casa. Olhei a casa sala apenas com os móveis.

– Essa casa não vai ficar vazia por muito tempo - falei antes de fechar a porta

Por que eu decidi. Farei a vida do Tony Stark um verdadeiro inferno, até ele me expulsar de lá.