Depois que voltamos para mansão, fui tomar um banho demorado pra tentar relaxar fiquei quase 40 minutos na banheira. Vesti uma regata preta, uma calça jeans azul clara, uma blusa xadrez vermelho e uma sapatilha preta, deixei meu cabelo solto e peguei o óculos de descanso sobre a cama. Desci a escada e vi a Pepper sentada no sofá da sala tirando os saltos.

– Oi Pepper - falei me aproximando dela

– Oi, Su! - ela falou ao me ver

– Chegou a muito tempo? - perguntei olhando-a

– Poucos minutos - ela respondeu me olhando - Onde está o Tony?

– Deve tá na oficina pra variar - falei dando de ombros

– Me faz um favor? - ela perguntou se levantando e eu assenti - Chama o seu pai pra jantar, enquanto eu tomo banho

– Tudo bem - falei olhando-a

– Obrigada! - ela falou e foi em direção a escada e eu fui até a oficina do meu pai

A porta estava trancada e meu pai parecia pensativo analisando algo na tela.

– Jarvis? - chamei

– Sim, senhorita Stark! - ele me respondeu

– Me dá um código de acesso para ter acesso a oficina - falei e em seguida vi minha foto aparecer e o meu código em baixo - Obrigada, Jarvis.

Digitei o código e abri a porta. Me aproximei dele e vi que eram imagens de satélite da região que estávamos correndo. Na outra tela mostrava o Jarvis tentando rastrear o míssil e sem resultado.

– Tenta os satélites da NASA, algum deve ter captado a origem do lançamento do míssil, mesmo que sem querer - falei me aproximando dele

– Como entrou aqui? - ele perguntou me olhando

– Jarvis me deu um código de acesso - respondi dando de ombros - Alguma pista de quem pode ter disparado o míssil?

– Nada - ele falou olhando a tela - Mas se eu descobrir de onde o míssil veio, posso descobrir quem disparou

– Tem que ser alguém que odeia você e sabe da minha existência - falei me apoiando no balcão - Justin Hammer, pra se vingar do que aconteceu na inauguração do Buffet?

– Sem chance. Se aquele míssil tivesse tecnologia Hammer ele sequer teria explodido quando atingisse o solo - meu pai falou e eu ri

– Nunca se sabe. Ele pode ter aprendido algo no período que ficou preso - falei olhando um monitor

– Aprendeu a ser mais babaca e dar em cima de garotas de 15 anos - ele falou e sei que ele tá se referindo a inauguração do Buffet

– Eu tenho 16 anos - corrigi e ele dá de ombros - Contou pra alguém que tem uma filha?

– Apenas os Vingadores, a Pepper e o Happy - ele invadindo o sistema da NASA - Você contou pra alguém?

– Apenas pessoas de extrema confiança - falei sinceramente - Eles não contariam a ninguém, sem minha autorização.

– Mas como? Se você também foi alvo, a pessoa sabe de você - ele falou e eu me afastei da bancada, caminhei um pouco tentando raciocinar então meu olhar parou nos carros

– Ou talvez não soubesse - falei me aproximando dele novamente

– Como assim? - ele perguntou me olhando

– Os carros estão registrados em nome de quem? - perguntei olhando-o

– No meu nome - ele falou e entendeu meu raciocínio - Colocaram os carros como alvo.

– Como eles fizeram isso? - falei olhando-o os monitores - Se os carros chegaram a pouco tempo

– O sistema de comunicação dos carros - meu pai falou - Jarvis, escaneia o carro e me diz o que não é original de fábrica.

Vi o Jarvis escanear os carros.

– Análise completa - Jarvis falou - Encontrados 5 itens que não são originais de fábrica

– Quais são Jarvis? - perguntei olhando-o as imagens que o Jarvis mostrava

– Os 4 motores e um chip no sistema de comunicação - ele falou e rapidamente eu e me pai nos olhamos

Pegamos algumas ferramentas, fomos em direção aos carros e cada um entrou no seu. Tiramos todo o sistema de comunicação e levamos até o balcão, abrimos e tiramos os chips.

– Eles parecem sincronizados - meu pai falou vendo a semelhança deles - Se eles estavam no sistema de comunicação, eles podem ter copiado a conversa e retransmitido.

Usei o dom de Hefesto e fiz a análise completa dos chips. Fiquei aliviada ao ver que a única função deles era dar a localização dos carros.

– Acho que não - falei e ele me olhou - Se eles queriam te matar, qual a finalidade de ouvirem a conversa?

– Tem louco pra tudo - ele falou e eu peguei os chips - O que vai fazer?

– Esse chips emitem uma frequência pra enviar a localização dos carros, se pudermos descobrir qual é... - ele me interrompeu

– Ele vai levar a origem do míssil - ele completou o raciocínio

Jarvis começou a identificar a frequência eu depois a tentar localizar a fonte.

– Isso vai levar um tempo - meu pai falou

– Ok! - falei me afastando - A Pepper tá esperando pro jantar

Falei e saímos da oficina, assim que chegamos a sala, vimos a Pepper descer a escada usando um short e uma blusa confortável.

– Você conseguiu tirar ele da oficina - Pepper falou me olhando

– De nada, Pepper - falei rindo eu fomos pra sala de jantar

Começamos a comer, mas eu estava sem apetite. Então puxei assunto.

– Como foi no trabalho? - perguntei a Pepper

– Muito cansativo - ela respondeu - Passei o dia lendo e relendo papelada. E na volta peguei um engarrafamento por causa do túnel que desabou. E o que vocês fizeram?

– Eu dormi, trabalhei no meu quarto, ele ficou na oficina e ganhei meu presente de natal - falei como se não fosse nada

– Depois fizemos uma corrida, fomos perseguidos por um míssil e destruímos um túnel - meu pai falou e ouvi o barulho do garfo da Pepper bater no prato quando ela o soltou

– Vocês foram perseguidos por um míssil? - ela perguntou quase gritando de susto

Me encostei na cadeira e cobrir meu rosto com as mãos. "Eu não acredito que ele fez isso" Pensei

– Pepper, calma... - ele tentou falar

– Como assim foram perseguidos por um míssil?... - ela perguntou

– Amor... - ele tentou de novo

– E você fala como se isso fosse normal... - percebi a discussão seria longa

– Bom... qualquer coisa tô no meu quarto - eu falei me levantando - Tchau pra vocês

Fui pro meu quarto. Depois de algumas horas o Jarvis avisando que a Pepper tá me chamando na sala e fui ao encontro dela e a encontrei na sentada no sofá ao lado do meu pai.

– Está seguro eu aparecer ou vou precisar chamar os Vingadores pra garantir minha segurança - falei brincando

– Desculpe, meu surto - Pepper falou quando me sentei

– Tudo bem - falei dando de ombros - O que quer falar comigo?

– Sobre esse ataque - ela falou,  respirou fundo e olhou pro meu pai - Conversamos e achamos mais seguro não ficarmos na mansão por alguns dias.

– Então onde? - perguntei olhando-a

– Na Torre - meu pai falou - A obra já está finalizada então, podemos nos mudar.

– E quando vamos nos mudar? - perguntei olhando-os

– Amanhã cedo iremos - Pepper falou -  Acho melhor dormirmos, amanhã acordaremos cedo.

– Tudo bem - falei me levantando - Eu já...

– Senhor Stark, encontrei a fonte do sinal de transmissão - Jarvis falou e rapidamente eu e meu pai fomos para oficina

– O que descobriu, Jarvis? - meu pai perguntou entrando na oficina

– O ponto de origem vem dessas coordenadas - Jarvis falou e a imagem de um mapa apareceu, mostrando o ponto de origem

– 100 km da Costa de Malibu - meu pai falou

– Seria alguma plataforma no Pacífico? - perguntei pro meu pai

– Não sei - ele respondeu

– Jarvis, cruze todas as informações possíveis do Governo, Marinha, Aeronáutica e da NASA se for preciso - falei olhando as imagens - Descubra se tem alguma plataforma ou embarcação no lugar da origem do sinal

– Sim, senhorita Agostini - Jarvis falou

– Jarvis, avise-nos quando descobrir algo - meu pai falou e eu o olhei - Precisamos arrumar as malas e descansar, foi um dia cheio.

Assenti e saímos da oficina. Fomos para os nossos respectivos quartos, arrumei minhas malas, depois coloquei uma roupa mais confortável e me deitei. Em pouco tempo já estava sendo dominada pelo cansaço e dormi.

POV Stark

Depois que saímos da oficina, fui para o meu quarto e vi a Pepper a arrumando as malas. Tomei um banho rápido para relaxar um pouco, vesti uma roupa confortável e voltei pro quarto. E a Pepper estava fechando as malas.

– Já arrumou? - perguntei me aproximando

– Você demorou no banheiro - ela falou

– É... muita coisa pra assimilar - falei e me sentei na cama

– Eu sei - ela falou sentando ao meu lado.

Ela se aproximou de mim, segurou minha mão e deitou a cabeça sobre meu ombro, ficamos um tempo assim, em silêncio. Não eram necessário palavras, presença dela, saber que ela estava ao meu lado, já era o suficiente para me dar forças.

– Vamos dormir - falei e ela assentiu

Tiramos as malas da cama e nos deitamos. Tentei dormir a todo custo, mas não consegui, não conseguia parar de pensar em quem poderia ter disparado o míssil, sei que tenho muitos inimigos, mas nenhum deles teria a audácia me atacar assim. Olhei para a Pepper que já dormia tranquilamente. Me levantei com cuidado para não acordá-la e fui para minha oficina. Eu precisava me distrair, comecei a trabalhar pra aumentar a potência dos repulsores sem gastar tanta energia. Não sei dizer quanto tempo fiquei trabalhando, até ver a porta da oficina abrindo.

POV Susan

Arrumei minhas malas e depois fui para cama. Deitei e dormir um pouco, acordei com um sobre salto ao sonhar com o míssil explodindo atrás de mim, meu corpo tremia com a sensação de adrenalina novamente. Meu coração acelerado e comecei a ter um pouco de dificuldade pra respirar, eu precisava me controlar.

Fechei os olhos, me concentrando na minha respiração, em poucos minutos já estava normal. Mais ainda estava um pouco trêmula. Me levantei e fui até a cozinha beber água, quando estava voltando vi a luz da oficina acesa e fui até lá. Usei o meu código e abri a porta e entrei, assim que as portas se abriram meu pai olhou na minha direção.

– Não consegue dormir? - perguntei olhando-o enquanto me aproximava

– Precisava terminar isso antes - vi que ele tava mentindo - E você?

– Fiquei com sede, fui beber água e vi a luz acesa - falei dando de ombros - O que está fazendo?

– Ajustando o repulsor pra ter mais potência e menos consumo - ele falou apertando alguns parafusos - E acabei. Agora tá perfeito.

Usei o dom de Hefesto e fiz a avaliação da bota da armadura. Ela iria funciona por alguns segundos, mas ela daria curto, devido a um fio que ficaria preso na engrenagem que ajustar a bota a perna do meu pai

– Vai dar curto - falei e ele me olhou

– Como é? - ele perguntou

– Vai dar curto - falei e ele levantou a sobrancelha me encarando

– Não vai - ele falou convicto

– Quer apostar? - perguntei olhando-o

– Vai perder dinheiro - ele falou e dei de ombros - De quanto a aposta?

– 500 mil - falei e ele me olhou surpreso

– Tá bem, então. Eu dobro - ele falou e eu fiquei surpresa - Um milhão.

– O dinheiro, mas fácil de toda minha vida - falei sorrindo vitoriosa

– Veremos - ele início o teste, a bota funcionou e ele me olhou sorri - O que você dizia?

Levantei a mão aberta e comecei uma contagem regressiva abaixando um dedo de cada vez. Quando minha mão estava fechou, saíram faísca da bota, ela desligou e caiu. Ele olhou na direção da bota, em seguida me olhou e eu sorri novamente.

– Como você fez isso? - ele perguntou

– Eu não fiz nada - falei tranquilamente - Eu disse que ia dar curto

– Como sabia? - ele perguntou intrigado

– Aprendi a detectar quando algo vai dar errado só de ver - falei dando de ombros - Não está esquecendo de nada?

– Jarvis - meu pai falou

– Sim, senhor Stark? - Jarvis respondeu

– Tranfere um milhão pra Susan - ele falou a contra gosto

– Transferência concluida com sucesso - Jarvis falou

– Foi um prazer fazer negócios com você - falei com ironia

– Fica quieta - ele falou e pegou a bota - Vou ter que concertar isso.

– Deixa que eu faço - falei me aproximando

– Acho que eu não entendi - ele falou me olhando

– Eu concerto - falei pegando a bota e indo pro balcão.

Fiz um coque no cabelo, e comecei a fazer os reparos. A diferença é que fiz o fio ficar totalmente grudado na lateral interna da bota. Usei o dom de Hefesto pra me certificar de que nada daria errado.

– Agora sim. Está pronto. - falei me levantando do banco que ficava em frente ao balcão.

– Jarvis, faz o teste - meu pai falou e a bota ligou.

E funcionou perfeitamente

– Repulsor com cerca de 150% mais forte e consumindo cerca de 60% menos de energia - Jarvis falou e meu pai me olhou

– De nada - falei entregando a chave estrela e comecei a me afastar

– Você é uma verdadeira Stark - ele falou e eu parei - Independente de querer ou não

– Acho que é o fardo que tenho que carregar - falei e fui em direção a porta

– Susan, espera - ele falou, parei e me virei pra olhá-lo - Quando estávamos na mira do míssil. Você me chamou de pai, ou foi impressão minha?

– Chamei - isso era algo que eu não teria como negar

– Porque? - ele perguntou me olhando

Como vou responder isso? Como vou dizer que chamei ele de pai porque senti desespero, medo de que aquele míssil atingisse o carro dele? Eu não posso falar isso. Ele não pode saber que mesmo eu o maltratando e querendo mantê-lo longe eu o amo.

– Porque se eu não te chamasse assim, você não daria ouvidos ao que eu tinha a dizer - falei soltando o coque pra não precisar olhá-lo enquanto dizia isso - Boa noite, Stark!

Falei e sai antes que ele dissesse algo, mas assim que saí da campo de visão dele permiti que as lágrimas rolassem. Eu imagino que deva ter doido nele, porque sei que falar isso me destruiu. Fui pro meu quarto e fiquei deitada, deixando as lágrimas molharem meu travesseiro e depois de um tempo, eu acabei dormindo.