War of Hearts escrita por Luna Lovegood
Notas iniciais do capítulo
Hello! Gente olha que azar, eu estava com o capítulo pronto e revisado ia postar ontem de tardinha, mas aqui na minha cidade caiu o maior aguaceiro, a energia acabou e aí já viu! Fiquei sem internet até agora.
Espero que gostem desse capítulo, e um último aviso esse é o penúltimo! Vou tentar dar uma agilizada para finalizar logo a fanfic ok?! E muito obrigada mesmo a quem comenta , favorita, e ou recomenda tornam meu prazer em escrever essa história muito maior!
Beijos e boa leitura.
Obs.: Penúltimo capítulo
Obs. (2): Já passamos das 110 mil palavras, porque escrevo fanfics tão grandes?
Obs. (3): Escutem a música.
Obs. (4): Pare de ler as notas e vá ler o capítulo =D
One look at you
my whole life falls in line
I prayed for you
before I called you mine
Oh I can't believe it's true sometimes
Oh I can't believe it's true
I get to love you
It's the best thing that I'll ever do
I get to love you
It's a promise I'm making to you
Whatever may come your heart I will choose
Forever I'm yours, Forever I do
I get to love you
I get to love you
The way you love
it changes who I am
I am undone
I thank god once again
( I get to love you - Ruelle )
Oliver Queen
Mantive o corpo de Felicity protetoramente atrás do meu, e ela me abraçava forte por trás como se soubesse que não haveria escapatória dali. Não havia para onde correr ou se esconder. Eu não usava mais o colete a prova de balas que Diggle me entregara naquele dia mais cedo, ele ficara no fundo do rio. Mas ainda assim eu estava determinado a ser o escudo para Felicity e nosso bebê.
Nosso bebê.
Eu tentava me focar nos soldados a minha frente, todos eles com armas apontadas em nossa direção e tudo o que minha mente pensava era que eu precisava encontrar um modo de salvar Felicity e a pequena vida que ela carregava consigo. Eu mal havia recebido a notícia de que seria pai, eu ainda não tinha tido tempo para realmente assimilar e entender como eu me sentia sobre isso, mas sem dúvidas eu já sentia todo o impacto do que isso significa, do que isso mudava para mim e Felicity.
— Abaixem as armas! — escutei uma voz conhecida ordenar e imediatamente a tensão deixou meu corpo, embora eu ainda mantivesse Felicity atrás de mim. Protegê-la até mesmo quando não havia perigo fazia parte de quem eu era, como um instinto natural — Eu disse que conseguiria reforços, Oliver. — Diggle saiu das sombras com um sorriso pendendo no rosto e se aproximou de nós, deixei o ar que prendia sair de mim numa única expiração.
— Você me assustou. — eu confessei assim que o vi na minha frente. Senti Felicity relaxar também, seus braços me liberaram do seu abraço apertado, e embora ela tenha deslizado para o meu lado, seu corpo ainda permanecia junto ao meu, suas mãos se agarrando ao redor do meu braço como se ainda temesse me perder a qualquer momento.
Eu a entendia tão bem esse temor.
— Me desculpe por isso. — Diggle sorriu para nós — Há um carro lá fora esperando por vocês, irá levá-los para um lugar seguro, sua mãe estará lá também, Felicity. — ele falou olhando diretamente para ela, que soltou um longo e aliviado suspiro — Podem ir, nós cuidaremos da situação aqui. Nós vamos atrás de Vladmir e de seus homens, garantiremos que passarão o resto de suas vidas atrás das grades. — seu tom foi sério e profissional.
Eu apenas assenti concordando.
Eu amaria ver o momento em que tudo desabasse sobre Vladmir, ele merecia o pior, principalmente depois do que tinha feito à Felicity. Mas agora minha única prioridade era ela e nosso bebê, me certificar que ambos estavam bem.
***
Fizemos o percurso até um hotel em um silêncio confortável. Felicity aninhou o seu corpo junto ao meu, e nada disse. Eu estava bem com isso. Eu estava mais do que bem. Poder sentir seu corpo quente e pequeno junto ao meu, cheirar seus cabelos ou simplesmente tocá-la depois de tudo o que passamos era o que eu precisava para me sentir melhor.
Muita coisa tinha acontecido nesse dia e tudo o que eu e Felicity queríamos e precisávamos era um momento de paz, apenas para apreciar e agradecer o fato de sobrevivermos e estarmos vivos e juntos. Eu sabia que ainda tínhamos muito a conversar, ainda havia o bebê que eu descobrira a existência há tão pouco tempo. Havia decisões a serem tomadas agora que finalmente toda a confusão dessa vida havia chegado num ponto final.
Na verdade, era Felicity quem precisava tomar decisões. Eu sabia exatamente o que eu queria, eu apenas esperava que ela quisesse o mesmo que eu.
Mas eu não iria apressar as coisas, não depois das reviravoltas desse dia. Meu único desejo imediato era que pudéssemos voltar a respirar aliviados, que Felicity se sentisse bem e segura ao meu lado, e que pudéssemos nos amar sem temer que algo ruim acontecesse a qualquer momento. Meu desejo a longo prazo era simples também. Eu queria voltar com Felicity para os Estados Unidos, devolvê-la a vida que ela tinha antes de mim, e com sorte ter a chance de fazer parte dela.
Eu queria que fôssemos uma família.
Não porque ela estava grávida. Eu já queria construir um futuro com Felicity bem antes disso, essa era a única certeza que eu tinha, mesmo quando parecia doloroso sequer sonhar com isso, quando o futuro que tínhamos aqui na Rússia era tão incerto.
Não mais.
Vladmir estava fora do caminho, e seria apenas uma questão de tempo até pegarem Anatoly.
Essa era a nossa chance.
Seguimos para um quarto de hotel de mãos dadas assimilei vagamente a presença de alguns agentes ali, mas nem assim eu conseguia relaxar. E aos poucos eu sentia o peso daquele dia cair sobre meus ombros, desde ser torturado e estar preso na prisão particular de Anatoly à todas as coisas que tive que fazer até encontrar a minha printsessa.
Ela se sacrificou para me salvar. Inferno, ela se casara! Esse pensamento ainda me deixava puto de raiva, eu pensaria numa forma de anular esse casamento mais tarde, meu único consolo era que pelo menos ela conseguira escapar de algo muito pior. E agora eu a tinha comigo, e eu não permitiria que nada ruim ficasse novamente em nosso caminho.
Eu imaginava que não tinha sido fácil para ela também.
Eu quase a perdi.
Nós quase nos perdemos.
Mas no fim, encontramos o caminho de volta um para o outro.
Pensar nisso me trouxe uma emoção diferente, como se com ela eu fosse capaz de tudo. Ela era a minha força, ela me dava razões para lutar sem nunca definhar, ela era minha luz no meio da mais tenebrosa escuridão. E talvez, só talvez eu fosse a força dela também. Talvez o que sentíamos um pelo outro fosse tão forte, que não importavam as provações, não importava o quanto o mundo tentasse nos quebrar ou separar. Nós sempre correríamos em direção um a outro, mesmo que houvesse obstáculos, mesmo que o caminho se mostrasse tortuoso e confuso, você não desiste, porque é isso o que se faz quando se ama alguém, você luta até o fim. E mesmo quando o fim chega, você não o aceita.
Você tem que lutar pelo que seu coração ama, porque viver sem ela, sem a pessoa que possuiu o seu coração, é o mesmo que não viver, é morrer aos poucos sem sequer se importar.
Eu não iria morrer.
Eu iria viver. Com ela.
Passei o cartão abrindo a porta do quarto e todos os meus pensamentos, meus devaneios confusos colidiram no mesmo ponto: ela estava a salvo, ela estava bem e comigo. Não pude evitar um suspiro aliviado ou o estranho sentimento de realização e dever cumprido que tomava conta de mim, esse sentimento já era conhecido ele surgia quando chegávamos ao final de uma guerra. Porém, sempre há uma parte de si mesmo que perdemos quando estamos com o lado mais sombrio do mundo, e eu perdi muitas partes de mim no meu tempo com os Bratvas. Mas agora que a guerra acabara, eu não me sentia incompleto ou vazio, eu não me sentia como se tivesse perdido algo. Não, muito pelo contrário, eu sentia que havia ganhado algo muito mais precioso.
— Você está sorrindo. — Felicity quebrou o silêncio assim que entramos no quarto, ela estava parecendo um pouco curiosa com o meu sorriso despretensioso já que eu não era muito de fazer isso.
— Eu estou. — apenas confirmei deixando que o sorriso se alargasse pelo meu rosto, eu não precisava dizer o porquê eu sorria, Felicity sabia qual a razão. Ela era a razão. — Você deve estar cansada. — Olhei para ela que ainda vestia o fatídico vestido de noiva, a mancha de sangue na região do corpete me lembrando do quão corajosa ela tinha sido para se defender.
— Tente algo como emocionalmente exausta. — confessou num longo lamento — Esse dia todo foi um completo estresse, a maior parte dele eu temi que não fôssemos conseguir. Eu nem sei se ainda consegui processar tudo o que nos aconteceu no dia de hoje, quando eu penso em todos os acontecimentos tudo o que vejo na minha mente é um grande borrão.
— Eu sei exatamente como se sente. — eu estava como ela, embora meu corpo ainda estivesse alerta e tomado pela a adrenalina que era difícil de deixar ir embora, minha mente, depois de muito se torturar, também estava num estado deplorável — Precisamos relaxar e não pensar em nada por essa noite. Amanhã vai ser um dia muito melhor, vamos acordar e apenas absorver a sensação boa que é ter todo um futuro a nossa espera — falei suave, colocando-me a suas costas, deixando que minhas mãos deslizassem por seus ombros numa massagem relaxante, fazendo Felicity ronronar contente.
— Nós precisamos conversar, Oliver. — ela ergueu sua mão fazendo-a tocar a minha em seu ombro. Apreciei um pouco daquele toque sutil e depois girei colocando-me a sua frente, pelo seu olhar eu sabia sobre o que ela gostaria de conversar. Nosso bebê. Planos. O que faríamos agora que o futuro era uma grande tela em branco esperando para ser pintada?
— Não agora. — neguei com um sorriso e um voz baixa e suave demais, e pude sentir que ela estava confusa com aquilo — Me dê um minuto. — pedi me afastando dela e indo até o banheiro do quarto. Quando voltei, poucos minutos depois eu percebi que Felicity ainda estava parada na mesma posição olhando curiosamente para mim.
— Por que você está fugindo da conversa? — ela perguntou diretamente, parecendo um pouco magoada com aquilo.
— Eu não estou fugindo. — ela ergueu uma das sobrancelhas parecendo descrente.
— Isso é sobre eu não ter contado sobre o resultado do teste de gravidez antes? Te induzido a pensar que fosse negativo? Ou as coisas estão diferentes agora que não há uma guerra entre nós? — ela mordeu o lábio inferior enquanto analisava as opções.
— Printsessa... — usei um tom deliberadamente carinhoso enquanto me aproximava e tomava seu rosto em minhas mãos e me perdendo na imensidão azul que eram seus olhos. Deus! Por que ela tinha olhos tão fascinantes? — Eu não estou entendendo as suas inseguranças. Eu a amo, amo cada momento que passo com você, não faz diferença para mim quais a circunstâncias. Esse sentimento apenas está em mim, e ele não vai embora. Nunca. Eu vou sempre amá-la, hoje, amanhã, daqui cem anos... — garanti — E esse bebê. — um sorriso que não pude controlar surgiu em meus lábios, e percebi que Felicity ficou mais atenta — Nosso bebê é uma benção para mim, eu também o amo e não ouse pensar em nada diferente do que isso.
— Me desculpe. — ela fechou os olhos e respirou fundo parecendo um pouco mais calma — Minha mente apenas está uma bagunça sem fim.
— Eu sei. — me aproximei — E é por isso que não quero conversar agora, eu quero apenas que você se coloque em ordem, relaxe e se acalme. Nós temos todo o tempo do mundo. — expliquei dando maior ênfase na última frase.
— Nós temos tempo. — os olhos de Felicity ganharam um brilho novo e ela sorriu maravilhada com aquela descoberta recente. Tudo em nosso relacionamento tinha sido com o tempo contado. Nossos momentos foram breves e furtivos, e nós simplesmente tentávamos aproveitar o tempo que conseguíamos roubar, nós nunca pudemos ir a um encontro como um casal normal, passear de mãos dadas. Um minuto a mais que passávamos juntos, um beijo que roubávamos no momento errado, poderia colocar tudo em perigo. Por isso por tantas vezes nos restringíamos.
Mas não havia mais restrições.
Não havia mais perigos.
Só havia tempo.
E tempo era tudo o que precisávamos para a vida inteira que ainda tínhamos pela frente. Beijei Felicity suavemente nos lábios, apenas um toque singelo, apenas para lembrá-la de que não havia pressa.
— O que está fazendo? — me questionou, quando deixei seus lábios e mudei de posição ficando atrás dela, meus dedos deslizando suavemente por seus ombros e costas, desfazendo pacientemente os botões de contas daquele vestido, da mesma forma que eu já havia feito num outro dia.
Eu estava gostando da ideia de despi-la em um vestido de noiva, talvez na próxima vez que o fizesse, eu a despisse do que ela usasse na nossa cerimônia. Um sorriso esperançoso e feliz brincou em meus lábios com aquela ideia. Eu queria tudo com Felicity: casamento, filhos, família... E um desses desejos já estava a caminho!
— Primeiro eu vou despi-la desse vestido. — falei vagarosamente enquanto deslizava minhas mãos sem pressa por sua pele sedosa — Depois, eu vou pegá-la no meu colo e levá-la para o banheiro onde eu descobri que há uma banheira grande o suficiente para nós dois. — expliquei sussurrando em seu ouvido, um pequeno gemido de satisfação escapou de seus lábios e senti seu corpo se arrepiar diante da minha proposta — E então eu vou cuidar de você. — finalizei desabotoando o último botão vendo com satisfação o vestido deslizar por suas pernas e cair aos seus pés.
Sua imagem praticamente nua a minha frente era uma tentação que imediatamente me deixou excitado. Milhares de imagens de nós dois se apoderaram da minha mente. Eu queria o corpo dela sob o meu, eu queria sentir nossas peles queimando juntas, eu queria beijar cada parte sensível de seu corpo e arrancar gemidos e gritos de prazer enquanto eu me afundava dentro nela. Eu queria nossos corpos se movendo naquela dança sensual que usava as batidas de nossos corações como música. Mas eu precisava me conter. Não seria irônico se após todo o meu discurso de termos tempo para ir devagar eu simplesmente a arrastasse até a cama e a tomasse para mim de forma desesperada? Eu a queria, muito. Mas eu queria o bem estar dela, eu a queria feliz, para que quando eu a fizesse minha novamente não houvesse mais dúvidas ou medos.
Haveria apenas nós e o nosso amor.
Eu terminei de despi-la e então a peguei em meus braços de repente fazendo-a rir com meu impulso inesperado, e só então eu percebi que nunca tinha ouvido Felicity rir.
Não uma risada completa e feliz.
Sua risada penetrava em meu coração.
Eu nunca tinha escutado nada tão puro, tão verdadeiro e feliz.
Eu queria mais risadas na vida dela.
Eu me certificaria de que ela teria.
A levei para o banheiro e a coloquei na banheira delicadamente, beijando seus lábios tentadores demorada e sensualmente. Eu quase deixei que ela me puxasse de roupa e tudo para a banheira com ela quando o beijo se tornou intenso demais e clamava por maior contato. Eu não sei como encontrei forças para me afastar e começar a tirar minhas roupas, o tempo todo sobre o olhar atento de Felicity. Quando finalmente estava despido entrei na banheira e me sentei atrás dela acomodando seu corpo pequeno entre minhas pernas. Aquela posição era uma verdadeira tortura, Felicity nua, seu corpo molhado e quente junto ao meu roçando de modo tão íntimo e quase erótico, tudo naquela imagem era um tormento. Mas eu apenas respirei fundo, esse momento não era para ser sobre sexo, pelo menos não ainda, era apenas para relaxar e esquecer o mundo lá fora. Era para ser sobre nós.
Felicity inclinou o corpo para trás suspirando audivelmente, suas costas se acomodaram em meu tronco e enquanto ela afundava o corpo um pouco mais sob a água, ela fechou seus olhos, mantendo um pequeno sorriso nos lábios e uma expressão serena na face que me cativava. Sentir seu corpo junto ao meu parecia algo certo e natural, e sem que eu percebesse eu acabei relaxando também.
Eu deixava beijos lentos e sensuais na curva do seu pescoço, e passeava vagarosamente as mãos pelo corpo nu e convidativo de Felicity, que parecia ainda mais sensível a qualquer toque meu. Minhas mãos deslizaram por seus seios e barriga, descendo um pouco mais para baixo e foi quando eu senti Felicity ficar um pouco desperta.
— Nós temos um pequeno bebê crescendo aqui. — disse emocionado em seu ouvido enquanto deslizava a mão preguiçosamente em seu ventre liso, imaginando como ela ficaria quando exibisse uma grande e redonda barriga. Eu estava tentando conter a felicidade que a mera imagem mental me causava, porque eu não queria assustar Felicity com o quanto eu estava ansioso para isso. Mas era impossível não sorrir tolamente apenas em pensar em nosso bebê, que havia um pedaço do amor de nós dois crescendo bem ali.
Eu me lembrei de sonhar com meu futuro com Felicity certa noite.
Me lembrei da felicidade que senti quando eu percebi que tínhamos uma família, eu, ela e uma pequena garotinha de olhos azuis brilhantes e petulantes como os da mãe. Naquela época esse sonho parecia tão impossível de alcançar que eu apenas o varri para o canto da minha mente onde eu guardava os sonhos que eu não deveria me atrever a ter. Mas agora, ele estava ali e a cada minuto esse sonho se tornava ainda mais real.
Era possível ser mais feliz?
Era possível que Felicity me fizesse mais feliz?
Eu apostava que sim, havia algo nela, sempre me surpreendendo, sempre despertando em mim um novo e desconhecido sentimento.
— Nós temos. — ela confirmou suas mãos cobrindo as minhas e meu coração reagiu como um louco, eu senti uma emoção diferente passar por mim.
— Vamos fazer dar certo, printsessa. — falei com certa urgência, deixando um beijo mais demorado em seu ombro, eu queria que houvesse um jeito de recompensá-la por toda a felicidade que ela me dava — Eu queria poder oferecer mais a vocês, mas eu não tenho muito. Tudo o que eu posso lhe dar é meu coração, e a promessa de que ele ou ela não conhecerá nada menos do que amor conosco. E eu prometo a você, printsessa, eu serei o melhor pai que eu conseguir ser, e irei até o inferno apenas para fazer vocês dois felizes.
— Eu sei que vai ser o melhor pai do mundo. — Felicity disse com uma certeza que me surpreendeu. Ela saiu da posição em que estávamos e se virou ficando de frente para mim, seus olhos queimando nos meus. — E eu sei o quanto você não desiste de uma promessa, mas eu apreciaria se você não tivesse que ir até o inferno para cumpri-la. Entretanto, eu aceito o seu coração uma vez que você também aceite o meu.
— Eu o aceito. — segurei seus quadris com minhas mãos e a puxei para mim, acomodei Felicity sentada sobre mim, minhas mãos deslizando por suas costas molhadas enquanto eu sentia meu desejo crescer ainda mais por causa da nova posição — Eu vou me esforçar todos os dias para te fazer feliz.
— Você não precisa se esforçar para isso, amor — negou com a cabeça e senti a palma de sua mão se colocar sob meu rosto o acariciando delicadamente — Apenas fique ao meu lado, e eu tenho certeza que a felicidade vai estar junto. — Eu sorri ao escutar a simplicidade do seu pedido.
— Eu posso fazer isso, printsessa. — respondi com entusiasmo, trazendo-a mais para mim. Meus lábios tomaram os dela num beijo que deveria ser delicado, mas no instante que nossas bocas se chocaram, não conseguíamos mais parar. Era passional e urgente, e marcado por um certo medo de perder. Eu a queria o mais perto possível de mim, eu temia acordar de um longo sonho e me ver ainda preso na cela de Anatoly e percebendo que nada disso era real. Eu temia estar morto no fundo daquele rio gélido, preso nessa espécie de paraíso enquanto Felicity estava perdida para sempre nos braços de Vladmir. Talvez até mesmo a mesmo a gravidez dela fosse algo da minha mente, um meio de ainda acreditar que era possível ter tudo ou fugir dessa realidade caótica.
Eu aprofundei aquele beijo o dominando de forma feroz comprimindo seu corpo contra o meu, tentando provar a mim mesmo que não havia como minha mente fingir aquele gosto doce ou a forma como Felicity correspondia a mim. Eu espalmei minhas mãos em suas costas puxando seu corpo para mim deixando que o contato da sua pele com a minha me mostrasse que ela estava aqui, ela era real, ela era minha e eu não havia a perdido. Seus seios roçaram meu peitoral provocando-me, eu espalmei minhas mãos em sua bunda deixando seu sexo contra o meu, nós dois gememos e eu quase mandei qualquer preliminar para o inferno tamanho era o meu desejo de me afundar dentro nela agora.
Felicity arfava e correspondia a cada toque meu com a mesma intensidade e desespero. Eu me vi obrigado a parar, a quebrar aquele beijo e a me afastar um pouco antes que tudo saísse do controle. Sua boca ainda buscava sedenta pela minha, mas eu apenas colei minha testa na dela respirando o gosto da sua respiração, apreciando o contato de nossos corpos e o fato de que eu segurava em minhas mãos tudo o que eu mais amava.
— Você está aqui comigo, não está, printsessa? — eu precisava confirmar.
Eu não estava acostumado a receber coisas boas na minha vida, e Felicity se classificava como a melhor.
— Sim, eu estou aonde pertenço. — Ela colocou uma das mãos entre nós, sob o meu coração e sorriu, seu sorriso voltando a me acalmar e me fazendo perceber o quão sortudo eu era por tê-la.
Nós quase nos perdemos hoje. Era normal, e até mesmo natural que eu a quisesse em meus braços tão desesperadamente. Mas mesmo assim eu me forcei a diminuir um pouco o ritmo, a pressionar meus lábios contra os seus de forma mais terna e carinhosa conduzindo-os com calma num beijo mais delicado, porém nem por isso, menos intenso.
Eu toquei cada parte do seu corpo com suavidade, minhas mãos deslizaram por suas costas, apertaram suas coxas e massagearam seus belos seios, reconhecendo e amando cada curva perfeita do corpo dela enquanto eu segui a beijando. Eu beijava seus lábios, seu rosto, seu pescoço e ombros e depois refazia o caminho até que senti Felicity estremecer em meus braços.
— Está com frio? — perguntei, afastando minimamente minha boca da dela. Eu era consciente que a espuma havia diminuído e a água da banheira havia esfriado um pouco, mas eu não queria sair daqui ainda.
— Eu estou sentindo tudo, menos frio. — disse com um pequeno sorriso assumindo a liderança do novo beijo, tocando-me da mesma forma que eu a tocava, provocando-me com carícias lentas e sedutoras. Havia certo erotismo em ir devagar, em tocar e estimular nossos corpos indo até o limiar do prazer, mas recuando logo em seguida.
Embora eu soubesse que eu não ia aguentar por muito tempo.
— Oliver... — Felicity gemeu meu nome contra o meu ouvido, e eu soube que ela também não conseguia mais esperar. Então eu a ergui pelos quadris, acomodando minha ereção embaixo dela, quando a senti descer, meu membro afundando dentro dela fui tomado por uma sensação de plenitude inexplicável que apenas Felicity já me causara.
Era ela.
A mulher que eu amava e sempre amaria.
E finalmente nós não precisávamos nos preocupar com o amanhã, porque agora nós tínhamos o nosso sempre.
Felicity ditou o ritmo no começo montando-me perigosamente devagar enquanto continuávamos a nos acariciar, até que se tornou tortura demais para suportar. Eu coloquei firmemente minhas mãos em sua cintura, e num rápido movimento eu a girei na banheira, invertendo nossas posições e fazendo a água escorrer pelos lados enquanto eu me colocava por cima dela. Eu saqueei sua boca tentadora com vontade, eu deslizei minhas mãos afoitas em seu corpo e Felicity enrolou suas pernas ao redor do meu quadril puxando-me para si fazendo-me penetrá-la mais profundamente. Nós seguimos nos movimentamos em perfeita sincronia, cada nova investida jogando ainda mais água para fora da banheira. Mas eu não me importava com mais nada ao nosso redor, tudo o que me importava era Felicity e o modo como nos perdíamos e nos encontrávamos um no outro.
E quando o orgasmo veio foi dolorosamente intenso e prazeroso para nós dois. Eu bebi dos seus gemidos enquanto sentia seu sexo se apertar ao redor do meu, e continuei a me movimentar até ser consumido pela minha própria onda de prazer.
Deixei meu corpo saciado cair sobre o dela, tomando o cuidado de me segurar nas bordas da banheira para não sobrecarregá-la com meu peso. E durante um longo tempo nossos lábios se tocaram num beijo preguiçoso e calmo, enquanto esperávamos que nossos corpos se recuperassem para que pudéssemos nos amar novamente.
Pela primeira vez nós podíamos nos amar sem pressa ou medo, tomando nosso tempo para sentir e conhecer o outro, porque sabíamos que tínhamos todo o tempo do mundo para amar.
E era só disso o que precisávamos.
***
Sequei os cabelos de Felicity com uma toalha, enquanto trocávamos beijos e ríamos como dois adolescentes que acabaram de fazer uma travessura. O que nós realmente fizemos, o banheiro estava quase que alagado e a água da banheira havia sido reduzida pela metade, minhas roupas estavam jogadas no chão completamente ensopadas, deixando bem claro o que havia acontecido por ali.
Era tão diferente aquela tranquilidade, aquela felicidade pura que não precisávamos mais esconder. Seria fácil evoluir isso para sexo novamente, aproveitar o clima leve e nos divertirmos um pouco mais, nós nunca tínhamos sido um casal normal que apenas se diverte ou ri. Mas agora poderíamos ser, nós poderíamos ser tudo o que quiséssemos. E novamente eu me peguei sorrindo diante daquela tela em branco que era nosso futuro.
Mas eu queria ir devagar, tomar as decisões do nosso futuro junto com ela, e eu queria acima de tudo aproveitar cada pequeno momento nosso.
Não é isso o que as pessoas dizem? Que a felicidade estava nos pequenos momentos? Eu entendia isso agora, apenas em olhar para Felicity eu me sentia grato e feliz por tê-la na minha vida.
— Você está sorrindo muito. — Felicity ainda parecia surpresa com aquilo.
— E isso é um problema? — questionei.
— Não, é apenas diferente... Eu estava acostumada com um capitão bratva mal humorado. — ela brincou.
— Eu não era tão mal humorado. — me defendi, e Felicity apenas arqueou uma das sobrancelhas — Isso não importa mais, o que importa é que agora eu tenho um motivo para me fazer sorrir...
Empurrei seu corpo com o meu prendendo-a contra a parede, minha boca encontrou a curva deliciosa do seu pescoço e permaneci ali beijando e marcando sua pele alva, me deliciando com a reação efusiva de Felicity que tinha seus dedos bagunçando meus cabelos. Minhas mãos rapidamente se desfizeram da toalha branca que estava ao redor do seu corpo, e o primeiro lugar que tocaram foi sua barriga ainda lisa.
— Na verdade, eu tenho dois motivos para sorrir agora. — comentei antes de tomar seus lábios naquela fome desesperada e insaciável que eu sempre sentia dela, e logo quando as carícias começavam a evoluir ainda mais, escutei o toque incessante do telefone do quarto me deixando um pouco tenso e me fazendo recuar.
— Algo errado? — Felicity perguntou apreensiva. Deixei um beijo sobre sua testa e obriguei meu corpo a se afastar dela, mesmo que isso me causasse quase que uma dor física.
— Eu vou atender para descobrir — avisei e deixei o banheiro indo para o quarto, assim que desligava o telefone Felicity apareceu, e para a minha tristeza totalmente vestida com uma legging preta e camiseta da mesma cor.
— Está tudo bem? — ela perguntou, estreitando os olhos na minha direção.
— Sim. — a tranquilizei — Era apenas Diggle, ele queria falar comigo, informar algumas coisas, mas isso pode esperar até amanhã. — determinei, deixando claro qual era a minha prioridade — Por que você está vestida? — inspecionei novamente seu corpo tentando não mostrar minha chateação com aquilo, e ela apenas riu.
— Eu encontrei roupas limpas no banheiro. — deu de ombros — Acho que essas são para você.
— Ok. — respondi, me sentindo um tanto quanto rabugento quando ela me entregou as roupas, e vi Felicity se afastar e se sentar no centro da cama puxando as pernas me observando e parecendo achar graça de toda a situação.
— Podemos conversar agora? — Felicity perguntou assim que terminei de vestir o par de roupas limpas e confortáveis. Fiz uma nota mental para agradecer Diggle por isso mais tarde, ele se lembrara de tudo. — Sobre nós e o bebê. — ela começou cautelosa, a forma como ela prendia seu lábio inferior entre os dentes demonstrava isso claramente. Eu não entendia o porquê de ela estar sendo tão reticente com esse assunto, mas algo me dizia que tinha a ver com a minha reação no momento em que ela simplesmente jogara a notícia da gravidez sobre mim.
Eu minha defesa, eu estava tentando tirá-la da casa de Vladmir, quando ela me disse que estava grávida eu apenas senti ainda mais a pressão, eu tinha que salvar e proteger, não apenas a ela, mas ao nosso filho também. Não podia me dar ao luxo de ser emocional naquele momento quando havia tanto em risco.
— Podemos falar sobre isso a noite inteira. — Eu me sentei ao seu lado e toquei seu lábio inferior com meu polegar, fazendo-a deixar de mordê-lo — Eu tenho muitos planos.
— Você tem? — ela me encarou parecendo surpresa com aquilo.
— Humhum... — concordei voltando a pousar meus lábios sobre os dela mais uma vez. O que havia em seus lábios dos quais eu simplesmente não conseguia me afastar?
— Podemos falar sobre eles agora? — seus olhos brilharam para mim com excitação, a qual eu não pude resistir, eu nunca a tinha visto assim tão adorável.
— Todos eles colocam você em uma deliciosa encrenca. — pontuei enrolando uma mecha de seus cabelos molhados em meus dedos, e suas sobrancelhas franziram mostrando-me que ela não fazia ideia do que eu falava. Deixei um sorriso se expandir em meu rosto, eu gostava da ideia de surpreendê-la de alguma forma.
— Eu acho que gostaria de estar encrencada com você. — disse de uma maneira tão inocentemente tentadora e ansiosa que me desnorteou. Eu queria falar agora, eu queria desmanchar meu coração em promessas, e depois que ela as aceitasse eu queria apenas deitar na cama ao seu lado e conversar, dividir meus planos e sonhos e fazer novos com ela, contemplar todo o futuro que ainda tínhamos pela frente.
Eu queria começar a pintar com ela aquela tela em branco.
— Printsessa... — me interrompi quando escutei o som de alguém batendo a porta, atrapalhando o nosso pequeno momento. Levantei-me da cama a contragosto, me afastando de Felicity e indo até a porta. Era bom que não fosse Diggle, ele era meu amigo e havia salvado minha pele mais vezes hoje do que eu poderia contar, eu devia a ele se Felicity estava aqui sã e salva comigo agora. Mas eu havia deixado claro em seu telefonema que poderíamos conversar depois e ele parecera compreensível.
Abri a porta, e diferente do que eu esperava não era Diggle quem estava ali.
— Me desculpe interromper, Oliver. — uma Donna Smoak muito nervosa falou atropelando as palavras, lançando-as como uma enchente — Eu apenas queria ver a minha filha, o senhor Diggle me avisou que ela estava bem e aqui e eu fiquei pensando o porquê dela ainda não ter vindo me ver. Você não faz ideia do quanto eu posso surtar e ser neurótica quando se trata da minha filha. Ela é tudo o que eu tenho, e não poder vê-la com meus próprios olhos e me certificar que ela está perfeitamente bem, me enlouquece. Eu acho que é algo de mãe, você provavelmente entenderá melhor quando tiver seus filhos. — Me senti culpado. Eu havia me esquecido completamente de Donna, eu estava sendo egoísta e monopolizando Felicity completamente, enquanto a mãe dela surtava de preocupação. E Donna estava errada eu já entendia a preocupação dela, a mera ideia de algo acontecer a Felicity e o bebê e eu não poder certificar isso com meus próprios olhos me enlouquecia também. — Mas agora, vendo você aqui eu acho que posso entender completamente porque Felicity ainda não teve tempo para a mãe. — ela disse com uma piscadela feliz e sugestiva, e sentir meu rosto arder um pouco com aquela declaração nenhum pouco sutil.
— Me desculpe por fazê-la esperar, você é livre para vê-la. — Dei passagem para Donna, que imediatamente correu até a filha a envolvendo num abraço apertado e terno. Eu sorri vendo a imagem das duas, o quanto de amor havia ali, o quanto elas eram a família uma da outra. Eu entendi tão bem Felicity por repudiar Anatoly como seu pai, porque não importava os laços de sangue que os unia, família é quem cuida e ama você.
Felicity era a minha família.
Eu nunca falava sobre a morte dos meus pais, tinha sido num trágico atentado terrorista há muito tempo atrás e eu aprendi a viver com isso. Usei minha perda e dispus minha vida para tentar tornar um mundo um lugar melhor para a família dos outros, para que ninguém jamais tivesse que perder tudo como eu perdi... Mas essa era a primeira vez que eu me via pensando que talvez eu estivesse tornando o mundo um lugar melhor para mim também. Para a família que eu desejava ter um dia. Para a família que eu estava começando a ter.
Sorri para a imagem das duas, Donna tinha as mãos ao redor do rosto da filha certificando-se de que ela estava perfeitamente bem.
— Por que eu não dou a vocês duas um momento? Eu preciso conversar com Diggle e ver se tudo está bem. — Donna sorriu assentindo, mas Felicity me olhou com um pouco de receio.
— Oliver? — Felicity chamou meu nome e seus olhos vieram para mim com dúvidas.
— Nós terminamos a conversa depois, printsessa. — falei com um sorriso verdadeiro no rosto enquanto me aproximava e a beijei ternamente sobre os lábios. Eu sabia que nós tínhamos tempo para conversar, todo um futuro nos esperava, não havia necessidade de irmos com pressa agora.
E eu estava determinado a ir no tempo certo. Aproveitando cada pequeno momento com ela, porque se eu havia aprendido algo era o quanto cada pequeno momento era precioso e merecia ser apreciado.
— Agradeça ao Diggle por mim. — ela pediu, seu olhar deixando-me perceber o quanto ela realmente estava agradecida.
— Eu irei. — garanti, sorrindo de volta para ela, mas virando e seguindo o caminho até a porta, quando eu deixava o quarto eu pude ouvir claramente a voz de Donna Smoak falando com a filha.
— Querida, você precisa me contar tudo sobre o Oliver! E eu quero saber de todos os detalhes sórdidos! Como se conheceram? Vocês já dormiram juntos? Que pergunta tola, é claro que sim! Dá para ver nessa sua carinha avermelhada. Eu estou tão animada sobre vocês dois e...
Fechei a porta sentindo um sorriso bobo no rosto enquanto eu me segurava para não rir. Parece que eu tinha a aprovação da minha futura sogra, bem pelo menos até ela saber que eu tinha sequestrado a filha dela!
***
O quarto de Diggle ficava a poucos passos do meu, quase no final do corredor para ser mais preciso, eu mal bati a porta e ele logo a abriu exibindo seu sorriso sempre amigável.
— Eu pensei que você não iria falar comigo nessa noite. Você disse que estava muito ocupado cuidando da sua printsessa. — Ele repetiu com evidente diversão na voz. — Onde ela está?
— No quarto conversando com Donna. — ele assentiu compreendendo — Sobre o que você queria conversar comigo aquela hora que ligou?
— Preciso te atualizar em algumas informações, a principal é que Vladmir está morto. — disse de uma única vez, fechando a porta assim que eu passei.
— Eu não vou fingir que isso não é um alívio. — comentei, seguindo Diggle e me sentando em uma das cadeiras que havia ali, a mesa em frente a ela estava repleta de fotos de criminosos que eu tive o desprazer de conhecer no meu tempo nos bratvas, além de alguns documentos confidenciais. Eu tinha certeza que Diggle estava trabalhando nisso antes de eu chegar — Ele morreu por causa do tiro de Felicity? — questionei, não gostando da ideia de que ela carregasse o peso de um assassinato, por mais que as circunstâncias fossem justificáveis e que Vladmir merecesse. Ela não precisava conviver com isso.
— Não. — respondeu, e imediatamente me senti aliviado — Ele morreu ao resistir a prisão, ele tentou fugir e foi pego no fogo cruzado.
— Bom. — assenti — E quanto ao Anatoly? — perguntei, sentindo a raiva passar por mim apenas em pronunciar o nome dele. Eu precisei de muito sangue frio para trabalhar para um homem tão sem escrúpulos como aquele, para fechar meus olhos e fingir não me importar com sua falta de caráter e atos sórdidos, era muito bom finalmente poder mostrar abertamente meu desprezo.
— Não conseguimos encontrá-lo. — Eu segurei os palavrões que gritavam na minha mente, mas eu não podia deixar de dizer que não estava surpreso. Anatoly não seria fácil de ser derrubado, ele era um exímio jogador e querendo ou não ao arruinar meu disfarce eu havia entregado o jogo para ele — Ele foi metódico, de alguma forma ele sabia que estávamos indo e simplesmente limpou tudo. Seu paradeiro é uma incógnita, mas suponho que ele não deixaria o país, ainda mais agora que o maior rival está morto. Não seria bom para os negócios. — Diggle explicou e eu odiava o quanto ele estava certo, Anatoly daria um jeito de usar o corpo de Vladmir como uma escada.
— Merda! — bati o punho na mesa com força me colocando de pé e deixando que a frustração me dominasse — Temos que tirar Felicity da Rússia. — anunciei, se Anatoly estava na Rússia eu levaria Felicity para o outro lado do mundo imediatamente, não havia uma maldita chance de deixá-la perto dele. Ele era conhecido por ser uma pessoa vingativa, eu não deixaria Felicity perto do seu radar caso ele planejasse algo contra ela.
— Era isso o que queria falar com você. — adquiriu um tom mais profissional — Aqui está o seu distintivo e sua arma, agora que seu disfarce como bratva já não pode ser usado, você é novamente um agente. — ele colocou ambos sobre a mesa, deslizando-os até mim. Eu os peguei, um pouco hesitante — Lyla me disse para avisá-lo que suas ordens são para ficar na Rússia e terminar o serviço... — fiquei tenso com aquilo. Ficar aqui? E Felicity? E nosso bebê? — Mas ela disse também que não informaria aos superiores caso você decidisse partir, ela entende a complexidade da situação.
— Parece que há uma vantagem quando a sua chefe é casada com o seu melhor amigo. — comentei fazendo Diggle rir descontraído.
— Sem dúvida, todas as nossas conversas de travesseiro são sobre você. Lyla riu muito quando eu contei a ela que você havia se apaixonado pela filha do líder da máfia russa — Diggle brincou, mas seu semblante ficou mais sério e ele deu alguns passos se aproximando de mim, encostou-se a mesa e cruzou os braços me fitando com seu olhar sempre tão compreensível — Eu preciso te perguntar, Oliver. Vai ficar na Rússia e nos ajudar a pegar Anatoly, ou vai deixar o país com Felicity?
Havia aquela parte de mim que almejava por vingança, eu queria ser aquele a fazer Anatoly pagar depois de tudo o que fez à própria filha, eu queria vê-lo trancado numa cela escura e que ele jamais visse a luz do sol novamente. Eu havia lhe prometido que o faria pagar por isso e eu não era conhecido por quebrar uma promessa.
Mas havia Felicity e o nosso bebê.
Eu não podia simplesmente virar as costas para eles e ir atrás dessa vingança. Por que no fim, quando eu colocava na balança meu amor por eles e meu desejo de destruir Anatoly a resposta era simples e fácil.
Sequer havia dúvidas.
O amor vencia.
E eu já estava cansado de sentimentos destrutivos na minha vida. Era hora de ter um recomeço com Felicity e nosso filho, tudo o que eu desejava para eles era uma vida plena e feliz, eu queria apagar cada momento de dor que Felicity passou aqui na Rússia e eu só conseguiria isso estando com ela, construindo uma nova história.
— Eu sinto muito, mas eu não posso deixá-la, Diggle. — respondi.
— Eu imaginei que você fosse dizer isso. — ele não parecia surpreso ou desapontado com minha decisão, na verdade Diggle tinha um sorriso orgulhoso nos lábios — Não se preocupe, vamos pegá-lo e manteremos você informado. — falou dando tapinhas amigáveis em meu ombro.
— Ela está grávida. — não sei o que me levou a contar, mas ao fazê-lo eu me senti tão bem — Eu serei pai, Diggle. — falei sorrindo abertamente, deixando que a emoção que eu sentia fluíssem para fora de mim, transparecendo em minhas palavras e naquele sorriso tolo que eu não conseguia fazer desaparecer do meu rosto.
— Eu desejo apenas o melhor a vocês dois e ao bebê — Diggle disse rindo juntamente comigo e fui surpreendido pelo seu abraço amigável — Vocês lutaram com tudo por essa felicidade, vocês a merecem.
— Obrigado. — agradeci — Você pode organizar nossa volta ainda hoje? Eu não quero Felicity aqui por mais tempo. — Mudei para um assunto um pouco mais urgente.
— Já temos um avião a espera. — sorri, Diggle nunca fazia um trabalho pela metade.
— Ótimo, eu vou avisar Felicity e Donna. E obrigado novamente, amigo.
— Sempre que precisar. — declarou contente.
Deixei o quarto de Diggle e caminhei de volta para o quarto em que deixei Felicity e Donna, eu deveria me sentir aliviado, era o fim. Iríamos embora ainda hoje e deixaríamos tudo para trás, mas por que será que havia aquela estranha sensação de aperto no meu peito? Como se houvesse algo para dar errado?
Talvez eu estivesse tão desacostumado a ver tudo dando certo, que minha mente estivesse sempre na espera do momento em que as coisas boas teriam seu fim. Eu tentei varrer esse pensamento para longe, determinado a não ser mais tão pessimista, mas não consegui. Na medida em que eu me aproximava do quarto de Felicity, a pressão em meu peito crescia se tornando quase insuportável.
Quando eu finalmente cheguei ao quarto e vi a porta aberta eu entendi a razão daquele aperto em meu coração.
Donna estava caída ao chão, inconsciente.
E no outro lado do quarto estava o próprio diabo.
— Olá, Oliver. — Anatoly disse com sua voz sempre tão fria e impessoal, embora eu distinguisse os nuances de raiva nela agora. Meus olhos foram diretamente para Felicity que estava a sua frente. Anatoly tinha um dos braços ao redor do pescoço dela, e uma arma apontada para a sua cabeça, impedindo-a de fugir — Parece que você está com algo que me pertence. Se importa se eu pegar de volta?
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Penúltimo capítulo! E aí, preparados para se despedir de WAR??? Porque eu não estou :(
Aguardo a opinião de vocês nos comentários! Beijos!