O Encanto da Rosa escrita por Nat Rodrigues


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

Bom, eu espero que gostem. Fiz essa fic com muito carinho ♥
Boa leitura!



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Clarisse já não sabia mais o que pensar. Estava cansada de entrar e sair de relacionamentos que apenas a machucavam, e isso estava começando a desmotivá-la de seguir com sua vida. Odiava ver como ter ou não alguém ao seu lado a afetava. Até seu costumeiro café de domingo a tarde, em sua padaria favorita, estava sem graça. Sentada em uma das mesas que ficavam ao céu aberto, ela analisava as pessoas passando, sem interesse algum. Só despertou de seus devaneios quando uma voz rouca lhe chamou a atenção:

            - Por que um olhar tão triste no rosto de uma moça tão bela?

            Levemente surpresa, Clarisse analisou o homem que se localizava diante de si. Cabelos escuros, olhos cor de mel, pele morena e uma boca rosada. Vestido com um estranho sobretudo preto, calças brancas e um chapéu cinza, aparentando no máximo trinta anos. Em seu braço esquerdo um cesto de palha estava cheio de rosas cor-de-rosa, que pareciam ter um brilho dourado graças aos raios solares. Ela poderia ter ignorado a pergunta, ou mudado de assunto, mas resolveu, com certa amargura, responder.

            - Não acredito mais no amor.

            Um sorriso calmo surgiu no rosto do estranho, como se ele já estivesse acostumado a ver situações como aquela, ou passado por elas.

            - E em magia, acredita? – Indagou. Clarisse suspirou, com certo desdém. Passando a mão por seu longo cabelo castanho, formou um coque, e encarou o sujeito.

            - Claro, por que não? – Retrucou com ironia.

            - Vê essa rosa? – Questionou o homem tirando uma de suas rosas do cesto. Clarisse apenas assentiu, dando espaço para que ele continuasse a falar. – Está encantada. Aquele que tiver bom coração, e acreditar, encontrará a alma a que está predestinado.

            - Não me venha com esse papo charlatão para que eu compre a maldita rosa. – Clarisse o cortou, irritada. Seu dia já estava ruim o bastante. Ela não precisava ficar ouvindo sobre “almas gêmeas” ou “cara metade” de um desconhecido.

            - Bem, você não me deixa escolha... – Respondeu-a, encarando os olhos castanhos escuro de Clarisse. Sorriu de forma doce, e colocou a rosa em sua mão. – É um presente. Aceite. – Pediu, e antes que ela pudesse recusar, foi embora.

            Dizer que Clarisse estava surpresa seria pouco. Aquela tinha sido a conversa mais estranha que se lembrava de ter tido. Segurando a rosa com delicadeza, inalou o doce aroma, sentindo dentro de si uma súbita paz se instaurar. Com os olhos fechados tateou o caule e as pétalas, sentindo os espinhos e o veludo. Chegou à conclusão que o amor era como aquela rosa: Ao mesmo tempo trazia conforto e dor. E talvez, mas só talvez, ainda valesse à pena buscar por ele.

            Despertou de seu encanto momentâneo com a rosa, assim que ouviu três “Click’s” seguidos.

            - Ah, perdão! Não queria te atrapalhar. – Um garoto, segurando uma câmera profissional, desculpou-se coçando a cabeça com vergonha. – É que estava tão bonita, que não pude deixar o momento passar...

            Sentindo o rosto esquentar, Clarisse apenas arregalou os olhos. O brilho dourado da rosa em sua mão parecia ter se intensificado, apesar de o sol ter sido encoberto pelas nuvens. Estava abobalhada; perdida. Seria verdade o que o sujeito estranho lhe falara?

            - Desculpe. Você quer que eu apague a foto? É que estou fazendo um curso de fotografia, e o tema é “Graciosidades da Cidade”, e não pude deixar de notar você. – Explicava apressado, de modo desajeitado. – Quer dizer... Adoro essa padaria e achei que seria o cenário perfeito, então estava fotografando o lugar... E...

            - Posso ver? – Clarisse interrompe-o. Estranhamente, assim que o sujeito se aproximou, não pode segurar o sorriso. O jeito dele segurar a câmera, mexer no cabelo castanho desarrumado, ou ajeitar os óculos quadrados, pareciam engraçados. Ele era agitado demais.

            - Aqui. – Ele entregou a câmera nas mãos dela, e sorriu. Enquanto Clarisse analisava a foto, deixou a rosa sobre a mesa. Interessado por sua cor exuberante, o fotógrafo a pegou, buscando sentir seu aroma.

            - Ficou realmente boa... – Clarisse elogiou, dirigindo seu olhar ao fotógrafo. Sem perceber, trancou sua respiração, sentindo o coração bater mais rápido. Assim como ela na foto, ele segurava a rosa, com os olhos fechados e uma expressão serena. Uma das pétalas caiu, despertando a atenção dos dois, pois, mesmo sem vento algum, ela deslizou da mão dele e caiu na mão de Clarisse. Como um ímã, os olhares se atraíram.

            - Miguel – Apresentou-se estendendo a mão

            - Clarisse.

            - Aceita tomar um café comigo, Clarisse? – Miguel pediu, devolvendo a rosa.

            - Claro. – Sorriu, sentindo-se realmente feliz. Ali, olhando para ele, não sentia mais o medo de sofrer com os espinhos. Aliás, agora estava fã de flores cor-de-rosa com um brilho dourado. Não havia palavras para demonstrar o quanto seu coração estava grato.    

            Se não estivessem tão extasiados com a presença um do outro, Clarisse e Miguel teriam percebido que no outro lado da rua, um homem de chapéu e sobretudo observava-os com um sorriso satisfeito. Um tempo depois, ele os deixou e seguiu a busca de novos corações para juntar.   


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Notas finais do capítulo

Gostou? Espero que sim. Ficaria muito feliz em receber sua opinião (seja ela boa ou ruim)!
ps: não, gente, o homem de sobretudo não é o que imagino de "cupido" do século 21, mas bem que eu queria encontrar ele por aí... shaushaushuas