Proibida Pra Mim escrita por GabriellySantana


Capítulo 42
41º Capítulo – “Não cometa o mesmo erro que eu.”


Notas iniciais do capítulo

Oi leitores, como estão?

Sei que sumi e estou em débito com vocês. A questão é que tive provas na faculdade e estou tento que gerenciar todos os meus estágios e aula - além de atividades e provas. Prometo que vou tentar não atrasar novamente.

Sem mais, boa leitura.



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Dormir nas últimas noites tem sido difícil. Estar em casa me faz sentir segura, mas isso, com certeza, não tem ajudado. A parte do meu cérebro responsável pelas lembranças, parece estar intimamente ligada a parte que me faz sonhar e isso tem transformado todas as últimas noites em sessões infinitas de lembranças recentes e antigas.

Ver a chuva cair lá fora, enquanto a paisagem passa rápido ao passo que o ônibus segue pela estrada, faz minha mente viajar pelas últimas semanas e de como tudo tem sido estranhamente vazio. Lembro de como precisei brigar com o Felipe e a Paloma para convencê-los de que “estava bem e precisava voltar a faculdade” e de que “não estou surtando”. A segunda batalha foi convencer os professores de que eu não tinha simplesmente largado a faculdade, mas que supostamente sofri um acidente de carro e não pude ir as aulas. É claro que isso não foi muito difícil, já o que os hematomas no meu corpo falam por si só. Depois precisei dedicar todo o tempo que tive para resolver todas as atividades extras e estudar para provas individuais que os professores exigiram, afim de acompanhar a turma e não reprovar o período. Em suma, todas as atividades, provas e noites sem dormir tem me deixado completamente exausta.

É impossível não notar todos os comentários e olhares que são lançados a mim desde que voltei a faculdade. É claro que a maioria das pessoas não me conhecem, mas como já disse, os hematomas e marcas falam por si.

— Você está mesmo bem? __ A voz de Guilherme interrompe meus devaneios.

— Está preocupado comigo, badboy? __ Falo, sem olhar para ele.

Ele senta na cadeira ao meu lado e passa alguns segundos em silêncio.

— Que tal você olhar pra mim? __ Ele diz, me fazendo olhá-lo. — Isso foi mesmo um acidente, Anjinha?

— Claro que foi. __ Digo baixo, tentando soar sincera.

Ele me olha sério e parece estar decidindo entre acreditar ou não. Desvio o olhar e respiro fundo, na tentativa de evitar que as lágrimas encham meus olhos. Nas últimas duas semanas eu tenho brigado contra esse impulso destrutivo de me entregar e chorar até não poder mais. Mas agora, com ele me olhando como se nada fizesse sentido, começo a perder o fio de controle que consegui construir nos últimos dias.

— Vem aqui.

Ele me abraça forte e eu não consigo mais segurar as lágrimas. Deixo que ele me abrace enquanto choro baixinho, inutilmente tentando conter os soluços. Não me importo com as pessoas que estão no ônibus, por que sei que elas não se importam também. Depois de algum tempo, consigo conter meu choro e quando me afasto ele enxuga minhas lágrimas com a palma da mão.

— Aquele cara da boate fez isso com você? __ Ele pergunta baixo, segurando meu queixo.

— Não. __ Respondo.

— Não? __ Ele não acredita.

— Não isso aqui. __ Faço um sinal indicando os hematomas.

Ele parece entender o que eu quis dizer e não diz mais nada. Agradeço mentalmente por não ter que responder a mais nenhuma pergunta e deito minha cabeça no ombro dele. Ficamos em silêncio e eu me permito fechar os olhos, me deixando levar pelo cansaço.

GUSTAVO

— Tá cansado, garoto?

Estou ajoelhado enquanto tento controlar a dor e esquecer a exaustão. Levanto o rosto e fico satisfeito ao ver um filete de sangue escorrendo do supercílio desse filho da puta.

— Nem um pouco. __ Digo.

No momento em que me levanto ele avança sobre mim. Desvio de vários socos e chutes, mas meu cansaço me faz falhar e ele me acerta no estômago com uma joelhada. Quando me curvo por causa da dor, ele acerta um golpe nas minhas costas, me fazendo cair de novo.

— Sabe garoto... __ Ele anda ao meu redor. — Já fiz agentes mais antigos que você falaram em muito menos tempo.

Respiro fundo e me ajoelho de novo, ignorando a dor e toda a merda que estou sentindo. Cuspo uma porção de sangue e olho para ele, que sorri. Em seguida uma expressão que não consigo decifrar toma conta do rosto de Marcel.

— É isso. __ Ele diz pra si mesmo.

Não digo nada, só o observo. Ele me olha firme.

— É isso não é? __ Ele dá alguns passos na minha direção e eu me levanto.

Sou surpreendido por um golpe de bastão na costela, por trás. Quando meu corpo faz menção de se curvar por causa da dor, recebo outra joelhada e um soco em seguida. E dessa vez não me levanto. A exaustão das últimas semanas vem à tona e meu corpo implora por um descanso. Fecho os olhos e lembro de como toda essa merda tem sido difícil de lidar.

Eu estou exausto.

O meu corpo está coberto por hematomas e manchas. Meus músculos estão tão cansados que sequer consigo desviar dos golpes e minha mente só consegue me fazer pensar nela o tempo inteiro. Não consigo dormir à noite por que todas as vezes que fecho meus olhos a vejo, machucada e inconsciente.

— Quem é ela?

A pergunta de Marcel me faz abrir os olhos. Ele se abaixa na minha frente e eu forço o meu corpo a se ajoelhar. A simples possibilidade dele descobrir qualquer coisa sobre a Alice faz meu corpo inflar de ódio. Avanço sobre ele, o surpreendendo. Consigo imobilizá-lo e desfiro vários socos no rosto dele. Um após o outro, sem parar. Sinto duas mãos me puxando para trás e logo em seguida mais duas, me tirando de cima do desgraçado. Quando ele levanta seu rosto está tomado por sangue e me sinto temporariamente satisfeito. Ele cospe uma boa quantidade de sangue e leva alguns segundos para acalmar a respiração.

— Saiam vocês dois. __ Ele diz aos outros dois agentes.

Sem ao menos contestar, os dois me soltam e saem da sala.

— Quem é ela, Gustavo? __ Ele me olha firme.

— Ela quem? __ Ele não pode estar falando da Alice.

— Nada, no mundo, faz um homem apanhar tanto assim sem abrir o bico a não uma mulher. __ não respondo. — Você levou um tiro, sumiu por dias e voltou completamente fora do eixo. Por que o garoto que eu treinei anos atrás aqui, nessa sala, saiu daqui muito melhor do que você entrou a duas semanas?

— O garoto que você treinou descansava, dormia e era mais novo. __ Preciso fazer ele esquecer isso. — Vocês não me deixam descansar. Eu luto com dois, as vezes três, de única vez. Aquele cubículo desgraçado que vocês me colocaram me faz perder o sono e eu acabei de levar um tiro. Então, acho que tenho justificativa para não estar no meu melhor momento físico.

— Não. __ Ele sorri. — Não mesmo. Já vi você passar dias em missões desgastantes e treinar no dia seguinte como se tivesse dormido por dia.

Não digo nada.

— Quem é ela? __ Ele pergunta mais uma vez.

— Você quer o nome e endereço de todas as mulheres com quem eu já transei? __ Tento ser irônico.

Ele avança de novo com o bastão na mão. Desvio de três golpes seguidos e avanço em seguida. Ele desvia dos meus golpes e prende meu braço direito na costas, me imobilizando. Ele me empurra e vem pra cima de mim. Me soca e chuta até me derrubar de novo. Ele se aproxima mais uma vez e se senta ao meu lado.

— Vou te dar um conselho, garoto. __ Ele solta o bastão. — Não faça isso. Não deixe uma mulher controlar os seus instintos e quem você é. Por que nesse ramo, garoto, isso é o mesmo que assinar um atestado de óbito.

Ele respira fundo e me olha.

— Também não a traga pra essa vida de merda. Não seja um egoísta filho da puta e arrisque a vida dela. Não cometa o mesmo erro que eu.

Ele levanta e apanha o bastão.

— Vou dizer ao Alex que sua história não tem falhas. Que você está falando a verdade. __ Ele se vira e vai sai do tatame. — Você está liberado.


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Notas finais do capítulo

Como vocês já devem imagina, é provável que nosso casal va ficar um tempo separado. Talvez, o Guilherme se torne para a Alice aquilo que o Gustavo não pode ser. Pelo menos, ele acha que não.

O Gustavo tem sofrido muito na tentativa de manter a Alice e seus amigos longe do seu mundo.

Espero que vocês tenham gostado do capítulo e como sempre espero os comentários de vocês.

Até mais, beijos da tia =)



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