Proibida Pra Mim escrita por GabriellySantana


Capítulo 40
39º Capítulo – “A raiva é um bom propulsor.”


Notas iniciais do capítulo

Oi geeeeeenteeee

Como vocês viram no capítulo anterior o Gustavo resolveu que a melhor opção foi ir embora. Esse capítulo vai ser narrado por ele e provavelmente o próximo também. Quero tentar mostrar pra vocês o por que dele ter tomado essa decisão.

Tenham uma boa leitura, nos vemos lá em baixo.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/694230/chapter/40

GUSTAVO

Depois que deixei a casa, não demorei para vir embora. Passei no apartamento, juntei as poucas coisas que levei e peguei a estrada. Desde que subi na moto tudo o que tenho feito, além de pilotar, é lutar inutilmente contra meus próprios pensamentos.

Essa vida não é mais sua... ela não é sua... essa vida não é mais sua... Ela não é sua.... Ela não faz mais parte da sua vida.... Essa vida não é mais sua.... Ela não é sua....

Repeti isso como um mantra idiota o dia inteiro, na inútil esperança de convencer a mim mesmo de que não faço mais parte daquela vida. E pela primeira vez, depois de anos, minhas emoções estão travando uma batalha interna contra minha razão, me tirando um equilíbrio que demorei anos para conquistar. Passei o dia inteiro na estrada e me recusei a parar para comer ou descansar. Não porque estou apressado para chegar, mas sim por que eu preciso me distanciar o máximo possível dela ou vou acabar jogando tudo pro alto e voltando pra lá. Mesmo sabendo que provavelmente não vou conseguir dormir, resolvo parar em um motel capenga na beira da estrada para descansar. Não demoro na recepção e em menos de 10 minutos já estou dentro do quarto. Se é que isso aqui pode ser chamado assim. É um cubículo todo pintando de vermelho e branco, com cheiro de motel de barato e uma cama de casal que parece prestes a se desmontar. Assim que entro, tranco a porta e jogo a bolsa em cima da cama. Vou até o banheiro, tiro a roupa e entro no minúsculo espaço embaixo do chuveiro. Sentir a água molhando meu corpo faz todo o cansaço dos últimos dias vir à tona e tudo o que eu mais quero agora é dormir, descansar. Fecho meus olhos e a imagem dela ensopada, machucada, suja de sangue e inconsciente me atingem como um soco. Um soco forte, rápido e impossível de desviar. E por um segundo, minha razão desiste de lutar e tenho vontade voltar até lá, só pra ter certeza de que ela está bem. Termino meu banho, saio do banheiro e visto uma roupa leve. Deito na cama e meu subconsciente tenta a todo custo me manter acordado, mas não consegue.

Quando acordei ainda era cedo e apesar de ter dormido pouco, foi o bastante. Peguei a estrada pouco tempo depois e já estou quase chegando. Repasso mentalmente todos os passos da história que vou contar aos superiores e procuro lacunas que ele pode e com certeza vai buscar. Não estou preocupado com os métodos que eles vão usar para tentar me fazer entrar em contradição, mas sim em manter a Alice, a Paloma e o Felipe longe da mira deles. Quando cheguei, parei minha moto na frente e respirei fundo. A Citros parece um escritório normal, afastado do centro. Mas por trás da fachada formal, existe um bunker cheio de assassinos, recrutas em treinamentos e equipamentos suficientes para abastecer uma guerra. Quando entrei, a Marina – “recepcionista” loira, gostosa e atrevida de sempre sorriu pra mim.

— Gustavo. __ Ela disse meu nome.

— Marina. __ a cumprimentei.

— Você está bem? __ Ela cruzou os braços sobre os seios e arqueou a sobrancelha. — Soube que você andou tendo problemas.

— Nada que eu não desse conta. __ Fui curto e grosso. — Agora faça seu trabalho e me deixe entrar.

— Você conhece as regras. __ O sorriso deu lugar a um tom debochado. — Preciso do seu cartão.

Todos os agentes da Citros precisam de um cartão de acesso e um código de segurança. Entrego meu cartão e ela o insere em uma maquineta semelhante à de cartões de crédito. Em seguida a catraca é destravada, ela me devolve o cartão e entro. Sigo até o elevador e para que ele se abra preciso digitar o código em uma painel digital que fica ao lado da porta, e em seguida pressionar meu dedo na tela para que ele faça o reconhecimento da minha digital. Entro no elevador e assim que as portas se fecham ele começa a descer até o bunker. Quando chego no andar de baixo a atmosfera familiar me faz assumir uma postura mais firme. O bunker não se parece em nada com uma casa. As paredes são cinzas e sem cores, existem salas específicas voltadas para partes diferentes do treinamento, refeitórios, quartos individuais e salas que são restritas para superiores e agentes já treinados. É claro que toda essa estrutura é dividida e organizada de forma que os que ainda estão em treinamento tenham pouco contato com nós, os agentes já prontos. Enquanto percorro o longo corredor em direção a sala Alex – meu superior, observo pela parede de vidro meninos e meninas sendo treinados. Essa parede de vidro é extensa e única, dividida por paredes secundárias de concreto que separam uma sala da outra. Treinamentos de luta, montagem e manutenção de armas, posição para tiro, seleção de alvos e tudo o mais que se precisa para se tornar um excelente atirador. Além das aulas de TI, preparação para depoimentos, preparação física e psicológica e natação. Todas as vezes que passo por aqui e vejo os recrutas treinando lembro de quando cheguei. Quando dô por mim estou de frente a sala do Alex. Respiro fundo e bato três vezes na porta, antes de entrar.

Assim que abro a porta o vejo. Ele está em pé e de costas para mim, escorado na mesa enquanto observando os recrutas pela parede de vidro.

— Lembro de quando você chegou. __ Ele disse sem me olhar. — Tinha tanta raiva presa dentro de você.

— A raiva me ajudou. __ Digo firme.

— A raiva é um bom propulsor, Gustavo. __ Ele vira e me olha. — Se canalizada da forma correta, é claro.

— Você me chamou. __ Dou alguns passos à frente.

— Chamei. __ A voz fria e cortante dele continua a mesma de sempre. — Você me deve algumas explicações e eu não vou hesitar em cobrar cada uma delas. 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Será que o Gustavo está encrencado?

Deixem os comentários de vocês ai .

Beijos da tia e até a próxima =P



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Proibida Pra Mim" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.