Proibida Pra Mim escrita por GabriellySantana


Capítulo 3
3º Capítulo – Serão só alguns dias.


Notas iniciais do capítulo

Boa Leitura a todos!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/694230/chapter/3

Vila Rica é uma bela cidade. Não é um interior isolado, mas é uma cidadezinha charmosa, que tem seu encanto. As lojas ocupam os dois lados das ruas, o comércio é tranquilo e o fluxo de pessoas não é tão intenso, nunca era. A lanchonete em que estou tem um ar familiar, me dando uma sensação forte de nostalgia, como se tivesse voltado no tempo. Como se nada tivesse mudado. Tudo ainda é muito familiar e ao mesmo tempo doloroso. Deixar tudo para trás não foi uma tarefa fácil, mas estar de volta também não é.

E aqui estou, de volta ao lugar que achei que nunca mais voltaria. As mesas vermelhas continuam dispostas de apenas um lado da lanchonete e do outro está o grande balcão, que tem a mesma pintura desgastada de antes. As atendentes parecem não ser a mesmas, mas como poderia? Já faz tanto tempo. As pessoas que estão aqui não me soam familiar e aparentemente nem eu a elas, mas o gosto do café parece o mesmo. Não sei o que deu na minha cabeça de voltar para cá, eu deveria ter tentando ajudar o Felipe por telefone ou por vídeo conferencia, não sei, de qualquer outra forma.

De cabeça baixa ouço o sino da porta fazer um pequeno barulho, indicando que alguém acabou de entrar. Assim que levanto a cabeça vejo o Felipe para na porta, olhando de um canto a outro. Não demorou para que o Felipe me visse. Ele caminhou na direção da minha mesa e assim que se aproximou me levantei. Nos abraçamos durante alguns minutos.

— Droga Felipe, você não mudou nada. __ digo, enquanto nos sentamos.

— Olha quem fala. __ ele sorri. — Você continua com a mesma cara de playboy mimado de sempre. __caímos na gargalhada.

— Nossa, nem parece que já faz tanto tempo. __ ele comenta.

— Eu escolhi meu caminho Felipe. __ digo. — Você também teve a chance de escolher o seu. __ comento, tomando o gole do café.

— E eu escolhi, cara. As duas foram a melhor coisa que aconteceu na minha vida, eu não podia ir embora e deixa-las. A Alice se tornou a irmã que eu não tinha, e a Paloma... __ o filho da mãe sorriu e eu lembrei de como ele era caidinho por ela. — Ela continua linda.

— Você ainda é caidinho por ela, dá pra ver nessa sua cara de pau. __ sorri.

— Não começa Gustavo, nós não temos nada. Ela é como se fosse uma irmã pra mim. __ ele finge falar a verdade.

— Qual é Felipe, pra cima de mim? __ caio na gargalhada.

— Até parece que você tem moral para falar alguma coisa, você babava pela Alice e nem conseguia esconder. __ ele joga na minha cara e meu sorriso some.

— Tudo bem, já chega. Por que você me ligou? __ digo sério.

Ele respira pesado, mostrando que realmente está preocupado.

— Qual é Felipe, fala logo! Você está me deixando preocupado.

— As coisas estão meias difíceis de lidar Gustavo, não com Paloma, mas com a Alice.

— Mas você me disse, no telefone, que ela estava bem. __ questiono.

— Ela está bem de saúde, mas não é disso que estou falando. __ ele parece cansado. — É sobre tudo o que aconteceu com elas, a Paloma está superando sabe? Mas a Alice está cada vez pior. Na maior parte do tempo ela finge não sentir nada e finge que não se importar com a maior parte das coisas que acontecem. Mas quando ela fica mal, simplesmente desaba.

Não consigo esconder minha preocupação quando o Felipe disse que a Alice não está bem. Eu sei que ela sofreu muito com tudo isso, mas achei que com o tempo ela iria superar.

— Ela está tão mal assim? __ perguntei.

— Eu não sei. Como te disse, ela finge não sentir nada a maior parte do tempo e você deve se lembrar, ela não é de falar o que sente. __ ele passa as mãos pelo rosto.

— É, eu me lembro. Mas eu não entendo o porquê você me ligou, quer dizer, eu me importo com ela, muito.  Mas não sei o que posso fazer. __ não posso ajudar.

— Eu sei que você não saiu da Citros, sei que você não mantém contato porque não pode ter vínculos, Gustavo. Mas eu sei também que você se importa com ela, que gosta dela.  Sem falar na Paloma, que era grudada em você e que também sente muito a sua falta.

— Você sabe que eu não posso fazer isso. __ endireito minha postura na cadeira. — Sabe que eu não posso entrar na vida das duas e depois dar o fora, como da última vez. Sem contar que como você mesmo disse eu não posso ter vínculos, é perigoso para mim e para vocês.

— São só alguns dias, cara. __ ele só pode estar de brincadeira. — Eu não tenho mais a quem recorrer, você deve ter ficado sabendo, o meu pai morreu a quase um ano e só ficamos nós três... __ ele sorriu fraco, tentando não demonstrar o quanto a morte do tio Ben o afeta. — Eu não sei mais o que fazer.

Passei alguns minutos em silencio tentando pensar no que fazer. Eu não fiquei sabendo muita coisa com relação a morte do tio Ben, só que ele emancipou as meninas antes de morrer. Sei que não devo criar vínculos, mas eles são importantes para mim e a Alice está precisando de ajuda. Talvez seja um erro. Mas eu não posso simplesmente virar as costas e fingir que não me importo. Não com eles. Não com ela.

— Tá legal, mas serão só alguns dias e assim que chegar a hora, eu vou embora.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Preciso de opiniões, quero saber se está agrandando para poder continuar. Então, comentem! Até breve.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Proibida Pra Mim" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.