Proibida Pra Mim escrita por GabriellySantana


Capítulo 2
2º Capítulo - Achando o caminho de volta


Notas iniciais do capítulo

Boa Tarde pessoas! Bom, não sei qual foi a primeira impressão de vocês com "Proibida Pra Mim", mas gostaria muito de saber, então comentem! Os dias de postagem serão Quarta-Feira e domingo. Isso é tudo, boa Leitura!



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— Aconteceu alguma coisa, Felipe? __ Só pode ter um único motivo para o Felipe me ligar, e com certeza não é algo bom. — As meninas estão bem? A Alice está bem?

— Calma cara, não aconteceu nada. __ Ele respirou fundo. — Quer dizer, nada que eu já não esteja acostumado a lidar. E sim, as meninas estão bem, a Alice está bem.

Já faz tanto tempo, mas eu juro que ainda lembro cada traço delicado do rosto dela. Nós éramos muito novos, mas isso não impediu que eu me apaixonasse, mesmo ela sendo arisca como uma gata de rua, uma linda gatinha de rua.

— Gustavo? Você tá ai? __ Ele chamou, me fazendo despertar.

— Estou. O que aconteceu? E não diga que não houve nada, por que já fazem anos que não nos falamos e você não me ligaria se não tivesse acontecido nada.

— Muita coisa aconteceu desde que você foi embora, cara. Somos só eu e as meninas agora, e.... __ suspirou, deixando transparecer que estava preocupado e cansado também.

— Droga Felipe! Onde e quando podemos nos encontrar?

 ***

Precisei pedir uns dias de folga na Citros, o que não foi difícil, já que nunca me afastei antes. Para poder ir ao encontro de Felipe, em Vila Rica, que fica a um dia de viagem de onde moro atualmente. Resolvi ir de moto, assim consigo curtir um pouco a viagem, enquanto penso em como vai ser rever a Alice e em com ela deve estar diferente. Será que ainda continua morena? Ou será que pintou o cabelo? E aqueles olhos azuis...

— Não Gustavo, pode parar! Nem pense nisso, você não pode se deixar levar por uma paixonite de criança. Ela com certeza deve estar namorando ou comprometida, e você não pode se envolver com ninguém e muito menos se apaixonar, e ela também não é como as mulheres com quem você está acostumado a se divertir, não ela. __ digo a mim mesmo, enquanto piloto a moto pela estrada.

Depois de algumas horas pilotando, quando a noite começou a cair, decido parar em um hotel para descansar um pouco. Só uma boa noite de sono me deixará disposto para continuar a viajem e chegar lá o mais rápido possível, já que pelo o que parece, o Felipe está precisando de ajuda. Como o conheço bem, sei que não ligaria se não precisasse. Tento limpar minha mente de todos os pensamentos para conseguir dormir, mas eles não param de surgir e eu me dou conta de que essa noite será longa.

ALCE

Acordar depois de passar boa parte da noite chorando não é fácil, minha cabeça dói como se alguém tivesse batido com ela na parede por pelo menos umas trezentas vezes e não estou exagerando. Estou sentada no chão, encostada na cama, desde que acordei e não consigo impedir pensar em tudo o que aconteceu. O aniversário da morte da nossa família é sempre difícil para nós duas, acho que nunca vamos nos acostumar. Comigo as lembranças vêm carregadas de medo e dor, como se tivéssemos lá de novo, embaixo daquele fundo falso, escutando cada tiro ser disparado e depois, o barulho dos corpos caindo no chão, sem vida.  Ficamos naquele buraco no chão por horas, no escuro, até não escutarmos mais nada e podermos sair. Lembro da Paloma chorando, abraçada a mim, como se eu pudesse salvar ela de alguma coisa, de alguém. Sair daquela casa foi a coisa mais difícil que já fiz na vida, ver meus pais, tios, avó e irmão caídos no chão, sem vida, foi desesperador. Ter que fazer tudo o que papai disse antes de morrer, foi a pior parte. Passar pelos corpos para chegar ao escritório e abrir o cofre, com a senha que ele fez questão que eu decorasse, depois arrastar a Paloma para os quartos e colocar nas bolsas roupas e coisas importantes e por último sair da casa. Sair de lá e ir embora sozinha com ela, duas crianças que não tinham para onde ir. Meu pai, antes de morrer, me fez prometer que não procuraríamos a polícia, segundo ele, não era seguro. Nada e nem ninguém era confiável. Passamos horas andando, sem rumo, sem ter onde ir. Até que encontramos um galpão, que foi onde passamos a primeira noite, um lugar sujo e fedorento, mas que nos mantinha seguras. Passamos dias lá, só saíamos a noite, para comprar comida e água, mas nada muito demorado.

— Alice? __ Felipe estava encostado ao batente da porta, me observando.

— Oi Lipe. __ respondi baixo. E mesmo tentando demonstrar que estou bem, sei que ele não acredita.

— Você tá bem? __ ele vem na até onde estou.  

Deixo um suspiro pesado escapar. Sei que falhei na tentativa de não preocupa-lo.

— Você não precisa se preocupar Felipe, eu estou bem, só... não quero que você se preocupe comigo

— Você sabe que isso é impossível, eu sempre vou me preocupar com você e com a Paloma.

— Como ela está? __ estou preocupada com ela.

— Preocupada com você! Me pediu para vir aqui te fazer descer pra comer alguma coisa, já que você não comeu nada hoje. E antes que você diga que não, pensa nela tá? Ela está tentando ser forte e superar, você também precisa fazer isso. __ Ele sorri carinhoso, estendendo a mão para me ajudar a levantar.

— Tudo bem. __ Depois de aceitar a ajuda dele, eu o abraço. O abraço de Felipe é a única coisa que me acalma.

Quando chegamos na cozinha, a Paloma esta sentada na mesa olhando para a porta como se esperasse que alguém importante aparecesse. Assim que nos ver entrando, ela levanta e vem até mim. Nos abraçamos por um longo tempo.

GUSTAVO

Apesar de estar cansado, não consegui dormir bem durante a noite. Parte por estar em um hotel, e não me sentir à vontade com isso e parte também por não conseguir parar de pensar na Alice. Ela não sai da linha cabeça, e sim, eu sei que isso é um erro, mas não consigo evitar.

Não demorou muito e eu já estava de pé, enquanto fazia minha higiene matinal tentava não pensar em como vai ser voltar assim, depois de anos. Entreguei a chave do quarto na recepção e segui viagem, já que pretendo chegar o mais rápido possível. Para poder voltar o mais rápido possível para minha vida normal, se é que uma vida como a minha pode ser considerada normal.

Com algumas horas de estrada eu já estou cruzando a divisa de Vila Rica. Vou procurar um lugar para parar e ligar para o Felipe, não quero chegar assim do nada na casa deles, não sei como as meninas podem reagir, afinal de contas, já fazem muitos anos. Estacionei minha moto em uma lanchonete de esquina e liguei para o Felipe:

— Estou aqui. Quando você pode vir me encontrar?

— Nossa cara, achei que você não viria mais. __ ele não muda, sempre desconfiado.  

— Você sabe muito bem que não sou de conversa, Felipe. __ respiro fundo. — Você me ligou, disse que precisava da minha ajuda, então eu vim.

— Tudo bem. Onde você está? Estou indo te encontrar.


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Notas finais do capítulo

Me digam o que acharam, e o que esperam! Beijos e até mais.



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