Proibida Pra Mim escrita por GabriellySantana


Capítulo 11
11º capítulo - "Ele não respondeu."


Notas iniciais do capítulo

Me perdoem pela demora. Boa leitura!



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Não achei que ia ser tão difícil terminar essa missão. A casa do alvo não era apenas uma mansão, era uma verdadeira fortaleza. Por fora era uma mansão normal, com um muro alto que circundava toda a propriedade. Mas por dentro tinha homens armados por todos os lados e isso com certeza dificultou muito a minha entrada. Mesmo com todos os seguranças a postos, sempre tem uma falha e foi dessa falha que eu me aproveitei.  Um dos seguranças da mansão resolveu que “estava na hora de dar uma cochilada” e foi aí que eu entrei. Consegui me manter invisível até chegar ao alvo e finalizar com ele, mas na hora de sair tive problemas. Já que o desgraçado fez a proeza de derrubar o abajur do criado mudo quando dava seu “último suspiro”. Daí já se pode imaginar o que aconteceu. Tive que matar uns 10 homens para conseguir sair de lá e, mesmo assim, eles me ferraram inteiro. Mesmo sangrando bastante, consegui chegar até o hotel sem ser visto, mas tenho certeza que não vou conseguir me remendar sozinho. Nas minhas outras missões eu sempre voltava para a base da Citros e lá eles me costuravam, colavam os ossos ou qualquer coisa parecida. Liguei para o Felipe e mandei ele trazer tudo o que eu acho que vai ajudar, inclusive uma garrafa de vodka, mas o filho da mãe está demorando pra cassete.

Desde que desliguei o telefone estou embaixo do chuveiro tentando lavar o sangue do corpo, mas acho que o problema é que meu ombro não para de sangrar. O box do banheiro está completamente “pintado” de vermelho e eu acho que estou ficando sem forças para me manter em pé por muito mais tempo.

ALICE

Depois de alguns minutos dentro do carro, chegamos até o hotel que o Gustavo está. Nós três entramos na recepção e informamos que ele está nos esperando. Quando chegamos ao quarto, o Felipe bateu na porta e esperamos até que ele abrisse.

— Ele está demorando. __ a Paloma está tão preocupada quanto eu.

— Ele já deve estar no banheiro. __ o Felipe está tentando soar confiante.

Não aguentei mais esperar e bati de novo na porta. Bem mais forte dessa vez.  

— Já chega Felipe, arromba essa porta. __ já estou beirando o desespero.

O barulho da chave girando na fechadura chama nossa atenção. A imagem do Gustavo, apenas de cueca e toda ensanguentado me deixou sem reação. Minha mente parece ter entrado em pane e eu simplesmente não consigo absorver o que está acontecendo.

— Você demorou cara. __ a voz dele está fraca.

Ele parece não notar a minha presença e a da Paloma. E quando faz um esforço para dizer mais alguma coisa, desmaia. Felipe consegue ser rápido o suficiente para segurá-lo e manter o corpo dentro do quarto. Enquanto ele arrasta o corpo do Gustavo até a cama a Paloma continua parada na porta, em choque. Deixo todo meu desespero de lado e mantenho fria, por que sei que preciso ajuda-lo.

— Coloque ele na cama, agora.  

Quando Gustavo já estava na cama abro a maleta de primeiros socorros e pego tudo que que vou precisar.

— Eu preciso de panos limpos e água quente. __ digo de forma automática.

— Aqui não tem fogão Alice, não tem como ferver a água. __ a Paloma tenta explicar enquanto a vejo de relance vasculhando o guarda-roupas.

— Felipe onde está o álcool?

— Alice, você já fez isso antes? __ acompanho o olhar dele e vejo as minhas tremendo enquanto tento estancar o sangramento.

— Eu... não em uma pessoa nesse estado... O sangramento tá muito forte... __ o nervosismo é evidente na minha voz e mesmo querendo ajuda-lo, nunca fiz isso antes.

 — A gente precisa levar ele para o hospital, Felipe. Ele vai morrer se continuar assim.

— Não! __ me assustei com o grito do Felipe.

Eu não sei o que está acontecendo. A única coisa que eu sei é que precisamos levar o Gustavo a um hospital o mais rápido possível ou ele vai morrer.  

— Mas ele está sangrando muito, eu não vou conseguir estancar o sangramento! Temos que levar ele agora.

Minhas mãos estão completamente sujas de sangue, o colchão embaixo do ombro dele está ensopado de sangue e minhas tentativas de conter o sangue parece em vão.

— Presta atenção Alice. Se a gente levar ele assim para o hospital, vamos ser presos. __ não consigo entender.  — Nós não sabemos o que aconteceu com ele. E eles podem achar que fomos nós que fizemos isso.

Ele tem razão. Tem razão.

— Felipe.... eu não sei o que fazer. __ estou beirando o desespero.

— Paloma cadê as toalhas? __ a paloma entregou algumas toalhas limpas a ele.

— Alice, eu faço isso. __ abro minha boca para perguntar se ele sabe suturar, mas ele me interrompe.

— Mas ele vai sentir dor, muita dor. Nós não temos nada para anestesiar então ele vai gritar e se debater. Eu preciso que você faça ele ficar quieto até eu terminar de costurar esse buraco abaixo do ombro dele.

— Como eu vou fazer isso? Ele.... Tá desmaiado e eu.... __ não sei o que fazer.  

— Ele vai acordar e vai querer se levantar, mas assim que ele te ver, vai ficar mais calmo. Vou começa, certo?

Balanço minha cabeça fazendo um sinal positivo. Observo de forma automática enquanto ele embebeda a agulha e a linha no álcool. Ele pega a toalha e pede para que tire as mãos no ombro do Gustavo e vá para o outro lado da cama. Ele pressiona a toalha contra a ferida e aplica pressão, para diminuir o fluxo do sangue. Quando retira, une os dois lados da ferida com uma mão e começa a suturar. Assim que o anzol penetra a pele o Gustavo grita e tenta se levantar.

— Gustavo? Gustavo olha para mim.

O chamo e ele me olha de imediato. Ele parece assustado e perdido. Meu coração diminui dentro do peito.

— Gatinha...

A voz dele é sussurro. No momento seguido ele grita de novo. E é como se eu pudesse sentir a agulha furar minha carne também.

— Ele precisa parar de gritar ou alguém vai acabar aparecendo. __ Paloma caminha de um lado para o outro dentro do quarto.

— Ei, olha para mim. __ ele me olha novamente. — Vai ficar tudo bem.

Mas no momento seguinte ele grita de novo.

— Alice ele precisa parar de gritar! __ Felipe grita.

E eu não sei o que fazer. A dor que ele está sentido é como se tivesse doendo em mim também. Pedir para ele não gritar não adianta, mas eu preciso fazer alguma coisa para ele ficar calado. Uma ideia me louca surge na minha cabeça e eu só faço. No segundo seguinte choco meus lábios aos dele. No começo é só um encontro de lábios, mas depois ele retribui ao beijo e eu esqueço de tudo. O beijo dele continua igual, como eu lembrava, doce e carinhoso. Sinto a mão dele tocar meu rosto e sou invadida pela saudade. Quando nossos lábios se separam ele me olha e noto seu rosto pálido. Desvio o olhar e me surpreendo quando noto que o Felipe já havia terminado.

—Gustavo? __ Felipe o chama, mas ele não responde.


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Notas finais do capítulo

O que acharam?



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