Cavaleiros do Zodíaco: A Saga dos Herdeiros escrita por Dré


Capítulo 6
Primeira Fase - Episódio Seis. O Coliseu




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  Aziel de Erídano, Leon de Raposa, Zinky de Bússula, Algar de Rena, Ariana de Pombo, Silf de Coroa Boreal, Kato de Cão Menor, Liyan de Coelho. Estes eram apenas alguns dos cavaleiros de bronze presentes no grandioso e antigo Coliseu. Treinamentos, apresentações, pequenas competições saudáveis entre os soldados e, mais raramente, até mesmo entre os próprios cavaleiros, tudo era realizado no grande estádio de arenito. Lá também ocorriam julgamentos, sendo os mais graves presididos por Shiryu em pessoa.

Porém, o que estava acontecendo dessa vez era uma recepção. Não era o lugar onde elas costumavam ocorrer, mas devido à disputa final pela última armadura de bronze restaurada por Kiki, a famigerada armadura de Orion, a recepção ocorreria ali mesmo a pedido de quem estava sendo recepcionado – a deusa Atena.

Além dos cavaleiros de bronze, os cavaleiros de prata estavam presentes em grande número. Dentre os já conhecidos estavam o juiz Dexter de Mosca e June, antiga amazona de bronze de Camaleão, amiga de Shun, que agora se tornara amazona de prata de Lebre. Além desses, estavam presentes Lázaro de Grou, Nilko de Coroa Austral, o jovem Chip de Cruzeiro do Sul, Gelve de Hydrus e Alesis de Norma.

Assim como os cavaleiros de ouro receberam novas funções de Atena, os cavaleiros de prata também receberam. Os chamados Conselheiros de Guerra tinham como função liderar os cavaleiros comandados por cada General quando este estivesse indisponível, assim como também poderiam aconselhá-lo e zelar pela questão logística das tropas, mantendo-os alimentados e bem treinados.

Sendo quatro a quantidade de Generais, quatro era o número de Conselheiros. Eram eles: Shina de Serpente, Conselheira de Guerra do General Ichi de Peixes; Marin de Águia, Conselheira de Guerra do General Kiki de Áries; Shoryu de Lótus, Conselheiro de Guerra e filho adotivo do General Shiryu de Libra, sendo ele também o mais novo cavaleiro de prata da história; e, o mais recente a receber a condecoração, Retsu de Triângulo, antigo cavaleiro de bronze de Lince, que acabou herdando a armadura de prata de seu falecido mestre, tornando-se o Conselheiro de Guerra do General Hyoga de Aquário.

Todos aguardavam ansiosos à chegada da deusa. Em um corredor de pedra, ela seguia ao lado do sorridente Seiya. No centro do Coliseu, os cavaleiros estavam reunidos. Soldados e moradores comuns estavam nas arquibancadas. Em seguida, os primeiros cavaleiros de ouro começaram a chegar, posicionando-se na arquibancada e formando um perímetro em torno do lugar onde Atena ficaria. Kiki, o grande artífice de Áries; Geki, o poderoso cavaleiro de Touro; Shun, o pacífico cavaleiro de Virgem; Seiya, o cavaleiro lendário de Sagitário; Jabu, o carrasco cavaleiro de Escorpião; e Ban, o mago de Capricórnio. Após a entrada dos cavaleiros de ouro, Atena faz a sua. Mesmo com seu clássico vestido branco, no auge de sua humildade, a deusa ainda conseguia criar um fascínio único. Todos os guerreiros de Atena no centro do Coliseu se ajoelharam. Alguns estranham o fato de tão poucos cavaleiros dourados terem comparecido.

— Nenhuma palavra minha pode expressar o orgulho de ter tantos defensores ao meu lado, lutando e arriscando suas vidas em defesa da humanidade – começou Atena. – Acreditem nos seus próprios cosmos. Vocês tem o infinito em seu punho. E quando sentirem-se derrotados, quando estiverem perdidos, quando acreditarem que a esperança acabou, então não se esqueçam: vocês jamais estarão sozinhos.

Nesse momento, apenas Seiya notou uma alteração na expressão do cavaleiro de Escorpião. Não era de agora que o cavaleiro de Sagitário prestava atenção em como Jabu mudara e estava cada vez mais estranho, e com o passar dos dias, parecia cada vez mais confuso e perturbado. Geki olhou para Atena, que acenou pare ele. O cavaleiro de Touro, que mais parecia uma muralha dourada, deu alguns passos até a beira da arquibancada.

— Muito bem, agora saiam todos da frente – Geki abriu um largo sorriso. – É hora da luta!

Os cavaleiros de prata e bronze misturaram-se entre a plateia de soldados e outros moradores. De um portão de barras de ferro ao fundo e em baixo da arquibancada, saíram dois soldados. Leon, o cavaleiro de Raposa, vencedor da Guerra Galáctica, observava tudo com curiosidade, ao passo que Aziel, o cavaleiro de Erídano e antigo Cavaleiro Negro, se mantinha impassível.

Dois jovens adentraram o Coliseu através dos portões. Dermus era um garoto muito forte, tinha olhos e cabelos negros, pele escurecida pelo sol mediterrâneo, vivera toda a sua vida no Santuário, não era dos mais dedicados ao treinamento, vivia sendo derrotado por outros garotos, mas provou o seu valor chegando a final da competição pela armadura de Orion.

Seu rival era um garoto muito parecido com ele, ainda que tivesse um curioso cabelo roxo e um uma pele clara demais para os padrões da Grécia. Mik era também um jovem misterioso, tímido, sorridente, mas bastante compenetrado e que nunca demonstrou dom algum, a não ser por um foco extraordinário durante os treinos.

Seiya não pode deixar de lembrar-se de quando conquistou a sua armadura de Pégasus, principalmente ao notar que Mik e Dermus usavam faixas muito parecidas com a que ele próprio usava na sua época de aprendiz. Seiya logo ficou constrangido, pois se lembrou de como era famoso, e que provavelmente aqueles jovens estavam usando as faixas justamente porque ele uma vez usara também.

Geki comandou o inicio da luta. Mik e Dermus partiram de encontro um ao outro. O choque entre os dois ergueu rochas e poeira do chão, cobrindo ambos. Todos cavaleiros de bronze ficaram boquiabertos, pois perceberam que os guerreiros treinados no Santuário eram muito mais bem preparados. Aziel não ficara impressionado, mas Leon de Raposa paralisou de pânico, ficando imóvel. Outra onda de impacto ocorreu dentro da nuvem de poeira que se dispersou, revelando Mik e Dermus com os punhos colados. Eles se afastam com um salto e preparam a próxima investida.

— Vórtice de Ar! – Berrou Dermus enquanto girava um dos braços ao lado do corpo.

Imediatamente, uma corrente de ar absurdamente veloz começou a se formar no circulo que seu punho prescrevia no ar, até finalmente disparar contra Mik na forma de uma enorme roda de vento rasgando o chão. O jovem oponente não conseguiu esquivar, recebendo o golpe diretamente. Geki estava prestes a anunciar o fim da luta. Até que viu Mik se erguendo dos escombros formados pelo golpe.

A arquibancada foi à loucura. Mik, repleto de ferimentos, partiu para cima do seu oponente. Ele concentrou cosmo no seu punho e tentou aplicar um soco, mas Dermus desviou o golpe de sua direção usando a palma da mão. O corte que o punho faz no ar, explodiu uma parede atrás de Dermus, que segurou o punho de Mik e o lançou contra outra parede. Alguns cavaleiros de ouro, principalmente Kiki, notaram algo errado na maneira como Mik lutava.

Dermus então saltou em direção a Mik, que se livrava dos estilhaços da parede onde fora jogado.

— Lâmina de Vento! – Gritou Dermus.

No punho do cavaleiro, formou-se uma corrente de ar extremamente veloz, capaz de cortar até o aço. Ele atacou Mik com a faca da mão, que se esquivou como pode, jogando o torso para trás. O golpe cortou a faixa na cabeça de oponente, que então, com velocidade surpreendente, disparou um soco no torso de Dermus, fazendo-o voar para o centro do Coliseu.

Dermus se ergueu com a mão no estômago, ainda atordoado por aquele estranho e inesperado golpe. Ao se preparar para contra-atacar, sentiu um misterioso cosmo vindo de Mik – era um poder tão grande que até mesmo os cavaleiros de ouro voltaram seus olhares para ele com curiosidade e preocupação.

— Então era isso que havia de errado no modo como luta – Afirmou Ban de Capricórnio, antigo cavaleiro de bronze de Leão Menor – Ele estava escondendo seu verdadeiro poder.

Seiya se perguntou por que ele estaria fazendo isso em um momento tão decisivo. Kiki foi o único a perceber algo a mais na forma como Mik se movia, ainda que não pudesse identificar com precisão o que era.

Ainda de cabeça baixa, com os cabelos sobre o rosto, Mik pegou a faixa que havia sido arrancada e a amarrou novamente na cabeça. Tirou os cabelos da frente do rosto e voltou a encarar seu inimigo. Seu cosmo, então, voltou ao normal.

Dermus percebeu que, para derrotar Mik, precisaria dar tudo de si, mas quando se preparava para atacar novamente, Mik já estava diante dele. O movimento fora muito rápido e a nuvem de poeira encobrira parte do que aconteceu. Dermus fechou os olhos, derrotado antes mesmo de sofrer o golpe que explodiu em seu estômago.

— Espera aí, – disse Seya – o que ele fez? Eu não enxerguei.

— Ele se moveu rápido e a nuvem de poeira atrapalhou nossa visão – respondeu Ban.

Dermus caiu de joelhos. Mik ergueu a faca da mão e olhou para Geki, como se mostrasse a ele que seu inimigo estava a sua mercê. Compreendendo a situação, o cavaleiro de Touro encerrou a luta.

Naquele dia, Atena em pessoa condecorou Mik como Cavaleiro de Bronze da Constelação de Orion.


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