Cavaleiros do Zodíaco: A Saga dos Herdeiros escrita por Dré


Capítulo 5
Primeira Fase - Episódio Cinco. A Ilha Da Rainha Da Morte




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Seiya, vestindo sua sagrada armadura de Sagitário, caminhava sem pressa em direção à casa de Aquário. Ao chegar, uma jovem de cabelos curtos e louros o recebeu. Seiya logo pode notar que ela tinha os mesmos traços europeus Hyoga.

— Seja bem-vindo à lendária casa de Aquário, me chamo Karin, sou serva do senhor Hyoga.

Seiya observava a garota com um sorriso de constrangimento. Ele próprio não tinha servos em sua casa. Seika, sua irmã, era quem cuidava dos afazeres domésticos.

— Olá, eu me chamo...

— Seiya – interrompeu Karin. – O lendário cavaleiro de Sagitário. Desculpe minha ousadia, mas não há uma pessoa se quer no Santuário que não conheça e admire o senhor.

A vermelhidão tomou conta do rosto do cavaleiro lendário.

— É... hehe... bom... O Hyoga não está?

— Não. Ele saiu em uma viagem autorizada pelo Grande Mestre. Mas ele me encarregou de deixar uma mensagem para o senhor.

— Que senhor?

— O senhor! – Apontou para Seiya.

— Ah! Eu? Pode me chamar só de Seiya – riu o cavaleiro. – Qual a mensagem?

— Ele está formando uma teoria, e para que o senh... Para que você, Seiya, tenha ideia do quão próximo ele está de algum resultado concreto, ele pode supor que o resultado da consulta com Kiki, sobre as propriedades da sua armadura, foi que o Grande Artífice nem se quer analisou a fundo o caso para chegar à conclusão de que as flechas são uma habilidade natural da armadura.

Seiya arregalou os olhos em surpresa.

— Uau! Ele acertou! Como ele sabia disso?

— Meu senhor é cheio de mistérios.

— Karin, você sabe aonde ele foi?

— Para a Ilha da Rainha da Morte.

Seiya coçou o queixo. Lembrava-se muito bem do lugar considerado o inferno na terra. Perdido em conjecturas, ele logo paralisou quando percebeu a jovem o olhando com admiração. Desviando o rosto e enrubescendo novamente, ele se despediu com um sorriso e partiu.

Em suas asas, ele leva a esperança de toda a humanidade. E carrega esse fardo com um sorriso no rosto e a naturalidade de uma criança, pensou Karin, orgulhosa por poder viver ao lado de pessoas tão nobres.

Longe do Santuário, a presença do guerreiro do gelo eterno era facilmente sentida no terrível calor da Ilha da Rainha da Morte. O lugar continuava ardendo e seu vulcão ameaçava diariamente os vilarejos ao seu redor. Era impossível não admirar os dedicados moradores locais. Quanto mais próximo do centro da ilha, mais insuportável ficava. O cavaleiro de Aquário já havia se afastado da região dos vilarejos e se aproximava do vulcão – o verdadeiro local de treinamento.

Ao longe, caminhando em sua direção, Hyoga notou uma silhueta conhecida. Ichi, antigo cavaleiro de Hidra, era agora ninguém menos que o cavaleiro de ouro de Peixes e, ainda que improvável, ao lado de Hyoga, Kiki e Shiryu, o último dos Quatro Generais de Atena.

— Caro guerreiro do gelo – disse Ichi com seu sorriso estranho. – A que devo a sua nobre presença?

Hyoga, apesar de considerar Ichi um aliado, mantinha-se sempre a quatro passos de distância – em todos os sentidos, o cavaleiro de Peixes poderia ser venenoso. Durante os anos, Ichi caçou e matou todos os Espectros de Hades sobreviventes da última Guerra Santa, e em seguida, fez a mesma coisa com inúmeros outros inimigos. Muitos deles foram considerados mais fortes que Ichi, mas ainda assim acabaram sucumbindo ante o seu veneno.

— Vim em busca de conhecimento, como sempre – respondeu Hyoga. – Uma situação grave vem se desenrolando no Santuário. Trouxe inclusive autorizações do Patriarca.

Ichi deu uma gargalhada. Hyoga permaneceu impassivo.

— Esse lugar possui segredos que você nem imagina. Segredos selados por Atena em pessoa seja para quem for: Cavaleiros, Generais, Carmalengos, Juízes e até mesmo o próprio Grande Mestre. Venha comigo, vou lhe mostrar algumas coisas.

Hyoga permaneceu desconfiado enquanto via Ichi caminhando em direção ao vulcão, esperando que se distanciasse antes de começar a segui-lo. Após algum tempo de caminhada, eles se aproximaram de um pequeno monte.

— Sabemos que Atena suja as suas mãos em nome da humanidade – começou Ichi. – mas e se existisse lugares tão podres que nem mesmo a nossa amada deusa tivesse coragem para chafurdar seus dedinhos?

— Cuidado com as palavras, Ichi. – O olhar de Hyoga era literalmente frio.

— Perdão, não foi a minha intenção ofender. Acredito que seja uma indelicadeza natural após todas as coisas que vi desde que me tornei o caçador particular de Atena. Mas de fato, Hyoga, nossa deusa tem aqueles que fazem o serviço sujo. Afinal, por que você acha que um homem como eu foi escolhido para ser um General, líder de um quarto das forças de Atena? Ela não reestruturou apenas o Santuário. Não. Eu não estou falando só daqueles cavaleiros de aço, Hyoga. Atena também tem seus segredos.

Ichi parou e apontou em direção ao morro, gesticulando para que Hyoga subisse na frente. O cavaleiro caminhou morro acima e, ao chegar ao topo, ficou surpreendido como jamais achou que ficaria novamente: um exército de cavaleiros negros praticava em uma vasta planície fervente aos pés do vulcão.

Centenas de jovens trajavam cópias negras de todos os tipos de armaduras de bronze. Três homens, vestindo mantos e máscaras, supervisionavam o treinamento, e diante deles, jazia uma armadura original – a armadura de bronze de Erídano.

Ichi então se aproximou.

— De fato, o nosso grande artífice Kiki não restaurou apenas armaduras originais – disse o cavaleiro de Peixes. – Surpreso?

— Não – mentiu Hyoga. – Quem são aqueles três?

— Eis o maior dos mistérios – respondeu Ichi.

Hyoga fitou o caçador com atenção. Queria notar algum sinal de que ele estivesse mentindo, mas não encontrou nenhum.

— Esses homens foram selecionados por Atena para treinar os Cavaleiros Negros. É proibido que qualquer um se aproxime deles. Como eu disse; nenhum cavaleiro, nem mesmo nós Generais.

Hyoga então começou a observar com atenção um garoto que trajava uma cópia negra da armadura de cisne. Ele lutava contra quatro outros cavaleiros negros. Os treinamentos na Ilha da Rainha da Morte ainda eram os mais duros. O garoto era constantemente golpeado pelos outros quatro, mas se erguia e contra golpeava sem desistir. Mesmo com sua armadura em pedaços, o garoto ergueu o seu cosmo e, com um único golpe, destruiu as armaduras dos seus inimigos derrotando-os.

Os três homens então se aproximam dele e o entregaram a sagrada armadura de Erídano, tão negra quanto a armadura que acabara de ser destruída. De longe, Hyoga pode escutar seu nome – Aziel de Erídano. Era um garoto estranho, de pele pálida, cabelos negros, braço direito enfaixado. Mas de tudo, o que mais assustava era seu corpo repleto de ferimentos; alguns novos, gerados pelo seu ressente combate, e outros antigos, já cicatrizados.

— Curioso como é poderosa a beleza das coisas, não? – Comentou Ichi.

— Você falando em beleza? – Ironizou Hyoga.

— Cavaleiros de Aquário, sempre tão guiados pela lógica – disse Ichi com certa repugnância. – Você jamais seria capaz de compreender a verdadeira beleza. Uma obra de arte, por mais simples ou caótica que seja, ainda que tenha seu poder incompreendido por alguns, pode despertar o fascínio, o amor ou o ódio. A própria Ilha da Rainha da Morte é uma obra prima. É evidente para meu olhar treinado identificar que ela não brotou. Ela foi feita pelas mãos de um artista. Se ainda duvida do poder da beleza, pergunte sobre Helena aos heróis que lutaram na Guerra de Tróia.

O cavaleiro de Aquário deu de ombros, virou-se e começou a caminhar de volta de onde viera. O que tinha para fazer ali já fora feito. Ichi o olhou com curiosidade.

— Pude notar que não me perguntou o que estou fazendo aqui, na Ilha da Rainha da Morte – gritou o cavaleiro de Peixes de cima do morro.

— Não é óbvio? – Disse Hyoga. – Basta usar a lógica dos cavaleiros de Aquário. –Ichi ergueu uma sobrancelha. – Estamos em tempos de paz e você é um caçador. Logo, você está no rastro de um aliado. E só existe um homem que está desaparecido das Doze Casas.

Ichi, por um momento, quase pode apreciar a lógica como se fosse uma espécie de arte.

— E se eu estivesse procurando esse homem – deduziu Hyoga –, seu antigo local de treinamento também seria minha base de operações.


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