Cavaleiros do Zodíaco: A Saga dos Herdeiros escrita por Dré


Capítulo 33
Terceira Fase - Capítulo Nove. A Armadura Azul




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Ulisses e Hyoga trocaram golpes. Estalagmites de gelo brotaram em todo o pátio diante da casa de Áries, e no ponto onde os dois se cruzaram o chão rasgou e se revirou. Ulisses caiu de joelhos. Na altura do ombro esquerdo, sua armadura estava estilhaçada e no peito e pescoço tudo estava congelado.

— Você é capaz de ver e responder a todos os meus movimentos – disse Hyoga. – Mas a minha técnica é superior.

— O Santuário parece ter bons estrategistas também – disse Ulisses com dificuldades. – Aniquilação Máxima!

Hyoga já conhecia o golpe. Ele moveu-se para trás e o impacto do ataque baixou o nível do chão em toda a área de impacto. Mas fora apenas um engodo. Quando deu por si, Hyoga notou que Ulisses desaparecera. Um inimigo capaz de saber o momento de recuar, pensou Hyoga, E ele sabe que não posso abandonar a casa de Áries para segui-lo.

Hyoga sentiu dois cosmos negros se chocando na casa de Câncer. Lá, o homem que estava diante de Nachi de Câncer era alto, belo, trajava uma armadura em estilo romano, prateada e com detalhes rosados. Tinha longos e ondulados cabelos lilases e olhos verdes, e sobre os ombros, um avolumado manto de pelos cinzentos esvoaçava. Atrás dele, três homens em mantos negros aguardavam.

— Não se colocaria diante de mim, se soubesse quem eu sou – disse o inimigo.

Nachi não se pronunciou.

— Eu sou Eneas. Fundador da Nova Tróia, aquela que chamam de Roma. General inigualável, amado por todos os deuses; fui servo de Afrodite, de Apolo e de Poseidon.

— Eu sou Nachi – respondeu o cavaleiro de ouro. – Apenas Nachi. Saiba, Eneas, que nem você e nem os homens que você trouxe consigo vão passar por aqui.

— Nachi, O Intocável – escarneceu Eneas. – Vamos por à prova seu título.

Da posição relaxada em que estava, Eneas moveu-se tão rápido que foi como um piscar de olhos. Nachi, porém, não saíra da sua posição. Eneas não entendeu, pois seu golpe atravessara o alvo como se ele fosse um fantasma.

De repente, Nachi surgiu diante de Eneas.

— Irmãos Mortais – disse tranquilamente.

Várias cópias fantasmagóricas de Nachi cercaram o Eneas e o agarraram como se eles o estivessem arrastando para o inferno.

— Se ataques físicos não funcionam... – Começou Eneas. – Ascensão Cósmica!

O inimigo ergueu seu cosmo, fazendo brotar inúmeros feixes de luz branca do chão que se uniram em um grande foco explosivo que dissolveu as cópias e acertou Nachi em cheio, trincando a armadura de câncer em várias partes. Nachi ainda estava em pé, quando Eneas o viu sorrir.

— Acho que finalmente encontrei – disse Nachi gargalhando.

Eneas fitava o cavaleiro de Câncer com espanto.

— Você é louco! – Gritou Eneas. – Miríade Cósmica!

— Turbilhão Fátuo!

Um tornado de chamas brancas e azuis de Nachi colidiu com as luzes brilhantes que expelidas das mãos de Eneas, causando uma explosão que devastou a casa de Câncer. O golpe de Nachi não fizera nenhum efeito no inimigo, mas o cavaleiro de Câncer, por sua vez, tinha sangramentos escorrendo por toda a armadura.

— Sim! Sim! Eu encontrei! – Disse Nachi freneticamente enquanto gargalhava.

— O que você encontrou?

— Um motivo para ir embora! Uma razão para acabar com o que eu comecei. Eu nunca tive motivos para ficar aqui mesmo. Eu perdi tudo! Então, absorvi o seikishike me tornando um fantasma, e pretendo fechar para sempre essa passagem para o inferno assim que eu for destruído!

Nachi saltou para o alto. O cosmo ao redor dele o fazia brilhar como uma estrela. Foi então que um sem fim de fantasmas criaram formas e começaram a circular em torno de Nachi e Eneas como uma névoa.

— O Fim do Presépio – disse Nachi suavemente.

Então, tudo ao redor foi absorvido pela luz que Nachi emanava; fantasmas, pilares, Eneas e, finalmente, ele próprio foi tragado pela luz. O cosmo do cavaleiro de Câncer e de Eneas desapareceram para sempre. Quando Kiki chegou à casa de Câncer, já não havia mais nada lá. Apenas a destruição causada pela batalha e o vazio deixado pelo poder e pelos sentimentos de Nachi.

No Brasil, Bado, a Sombra de Gêmeos, encontrara seu irmão Shido lutando contra Zetes, de armadura prateada, e Calai, de armadura dourada. Shido estava profundamente ferido. A sua armadura estava devastada.

— Seu irmão se quer foi capaz de nos tocar – disse Zetes com suas asas prateadas esvoaçando no alto de um prédio.

Bado permaneceu impassível.

— O próximo... O próximo ataque faremos juntos – Sussurrou Shido.

— Por acaso está maluco? – Disse Bado.

— Não foi um pedido, meu irmão.

Shido disparou em direção a Zetes e Calais. Bado viu-se obrigado a correr ao seu lado. As garras dos predadores se ascenderam e os gritos de Garra do Tigre das Sombras e Garra do Tigre Negro foram ouvidos quase em uníssono. As garras de ambos explodiram em centenas de feixes de luz brancos.

Zetes e Calais voaram e apenas resistiram aos ataques combinados com as mãos protegendo o corpo. E quando Bado olhou para o lado, seu irmão não estava lá. Shido tinha seu pescoço envolvido pelas mãos de Zetes. Shido teve tempo apenas de dar um pequeno sorriso para o seu irmão.

— Garras de Prata da Harpia! – Bradou Zetes.

— Não! – Implorou Bado.

Era tarde. O sangue de Shido jorrou abundante. Seu corpo caiu no chão e seu cosmo desapareceu. Em um urro de desespero, o cosmo de Bado explodiu. O prédio onde estavam vibrava com a energia azul que era emanada do cavaleiro. Calais então disparou contra Bado.

— Garras Douradas da Harpia!

Bado segurou o punho de Calais no ar, que notou que a armadura de ouro de Gêmeos havia desaparecido, e em seu lugar, havia uma energia divina emanando de uma armadura de cristal azul.

— Achou mesmo que meu irmão não teria tocado vocês?! – Gritou Bado. – Sua grande habilidade era justamente a de enfraquecer o inimigo. Vocês dois já estão mortos! Garras do Tigre das Sombras!

 O ataque arremessou Calais e Zetes, com suas asas e armaduras destruídas direto contra o outro prédio no outro lado da rua. Quando Bado notou estar vestindo a armadura de Odin, seus sentimentos se misturaram em uma torrente de orgulho, felicidade, frustração e raiva. A espada de Odin então surgiu em suas mãos e, imediatamente, Bado atacou o anel de pedra que girava ao redor da cascata de trevas do portal do inferno.

O feixe azul do corte da espada voou pelos ares e partiu o anel, fazendo tudo vir a baixo. O portal se desestabilizou. Fraquejou, e logo começou a se desfazer sobre si mesmo.

Calais e Zetes voltaram, uniram seus cosmos em uma energia devastadora. Bado sabia que não seria capaz de resistir ao ataque, mas contra-atacou mesmo assim. A colisão dos ataques derrubou o prédio onde estavam. O poder de Odin era grandioso demais. Porém, a energia dispersada também, e Bado sabia que tinha de se aproximar muito para a técnica ser certeira. Zetes e Calais foram vaporizados.

Bado, sem a armadura, deitou-se ao lado do irmão. Sua memória viajou para os tempos felizes que viveram na casa de Gêmeos. E então, uma luz se apagou.

As duas últimas centelhas dos cosmos de Shido e Bado flutuaram juntas em direção aos céus.


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