Cavaleiros do Zodíaco: A Saga dos Herdeiros escrita por Dré


Capítulo 29
Terceira Fase - Capítulo Cinco. Guerra Santa




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O Santuário estava perdido em meio ao caos. Os cones de energia que partiram do inferno alcançaram a Terra, espalhando-se pelo mundo e despejando centenas de mortos. Estes, por sua vez, atacavam desesperadamente os vivos em uma vã tentativa de recuperar a energia da vida e de aplacar a pena da fome eterna que lhes fora imputada. O maior e mais perigoso portal se encontrava no Santuário, despejando uma infinidade de mortos. A forma do portal era medonha – um gigantesco fluxo de energia roxa despencava dos céus em uma sinfonia de gritos de desespero, choros e estalos. Tudo parecia ecoar diretamente na mente daqueles que se aproximavam, revelando a fusão das realidades infernais e terrenas. Uma profanação de tudo que era vivo. Repleto de simbologia angelical, gigantescos anéis de pedra flutuavam em torno do jorro de energia roxa que descia dos céus, mantendo-os estabilizados.

O Santuário e o mundo inteiro estavam em meio a um tremendo alvoroço. Nas terras sagradas de Atena, o Patriarca tentava ao máximo organizar os moradores do Santuário. Mesmo dentro do salão principal de Atena havia pessoas feridas por todas as partes. Kiki tentava coordenar tudo de sua Casa Zodiacal, ao mesmo tempo, impedia que os mortos adentrassem a região das Doze Casas. Ele e o Grande Mestre abriam portais e teletransportavam guerreiros em idas e vindas a todo o momento. Ambos mantinham suas forças vivas apenas através da esperança, e lutariam até o último homem contra os invasores. De repente, as preces à Atena foram atendidas e algo aconteceu.

A esperança ressurgiu no Santuário na forma de quatro estrelas cadentes que aterrissam próximos a estátua de Atena. O Grande Mestre, Kiki e os cavaleiros que restavam no Santuário sentiram imediatamente a cosmo energia de Hyoga, Seiya, Shun e Shiryu, que alcançaram o Salão de Atena e ficaram pasmos ao ver a situação. Para o Grande Mestre, a esperança retornara, mas incompleta, pois os maiores heróis de Atena voltaram sem a deusa.

— Vocês não a encontraram – constatou o Grande Mestre, em uma vã tentativa de ouvir alguma boa nova, ou ao menos uma palavra de consolo, mas o olhar triste dos quatro santos respondia por eles.

— Mas a esperança não está perdida – lembrou Shiryu.

— É verdade – continuou Hyoga. – Nós encontramos Ikki, o cavaleiro de Leão. Descobrimos que era ele o Herdeiro do Inferno. Será um aliado valioso.

A queda do Santuário será marcada pelo retorno do Herdeiro do Inferno. Dedos de trevas tocarão o mundo em anéis de pedra, e os mortos irão caminhar sobre a Terra novamente. A minha leitura está se concretizando – lembrou o Mestre. – Nós também temos novidades. Os cavaleiros tomados pela Romã Infernal, Jabu, Geki, Ban e Nachi, estão melhorando. Apesar de estarem fora de risco, ainda estão fracos. O jovem cavaleiro de bronze de Raposa está liderando uma comitiva com todos os cavaleiros de prata até a base do inimigo, mas agora que a Terra está sendo atacada, não sei se isso foi uma boa ideia.

Os quatro cavaleiros se entreolharam.

— No inferno encontramos um guerreiro que nos disse que um jovem cavaleiro de bronze fora responsável por ameaçar Perséfone e obrigá-la a liberar os mortos na Terra – disse Shun.

Se estivessem sem a máscara, os cavaleiros teriam visto o rosto furioso do Mestre.

— Eu sabia – disse. – Eu sabia que havia algo de estranho com aquele garoto. Ele é um traidor! Precisamos saber de quem ele está a serviço! Ele pode colocar tudo a perder! Talvez seja tarde demais, talvez levar os cavaleiros de prata até lá tenha sido parte do plano dele. Não tomos como nos comunicar com eles em outro plano.

— Precisamos nos concentrar primeiro em destruir os portais, salvar o Santuário e proteger as pessoas – disse Shiryu. – Quem está responsável pelas defesas na minha ausência?

— Ichi e Shido partiram para tentar destruir dois dos portais. A sombra do cavaleiro de gêmeos, Bado, permaneceu, usando seu cosmo para tentar manter as defesas do Santuário.

Shiryu então partiu até o local onde Bado estava. Enquanto isso, Hyoga ordenou que Shun e Seiya partissem para destruir outros dois portais e que Seiya deveria se concentrar no portal que estava no Santuário. Hyoga iria ajudar Kiki a defender a primeira casa, algo que espantou o Mestre, pois jamais imaginou a necessidade de um cavaleiro de ouro ajudando outro a defender uma casa a qual não pertencia. Ainda assim, a estratégia parecia fazer sentido, pois concentrar o pouco do poder que restou nas Doze Casas era algo muito lógico, ainda que não convencional.

Shiryu chegou ao local onde estava Bado. Era o salão de banho do mestre, uma gigantesca piscina de água natural e corrente entre os pilares do salão. Bado viu a aproximação de Shiryu.

— Você demorou – disse Bado. – Não estou nada familiarizado com essa tarefa.

— Me perdoe, Bado. Obrigado por ter cumprido a minha função enquanto estive fora – disse Shiryu. – Agora vá, você deve ajudar seu irmão.

No momento em que Bado partiu, Shiryu ergueu, com seu cosmo, as barreiras do Santuário. Sua habilidade em fazê-lo era tão superior, que uma gigantesca esfera translúcida de cosmo partiu dele e cobriu o Santuário inteiro, levando vários dos mortos de volta para o Inferno e impedindo a entrada de novos.

Muito longe do Santuário, Shido viajou através de teletransporte até a America do Sul, em uma grande cidade brasileira onde estava um dos maiores portais da América. O cenário era de guerra, o exército local abria fogo contra os mortos, que pareciam imparáveis a não ser quando completamente destruídos. Shido podia ver o medo no olhar dos soldados e dos civis que fugiam do local. Dentro de uma loja, Shido pode ver um homem idoso rezando, tentando afastar um dos mortos usando uma cruz, quando o morto estava prestes a atacá-lo, Shido, em uma velocidade absurda, o alcançou e golpeou o morto para longe do homem.

— Você está bem? – Perguntou Shido.

— Você... – Gaguejou o senhor em meio a lágrimas. – Você é um anjo?

Shido sorriu.

— Procure um local seguro – disse o cavaleiro. – Tudo vai voltar ao normal.

Shido lembrou que o Brasil era o país de origem do homem de um dia enfrentou com seu irmão, o cavaleiro Aldebaran de Touro. Em honra a nossa batalha, Aldebaran, eu vou salvar o seu povo, pensou Shido, e partiu em direção ao portal. Já mais próximo do local, de cima de um prédio, Shido vislumbrou o terrível cenário com tanques e aviões disparando bombas e uma infinidade de mortos saindo do gigantesco portal de energia, um colosso que rasgava os céus e parecia fazer vibrar algo em sua mente.

Em seguida, ele viu uma quantidade enorme de mortos partindo para cima de um grupo de soldados. Ele saltou para frente deles e, de braços abertos, bradou o nome do seu mais poderoso golpe:

— Impulso Azul!

De imediato, correntes de ar gelado fizeram brotar estalactites, paralisando os mortos. O ar então se condensou em uma esfera de poder absurdo diante de Shido, que a disparou como um canhão, varrendo os mortos congelados da sua frente em meio a uma nuvem azul. Os soldados ficaram paralisados com o que viram. Era como um santo que viera salvá-los daquele inferno.

Após o ataque, Shido partiu em direção ao portal, golpeando e atacando mortos em seu caminho, até que ele finalmente encontrou outro cavaleiro; era Kato de Cão Menor. Kato era um jovem de cabelos negros e bagunçados que também fora teletransportado por Kiki para lutar na América do Sul. Quando Kato avistou o cavaleiro de ouro de gêmeos, ele saltou até próximo a ele e se ajoelhou.

— Senhor, eu tenho algo a reportar! – Disse Kato, arfando. – Nenhum dos soldados rasos de Atena foi capaz de se aproximar do portal, todos que foram até lá não voltaram vivos. Além disso, nós descobrimos uma traição!

— O que?! Quem é o traidor?

— Não é um. São vários! Os Cavaleiros Negros, senhor, nos foi revelado que eles foram treinados secretamente na Ilha da Rainha da Morte e iriam nos ajudar, mas eles nos atacaram! O estranho é que eles não parecem estar fazendo de propósito. É como se estivessem sendo controlados. Eles estão em quantidade maior. Se não fossem os Cavaleiros de Aço e os Soldados Rasos do Santuário, teríamos uma quantidade incalculável de baixas. Um cavaleiro negro foi identificado a algumas quadras daqui, a nordeste do portal, pelos soldados batedores, eu estava a caminho para confrontá-lo.

— Muito bem, cavaleiro. Sua missão agora é encontrar uma maneira de livrá-lo do controle do inimigo. Eu irei reportar ao General Máximo e destruirei o portal. Caso descubra alguma coisa, erga seu cosmo e peça com toda sua força para falar com Kiki, ele irá lhe escutar.

— Sim, senhor!

Kato partiu em direção ao inimigo.

Já bem distante, em cima de um prédio, Kato ouviu um estouro sob seus pés. Ele saltou para o alto esquivando das rochas e caiu em cima de outro prédio. Era um cavaleiro negro que o atacara por baixo. Um jovem de cabelos castanhos vestindo uma armadura negra de Pégaso. Seus olhos estavam negros e sua expressão era atordoada. O cavaleiro negro começou a acumular um terrível cosmo em sua mão. De repente, disparou inúmeras esferas de energia negra contra Kato, ele tentou correr pelos prédios enquanto esferas explodiam ao seu redor. Uma lhe acertou. Seu corpo estourou contra a lateral de um prédio, afundando-se em meio às rochas.

O cavaleiro negro se aproximou para averiguar.

— Brado Sônico!

 Uma explosão de vento arremessou o cavaleiro negro. O Brado Sônico de Kato foi potente o suficiente para espalhar a poeira ao redor de si. Sem perder tempo, ele partiu para cima do inimigo. Ambos trocam golpes em uma incrível velocidade.

— Punho Sônico!

O punho do cavaleiro de bronze explodiu contra o peito do cavaleiro negro, que foi arremessado, rasgando a rua até explodir contra um muro. A armadura do cavaleiro negro se desmanchou no peito, revelando algo que parecia uma fruta que, em seguida, se desfez como fumaça. Os olhos negros dele voltaram ao normal, e ele caiu desfalecido.

— Então é isso... – Disse Kato para si mesmo.

Mesmo enfraquecido e sangrando muito, ele ergueu seu cosmo ao máximo e conseguiu contato telepático com Kiki.

— Senhor! As armaduras! As armaduras negras precisam ser destruídas para que o controle do inimigo sobre os cavaleiros negros seja desfeito! – Revelou Kato.

Enquanto isso, Shido se aproximou do portal. Lá, ele encontrou o motivo dos enviados jamais voltarem – em meio a uma grande quantidade de corpos de soldados, havia dois guerreiros idênticos. Um vestia uma armadura dourada, o outro uma armadura prateada. Algumas partes eram revestidas com panos e ambos usavam uma espécie de saia longa cerimonial, mas de todas essas características, as que mais se destacavam eram as longas e belíssimas asas douradas de cada um.

— Veja irmão – disse o de armadura prateada. – Como nossa deusa disse. A ligação deles com o antigo cavaleiro de Touro os atrairia para cá.

— Mas apenas um veio – disse o dourado. – Onde está o seu irmão? Por acaso está escondido? Ele voltou a se mover nas sombras?

— Não preciso do meu irmão para destruir esse portal – disse Shido. – E vocês, quem são?

— Não nos reconhece? – Disse o irmão prateado. – Isso é deprimente. Eu sou Zetes, e esse é meu irmão Calais. Os heróis mitológicos.

Shido riu.

— Desculpe, não sei quem são. Não sou familiarizado com a mitologia grega, apenas com a nórdica.

— Somos heróis, cavaleiro – disse Calais, o irmão vestido de ouro, demonstrando certa impaciência. – Semideuses, filhos de Bóreas, o terrível Vento Norte, responsáveis por dar fim às monstruosas Harpias.

— E, a meu ver, – começou Zetes, o irmão de armadura prateada – teremos também a derrota dos cavaleiros de ouro para acrescentar a nossa lista.

— É o que veremos – finalizou Shido.

O cavaleiro de ouro de Gêmeos partiu para cima dos inimigos em uma explosão de energia.


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