Cavaleiros do Zodíaco: A Saga dos Herdeiros escrita por Dré


Capítulo 28
Terceira Fase - Capítulo Quatro. A Raposa e a Deusa




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Na taverna onde estavam Leon e os outros, havia uma vasta sala comunal. O lugar era limpo, com móveis que brilhavam e repleto de frutas por toda parte. No centro, estavam reunidos os quatro Conselheiros de Guerra: Marin, Shoryu, Shaina e Retsu. Além deles, Mik, Leon, Hector e Atalanta também se viam sentados à brilhante e enorme mesa central. Leon era o único que comia, e comia com certa voracidade, a ponto de Mik o observar com certo espanto.

— Pode me alcançar aquele negócio ali? – Disse Leon para Hector, apontando para um pote com um tempero vermelho.

Hector o alcançou. Leon esparramou o líquido em sua comida e, ao dar a primeira colherada, começou a tomar água desesperadamente. Marin foi a única que riu enquanto tudo acontecia, mas agora estava com a máscara de volta, e ninguém podia ver sua expressão. Shina, impaciente, batia com a unha na mesa. Shoryu meditava imóvel e de olhos fechados. Retsu fitava admirado Hector e Atalanta, que por sua vez apenas observavam a voracidade de Leon.

— Ainda não entendi – disse Hector. – Achei que haveria algum plano, mas aparentemente nos reuniu aqui para vê-lo comer.

O jovem Raposa o observou com atenção.

— Trouxe vocês dois aqui para provar que sua deusa é uma mentirosa.

Foi como um raio. A mesa tremeu tilintando pratos e talheres e o ar estourou com uma velocidade que quebrou a barreira sônica. Atalanta se encontrava com sua espada curta entre os olhos de Leon. Marin e Shina a seguravam na altura do peito e do punho. Os olhos dela eram de pura raiva, as amazonas podiam sentir a vibrante tensão nos músculos de Atalanta.  Leon, sem se desequilibrar, bebericou o ultimo gole do seu copo de água enquanto Hector mantinha o olhar frio em direção a ele.

— Se ousar insultar a minha deusa mais uma vez, – começou Atalanta – eu vou matar todos nessa sala. Em seguida, matarei todos seus colegas presentes nesse estabelecimento. Irei até o Santuário e caçarei todos os cavaleiros de Atena. Um por um, até que Atena e seus protetores se transformem em uma mera página virada na história da humanidade!

— Que engraçado – disse Leon. – Todos que já tentaram estão mortos e enterrados. Mesmo deuses como Poseidon e Hades. É digno de pena você pensar que tem alguma chance.

Atalanta parecia prestes a perfurar a cabeça de Leon, quando Hector interrompeu:

— Atalanta, sente-se – ordenou o herói e general de Tróia.

A caçadora relaxou os músculos e sacudiu as amazonas de Atena de perto dela, voltando a sentar-se.

— Como pretende provar alguma coisa? – Perguntou Hector.

—Admito que não será fácil – começou Leon. – Perséfone é uma deusa, um ser poderosíssimo e absolutamente inteligente. Eu já lidei com pessoas poderosas e inteligentes, mas nada que se equiparasse a uma deusa. Em outra situação, poderia dizer que as chances de conseguirmos algo contra os planos dela são menores que um por cento, mas hoje, eu a fiz perceber que comigo aqui essas chances mudam, e isso irá provocar uma reação. Ela provavelmente tentará mudar os planos. Adiando ou adiantando algum movimento. Infelizmente, eu não posso saber o que ela irá fazer. Mas creio que logo iremos descobrir.

— Você está me dizendo que algo, que você não sabe o que é, pode acontecer ou não, e quer me convencer de que isso é prova de que Perséfone é uma deusa corrompida – disse Hector.

— Como eu disse; não será fácil – lembrou Leon. – Ainda assim, ela joga com a manipulação, o que significa que se eu puder manipulá-la melhor, eu posso vencer.

— Você está falando bobagens sem sentido – disse Atalanta sem esconder a raiva. – Como uma deusa corrompida poderia salvar toda a raça lemuriana e criar esse lugar tão cheio de vida.

— Mik, por favor – disse Leon.

Nesse momento, Mik retirou o capacete de sua armadura, revelando a todos ali presentes a sua origem.

— Nem todos os lemurianos foram salvos por Perséfone – disse Mik. – Nós desconfiamos que sua deusa estaria usando Lemuria para servir aos seus propósitos. Muitos lemurianos ainda servem e amam Atena.

— Ainda não prova nada – rosnou Atalanta.

Nesse momento, Dexter de Mosca adentrou o local e anunciou o retorno de Aziel de Erídano e Zinky de Bússola. Leon havia enviado ambos para descobrir novas informações sobre os planos de Perséfone, aproveitando-se da habilidade de Zinky de localizar e rastrear.

— Finalmente vocês chegaram – disse Leon.

— E temos novas informações – começou Aziel. – Vocês, guerreiros de Perséfone, poderiam nos explicar o que há em Granakan?

Atalanta e Hector se entreolharam.

— Granakan era um calabouço. Não é usado há milênios. Perséfone não tem inimigos para jogar lá – disse Hector, lançando um olhar desafiador. – Por enquanto.

— Você está enganado – disse Zinky com sua voz um pouco trêmula.

Hector disparou seu olhar mais frio contra ele, e Zinky quase se encolheu de medo.

— Zinky e eu começamos nossas buscas nas maiores estruturas e que mais emanavam algum tipo de cosmo. Sorte nossa termos encontrado algo logo na primeira que tentamos – disse Aziel. – Granakan, apesar de supostamente vazia, é guarnecida por dois cosmos muito poderosos. Lá, nós encontramos dois seres. Aparentemente duas mulheres de cosmo gigantesco, ambas guardando uma terceira. Não temos dúvidas: era uma prisioneira de Perséfone. Não é Atena, pois não reconhecemos o cosmo. Mas é alguém poderoso.

A mente de Leon começou a trabalhar. Finalmente conseguira mais uma peça do quebra-cabeça.

— Bom, parece que estamos chegando a algum lugar – disse Leon. – Diga-me Hector, o que é aquele objeto sobre a torre, aquele emanando um constante cosmo atrás do Palácio Principal de Persáfone?

— É a kamui da nossa deusa – Respondeu Hector. – A sua armadura divina.

— Prova do amor que seu cosmo pacífico emana – disse Atalanta.

— Prova de que Perséfone tem uma arma secreta – corrigiu Leon, chamando a atenção de todos. – Ela não deixaria exposta a sua armadura se não tivesse algo mais forte a protegendo. Assim como não permitiria que seus Heróis Mitológicos Caídos fossem submetidos a mim se ela não tivesse uma arma mais forte do que eles.

Hector e Atalanta apenas observavam Leon. Atalanta não era capaz de esconder a sua raiva, porém Hector sentiu algo mudar dentro dele. Talvez uma estranha vontade de acreditar em Atena uma última vez, afinal, ela já fora responsável por defendê-lo em batalha inúmeras vezes na Era Mitológica. A sensação de ter Atena o guiando era como a de confiar plenamente em um líder sábio e corajoso, fazendo com que perdesse o medo de mergulhar na batalha. Ele tratou de apagar o pensamento da sua mente e concentrou-se em como ajudar a sua nova deusa. Atena era parte do passado.

Enquanto as peças se encaixavam na mente brilhante de Leon, por mais ínfima que fosse, ele conseguia vislumbrar uma chance de desmascarar Perséfone e de revelar seus planos. Bastava pensar com maior antecedência possível, e prever os próximos movimentos dela. Leon estava travando uma batalha mental que jamais travara antes e era a vez de Perséfone fazer o próximo movimento.

A batalha entre eles estava prestes a se intensificar.


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