Cavaleiros do Zodíaco: A Saga dos Herdeiros escrita por Dré


Capítulo 27
Terceira Fase - Capítulo Três. A Primeira Batalha




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Shun foi arremessado contra uma rocha do lado de fora do castelo do Muro das Lamentações. Mas se ergueu sem muitos danos. Ikki o observava impassível. Os outros três também lutavam do lado de fora. Quando então, subitamente, um vento uivou por entre eles interrompendo a batalha.

— Mas o que é isso? – Perguntou Seiya.

Ikki, espantado, notou que um cosmo obscuro se acumulou, cruzando por eles em direção ao Muro das Lamentações.

— Não – disse Ikki. – Não pode ser!

Um jato gigantesco de energia obscura disparou do Muro em direção aos céus do Inferno. Em seguida, em meio a estrondos e tremores, vários outras imensas colunas de poder se ergueram como gigantescas pontes roxas em direção ao céu sem estrelas.

— Não! Não! Ela tinha me prometido! – Disse Ikki.

Ele então se aproximou do cavaleiro de Catton e o ergueu pelo pescoço.

— Me explique agora! O que significa isso?! Tínhamos um acordo!

— Eu... Eu não sei! – Tentou Catton.

Ikki então o soltou.

— O que é isso, Ikki? Que acordo é esse? – Perguntou Shun.

— O universo é um sistema que precisa ficar em harmonia, Shun.

— Eu não entendo...

— Anos após a batalha contra Shaka, – continuou Ikki – decidi voltar ao plano que tinha ido parar quando lutei contra ele. Descobri que o lugar era a casa de Perséfone. Os filhos dela me pediram então que cuidasse do Inferno, pois sem Hades aqui, a energia dos mortos que o Inferno exala na forma de ectoplasma não teria para onde ir. Isso poderia ocasionar um desastre cósmico, fundindo o Inferno e a Terra e fazendo os mortos retornarem. A energia do ectoplasma superlotaria o Tártaro, local ainda mais profundo que o Inferno, em que apenas deuses depostos eram aprisionados. Os três deuses primordiais, Hades, Poseidon e Zeus, seriam os únicos com poder suficiente para alcançar tal lugar. Perséfone então fez um acordo com o Tártaro. Ele abriria para ela e em troca, me deixaria como Herdeiro do Inferno para que o Tártaro não tivesse de suportar essa energia sozinho. Ao mesmo tempo, ela fez o acordo comigo; eu guardaria o Inferno em tempos de paz, enquanto Atena seria punida por seus crimes no Tártaro. Basicamente, eu não tive escolha. Se Atena não fosse para o Tártaro, e eu não ficasse aqui, os mortos voltariam, mas...

— Esses raios, então... – começou Hyoga.

— Sim. Os mortos estão partindo.

— Isso não é possível, não pode ser verdade, Perséfone precisava punir Atena, mas jamais faria isso! Jamais libertaria os mortos na Terra! – Berrou Catton.

Nesse momento, uma poderosa cosmo energia se aproximou deles. Em meio a um manto de trevas, surgiu um cavaleiro. Ele trajava uma armadura completa, prateada e com tons negros.

— E agora, quem é você? – Perguntou Seiya.

— Diomedes, Príncipe de Argos, servo de Perséfone.

— Não é possível – começou Hyoga. – O herói grego? O guerreiro que feriu o próprio Ares em combate?

— Perséfone é uma deusa boa. Ela me devolveu a vida para fugir das torturas de Hades e me deu a longevidade para não precisar voltar. Quanto a sua deusa, não temos mais tanta certeza, não é mesmo?

— Do que você está falando? – Perguntou Seiya de punho cerrado. – Em inúmeras vezes as lendas dizem que você foi ajudado por Atena, você foi praticamente um dos seus primeiros cavaleiros! Como pode dizer uma coisa dessas?

— Você não está vendo? – Disse Diomedes apontando para o raio de energia que disparava para o alto. – Isso é fruto da ameaça de cavaleiros de Atena a Perséfone. Um jovem chamado Leon. Ele invadiu o Continente Perdido, ameaçou Perséfone em seu próprio Palácio e a obrigou a libertar os mortos. Se não protegermos os portais, ele matará nossa deusa. Toda Lemúria está associada a sua existência. Se ela morrer, todos que vivem lá também morrerão!

— Não pode ser verdade – disse Shiryu.

— Se ficarem do lado do traidor, terão o mesmo destino de Atena.

Seiya, Shiryu, Hyoga e Shun ergueram seus cosmos, mas então, foram interrompidos.

— Já basta – disse Ikki.

— Ikki, por favor, não me diga que irá ficar do lado dele? – Disse Shun.

— Não estou do lado de ninguém, Shun – disse Ikki. – Estou do meu lado, por tanto, partam agora. O Santuário precisa de vocês mais do que nunca, e eu ainda sou o Herdeiro do Inferno. Irei cuidar do lixo que se acumulou no meu quintal.

Shun e os outros abriram um sorriso. Os quatro então partiram, concentrando seus cosmos e retornando ao Santuário. Enquanto isso, Diomedes e os três juízes, Catton de Wyvern, Raiyam de Grifo e Brake de Garuda, observavam Ikki em sua resplandecente armadura de Leão.

— Irá se sacrificar para permitir a fuga de seus aliados. Bela atitude, para um traidor – disse Diomedes.

Ikki sorriu.

— Pobre diabo. Acha que estou me sacrificando? Não, Diomedes. Pretendo derrotar esses três falsos e deixar apenas você vivo para ver, no fim de tudo, quem é o traidor. Acha mesmo que eu acredito que um cavaleiro de bronze invadiu os domínios de Perséfone e a ameaçou? Você é um tolo se acredita em um absurdo desses.

— Errado! – Disse Diomedes. – Atena sacrifica seus cavaleiros, ama a guerra, é incapaz de eliminar a dualidade no coração dos homens.

— Dualidade? Vou lhe mostrar que não há dualidade no meu coração, Diomedes. Ave Fênix!

As chamas de Ikki arderam em espirais de fogo, ferindo até mesmo aquele que nenhuma chama poderia ferir: o próprio Inferno. As labaredas afastaram os quatro oponentes de Ikki e vaporizam o chão sólido e as rochas, até tomar a forma de uma gigantesca ave, que explodiu em labaredas contra os inimigos.

Ikki aterrissou após seu ataque devastador, a armadura dourada contrastando com a capa negra que a envolvia. Mas então, Ikki sentiu o cosmo gigantesco fazendo o Inferno vibrar. Era Diomedes intacto, sua mão direita estendida à frente do corpo revelava um fato inacreditável: ele bloqueara o poder da Ave Fênix com apenas uma mão. Ikki não pôde acreditar. Em sua belíssima armadura prateada, sua fisionomia, tipicamente grega com cabelos curtos e encaracolados, nem se quer havia se alterado.

— Se isso é o melhor que tem para oferecer – começou Diomedes. – Prepare-se para perder a vida, cavaleiro de ouro de Leão.


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