Cavaleiros do Zodíaco: A Saga dos Herdeiros escrita por Dré


Capítulo 24
Segunda Fase - Capítulo Doze. O Herdeiro do Inferno




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/694220/chapter/24

Entre um pequeno matagal na suposta Lemúria, Leon estava boquiaberto com o que via. Era algo que escapara totalmente a sua imaginação a respeito de como seria o lugar. Os cavaleiros de prata se aproximaram e começaram a observar por entre as folhagens.

— Isso é inacreditável – disse Marin.

Aquela floresta era na verdade um bosque, ele ficava sobre um terreno elevado com uma descida íngreme de poucos metros de altura, mas que era o suficiente para dar uma bela vista de tudo ao redor.

A visão era de uma cidade muito viva, repleta de árvores verdes que contrastavam com as casas cor de areia. Sua arquitetura era muito bem ondulada, todas as pinturas pareciam ter desenhos simbólicos e as torres mais altas tinham belíssimos tetos coloridos em formato de gota.

Um rio serpenteava o centro da cidade de oeste em direção ao nordeste e era todo repleto de belas e bem elaboradas pontes e barcos que iam e voltavam. Após o rio, havia, destacando-se pela sua altura e beleza, o Palácio de Lemúria.

Dentre todas essas coisas, mais impressionante até que a beleza do lugar, era o que havia em uma grande praça circular próximo de onde os cavaleiros estavam. No lugar, cercado de casas e alternando tijolos e flores coloridas, vários Lemurianos festejavam. Eles riam, brincavam e divertiam-se.

— Parece que não é o inferno que imaginávamos – disse o cavaleiro Chip de Cruzeiro do Sul, o cavaleiro de prata mais jovem depois de Shoryu.

Os cavaleiros então voltaram a se esconder no bosque. Lá dentro, Leon sentou-se no chão, ficando com um olhar fixo no nada. Quando levantou a cabeça, vários cavaleiros o fitaram com o ar de preocupação. Genial, ele pensou. Foi tudo planejado.

— E então? – Perguntou o Conselheiro de Guerra Retsu de Triângulo. – A ordem é de que obedeceríamos ao que você dissesse.

Mik logo identificou o tom de desconfiança na voz de Retsu.

— Você não está vendo? – Disse Mik. – Não estávamos preparados para isso.

— Nós não nos preparamos para nada – disse Shoryu em um tom feroz. – Não sabíamos o que esperar. Vir até aqui foi uma decisão imprudente e arriscada.

— E por acaso ficar parado esperando seria a melhor opção? – Rebateu Aziel, no alto de sua frieza.

— Não se esqueça da sua posição, cavaleiro de bronze – lembrou Shoryu, dando um passo ousado em direção ao cavaleiro de Erídano.

Um olhar afiado de Aziel para Shoryu e logo uma rivalidade se formou. Leon continuava sentado, olhando para o nada. Marin e Shina o observavam com atenção, alguns cavaleiros apenas aguardavam, outros coçavam a cabeça em dúvida. Dexter de Mosca, que fora juiz das lutas de Leon, se aproximou.

— Você deveria ter perdido aquelas lutas. Eu deveria ter permitido que você desistisse – disse Dexter. – Agora estamos aqui perdidos, sem saber o que fazer.

Ravel de Pictor, que fora professor de Leon, se aproximou e colocou a mão no ombro de Dexter.

— Por favor, caro amigo – disse Ravel, que já conhecia os métodos de Leon. – Estás a cometer um equívoco.

— Não há equívoco algum – disse Dexter, tirando a mão de Ravel do seu ombro. – Eu estava lá, eu vi as lutas. Ele teve sorte. É um desperdício de armadura.

Mik olhava tudo com um ar entristecido. Todos estavam sofrendo muito com a perda de Atena. Eles se culpavam e a dor da culpa refletia em ações desenfreadas. Shina e Marin eram as únicas calmas, pois já haviam passado por tudo aquilo mais de uma vez.

— O Raposa pode ter contado com nuances do destino, – disse Ravel – mas é brilhante.

— Não importa – exclamou Shoryu. – São pessoas inocentes lá embaixo. Eu não vou atacá-las.

De repente, Leon acordou do seu devaneio.

— Sim, você vai – disse.

Shoryu arregalou os olhos em direção a Leon, assim como todos os outros, que voltaram as suas atenções para ele.

— Do que você está falando? – Perguntou o filho de Shiryu. – Por acaso ficou maluco?!

— Que belo exemplo de cavaleiro você é – disse Leon, levantando-se e fitando Shoryu nos olhos. – Se em uma mão você tivesse a vida de Atena e na outra a vida de inocentes, quem você escolheria?

Shoryu paralisou. Ravel abriu um sorriso, sabia que enfim o momento do cavaleiro de Raposa chegara.

— E então?! – Gritou Leon. – Me responda. Mataria crianças por Atena?

— Eu... eu... – Gaguejou Shoryu.

— Fraco! Muito fraco! Ridículo – Concluiu Leon seguido de uma gargalhada. – Se Atena estivesse em suas mãos, estaria morta. E isso serve para todos vocês. É por isso que eu estou liderando. Usar uma armadura bonita, lutar até a morte, tirar sua própria vida por Atena. Tudo isso é fácil. É elementar até! Muitos já fizeram e muitos ainda irão fazer. Agora, dar um passo à frente e saber tomar as decisões difíceis, esse é o verdadeiro sacrifício. Alguém tem mais alguma dúvida? Alguém aqui quer contrariar as ordens do General Máximo em tempos de guerra? Alguém quer desistir de Atena, desistir de ser o que é e voltar para casa? Então, senhor Dexter? Se quiser, eu permito que você desista.

Os cavaleiros se dividiram, alguns estavam furiosos pela insolência, outros admiraram a imponência e sabedoria do jovem, mas de fato, não havia dúvidas de que alguns passaram a desconfiar ainda mais de Leon, afinal, grandes líderes entre os cavaleiros nunca o fizeram com o uso de palavras, mas sim do exemplo.

— Qual é o plano – disse Marin.

— Me diga você, amazona – disse Leon. – Metade desse grupo deve estar sentindo raiva de mim, eu sei que posso confiar apenas em Aziel e Mik, mas Shoryu e Dexter não são de confiança, eles vão falhar comigo assim como falharam com Atena. Dois desperdícios de armadura. – Dexter respirava pesado. Shoryu mantinha os dentes fechados com tanta força que os tendões do pescoço estavam saltados. – O que você faria por Atena?

— Qualquer coisa.

— Então tire a máscara.

Todos ficaram pasmos com o pedido, mas, diferente de Shoryu, Marin não hesitou. Diante de todos, ela cometeu um dos maiores pecados do Santuário: retirou a máscara que cobria o rosto das amazonas. Marin já vira e enfrentara muito para temer essa regra do Santuário, mas ainda assim, o que o Raposa a obrigou a fazer, acendeu o ódio de alguns.

— É bom que tenha uma boa razão para isso – disse June de Lebre.

— Eu tenho – disse Leon. – Queria saber quem seria aquela que iria comigo até o Palácio de Lemuria fazer uma visita a Perséfone.

Todos ficaram pasmos observando Leon.

— Então, – disse Mik – você tem um plano?

— É claro – Respondeu Leon sorridente. – E eu vou levar esse garoto comigo. Parece que o pai dele não anda ensinando-o direito – disse apontando para Shoryu. – Quanto aos que ficarem, preparem-se, pois se algo acontecer conosco no Palácio, vocês irão sequestrar Lemurianos e ordenar nossa soltura.

Aquelas palavras assustaram alguns, mas em pouco tempo, Leon, Aziel, Shoryu e Marin estavam caminhando entre os Lemurianos que festejavam. Para não serem descobertos, eles usavam capas brancas e caminhavam de cabeça baixa. Leon abordou um lemuriano que parecia estar saindo de um casarão carregando uma cesta de frutas.

— Olá – Disse Leon segurando o lemuriano pelo braço. – Pode, por favor, me informar onde fica o Palácio da Rainha da Morte?

Os cavaleiros travaram por um momento. Era uma pergunta evidentemente ofensiva. O lemuriano também vacilou, mas respondeu:

— Desculpem meu susto – disse. – É que costumamos chamá-la de deusa da vida, da agricultura, e não pela designação do seu cárcere para com Hades. Creio que vocês não sejam daqui.

— Não. Somos cavaleiros de Atena. Servos de outra deusa – disse Leon, os outros cavaleiros suavam frio, Leon parecia estar jogando todo o disfarce fora.

— Sim, a deusa que, em meio a suas guerras, permitiu a quase aniquilação de uma raça inteira – respondeu o lemuriano. – Talvez tenhamos que rever para quem vai o título de Rainha da Morte.

— Tenho certeza que Atena o aceitaria de bom grado, – disse Leon – se ganhasse o título lutando pelo bem de ambas as nossas raças, e não se deitando com outros deuses.

Marin arregalou os olhos e cobriu a boca.

— Leon! – Interrompeu Shoryu. – Basta! O que você pensa que está fazendo?!

— Testando o ressentimento deles – respondeu Leon com um sorriso alegre. – Perdoe-me pela ofensa, mas eu precisava saber o quanto vocês odeiam Atena. Infelizmente, Atena é uma deusa guerreira, e esse tipo de atitude minha é necessária para saber se aqueles que se dizem pacíficos são mesmo pacíficos.

— Não odeio Atena, apenas amo outra deusa que, sim, é pacífica, e ensinou a perdoar – respondeu o lemuriano. – Agora devo ir, imagino que deva saber onde fica o Palácio.

O lemuriano então partiu consternado. Após algum tempo, eles estavam diante do Palácio de Lemuria – um enorme castelo vermelho com várias torres de teto dourado. Uma das torres, porém, era branca e no topo brilhava um objeto que emanava um estranho e poderoso cosmo luminescente. Eles o analisaram, mas jamais haviam visto ou sentido algo como aquilo antes. Leon criou várias suposições sobre o que se tratava, mas todas pareciam vãs tentativas de não ficar no escuro a respeito do assunto. Ele e os outros, então, começaram a erguer seus próprios cosmos, e sem que ninguém aparecesse, os portões abriram-se sozinhos. Por dentro, o castelo era maravilhoso; suas obras de arte eram magníficas, assim como a tapeçaria e os candelabros. Cada detalhe parecia trabalhado pelas mãos de anjos. Diante de uma escadaria, um homem forte, de cabelos castanhos e pele bronzeada, os recebeu. Ele vestia uma bela armadura rodeada em panos que a tornava ainda mais nobre, mas de tudo, o que mais chamava atenção, era o fato de não ter as duas pintas na testa.

— Bem-vindos. Por favor, me acompanhem – disse o homem. – Perséfone aguardava ansiosa por esse dia.

— Posso imaginar o quanto – disse Leon sarcástico. – E você, quem é?

— Me chamo Édipo, fiel servo de Perséfone.

— Interessante. É o mesmo nome do rei Édipo, de Tebas, que decifrou o enigma da Esfinge – afirmou Leon. – Mas não perguntei seu nome. Você não é lemuriano, o que está fazendo aqui? Quem é você?

O homem então riu.

— Desculpe por não me fazer ser compreendido, – disse – eu sou Édipo.

Houve então um momento de silêncio. A face de confiança de Leon e dos outros se desmanchou.

— O rei de Tebas, em pessoa – concluiu o homem. – Perséfone me acolheu em seu infinito amor e me salvou da eterna tortura a que Hades me submeteu após a minha morte, então, escolhi uma vida longínqua ao lado da única deusa capaz de me conceder tanto tempo de vida.

— A longevidade dos lemurianos, então... – Começou Mik.

— Sim, é um dom dela. Sempre foi.

Todos ficaram em silêncio por um bom tempo,até conseguirem alcançar a realidade do que estava acontecendo. Afinal, ter o rei de Tebas como seu servo, um dos mais famosos heróis gregos, era algo absurdo. Muito antes de existir Seiya, era em homens como ele que os cavaleiros se inspiravam.  Ela não controla homens como Édipo, pensou Leon. Ela está manipulando esses heróis, formando um exército, não os salvando.

Eles subiram as escadas, adentraram corredores largos e salões maravilhosos. Diante de uma grandiosa porta dupla, Édipo os anunciou e a abriu. Finalmente eles sentiram o cosmo grandioso de Perséfone em toda a sua magnitude. Diferente do cosmo de Atena, não havia um sentimento de proteção, afinal, Perséfone não precisava proteger, já que não havia lutas em seu mundo, mas ele era doce e terno. O salão em que ela estava não era muito diferente do Salão do Mestre, porém, os pilares eram vermelhos e os detalhes dourados eram inúmeros.

A deusa usava um vestido simples como o de Atena, mas mantinha um manto verde com detalhes dourados, dando a ela a aparência de uma sacerdotisa. Em uma das mãos, carregava uma foice prateada, que tanto era símbolo da morte como também era símbolo da agricultura. Seus cabelos eram negros e encaracolados e os olhos como lagoas azuis. Ao lado dela, havia outros dois homens que emanavam grandiosos cosmos. Ambos eram parecidos com ela. Não havia dúvidas de que se tratavam de deuses também.

Leon e os outros se ajoelharam diante dela.

— Por favor, não há necessidade – disse Perséfone. Sua voz era vivaz e alegre. – Esperei muito pelo dia que Atena reencontraria Lemuria em tempos de paz.

— Infelizmente, não viemos em paz, senhora – Disse Marin. – Atena foi sequestrada, usaram contra ela uma Romã Infernal, assim como Hades fez com a senhora.

— E com a morte de Hades, você herdou o Inferno, – afirmou Leon – e Atena estava lá no dia em que você foi levada.

Os deuses ao seu lado deram um passo adiante, ofendidos com a insinuação de que Perséfone poderia ser a responsável. O cosmo deles quase esmagou ali mesmo os cavaleiros de Atena, mas a deusa os conteve com um breve movimento de mão.

— Atena. Sempre carregando o fardo da guerra e do conflito – disse Perséfone com um ar triste. – Espero que eu esteja errada, e que ela não esteja trazendo a guerra novamente ao povo de Lemúria. Não sou eu e nem meu povo responsável por elas.

— Seu povo? O povo de Atena, você quer dizer – disse Leon.

— Está dizendo que não fez isso? – Perguntou Shoryu.

— Entenda cavaleiros, – começou a deusa – não seria absurdo manter um desejo de vingança por tanto tempo? Esses homens que estão aqui foram salvos por mim das torturas do meu opressor. Eu salvei um continente inteiro, uma raça inteira da destruição durante uma das Guerras Santas de Atena. Por favor, compreendam, eu sou grata a Atena por ter deposto Hades. Ela me libertou. Eu compreendo a sua luta, compreendo que apenas ela é capaz disso. Atena foi a responsável por manter Hades ocupado por tempo o suficiente para que eu pudesse salvar os meus Heróis Caídos, como Édipo.

Leon entendeu que se a deusa estava negando, não havia como contradizer ela ali. Ter Édipo ao seu lado, como um servo, era na verdade uma demonstração de poder que ela estava dando.

— Gostaria de falar com a senhora a sós – disse Leon, surpreendendo a todos.

Imediatamente, um dos deuses ao lado dela tentou impedir, mas Perséfone ficou curiosa e aceitou o pedido. Shoryu ficou extremamente desconfiado. Sozinhos, Leon e Perséfone caminharam por um dos vastos corredores do Palácio. Raios das duas luas penetravam através das janelas ornamentadas.

— Admito que teria sido um plano genial – disse Leon.

— Plano? – Perguntou Perséfone, aparentando sinceridade.

— Sim. Você esperou Atena derrotar Hades para herdar o Inferno, tem Lemúria como a chave para os Mares, faltaria apenas a Terra como chave para os Céus. Mas agora você me diz que não é a responsável. Criou um lugar fértil, de paz e harmonia. Convenceu os lemurianos que você é uma boa deusa. O que pretende com isso?

— Eu juro, cavaleiro. Juro que não sou eu a raptora de Atena. Eu apenas salvei Lemuria, não tive segundas intenções. Eu torcia sim pelo fim de Hades, mas não com o objetivo de herdar o Inferno. Entenda, por favor: eu não sou a herdeira do Inferno.

Leon a olhou diretamente nos olhos, e ela manteve seu olhar firme e suplicante. Leon então esticou a mão com a palma erguida, e seu cosmo começou a se concentrar nela. Perséfone olhou pasma, enquanto o espaço se distorcia na mão do jovem, ganhando a forma de uma esfera e abrindo um estranho e pequeno portal.

— Isso é impossível – disse Perséfone. – A habilidade de distorcer o espaço dessa maneira é reservada aos mais poderosos seres do universo.

De repente, a ponta de uma lâmina começou a surgir da distorção. Perséfone deu um passo para trás ao perceber o que era.

— Isso é... – gaguejou a deusa.

— Sim, a Adaga de Ouro. A arma capaz de matar deuses – disse Leon com um olhar estranho. – Era o que você queria, não? Atena foi aprisionada para que, após a destruição do Santuário, você pudesse apunhalá-la com isso, já que era incapaz de roubá-la devido às inúmeras proteções que circundam essa arma. E obrigado pelo elogio, mas não sou capaz de fazer muito mais do que uma dimensão de bolso em que posso guardar coisas. Definitivamente, eu não me encontro entre os seres mais poderosos do universo.

— Não! Eu não planejo matar Atena! – Disse Perséfone com um olhar sério. – Agora você, como conseguiu roubá-la?

— Uma combinação de habilidades, – disse Leon – um dos meus aliados é capaz de ocultar o cosmo, e o outro é um lemuriano capaz de teletransporte. Eu só precisava ganhar a confiança do alto escalão e saber onde estava a adaga, para então, transportá-la para as minhas mãos sem que ninguém notasse. E agora, aqui está. Se você realmente não é a sequestradora de Atena, que fique com ela apenas como sinal de boa fé e cooperação.

Leon, com um sorriso quase maligno, esticou a Adaga de Ouro em direção a Perséfone, que a fitou com desprezo mantendo uma distancia segura.

— Ficarei com ela, apenas para tirá-la das suas mãos – disse Perséfone, fazendo a adaga levitar em sua direção – perdi a confiança em você, jovem, mas ainda não entendo como você poderia saber se quer da existência dessa arma.

— Se eu lhe dissesse, ai sim você não confiaria mais em mim – disse Leon.

— Eu já não confio mais em você, cavaleiro. Você roubou sua própria deusa.

Leon suspirou, dando de ombros.

— Se quer tanto saber, não me importo com o que você pensa – Leon deu as costas para Perséfone. – Sou Leon de Raposa, meu pai foi o primeiro dono da Adaga de Ouro, Mestre do Santuário, Traidor, Senhor do Templo dos Dois Irmãos, Herdeiro da Maldição de Castor e Pólux. Meu pai era Saga de Gêmeos.

Perséfone ficou sem palavras. Mesmo rodeada de heróis famosos como seus Heróis Caídos, poucos foram tão falados entre os próprios deuses como Saga e Kanon, as maiores provas de que a humanidade podia ser perigosa até mesmo para os deuses. E agora, diante dela, havia a revelação de que aquele jovem era descendente do Demônio de Atena. Era inacreditável que um mero humano pudesse surpreendê-la tanto assim.

— Saga e Kanon, os homens que enganavam deuses – disse Perséfone confusa. – Bom, não importa quem é seu pai. Eu não irei julgá-lo por problemas fraternais. Você não é Saga, e eu não sou a Herdeira do Inferno.

— Tudo bem. Se você está insistindo, eu acredito. Mas, então, quem é?

— Raposa, você, mais do que todos, sendo filho de Saga, deveria saber que o coração dos homens é facilmente corrompido. O Herdeiro do Inferno não é um deus, mas sim um homem.

Enquanto isso, no Inferno, Seiya, Shun, Hyoga e Shiryu finalmente alcançaram o palácio que precedia o Muro das Lamentações. Eles adentraram o local e encontraram o cavaleiro de Catton de Wyvern.

— Eu avisei que não deveriam vir até aqui.

— O que significa isso? – Perguntou Hyoga. – Como pôde chegar antes de nós?

De repente, ao lado de Catton, surgiram os cavaleiros Brake de Garuda e Raiyam de Grifo. Os três substitutos dos Juízes do Inferno começaram a erguer seus cosmos.

— Deixem-nos passar, se não... – Começou Seiya.

— Vão embora, cavaleiros de Atena. – Disse uma voz que surgiu atrás dos três novos juízes.

Os quatro cavaleiros paralisaram, pois reconheceram a voz. Os três juízes então se ajoelharam diante do homem que se aproximava. Seus passos eram firmes, seu cosmo ardia como fogo e sua presença era aterradora.

— Não. Não pode ser – disse Shiryu.

Shun não foi capaz de segurar as lágrimas.

— Ikki!


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Cavaleiros do Zodíaco: A Saga dos Herdeiros" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.