Cavaleiros do Zodíaco: A Saga dos Herdeiros escrita por Dré


Capítulo 21
Segunda Fase - Capítulo Nove. Mudança de Planos




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— Me desculpem, mas não tenho nenhuma informação sobre eles – disse Ichi. – Antes de sair da Ilha da Rainha da Morte, eu já não os via há tempos.

O cavaleiro de Peixes acabara de ser questionado sobre o paradeiro dos Cavaleiros Negros. Já que a Ilha da Rainha da Morte era parte do plano do inimigo, não havia dúvidas de que talvez eles pudessem ser usados contra Atena.

— Eu posso garantir, – disse Aziel. – todos tem o mesmo nível de cavaleiros de bronze. Alguns são até mais fortes.

— E se até deuses foram corrompidos pelo Fruto da Morte, – disse Mik. –Cavaleiros Negros não seriam nenhum problema.

Subitamente, Kiki, que estava ausente, surgiu trazendo alguns rolos de pergaminhos da Casa de Áries.

— Aqui estão, alguns dos antigos mapas do Continente Perdido.

Eram peças raríssimas e antigas. Kiki abriu uma em que havia um panorama geral do Continente e sua antiga localização no Oceano Pacífico.

— Mas não tenho dúvidas que o inimigo estará aqui – disse Kiki apontando para o centro do mapa. – Era nossa antiga capital. No centro havia um palácio muito semelhante ao Palácio de Atena.

Kiki então sacou outro mapa, agora específico da região onde ficava o Palácio. Era uma região repleta de montes e com um rio cortando o terreno.

— Já que eu, Ichi e o Grande Mestre ficaremos aqui, enviarei todos os cavaleiros de prata que puder para agirem como batedores e reconhecerem o terreno e o inimigo.

— Eu, Aziel e Mik iremos também – disse Leon.

— Não, eu não permitirei – acrescentou Kiki. – Não quero que atrase os cavaleiros de prata em suas movimentações, eles são muito mais rápidos e...

— Mik se teletransporta – interrompeu Leon, deixando Kiki sem mais respostas. – Mas ainda assim, não é esse o poder dele que quero usar. Existem inúmeras variáveis a considerar nessa invasão, não temos ideia da loucura que Perséfone pode ter alcançado, ou que atrocidades nós encontraremos no Continente Perdido. Eu quero usar a telepatia de Mik para coordenar os movimentos de todos e quero usar Aziel para me manter escondido enquanto eu os coordeno.

Kiki ficou preocupado em um primeiro momento, estavam se deixando levar pelo garoto Raposa e ele estava manipulando tudo, ainda assim, sua esperteza era inquestionável. Restava ao cavaleiro de Áries torcer para que os Conselheiros de Guerra tivessem a sabedoria necessária para impedir qualquer atitude precipitada do cavaleiro de Raposa.

— Muito bem – disse Kiki. – Organize-se então.

— Levarei também o cavaleiro de bronze Zinki de Bússola, ele tem habilidades que considero vitais no reconhecimento e exploração do terreno – disse Leon.

— Como preferir.

Os cavaleiros então se dividiram. Kiki se concentrou em posicionar os cavaleiros de bronze nos locais onde estavam os de prata, se vendo obrigado a deixar o perímetro do Santuário apenas com a defesa dos soldados, além disso, alertou os cavaleiros de Aço ao redor do mundo sobre os perigos dos Cavaleiros Negros. Sorento convocou os Conselheiros de Guerra Retsu de Triângulo e Shoryu de Lótus para uma conversa particular em que informou categoricamente não confiar no cavaleiro Leon de Raposa, dizendo que ambos deveriam observá-lo com cautela.

Pouco tempo depois, todos os cavaleiros de prata que iriam ser teletransportados estavam reunidos diante de Kiki no Coliseu. Diante deles, estavam Mik, Leon, Aziel e Zinki de Bússola, um garoto mais baixo que os outros, de cabelos e olhos castanhos, trajando uma bela armadura de cor prateada, com ombreiras pontiagudas, sendo que uma delas era vermelha.

Os cavaleiros de prata presentes eram: Shina de Serpente, Conselheira de Guerra do cavaleiro de ouro Ichi de Peixes, que liderava Gelve de Hydrus, Ravel de Pictor, Sismir de Mensa e Alesis de Norma; Marin de Águia, Conselheira de Guerra do cavaleiro de ouro Kiki de Áries, que liderava Esmus de Carina, Page de Vela, Arthur de Popa e Chip de Cruzeiro do Sul; Retsu de Triângulo, Conselheiro de Guerra de Hyoga de Aquário, que liderava June de Lebre, Zan de Relógio, Sang de Alfa Centauro e Nilko de Coroa Austral; e por fim Shoryu de Lótus, Conselheiro de Guerra de Shiryu de Libra, que tinha sob suas ordens Dexter de Mosca, Gilvian de Corvo, Lázaro de Grou e Félix de Cão de Caça.

Kiki então se colocou sobre uma amurada do Coliseu.

— Cavaleiros, – começou Kiki – há muito tempo alguém planeja contra nós. Nas sombras, há um inimigo invisível que nos cercou. Não vou enganá-los, essa talvez seja a próxima Guerra Santa. Talvez a mais perigosa da nossa história. O inimigo nos tem em xeque, pois só reparamos que o jogo estava em andamento, quando já era tarde. E nesse momento, ele está a nossa frente. Não sabemos o que aconteceu com a nossa deusa, mas confio nos homens que partiram atrás dela, pois são os nossos maiores heróis. Mas eu me recuso a deixar tudo nas mãos deles, afinal, somos cavaleiros também. Agora, direi a vocês o que sabemos e o que esperamos encontrar aonde vocês irão...

“... Há milhares de anos, havia uma deusa da qual se esperava muito: Perséfone era seu nome. Deusa da agricultura. Uma deusa bondosa que transbordava a energia da vida e espalhou caridade por toda a Terra. Sendo uma das mais belas deusas, Perséfone esperava ser desposada por deuses grandiosos, como Apolo ou, quem sabe, até mesmo Zeus ou Poseidon. É dito que Zeus não apenas a cortejou como também deu-lhe filhos. Mas Hera já era noiva de Zeus e, portanto, Perséfone se viu abandonada a própria sorte pelo deus supremo. Tomada por raiva, Perséfone tentou causar a discórdia entre os três deuses, oferecendo-se aos três, mas dizendo que ficaria apenas com o melhor. Seu plano não poderia ter sido mais falho. Zeus e Poseidon não demonstraram interesse algum, mas Hades sim. O deus da morte achava que seria apropriado desposar uma deusa da vida. Perséfone, por sua vez, ao ver que seu plano falhara, recusou-se a ficar com Hades. Porém, nesse jogo entre deuses, ela precisava manter as aparências, e aceitou fazer visitas a ele. Foi então que, no auge de sua engenhosidade, Hades tramou contra Perséfone, fazendo com que comesse uma Romã Infernal, aceitando Hades para sempre.”

“Hades provara a Zeus que Perséfone o aceitara. Diante das paralisadas Atena e Artemis, que nada poderiam fazer, a deusa foi subitamente tragada pelo Inferno. Com o tempo, ela usou de sua inteligência para conseguir acordos que concediam a ela o direito de sair por certos períodos de tempo, mas nunca ela esteve totalmente livre. Isso até Hades ser eliminado para sempre por Atena. Apesar de ser uma deusa bondosa, nós não sabemos o quanto ela mudou neste período em que viveu no Inferno, portanto, acreditamos que ela planejou durante todo esse tempo a sua vingança. Nos períodos em que se via livre de Hades, ela se infiltrava nas guerras de Atena e dava dicas aos inimigos. Acreditamos que ela convenceu Poseidon a tragar Lemúria para as profundezas, enquanto, na verdade, ela o levava para outro lugar. Acreditamos que a ela pertençam o Inferno e o Continente Perdido, e como nossos heróis foram atrás de Atena no Inferno, vocês, nobres cavaleiros de prata, serão guiados por Leon de Raposa e seus companheiros de bronze pelo Continente Perdido para preparar o contra-ataque. Elevem seus cosmos, amigos. Estejam preparados para tudo. Até mais.”

O cosmo de Kiki se elevou a níveis absurdos. Uma luz suave abraçou os cavaleiros ali presentes. Então, um movimento. O Coliseu ficou vazio. Apesar de ter dispersado aquela enorme quantidade de cosmo em um teletransporte em massa, Kiki não deixou pingar se quer uma gota de suor. Ele deu as costas e partiu, de volta para o Salão do Mestre.

Vinte cavaleiros de prata e quatro de bronze apareceram em um local desconhecido e logo estabeleceram um perímetro seguro.

Era noite naquele plano paralelo. Havia estrelas e três gigantescas luas brancas. Mal se podia ver o céu através das copas de folhas vermelhas da floresta em que o grupo se encontrou. Zinki de Bussúla, que fora trazido com o objetivo de mapear o lugar com suas habilidades especiais, começou a concentrar seu cosmo assim que Aziel deu-lhe autorização, pois estava ocultando-o. Leon então enxergou algo por entre a mata e se aproximou. Ele abriu caminho com a sua mão por entre algumas folhagens e o que ele viu o surpreendeu.

— Pessoal, – disse Leon sussurrando – teremos uma mudança de planos.


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