Cavaleiros do Zodíaco: A Saga dos Herdeiros escrita por Dré


Capítulo 20
Segunda Fase - Capítulo Oito. Um Nome Para o Inimigo




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— Você recebeu uma mensagem, não recebeu? – Disse Mik de Orion.

Kiki o fitava impassível.

— Devo ir até o Salão do Mestre – disse Kiki, dando as costas e partindo.

— Parabéns! – Disse Leon subitamente.

Kiki via no rapaz Leon um pouco de si antigamente. Falastrão e muito esperto, ainda que talvez Leon fosse um pouco mais experto que o normal.

— Com Hyoga e Shiryu fora, você é o General Máximo, não é? É você que manda agora. Pode nos colocar lá dentro, não pode?

O cavaleiro de Áries apenas soltou o ar dos pulmões e relaxou os ombros.

— Tudo bem, venham – disse Kiki.

O Raposa abriu seu sorriso malicioso e começou a acompanhar Kiki. Mik e Aziel os seguiram, honrados por estarem subindo as Doze Casas. No meio do caminho, com Kiki os guiando, Leon tocou o ombro de Mik e apontou para a sua cabeça. Mik ficou confuso, mas logo percebeu que Leon queria falar de maneira confidencial através de telepatia. Em seguida, ele apontou para Aziel, indicando que Mik o conectasse mentalmente com o cavaleiro de Erídano também.

— Aziel, você se lembra de quando disse que, para virarmos o jogo, vocês precisavam confiar em mim? – Disse mentalmente.

Aziel tomou um susto com o fato de Leon estar falando dentro de sua mente, mas logo compreendeu que aquilo era obra de Mik.

— Sim, Raposa – respondeu Aziel. – E não me arrependi de ter escutado, por mais absurdo que tenha parecido na hora.

— Pois bem, dessa vez a coisa é ainda mais absurda.

Após contar o seu plano, Aziel não pode deixar de ficar nervoso e preocupado, era simplesmente loucura o que Leon pedira, mas de fato, se tivessem escutado ele desde o início, Atena talvez tivesse sido salva e, como antigo Cavaleiro Negro, Aziel sabia que às vezes coisas terríveis tinham de ser feitas em nome de um bem maior. Mik também ficou nervoso, mas estava disposto a confiar em Leon.

Após algum tempo, Kiki, Ichi e o Patriarca, trajando mais uma vez suas vestes clássicas, reuniram-se no Salão do Mestre com os três cavaleiros de bronze. Lá, eles se acomodaram em uma mesa com Kiki sentando no local de honra, Ichi a sua esquerda e o Grande Mestre à direita. Kiki fez perguntas sobre como estavam os cavaleiros feridos pelos Frutos Infernais. O Patriarca respondeu que eles estavam entre a vida e a morte, mas que iria fazer o possível para salvá-los.

— Não podemos esquecer que temos apenas o cavaleiro de Gêmeos guardando as Doze Casas nesse momento – disse Sorento. – O Santuário é repleto de itens de grandioso valor e poder. Itens sagrados que precisam ser protegidos. Alguns, talvez, possam até mesmo mudar a o rumo dessa guerra e...

Nesse momento, Leon começou a gargalhar. Todos silenciaram e se voltaram para o garoto. Mik arregalou os olhos, espantado e corroído de vergonha.

— Você está errado, Grande Mestre – disse o Raposa. – Se houvesse algo previsivelmente capaz de mudar o rumo dessa guerra aqui, já teria sumido. Eu o aconselharia, inclusive, a checar. Que tal? Podemos?

— Você está... – Começou Kiki, mas foi interrompido pela mão erguida do Grande Mestre.

— Tudo bem – disse Sorento. – Vamos.

O Grande Mestre se levantou. Juntos, ele e Leon foram até o local onde ficavam guardados alguns dos mais preciosos itens do Santuário. Era um salão sobre uma das estátuas próximas a estátua de Atena. Para abri-lo, o Patriarca realizou um enorme quantidade de movimentos em direção à parede da base da estátua. Ao abrir uma porta antes invisível na parede, os dois adentraram o lugar.

O cavaleiro de Raposa ficou surpreendido com a quantidade de itens sagrados. A Linha de Ariadne, as Asas de Ícaro, a pele do Leão de Neméia. Mas de todos os itens ali presentes, Leon se ateve a apenas um: a Adaga Dourada. Tal item, usado uma vez por Saga para tentar matar Atena quando ainda era um bebê, possuía um longo histórico nas mãos de inúmeros deuses até aparecer nas mãos de Cronos, que a passou para Saga com a intenção de que este consumasse o assassinato da herdeira de Zeus. Aquela era uma adaga infinita, forjada pelas mãos dos deuses primordiais para destruir o que construíram e para destruir a si mesmos, quando cansassem da eternidade. Era uma adaga para matar deuses.

— Está tudo aqui – constatou Sorento.

— Isso significa que você pode ficar a vontade para deixar esse local aberto, se quiser, pois nada aqui fará diferença nessa guerra.

— Tem certeza? – Perguntou Sorento. – Esse local, cavaleiro de Raposa, é capaz de identificar até mesmo intenções. É também uma armadilha para revelá-las, por isso permiti que viesse aqui. Está vendo o círculo em torno da Adaga de Ouro?

Preocupado, Leon olhou para a adaga. Em torno dela, havia se formado uma espécie de mancha azul.

— Ela captou seu interesse pela Adaga, mas a cor azul significa apenas interesse, a mancha negra significaria vontade de usá-la – disse Sorento desconfiado. – Quem é você, Leon de Raposa?

Após um momento de silêncio, Leon respondeu com tranquilidade.

— Sou apenas um cavaleiro de bronze, Grande Mestre. Afinal, quem não se interessaria? De todos os itens aqui, ela é a única arma. Armas são desprezadas por Atena, mas ainda assim, aqui está uma adaga. No centro de um dos pontos mais nobres do Santuário – Leon se aproximou do Grande Mestre. – É curioso ver como os cavaleiros de ouro estão sempre preparados para quebrar as próprias regras. Ouso chegar ao ponto de ter vontade de perguntar quem é você, Grande Mestre?

— O que fazemos é por Atena, você não me verá interessando em nenhum desses itens.

— É claro que não. Você é o Mestre do Santuário, estará sempre no topo das Doze Casas protegido por doze cavaleiros de ouro. Agora eu, sou um simples cavaleiro de bronze, a primeira e mais fraca linha de defesa contra o inimigo. Assim que entrei aqui, Grande Mestre, fui considerado o mais fraco dos cavaleiros, acha mesmo que não tenho motivos para ter interesse em uma arma para me defender?

— Não, – disse o Patriarca – eu não acho. Ainda assim vou levar em consideração suas palavras e não irei lhe punir pelo interesse em uma arma, cavaleiro de bronze.

Após algum tempo analisando um ao outro, ambos saíram dali e retornam para o Salão do Mestre. Kiki parecia impaciente com a demora de ambos.

— O que você disse, cavaleiro de Raposa, sobre uma armadilha? – Perguntou Kiki, adiantando a conversa o máximo possível.

— Estamos lidando com alguém genial, senhor Kiki, – disse Leon – cada movimento está sendo analisado. Somos meras peças em um xadrez universal. O senhor acha, por exemplo, que nosso inimigo não sabe que você é o novo General Máximo? Posso garantir que sabe. Você tem um alvo nas costas nesse momento.

Kiki permaneceu impassível, mas Leon não disfarçou o sorriso malicioso.

— Leon, por favor, devemos nos concentrar no que fazer agora – disse Mik.

— É hora do contra-ataque, é óbvio – respondeu Leon.

Kiki e os outros fitavam o Raposa sem demonstrar reação. Ichi foi o primeiro a reagir.

— Mas os cavaleiros de ouro estão...

— Cavaleiros de ouro?! – Interrompeu Leon. – Não foi um cavaleiro de ouro que foi lhe resgatar na Ilha da Rainha da Morte. Se dependesse deles, você ainda estaria lá.

Ichi não podia se quer acreditar na petulância daquele garoto. Era acostumado a ser temido e, sem saber como reagir àquela situação inusitada, acabou por apenas abrir um sorriso.

— E como vamos contra-atacar? – Perguntou Kiki.

— Hyoga estava investigando Lemúria e fazendo perguntas sobre outras dimensões – Começou Leon. – Ele acreditava que o inimigo estaria no Continente Perdido.

— Como você... – Começou o Grande Mestre, mas então ele olhou para o Mik e lembrou-se que o cavaleiro estava na reunião. Mik desviou o olhar rapidamente.

— Temos que chegar até Lemúria. – Completou Leon.

 – Bom – começou o Grande Mestre. – Hyoga sabia que Shaka, antigo cavaleiro de Virgem, uma vez pediu a Mu para retirar Ikki de Leão de um plano paralelo, o qual ele suspeitava ser o Continente Perdido.

— Deve ter sido uma bela pesquisa – disse Leon impressionado. – Mas eis a resposta. Não sei como funciona o teletransporte Lemúriano, mas se o mestre Mu conseguiu retirar um cavaleiro de lá, tenho certeza que o bom discípulo Kiki conseguiria nos levar.

Por um momento, Kiki ficou pensativo.

— Me diga do que precisa, Leon de Raposa.

Leon abriu seu sorriso afiado. O Patriarca, por sua vez, não conseguia deixar de vê-lo com desconfiança. Mik arregalou os olhos assustado, pois o pensamento que lhe veio à mente era terrível.

— Não pode ser – Disse Mik, e todos se voltaram para ele.

Ele então começou a caminhar pelo Salão do Mestre lentamente, chamando mais ainda a atenção dos outros.

— Meu pai era um historiador, – começou Mik – e eu me lembro de uma das lendas sobre a Ilha da Rainha da Morte, que dizia que ela uma vez fez parte de Lemúria.

— Sim, eu também ouvi essas lendas – disse Kiki. – Hyoga também desconfiava de algo a respeito da Ilha. De que ela teria sido construída. Mas é muito improvável que isso seja um fato.

— Talvez, mas e se a ilha fizesse parte do plano do inimigo desde quando foi criada? – Disse Mik

Dessa vez, até Leon ficou surpreso.

— Hyoga também chegara a essa conclusão – disse o Grande Mestre.

— Ilha da Rainha da Morte, – continuou Mik – dizem que foi uma Lemuriana que deu nome a ilha. E que foi ela quem criou as armaduras negras.

— É claro – disse Leon espantado. – Tudo se encaixa. Um pedaço do Inferno na Terra. Aqueles três Lemúrianos que vimos na ilha não foram os mesmos escolhidos por Atena para ficarem lá. Aqueles eram outros que provavelmente mataram os anteriores e os substituíram.

— Eu sabia – disse Ichi. – Eu sabia que ela não era uma ilha qualquer, mas sim a obra de alguém.

— Não um alguém qualquer, Ichi – disse Kiki.

— Não – continuou Leon. – A Lemuriana foi apenas um disfarce. Um disfarce para alguém muito mais poderoso.

— Estava na nossa cara desde a era mitológica – constatou Mik.

— Só há uma verdadeira Rainha da Morte – continuou Ichi.

— A esposa de Hades – disse Leon.

O Grande Mestre respirou fundo.

— Perséfone.


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