Cavaleiros do Zodíaco: A Saga dos Herdeiros escrita por Dré


Capítulo 16
Segunda Fase - Episódio Quatro. O Sorriso da Raposa




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— Se é tão sábio assim, – disse Aziel de Erídano ao cavaleiro de Raposa – elucide-nos com sua sabedoria.

Leon então fechou os olhos enquanto pensava.

— Não é tão simples assim, – respondeu – eu preciso de informação para saber como melhor proceder, por isso nós precisamos sair daqui.

— E desobedecer às ordens diretas do Santuário? – Indagou Mik – Você é maluco.

— Muito bem, então me deixe provar alguns pontos – afirmou Leon se levantando. – Em primeiro lugar, vocês estão comigo apenas porque esse é o meu desejo.

— Do que você está falando? – Perguntou Aziel, dando um passo ameaçador em direção a ele.

— Eu sempre soube que enquanto parecesse mais fraco, seria colocado ao lado dos mais fortes quando ocorresse uma divisão nas forças de Atena – disse Leon.

Mik e Aziel ficaram olhando Leon com uma mistura de ceticismo e curiosidade.

— Passei a vida dando golpes, enganando homens mais inteligentes, expertos e ricos que todo mundo considerava superior, mesmo ainda muito jovem – começou o cavaleiro de Raposa. – Eu precisava fazer isso para sobreviver, eu tinha esse dom. Descobri que saber mais que os outros, enxergar mais longe, essa era a verdadeira habilidade, o verdadeiro poder. Deixe-me ajudá-los a entender a situação.

Leon, então, pegou uma vareta e desenhou na terra doze quadrados.

— Fomos obrigados a nos manter afastados das Doze Casas. Foi-nos dito que não devemos nos envolver nos assuntos dos cavaleiros de ouro, e se puderem notar, são apenas os cosmos deles que estão queimando, portanto, o que está acontecendo é uma traição. – Mik e Aziel arregalaram os olhos – Mas se fosse apenas isso, eles não nos teriam mandado proteger o perímetro, o que significa que há também uma ameaça externa.

Leon sorriu ao notar a sutil mudança de postura de Mik e Aziel: eles estavam fisgados.

— Observem agora a estratégia – disse Leon, apontando para as doze quadrados e desenhando como se cada um representasse as Doze Casas Lendárias. – Kiki na primeira casa, a de Áries, não será movido, pois a primeira casa é a primeira barreira. Os cosmos dos cavaleiros da segunda e terceira casas, Touro e Gêmeos, estão queimando, o que significa que ambos estão lutando. Os cosmos dos cavaleiros da Quarta e da Sexta casa, Câncer e Virgem, estão queimando também, pois sabemos que o cavaleiro de Leão não é visto há anos. Os cavaleiros da oitava e da nona casa, Escorpião e Sagitário, também estão lutando fora do Santuário, provavelmente porque o cavaleiro lendário é temido pelo inimigo, por isso precisava ser remanejado. O cavaleiro da décima casa está queimando seu cosmo com o do Patriarca, pois provavelmente o cavaleiro de Aquário foi condecorado General Máximo, nos dando ordens do Quarto de Atena, como manda o procedimento, enquanto o cavaleiro de Peixes está fora em missão desconhecida há muitos anos.

— E o que você acha que isso significa? – Perguntou Aziel.

— Ainda não sei, – disse Leon – por isso preciso de mais informações.

— E como você acha que poderemos conseguir? – Perguntou Mik.

— Com a nossa mente – respondeu o Raposa. – Veja, no dia que você conseguiu sua armadura, os cavaleiros presentes eram os cavaleiros de ouro de Virgem, Touro, Sagitário, Escorpião e Capricórnio. Leão está desaparecido, o cavaleiro de Gêmeos nunca aparece, pois vive com medo da Maldição de Gêmeos, o cavaleiro de Câncer...

— Ele estava no Santuário, mas não é do tipo que comparece a eventos – disse Aziel. Ele notou o olhar curioso de Leon e Mik – eu o vi no Cemitério.

Mik e Leon continuaram curiosos, afinal, o que diabos os dois estariam fazendo no Cemitério? Mas Aziel os ignorou, decido a não dar mais respostas.

— Muito bem – continuou Leon. – Libra está sempre atarefado demais para comparecer, afinal, sabemos pelos julgamentos do Coliseu que ele é o que mais acumula cargos. E, por fim, temos o caçador, o cavaleiro de Peixes que está sempre fora fazendo sabe-se lá o que.

— Eu já o vi no meu lugar de treinamento – disse Aziel. – A Ilha da Rainha da Morte.

— Viu? A resposta de tudo está em nossas mentes – sorriu o Raposa. – É o mesmo local de treino do cavaleiro de Leão. Ele está procurando-o!

Mik e Aziel se entreolharam. Tinha suas suspeitas, mas tudo que Leon falava tinha lógica.

— Como você conseguiu essas informações todas? – Perguntou Mik.

— Eu coletei – Respondeu Leon reticente. – Assim como estou coletando com vocês agora.

— Sim, sim! – Disse Aziel espantado – Agora lembro que vi também o cavaleiro de Hyoga no alto de uma colina na Ilha da Rainha da Morte. Quando eu voltei para o Santuário, ele continuou lá por mais alguns dias.

— Eis mais uma pista para nossa ameaça – disse Leon.

— Mas e essa ameaça? – Perguntou Mik. – Que ameaça é essa?

Leon abriu um sorriso malicioso em direção a Mik.

— Eu imaginava que você poderia nos dar essa resposta, – disse Leon. – Afinal, você foi o único cavaleiro de bronze a ser convocado para o Salão do Mestre.

Mik ficou um tempo pensativo, não queria revelar para cavaleiros de bronze o segredo sobre os Lemurianos, mas inconscientemente, ele levou a mão a testa, no local onde estava coberto pela máscara e Leon percebeu aquele sutil movimento.

— Você é um Lemuriano! – Disse Leon subitamente.

Mik ficou pasmo, gaguejando sem saber o que dizer.

— É claro, Atena provavelmente quis saber por que diabos você saiu do lugar onde ela esconde vocês, por isso você escondeu os seus poderes de todos!

O cavaleiro de Orion continuava gaguejando, sentia como se não pudesse esconder nada daquela maldita Raposa.

— Cale a boca! Pare de falar! – Disse Orion, sem saber nem como escolher as palavras. –Isso... isso é um segredo, você não deveria saber!

— Não se preocupe, ficará bem guardado comigo e com Aziel aqui, afinal, ele não é muito de falar, não é?

Disse Leon enquanto ria, mas logo ele parou, quando percebeu que Aziel não esboçou nenhuma reação, mantendo-se frio como sempre.

— Espera. Quando você disse que queria que nós estivéssemos com você, – Começou Mik. – estava então falando a verdade, você queria essas informações que nós te demos. Mas... Mas como...

— Não há dúvidas que os mais poderosos têm sempre as melhores informações – disse Leon. – Essa é uma lição valiosa, pois ficar perto dos poderosos é muito melhor que ser um. Com tempo e perspicácia, poderá adquirir as mesmas informações que eles, sem ter as mesmas responsabilidades.

Os dois ficaram em silêncio, absorvendo aquele novo e interessante conhecimento.

— Hyoga estava comigo – disse Mik quebrando o silêncio. – Ele queria informações sobre a dimensão paralela criada por Atena para abrigar os Lemurianos, mas ela informou que é necessário que essa dimensão seja ligada a um dos três grandes mundos: o Céu, o Inferno e o Mar.

— Então o inimigo está em outra dimensão – deduziu Leon.

— Chega de bobagens e truques, cavaleiro de Raposa – disse Aziel subitamente. – Nós já acreditamos em sua perspicácia, agora nos dê um rumo.

— Desculpe, mas eu ainda não objetive informações o suficiente, eu...

Leon paralisou de repente e se pôs a pensar, como se seus próprios pensamentos o interrompessem. Mik e Aziel ficaram observando o cavaleiro de Raposa em um pequeno momento de tensão.

— Espere – disse Leon. – O inimigo tem um plano. Ele não está nos atacando. Droga! É claro! Ele não está nos enfraquecendo! Isso não é um ataque, é um engodo! Ele está nos paralisando!

— Diga o que fazer! – Ordenou Aziel.

— Nós vamos fazer o seguinte – disse Leon. – Venham comigo enquanto falo!

Leon de Raposa ergueu seu punho e deu um soco tão poderoso no chão que a explosão pode ser ouvida por todo Santuário. Mik e Aziel ficaram boquiabertos – o garoto que mal conseguia quebrar uma rocha durante os treinos causara uma explosão com apenas um soco, sem fazer muito esforço.

Enquanto isso, um turbilhão de chamas irrompeu no Salão do Mestre, envolvendo o Patriarca.

Quando o turbilhão desapareceu, do seu centro, partes do manto incinerado do Grande Mestre esvoaçaram. O capacete e a máscara desapareceram. Mas como um verdadeiro bastião inabalável, um cavaleiro prateado permaneceu em pé em meio as chamas.

— O que? – Disse Ban de Capricórnio. – Então você é o Grande Mestre?


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