Cavaleiros do Zodíaco: A Saga dos Herdeiros escrita por Dré


Capítulo 13
Segunda Fase - Episódio Um. Um Mago Bate à Porta




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Dentro de um pequeno quarto, em uma casa humilde do Santuário, uma criança olhava para o céu nublado. A sua mãe adentrou o lugar e, com carinho, acomodou o garoto em seus braços.

— Você não precisa ficar preocupado. Os cavaleiros vão nos proteger. Lembra-se da história que se conta no Santuário?

— Um mago bate à porta – lembrou a criança.

— Exatamente. Aqui, no Santuário da deusa Atena, sempre que uma aventura está para ter inicio, um mago é quem nos convoca, nos alertando do perigo ao bater a nossa porta.

O garoto olhou para a porta de madeira na entrada da casa, que podia ser vista de dentro do quarto. Era uma porta simples, com taboas de madeira escura e dobradiças enferrujadas. O garoto a observou por um tempo, até enxergar um movimento de sobras pelo vão.

Três batidas foram ouvidas.

A criança se assustou.

A mãe, de mão dada com a criança, foi até a porta e a abriu. Do outro lado, estava o cavaleiro de prata Gilvian de Corvo, trajando sua armadura de um prateado fosco e escuro com uma capa negra cobrindo seu corpo. Os olhos da criança brilhavam.

— Por favor, dirijam-se para o Coliseu. Lá receberão novas instruções – disse o cavaleiro, que em seguida partiu em direção a próxima casa.

No centro do Santuário, a tensão era quase tangível dentro das Doze Casas Lendárias.

— Quais as primeiras ordens General? – Perguntou Kiki por telepatia.

Hyoga caminhava de um lado para o outro no Quarto de Atena – um salão especial entre a Estátua de Atena e o salão do Mestre. Enquanto isso, a deusa permanecia sentada em uma poltrona, observando a movimentação do seu cavaleiro. Por um momento, Hyoga se deixou abater pelo nervosismo, mas ao fitar o olhar fixo e compenetrado de Atena, ele logo se recuperou.

— Convoque todos os cavaleiros de prata, bronze e ouro para retornar ao Santuário, – começou Hyoga – dê ordem de prontidão e vigília aos cavaleiros de aço de todo o mundo. Quero dois cavaleiros de prata certificando-se constantemente que todos os moradores estão bem escondidos no subsolo do Coliseu e que as passagens secretas estão prontas para serem usadas. Os cavaleiros de bronze no Santuário devem se dividir em duplas ou trios e patrulhar o perímetro. Os cavaleiros de prata devem patrulhar o interior e as estruturas principais em unidades. Nenhum deve se envolver nos assuntos dos cavaleiros de ouro. A prioridade deles é proteger os moradores e o Santuário. Que deixem Atena sob nossa responsabilidade. Imediatamente Kiki começou a repassar as ordens.

Já no perímetro do Santuário, Mik de Orion, Aziel de Erídano e Leon de Raposa estavam parados, observando enquanto o vento ficava mais forte e o céu começava a se encobrir.

A armadura de Orion era considerada uma das mais bonitas, seu tom prateado e seu brilho contrastavam com a terra escura do Santuário. Era uma das únicas armaduras de bronze que cobriam quase que todo o corpo, enquanto a máscara tinha três pontas para o alto e cobria as bochechas.

Já a armadura de Erídano era negra, seu contraste era com a pele pálida de Aziel. ela possuía alguns detalhes azuis escuros, sendo a constelação representada por um rio, a armadura era muito bem desenhada para manter uma aparência suavemente ondulada, com ombreiras parecidas com a da armadura de Andrômeda, mas com a concavidade menor e mais suave.

Por fim, a armadura de Raposa era muito semelhante à primeira forma da armadura de Pégaso, com apenas um lado do peitoral protegido por uma placa em forma de disco, ombreiras curtas, pernas completamente protegidas e, o cinturão, por formar a cauda da armadura em sua forma de animal, tinha o formato de uma saia de centurião, assim como era a da armadura de Cisne. Sua cor era marrom avermelhado com detalhes prateados e negros, assim como as cores de uma raposa.

Mik caminhava de um lado para outro, seguido pelo olhar curioso de Leon.

— Você parece preocupado – comentou o Raposa sentado em uma pedra.

— Não era bem assim que eu me imaginava protegendo Atena – disse Mik.

— É de se supor que, existindo doze cavaleiros de ouro, eles seriam os responsáveis pelas mais importantes missões, e como cavaleiros de bronze, nós defenderíamos os locais menos importantes – disse Leon. Aziel permanecia quieto, mas atento. – Nem todos podem ser o Seiya.

— Eu só queria que houvesse uma maneira de ajudar de verdade – disse Mik.

Leon refletiu por alguns segundos, com um sorriso no rosto.

— Se você quer mesmo isso, – disse o silencioso Aziel – há outra maneira.

— Do que você está falando? – Perguntou Mik.

— Atena possui um exército secreto. Cavaleiros Negros que estão a sua disposição na Ilha da Rainha da Morte. – Revelou o cavaleiro de Erídano.

Leon notou que Aziel também estava impaciente, e então riu, chamando a atenção dos outros dois.

— Você acha mesmo que os cavaleiros de ouro já não tem conhecimento de tal exército? – Disse Leon. – Se quer mesmo ajudar, vocês dois precisariam me escutar sem questionar.

— E como isso ajudaria? – Perguntou Mik.

— Digamos que eu tenha uma visão mais ampla das coisas – disse Leon, dando batidinhas com o dedo na sua cabeça.

Eles sabiam da inteligência de Leon, mas se ela seria mesmo tão capaz, era uma história diferente.

Próximo dali, no topo das Doze Casas, Hyoga ainda parecia preocupado.

— Não acha que Seiya precisa de ajuda? – Perguntou Atena.

— Talvez, mas pretendo dar um voto de confiança. Ele ainda é o cavaleiro lendário. A prioridade é você, Atena.

— Hyoga, você já percebeu que a Profecia das Estrelas falava em guerreiros, – disse Atena – no plural. Guerreiros sagrados irão voltar-se contra o que amam, respeitam, defendem e acreditam.

O cavaleiro de Aquário voltou-se para a deusa.

— Sim, é claro – disse ele, não tão impressionado com o fato de ela ter notado. – Os cavaleiros amigos de Jabu. Que treinaram com ele. Ban, Nachi e Geki.

— Amar, Respeitar, Defender e Acreditar – disse Atena. – Quatro palavras, quatro cavaleiros. Jabu é o que me ama, Nachi o que me respeita, Geki o que me defende e Ban o que acredita em mim.

— Mas e Ichi?

— Ichi não treinou com Jabu. Ele tornou-se um caçador.

O raciocínio era perfeito. Hyoga enviou seu cosmo para Kiki, que abriu a ligação mental entre eles com seus poderes telepáticos.

— Kiki, contate Ichi imediatamente! Nós precisamos dele de volta agora.

— Hyoga, por algum motivo eu não consigo entrar em contato com Ichi – respondeu Kiki. – Qual a situação?

— Geki, Nachi, Jabu e Ban são os traidores. De acordo com a ordem das Doze Casas, Geki subirá a sua casa e enfrentará o cavaleiro de Gêmeos. Nachi irá passar pela casa vazia de Leão e alcançará a casa de Virgem, enfrentando Shun. Jabu, caso estivesse em sua casa, enfrentaria Seiya na casa de Sagitário.

— Mas ele já está lutando contra Seiya fora do Santuário! Isso é uma coincidência?

— Em um plano que está sendo arquitetado por tanto tempo como esse, nada do que enfrentaremos é coincidência. Temos que considerar que esse era o desejo do inimigo. Ele sabia que o coração de Seiya e sua ligação com a armadura de Pégaso seriam uma das únicas coisas que poderiam atrapalhar seu plano, então, ele está colocando Seiya em um local onde é mais fácil de ser controlado. Fora do Santuário.

— Mas espere, se você e nem o cavaleiro de Peixes estão em suas casas, isso significa que Ban... – Percebeu Kiki assustado.

— Sim, – disse Hyoga – Ichi não está fora procurando Ikki à toa. Nada é coincidência. Tudo faz parte do plano, todas as casas no caminho de Ban... Todas estão vazias!

Nesse momento, Hyoga e Atena escutaram uma explosão. Os portões do Salão do Mestre viraram estilhaços. Do outro lado, estava Ban de Capricórnio. Um estranho brilho negro vazava de seu olhar. O Patriarca, ainda impassível, levantou-se do trono.

— Então, – disse o Grande Mestre – um mago bate à porta.


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