Hybrid: Um demônio em Beacon Hills escrita por LadyWolf


Capítulo 26
Baile no Inferno


Notas iniciais do capítulo

Fala aí, galerinha
demorei a postar, mas agora tô aqui u-u'
o capítulo ficou enooooooooooooooooooooooooooooorme, é praticamente um 2 em 1.
então espero que gostem e que façam comentários que sejam proporcionais ao tamanho do capítulo, ok?
boa leitura!



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 Àquela noite mal consegui dormir. Fiquei pensando no que tinha acontecido na sala do trono no dia anterior. Eu me despedi para sempre da minha família e parecia ainda não ter caído muito à ficha. Havia passado por cima de tudo o que tinha aprendido a minha vida toda por, assim creio eu, um bem muito maior. Em breve todos no mundo humano estariam seguros e era isso que importava.

 Levantei da cama e fui me arrumar para o treinamento daquele dia. Marlene trouxe um café da manhã reforçado que, logo após de comê-lo, saí do quarto em direção à sala do trono que estava bastante movimentada. Demônios iam de lá para cá retirando a decoração atual, instalando luzes e pondo mesas redondas com oito cadeiras em cada.

 – Então, Vossa Majestade, temos tons de bege, bordô, ébano, turquesa, ébano... – disse o demônio mostrando diversos tecidos para Crowley, que estava sentado em seu trono.

 – O que está acontecendo aqui? – perguntei entrando no salão. Quando o Rei do Inferno me viu levantou-se do trono de imediato para me cumprimentar.

 – Emily, minha querida. Estamos preparando a sua festa de boas-vindas, um baile de gala para os demônios da mais alta classe.

 – Crowley, não pre-...

 – Nem pense em dizer que não precisa de festa. – disse o mesmo me olhando. – É o mínimo que posso fazer para agradecer por ter ficado no Inferno.

 – Vossa Majestade. – disse o demônio.

 – Ah, as cores, é mesmo! Emily, que cor prefere para a festa?

 Ok, eu nunca imaginaria que Crowley e eu um dia estaríamos conversando sobre cores. Isso mesmo, cores. Decidimos usar preto, para não perder o estilo do Inferno e o clássico dourado. Naquele instante parei para pensar que nunca havia ido a uma festa na vida porque estávamos sempre na estrada ou ficava trancada dentro de algum quarto de motel enquanto papai e tio Dean resolviam algum caso na cidade. Então aquela seria a minha primeira festa.

 – Mandei meus demônios arranjarem roupas nas lojas mais caras. Louis Vuitton, Prada, Chanel, Cartier, Dior... etc etc etc.

 – Deve ter custado caro.

 – Que nada, não custou um centavo e também não precisei matar ninguém. – disse Crowley. – Afinal, como acha que essas marcas fazem tanto sucesso? Um pacto aqui, um pacto ali e todo mundo fica feliz.

 – Crowley, você não presta.

 – Mais tarde um demônio irá ao seu quarto para cuidar de unhas, cabelo, maquiagem... Essas coisas.

 – Tá, e o treinamento? – perguntei.

 – Nada de treinamento hoje. Tire o dia de folga, relaxe... Afinal, hoje é o seu dia. – disse o mesmo. – E, se me der licença, tenho que voltar aos preparativos da festa. Tenha um bom dia, Emily!

 Ok, acho que deu para perceber Crowley estava bem mais animado que o normal, certo? Ele deveria estar feliz por eu ter praticamente “renegado” minha família e ter decidido ficar no Inferno. Pobre “Fergus”, mal sabia que em breve estaria nadando nos lagos de fogo do Baixo Inferno junto com a minha querida mamãe.

 Eu tinha o dia inteiro livre, então resolvi ir a biblioteca procurar algum livro para ler. É, minha gente, infelizmente não havia Netflix no Inferno. Porém, no meio do caminho, vindo na direção contrária, encontrei com Rowena que me parou para conversar.

 – Ah, Emily, querida, como está? – perguntou a mesma. – Passei a noite inteira pesquisando e finalmente achei um feitiço que pode te ajudar a tirar sua amiga do Baixo Inferno.

 – Sério? – disse animada.

 – Sim. – respondeu a mesma. – E os ingredientes não são tão difíceis de achar. Ainda hoje posso reunir todos.

 – Nem sei como te agradecer Rowena.

 – Não precisa agradecer, mas fica me devendo um favor.

 – Que tipo de favor?

 – Te direi quando precisar. – disse a ruiva sorrindo. De repente passou um grupo de demônios carregando caixas e mais caixas pelo corredor e Rowena ficou observando um pouco curiosa. – O que está acontecendo no Inferno hoje?

 – Vamos ter uma festa mais tarde. – respondi. – Minha festa de boas-vindas, segundo Crowley.

 – Ah, deve ser sobre isso que Fergus quer conversar. – disse Rowena. – Aliás, vou indo ou daqui a pouco ele vai mandar os guardas dele me caçar.

 – Está bem. – disse a abraçando. – Obrigada mesmo por tudo Rowena. Nem sei o que seria sem você.

 – Uma híbrida super poderosa. – brincou a ruiva piscando para mim. Em seguida ela continuou seu caminho para a sala do trono e eu para a biblioteca.

 A biblioteca do Inferno era um lugar enorme cheio de livros de todos os tipos enfileirados em estantes que iam até o teto e que tinha tantos corredores que parecia um labirinto. Só mesmo com a ajuda da bibliotecária, uma velha baixinha e mal humorada, para achar algum livro.

  – Olá, eu gostaria de um livro sobre demônios. – disse para a mesma. A bibliotecária mexeu em seus óculos, me olhou de cima a baixo e se levantou resmungando.

 – Por aqui. – disse já saindo andando por entre as estantes a passos de elefante e eu fui atrás. Cerca de cinco minutos depois ela parou de andar. – Aqui é a sessão de demonologia. Vai encontrar tudo o que precisa sobre demônios e Inferno. Não se esqueça de colocar os livros no lugar quando terminar e, acima de tudo, não se esqueça: faça silêncio!

 – Ok, pode deixar. Obrigada. – falei dando um sorriso falso. Em seguida a velha voltou para o seu lugar na entrada, me deixando sozinha no meio dos livros.

 Passei horas lendo sobre demônios, Inferno e procurando um jeito de mandar o titio Crowley para a fornalha, mas não havia muita coisa sobre a qual não soubesse. A única coisa que poderia fazer seria recuperar a Faca dos Curdos e, com a ajuda de Meg, tentar derrotar o Rei do Inferno. Seria tudo ou nada.

 Quando me cansei de ler, resolvi voltar ao quarto. Ao entrar tomei um susto ao ver tantos vestidos, bolsas, sapatos e joias por todos os lados. E não eram coisas baratas não, era muito caras. Tinha um colar, por exemplo, que custava mais de um milhão de dólares. Crowley realmente não estava brincando que tinha arranjado tudo nas melhores lojas do mundo.

 Era tudo muito lindo, mas deixaria para escolher as roupas mais tarde. Sendo sincera, não estava nada empolgada para a tal festa. Só iria porque Crowley me mataria se não fosse, mas preferia muito mais dormir do que qualquer outra coisa. Aliás, era isso que eu ia fazer, tirar um cochilo antes que qualquer demônio aparecesse para me arrumar.

 Já estava me preparando para me jogar na cama quando reparei no envelope negro que havia sobre a mesma. O peguei e abri, tirando de dentro um papel com uma mensagem de Rowena que dizia que Crowley a proibiu de participar da festa, mas que aproveitaria esse tempo para preparar o feitiço.

 Fazer o feitiço durante a festa? Como não pensei nisso antes? Vão estar todos bêbados e provavelmente nem vão reparar que me ausentei por alguns minutos, o que é ótimo. Ah, e é claro, eu cuidaria de embebedar Crowley pessoalmente porque do jeito que aquele demônio bebe deve ter imunidade altíssima ao álcool.

 De repente ouvi a maçaneta da porta se mover. Joguei a carta na cama e sentei-me sobre a mesma. Meu coração foi na boca e desceu. Segundos depois Marlene entrou no quarto carregando meu almoço em uma bandeja de prata.

 – Com licença, senhorita. – disse a mesma. – Trouxe seu almoço.

 – Ah, obrigada, Marlene. – falei sorrindo. – Pode deixar sobre a mesa.

 Marlene fez o que lhe pedi e depois virou-se para ver todas aquelas roupas maravilhosas. Ela parecia encantada com aquilo, mas também um pouco deslocada.

 – Quantas coisas bonitas... Na minha época só quem usava essas coisas eram as nossas senhoras. Nós escravas nos contentávamos a panos velhos e batidos.

 Enquanto Marlene se distraía olhando todas aquelas roupas e acessórios, escondi a carta debaixo do colchão. Ali seria um lugar provisório, onde ninguém encontraria até que eu tivesse tempo de queimar na lareira.

 – Adorei esse colar. – disse Marlene.

 – Me deixa ver. – falei indo até a mesma ver o acessório, que era uma corrente de puro ouro bastante delicada com pequenas flores distribuídas por toda a sua extensão. Em cada pétala havia um pequeno diamante, que reluzia como a luz do sol. – É muito lindo. Por que não usa na festa de hoje à noite?

 – Eu? Eu não vou à festa, minha querida. Não fui convidada.

 – Então estou te convidando agora. – pisquei um olho para a mulher. – Você será a minha convidada de honra e AI de quem se meter com você.

 – O-obrigada, senhorita...

 – Pode me chamar de Emily. – falei sorrindo.

 – Me desculpe. Muito obrigada, Emily.

 – Assim é melhor. – disse indo dar uma olhada no almoço, que estava com uma cara maravilhosa. – Pode escolher o que quiser, ok? Quero você arrasando essa noite.

 – Pode deixar.

 Depois de almoçar resolvi, então, ir tomar um banho. Meu corpo estava cheio de poeira da biblioteca e aquilo já estava começando a me incomodar. Entrei na banheira e ali fiquei por cerca de meia hora pensando na vida. Mal tinha colocado meu roupão quando ouvi alguém bater na porta do quarto.

 Quando a abri, vi um demônio no corpo de um homem de traços bastante delicados, muito bonito por sinal, que carregava duas maletas grandes, uma em cada mão. Foi então que me lembrei que Crowley havia dito que um demônio iria vir me arrumar para a festa.

 – Olá, florzinha! – disse todo sorrisos. – Vim te arrumar para a festa. Posso entrar?

 – Ah, claro. – falei dando espaço para o mesmo passar.

 – Meu nome é Emmanuel, mas todos me chamam de Emma. – disse enquanto colocava as maletas no chão. – Então, tem alguma ideia para o look de hoje? Afinal, você tem que chegar divônica naquele salão.

 – Ér... Não. – respondi.

 – Não!? Bom, não tem problema. Titio Emma vai dar um jeito nisso. – disse piscando.

 Emma e eu passamos horas juntos. Fizemos as unhas e maquiagem, arrumamos o cabelo e ele até me ajudou a escolher o vestido e os acessórios, isso tudo no meio de uma conversa muito divertida. Me perguntava como uma pessoa tão agradável tinha vindo parar no Inferno.

 – Meu sonho era ser uma estrela de Hollywood. – disse em meio a um dos assuntos, enquanto me ajudava a colocar os sapatos. – Então, certo dia, um cara até bonitinho apareceu dizendo que poderia realizar todos os meus desejos e foi aí que fiz o pacto. Eu tive fama e muito dinheiro... Mas depois de dez anos o Cão do Inferno veio me buscar e vim parar aqui. Pronto. Agora, uma olhadinha no espelho.

 Emma segurou minha mão e me ajudou a me levantar. No primeiro passo quase caí no chão, pois não estava acostumada a usar saltos. Na maioria das vezes eu estava de tênis ou botas, então era uma sensação muito estranha. Mas, por fim, consegui andar e fui até frente o espelho.

 Usava um vestido longo preto com um grande decote em v e uma fenda lateral que se ajustava muito bem no meu corpo. Nos pés eu usava saltos da mesma cor e sem muitos detalhes. O cabelo estava preso em um coque alto com alguns fios cacheados soltos e a maquiagem era bem marcante Brincos, pulseira e colar, todos de ouro e pedras preciosas completavam o look.

 – Senhorita Emily, já está na... – dizia Marlene entrando no quarto já arrumada, mas quando me viu parou na hora. – Emily, você está linda!

 – Bicha bonita não se esconde. – disse Emma. – Você vai ser a Lady Gaga da noite, a Beyoncé, a Rainha do Inferno!

 – Obrigada, gente. – falei tímida.

 – Agora vamos para a sala do trono, Vossa Majestade está a sua espera.

 – Obrigada por tudo, Emma.

 – Não precisa agradecer. – disse o mesmo. – Só arrasa, garota!

 – Pode deixar. – falei pegando minha bolsa clutch e saindo do quarto.

 Um grupo de demônios me escoltou pelo corredor, onde havia um longo tapete vermelho, até a porta da sala do trono, que estava fechada. Mas era possível ouvir a música e as conversas dos convidados. Estava na hora. Olhei para os demônios, respirei fundo e a porta dupla foi aberta.

 Naquele instante a música parou e todos os convidados, muito bem vestidos por sinal, ficaram de pé. Seus olhos estavam fixos em mim, o que me fez ter a mesma sensação do primeiro dia de aula em Beacon Hills. Ergui a cabeça e passei pelo meio do salão, seguindo até Crowley que tinha se levantado de seu trono.

 – Emily. – disse o mesmo descendo os degraus e beijando a minha mão. – Você está linda.

 – Obrigada. – falei.

 – Senhoras e senhores, peço um minuto da atenção de vocês. – disse Crowley. – É com grande prazer que recebo todos vocês em meu palácio nessa noite de festa, onde comemoramos a chegada da nossa queridíssima Emily Winchester ao Inferno...

 Enquanto Crowley falava, fiquei prestando atenção nos convidados distraídos com o discurso do “King of Hell”. A maioria que ali se encontrava era de demônios, a aristocracia do Inferno. Marlene também estava lá, bem no cantinho, assistindo a tudo. Mas um demônio – se era demônio – foi o que me chamou mais atenção. Ele tinha uma aparência oriental, cabelos arrepiados com alguns fios coloridos e seus olhos eram amarelos como os de um gato.

 –...Então vamos começar logo essa festa! – disse Crowley me fazendo voltar ao Inferno (?). Ele estalou os dedos e a música voltou a tocar. – Vamos? – disse subindo os degraus e estendendo a mão para mim.

 – Tá. – falei segurando na mão do mesmo e subindo os degraus.

 – Tenho um presente para você. – disse Crowley tirando uma pequena caixinha preta aveludada de dentro do paletó e a abrindo. Dentro da mesma havia um anel dourado cheio de detalhes e com uma pedra negra no centro.

 – É lindo, Crowley. – falei observando o anel.

 – Posso? – perguntou o Rei do Inferno retirando o anel da caixinha.

 – Pode. – respondi e ele colocou o anel no meu dedo.

 – Esse é um anel que pertenceu a Rainha Elizabeth I, é bastante raro.

 – É muito bonito. – disse sorrindo. – Muito obrigada mesmo, Crowley. Você tem sido maravilhoso para mim.

 – Não é todos os dias que o Rei do Inferno ouve isso. – disse dando de ombros. – Vem, vamos nos sentar.

 Crowley sentou-se em seu trono e eu me sentei no trono que fora colocado ao lado esquerdo do dele. Ficamos ali sentados por algum tempo conversando e, enquanto isso, aproveitei para fazê-lo beber doses e mais doses de whisky, mas nada parecia derrubá-lo. Precisava de algo mais forte. Foi então que vi um demônio passar com uma garrafa de uma bebida chamada de Everclear, que tinha cerca de setenta e cinco por cento de álcool. Iria ser aquela mesmo.

 – Hey, Crowley, você bebe pra caramba hein. Mas duvido você tomar uma garrafa inteira daquilo. – disse indicando a garrafa.

 – Você é mesmo adorável. – disse o mesmo. – Mas jamais desafie o Rei do Inferno, porque vai se dar mal.

 – Tá com medinho é? – falei em seguida imitando uma galinha.

 – Traga-me uma garrafa de Everclear, já! – ordenou o rei.

 – É pra já, Vossa Majestade. – disse o demônio.

 Não demorou muito e o demônio voltou com a garrafa e um copo limpo, onde o serviu a bebida. Crowley bebeu feito uma esponja e quando dei por mim ele já estava gargalhando feito louco e falando nada com nada, do jeito que eu queria.

 – Ei, Emily, sabe do que o Diabo morreu? – perguntou Crowley.

 – Não. Do que?

 – Diabetes! – Crowley soltou uma gargalhada como se fosse à coisa mais engraçada do mundo, o que certamente não era.

 – Senhoras e senhores, – disse o DJ. – agora iremos começar as apresentações. Essa noite, teremos Michael Jackson, Mamonas Assassinas, Pimentinhas do Inferno e muitas outras atrações. Espero que se divirtam!

 Michael Jackson entrou no palco fazendo a performance de sua música Smooth Criminal em sua melhor versão. Se ele já dançava bem em vida, no Inferno ele estava espetacular. Mas confesso que era meio estranho ver alguém que morreu dando um show.

 – Vem, vamos dançar! – disse puxando Crowley pelo braço e nos misturamos à multidão.

 O show estava tão animado e todos tão agitados que acabei perdendo Crowley em meio aos outros demônios. Era uma ótima hora para escapar dali e ir encontrar Rowena. Porém, no momento em que me virei dei de cara com o homem de olhos amarelos.

 – Bela festa, não? – disse o mesmo com um sorriso no rosto. – Ah, desculpe, ainda não nos conhecemos. Magnus Bane, Alto feiticeiro do Brooklyn, ao seu dispor.

 – Emily Win... Ah você sabe. – falei. – Desculpe perguntar, mas por que seus olhos...?

 – Ah, sim. É a minha marca de feiticeiro. – respondeu. – Ganhei graças ao meu pai, um demônio bastante poderoso.

 – Espera, você também é híbrido? – perguntei interessada. Ele balançou a cabeça de afirmativamente.

 – Eu prefiro usar a palavra feiticeiro, híbrido já não me define mais já que tenho uma marca. Mas, sim, minha mãe era humana, já meu pai um demônio de alta classe. Um príncipe, na verdade. – disse dando de ombros.

 – E como se ganha uma marca?

 – Na verdade não se ganha uma marca, se nasce com ela. Mas tudo depende se ela irá se desenvolver ou não. – explicou Magnus com toda a calma do mundo. Em seguida seu celular tocou e ele parou para dar uma olhada. – Oops, temos problemas. Querida, gostaria de conversar mais com você, mas vou precisar ir resolver um problema agora, meus amigos precisam de mim. Muita sorte aqui no Inferno. Se precisar de qualquer coisa é só me procurar na minha cobertura do Brooklyn e te ajudarei com o maior prazer.

 – Também adorei te conhecer, Magnus.

 – Tenha uma boa festa, docinho. – disse beijando minha mão e em seguida deixando a sala do trono.

 Magnus Bane, apesar de sua forma de se vestir totalmente espalhafatosa, aparentava ser um homem de muito conhecimento. E saber que existiam outros híbridos além de Jesse e eu, era bastante animador. E o melhor, ele não deveria ser o único.

  Psiu psiu. Ouvi alguém fazer em uma das portas secretas da sala. Era uma pessoa encapuzada, que pelos cabelos ruivos logo imaginei que pudesse ser Rowena. Olhei para os lados para ver se alguém estava prestando atenção, mas não, estavam todos entretidos com o show dos “Mamonas Assassinas” – que diabos de banda tem esse nome? – então saí de fininho em direção à passagem.

 – Emily, você está tão linda. – disse Rowena tirando o capuz já no corredor. – Mas creio que deva ter ouvido isso umas mil vezes hoje.

 – Nem me fala. – eu ri.

 – Agora vamos, o feitiço já está quase pronto.

 Rowena e eu seguimos pelo corredor até o seu quarto. Sobre a mesa, havia diversos ingredientes que, provavelmente, ela deveria ter utilizado no feitiço. Em breve Meg estaria livre e poderia me ajudar a vencer Crowley e tomar o seu lugar no Inferno.

 – Então, o que falta? – perguntei.

 – Sangue de híbrido. – respondeu Rowena já com a faca na mão. – Uma das substâncias mais poderosas que existem. Vamos.

 Estiquei a mão para a ruiva e ela fez um corte bem grande no centro. O sangue caiu dentro da vasilha onde estavam os outros ingredientes do feitiço, que começaram a liberar um pouco de fumaça branca, o que era sinal de que pelo menos aquilo estava dando certo.

 – Pronto, agora podemos começar. – disse soltando a minha mão e a afastando dali. – Ah, mas antes, algumas instruções. Está vendo aquele desenho que fiz na parede? Nele abrirá um portal que te levará até o Baixo-Inferno. Mas ele não ficará aberto por muito tempo, então aconselho que vá, resgate sua amiga e a traga para cá o mais rápido possível. Entendeu?

 – Entendi. Pode deixar comigo. – disse indo para perto da parede.

 – Pronta?

 – Eu já nasci pronta, baby.

 Rowena pegou um pouco de folhas secas em um potinho de vidro e em seguida começou a proferir palavras do feitiço, que estavam em latim. Por fim ela lançou as folhas dentro da vasilha, de onde saiu diversas faíscas e mais fumaça. Será que tinha dado certo? De repente olhei para a parede a minha frente e havia um grande portal de onde saía uma luz vermelha.

 – Vá, Emily! – exclamou a bruxa.

 Fiquei com um pouco de medo no início, mas como não havia muito tempo para se pensar entrei no portal. Em um piscar de olhos estava no Baixo Inferno, eu podia reconhecê-lo. O cheiro característico de enxofre e as labaredas de fogo o faziam um lugar totalmente inconfundível dos outros lugares que existem no mundo. Agora bastava apenas encontrar Meg em meio a tantos demônios.

 – Eu sabia que viria. – ouvi uma voz atrás de mim. Quando me virei vi Meg sorrindo.

 – Depois de tudo que me mostrou, é lógico que viria. – respondi. – Agora vem, vamos sair daqui.

  Meg segurou em minha mão e nós duas fomos correndo para o portal e pulamos para o outro lado. O portal se fechou atrás de nós em um passe de mágica. Meg havia se transformado em fumaça escura, como eu já imaginava, pois não estava ligada a nenhum corpo.

 – Obrigada, Emily. – me disse por telepatia.

 – Não precisa me agradecer. Agora ache um corpo.

 A fumaça deu um giro no ar e saiu porta a fora. Ficou um silêncio no quarto por alguns segundos e Rowena começou a bater palmas animada.

 – Muito bom, Emily. – disse a ruiva. – Agora sua amiga está livre.

 – Tudo graças a você, Rowena. – falei. – Muito obrigada mesmo. Agora tenho que voltar para a festa antes que deem pela minha falta.

 – Está bem, querida. – disse a ruiva. – Mas não se esqueça do nosso trato.

 – Pode deixar, não vou esquecer.

 Voltei correndo para o salão, mas parecia estar tudo normal. Exceto por Crowley estar arrastando a bunda no chão ao som de algo que parecia... funk? Sim, era funk do Brasil. Dois homens cantavam no palco e um grupo de mulheres de corpos exuberantes e roupas bem curtas dançavam rebolando suas bundas. Eu queria saber rebolar assim.

 Então peguei uma bebida e voltei para o meio dos demônios para aproveitar o resto da festa. Dancei com alguns demônios, conversei com outros e passei até um pouco de vergonha alheia por causa de Crowley. Mas, tirando essa parte, a minha festa foi maravilhosa.


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Notas finais do capítulo

Então, o que acharam?
Ah, gostaram do Magnus na festa? Foi meio que um link para uma futura fanfic *OO*
Façam comentários grandes e lindos que nem esse capítulo ♥



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