Hybrid: Um demônio em Beacon Hills escrita por LadyWolf


Capítulo 11
A Caçada


Notas iniciais do capítulo

E aqui temos um capítulo cheio de ação e Derely ♥



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 Quando cheguei ao quarto os dois homens preparavam seu arsenal. Era a última noite de lua cheia, então só teriam oportunidade de caçar os weredemons novamente na próxima lua cheia, o que só aconteceria no mês seguinte.

 – Então, descobriram alguma coisa? – perguntei fechando a porta.

 – Só a mesma história da Besta de Gévaudan. – respondeu papai carregando a arma com balas de prata. – E como eles surgem.

 – Então?

 – Se uma pessoa muito ruim beber água na pegada de um lobo, ela se torna um weredemon.

 – Mas seja lobisomem ou demônio não vai resistir a uma boa bala de prata e água benta. – disse tio Dean tomando um gole da água. – Vai um pouquinho?

 – Não, obrigada. – água benta me fazia um mal danado.

 – Opa, que flores são essas aí? – perguntou meu tio, só agora percebendo o buquê sobre a mesa.

 – Flores? – papai também olhou.

 – São do Derek. – disse rindo. – Ele disse que também daria a vocês, mas com certeza iam querer jogá-lo da janela.

 – Que bom que ele sabe. – brincou tio Dean.

 – São bonitas. – perguntou papai se aproximando para vê-las. – Ele já saiu do hospital?

 – Saiu hoje de manhã. – falei abrindo o pacote de batatinhas sabor nachos que estava sobre a mesa. – Não tem nenhum arranhão.

 – Ei, minhas batatinhas! – exclamou tio Dean.

 – São minhas agora. – falei comendo toda sorridente.

 – Baixinha, – tio Dean jogou a bolsa sobre o ombro pegou algumas batatas. Papai também fechou sua bolsa. – Estamos indo caçar.

 – Posso ir com vocês? – perguntei animada. – Eu posso ajudar.

 – É melhor não, querida. – disse papai me dando um beijo na testa. – Te amo. Não nos espere, ok?

 – E se for esperar, faça dentro do quarto. – falou tio Dean. Então os dois homens pegaram suas coisas e saíram do quarto.

 É, estava sozinha e sem poder sair de casa outra vez, mas já havia me acostumado. Passei quase toda a minha vida assim, exceto por poucas vezes que eles me deixaram ir com eles para resolver casos menores. No último caso, no Arizona, por exemplo, ajudei a caçar o metamorfo.

 Fiquei ali quieta olhando a janela com o pensamento distante enquanto comia as batatinhas que tinha roubado de tio Dean. Voltei a Terra quando a comida tinha acabado. Joguei o pacote fora e resolvi tentar ver alguma série.

 Peguei o notebook do meu tio – cheio de pornô para todos os lados, é claro – e coloquei no site da Netflix. Comecei a procurar algumas séries entre os meus acompanhamentos e resolvi ver American Horror Story. Eu tinha parado na temporada, a da clínica psiquiátrica sinistra.

 Vi três episódios seguidos e quando não estava nem na metade do quarto fechei o notebook. Ficar ali sentada assistindo série já não me satisfazia mais. Eu precisava de um pouco de ação e era isso que teria.

 – Tô nem aí pro que eles dizem. Eu vou caçar e pronto. – disse me levantando e olhando a volta. – Só preciso de uma arma.

 Um canivete, que era o que eu tinha, com certeza não iria funcionar com um weredemon, ou seja lá o que fosse enfrentar. Comecei a procurar entre as coisas de meu pai e meu tio, mas não havia nada além de roupas e mais roupas. Besteira minha, não tinha armas ali, já que elas ficavam no porta-malas do Impala.

 Enquanto guardava as roupas de tio Dean de volta na bolsa uma faca caiu no chão. Tinha um formato estranho e alguns desenhos mais esquisitos ainda. Fazia muito tempo que eu não via aquilo, me lembrava dela na infância, quando costumavam matar demônios. Espera, eu disse demônios? Talvez então funcionasse com os weredemons.

 – Não custa nada tentar, certo? – falei observando o objeto.

  Ajeitei as roupas dos homens dentro das bolsas, coloquei meu casaco, escondi a faca e deixei o hotel. Para onde eu iria? Para onde minha intuição de demônio mandasse. Ou talvez não. Após alguns minutos andando pelas ruas movimentadas de Beacon Hills, por ser sexta-feira, ouvi um uivo aterrorizante.

 Saí correndo na direção do som, afinal, não vinha de tão longe. Então ouvi outra vez, porém agora acompanhado de tiros. Aquilo significava que papai e tio Dean estavam por perto e eu precisava encontrá-los o mais depressa possível.

 – Dean, não está funcionando outra vez!

 – BITCH! Porcaria de água benta! – gritou tio Dean jogando o vidro de água benta longe. A criatura arreganhou todos os seus dentes e começou a ir na direção deles em alta velocidade. – CORRE, SAM!

  Vi os dois correndo ao longe, o grande monstrengo atrás deles. O weredemon jogou meu pai no chão com uma patada e se preparou para dar o golpe final. Tio Dean parou de correr e levou as mãos a cabeça. Seria o fim? Eu acho que não.

 – SAM, NÃO!

 Meu sangue ferveu naquele instante. Nenhuma besta tocaria na minha família, jamais. Levei a faca à boca e a mordi. Em seguida corri com uma velocidade sobre-humana em direção ao weredemon e o dei um chute que o fez voar longe.

 – Emily!? – exclamou tio Dean impressionado. Tirei a faca da boca e estendi a mão livre para o meu pai.

 – Quer ajuda? – perguntei olhando o homem no chão, mas ele parecia sem reação. – Pai?

 – Seus olhos estão negros. – disse ele assustado.

 – Acho que é o poder da faca. – falei a mostrando para eles.

 – EMILY, ATRÁS DE VOCÊ! – eu me virei e o weredemon estava vindo em minha direção, então o dei um soco sem esforço algum e o fiz cair no chão.

 – Você... – disse com sua voz horrível enquanto se levantava. – Você é um demônio?

 – Quase isso. – falei o encarando.

 – Por que defende os humanos? Eles são inúteis, egoístas, só pensam no seu próprio bem! Devem ser eliminados!

 – Porque diferente de você, eu não sou um monstro! – gritei olhando as pessoas pedindo por ajuda. Era o verdadeiro inferno.

 – Não é o que esses olhos dizem.

 – Você me paga! – corri em direção a besta e começamos a travar uma batalha corpo-a-corpo. Eu tentava enfiar a faca nela, mas por mais que tentasse eu não conseguia.

 – Aquela é mesmo a Emily? A baixinha Emily? – perguntou tio Dean.

 – Não sei dizer. – disse papai observando a luta. – Mas aqueles olhos...

 – Droga... – disse agachada no chão ofegante.

 – Você é forte, mas não tanto quanto um weredemon. – falou o monstro.

 – O que eu faço? – me perguntei. Então vi a figura de um lobo correndo no fim da rua, onde estavam os corpos. – Derek... DEREK!

 O lobo pulou nas costas do weredemon, que ficou enfurecido tentando tirá-lo dali. Era a minha chance. Levantei e corri ao encontro do monstro. A faca perfurou seu peito e ele deu um grito alto e em seguida ele caiu no chão. O corpo se desfez em fumaça roxa e tornou-se um rapaz ruivo.

 – Derek. – disse com um sorriso para o mesmo. Ele voltou a forma humana me olhando nos olhos que já tinham voltado ao normal.

 – Emily! – gritou tio Dean.

 – Querida, você está bem? – falou papai.

 O Hale se aproximou de mim sem dar uma única palavra. Sua mão acariciava meu rosto corado levemente e de repente nossos lábios se tocaram iniciando um beijo. Derek abraçou a minha cintura, e eu joguei a faca ensanguentada no chão, abraçando o homem.

 – É, acho que ela tá ótima, Sam. – disse tio Dean dando um tapinha no ombro de papai.

  Confesso que aquele foi um dos melhores beijos da minha vida. Derek tinha uma pegada maravilhosa. Mas infelizmente tudo que é bom acaba rápido e o beijo foi se cessando bem devagar.

 – Vingança completada com sucesso. – disse o homem com um sorriso safado no rosto.

 – Por mim você pode se vingar sempre. – o dei um selinho sorrindo.

 – Então... – pigarreou papai. – temos um problema pra resolver aqui.

 – Nós damos um jeito. – disse Argent chegando junto com um homem negro e careca que foi direto até o corpo.

 – Quem é o amigo, Argent? – perguntou tio Dean.

 – Sou doutor Alan Deaton, druida e veterinário nas horas vagas. – respondeu enquanto examinava o corpo. – Nenhum sinal de vida, vamos levá-lo ao laboratório.

 – A essa hora as ambulâncias e a polícia já devem ter chegado ao shopping. Mas mesmo assim preciso falar com o xerife. – disse o diretor da escola que agora não tinha tanta pinta de diretor assim. – Vocês dois podem acompanha-lo?

 – Nã...

 – Podemos. – interrompeu papai.

 – Sam, o que tá fazendo? – cochichou tio Dean puxando-o para longe.

 – É a nossa chance de saber mais sobre a cidade.

 – Mas...

 – Vamos, dr. Deaton? – perguntou meu pai.

 – Me ajudem a carregá-lo até o carro. – disse o homem com o rapaz apoiado em seu ombro.

 – E você, Derek? Vem? – perguntei ao Hale.

 – Tenho que resolver um problema. – respondeu o mesmo me dando um selinho. – Mas que tal amanhã?

 – Vai ser um prazer. – falei sorrindo. Então Derek se transformou em lobo e saiu correndo em meio à noite escura.

 – Emily, vamos! – disse papai.

 – Tá. – peguei a faca no chão e parti em direção ao Impala. A noite só estava começando.


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Notas finais do capítulo

QUEM GOSTOU FAZ BARULHOOOOOOOOO!
Eu sempre quis dizer isso -q