De Outro Mundo escrita por S Q


Capítulo 7
Outro Feiticeiro


Notas iniciais do capítulo

Aqui está um novo capítulo, com mais revelações e magia.
Espero que gostem ;)
Muitoo obrigadaa a meus leitores, sem vocês não teria sentido eu divulgar essa história aqui!



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Jerry entregou os Chapéus do Pateta aos garotos e eles acabaram colocando-os na cabeça. Logo em seguida, Max caiu de bumbum no sofá onde antes estivera sentado.

  — Bem, podem ir agora, se quiserem.

 Harper, enfaticamente, foi a primeira a se retirar da toca. Porém, antes que ela saísse, Theresa comentou com um leve sorriso:

 — Veja só, que bom que ela aceitou usar o chapéu! Já é um começo.

 A ruiva de olhos castanhos, parou ao escutar isso e disse em alto e bom som:

 — A sorte de vocês é que eu achei esse acessório muito bonitinho, senão nem pegaria! — E saiu andando.

— Bonitinho?! Sério? — Exclamou Alex pasma, olhando para o irmão da garota.

 — Ela tem um gosto bem autêntico, sabe? — Respondeu ele sorrindo. Logo depois se levantou e sem falar mais nada, rumou em direção à saída.

— Bom, eu vou indo também então. Estou desesperada por um sanduba; descobrir que se é uma feiticeira, pelo jeito dá fome. — Falou Alex à quem havia sobrado ali, enquanto se dirigia à porta. Justin deu uma sonora bufada em resposta, mas não disse nada. Em vez disso, se dirigiu à prateleira onde estavam os livros de magia que vira antes, e começou a pega-los.

 — Espere! Nós queríamos falar mais uma coisinha com você. — Jerry disse segurando a menina pelo braço. — Justin, já pegou os livros? Será que poderia nos dar uma licencinha?

 O rapaz deu uma segunda bufada, observando o quão estranho era o teto da toca, coberto de placas pretas. Mas em seguida, seus olhos foram parar na menina dos grandes olhos castanhos, cabelos ondulados e temperamento forte, como ele nunca vira igual. Quando deu por si, estava olhando para ela um pouco mais do que o normal, admirando essas características, então balançou a cabeça e disse sério:

— Er... certo. Claro.

 Assim, saiu andando; deixando Alex, Theresa e Jerry sozinhos lá dentro.

— Então, o que querem falar comigo? — Perguntou a mocinha, apressada. Fez-se um longo silêncio em que seus tios olhavam um para o outro sem saber por onde começar.

— Querida, sente-se. É uma longa história... achamos que você gostaria de saber agora que descobriu ser feiticeira. — Acabou falando a tia.

—  Eita, já vi que vem mais bomba! Bem falem logo então; ou querem me matar de curiosidade?

***

 

 Harper, Max e Justin haviam subido de volta para o apartamento a fim de procurarem algo para comer.

— Ebaaa! Mal consigo acreditar! Deixaram comida para a gente! Eu já ia falar que era melhor assaltarmos o freezer da lanchonete para acharmos alguma coisa, mas deixa pra lá! — Comentou o mais novo sorrindo, trazendo frutas, leite e iogurte da geladeira nos braços.

 — Meus padrinhos são muito cuidadosos mesmo, sabia que teriam deixado tudo pronto para nós. Quero dizer, em que outro lugar, encontraríamos uma casa mobiliada, ganharíamos emprego para pagar as despesas, e ainda teríamos comida na geladeira? — Falou Justin com admiração.

 — Ah, sim, são tão doces e gentis não? — Disse Harper sorrindo sonsamente. — Fora o fato de terem atacado a gente assim que chegamos, depois terem vindo com uma historinha charlatã de que somos bruxos para nos assustar e por fim, ainda usarem suspeitos truques de efeito iguaizinhos aos que meus pais fazem.

 — Sério Harper, depois de tudo que você viu, ainda acha que estão mentindo? Olha, eu conheço bem meus dindos e sei que não seriam capazes de inventar uma história dessas. E sinceramente, nem faz sentido. Tudo bem, pelo o que entendi você e seu irmão tiveram diversos problemas com seus pais, e deve ser tenso logo em seguida passar por uma situação estranha e delicada como a que estamos passando, mas eu posso garantir que se pode confiar em Jerry e Theresa de olhos fechados. E olha que eu sou um cara que acredita bastante na ciência, ou seja, teria tudo para duvidar da mágica.— Argumentou Justin buscando pratos e pondo-os na bancada que havia entre a cozinha e a sala, junto das comidas que Max já havia colocado ali. — Está vendo, deixaram até pratos para a gente!

 Harper não conseguiu deixar de dar uma risadinha com o jeito empolgado com que o outro falara a última frase. Tinha muitos argumentos para rebater a confiança do crush nos “charlatões”, mas preferiu ficar calada para não parar de rir para ele. E ficou gargalhando tanto tempo que Justin se sentiu um pouco desconfortável; porém antes que pudesse se manifestar, Alex entrou como um furacão pela porta do apartamento. Seu rosto estava inchado como se estivesse chorando há pouco tempo, e mantinha uma expressão confusa no rosto. Ia passar direto pelos garotos, para subir as escadas quando uma voz lhe chamou, fazendo-lhe despertar:

 — Ei, Alex! Está tudo bem?

 Atordoada, se virou e viu Justin sentado à bancada com os outros; seu olhar demonstrando clara preocupação. 

— Claro, na mais perfeita harmonia! Nada que fizesse alguém se emocionar! Nem estive chorando! Os últimos minutos foram super-comuns e sem nada demais. Agora vou para meu quarto! — E saiu correndo. Odiava chorar na frente de alguém ou que percebessem que ela estava chorando. Enquanto subia aceleradamente as escadas, ouviu Harper gritando:

— Não precisa mentir; vem cá, o que houve?

 — Agora é tarde; não volto lá de jeito nenhum. — Alex pensou ao alcançar o corredor do andar de cima.  Abriu a primeira porta que viu e se deparou com um quarto onde havia uma cama de solteiro convidativa. Olhou para os lados: tinha apenas um armário de portas abertas, vazio, além da cama ali.

—  Achei meu novo quarto! – Exclamou se jogando na cama. Ela era macia e aconchegante, mesmo sem lençol. Ali era o lugar perfeito para repassar com calma tudo que havia acabado de descobrir... Era feiticeira. Tinha habilidade com magia desde que nasceu, mas não havia sido até então manifestada. Se tivesse descoberto antes, talvez pudesse ter feito alguma coisa, qualquer coisa para reestruturar a família e principalmente, não sofrer com os maus-tratos de Megan. Mas não era isso o que mais perturbava sua cabeça...

 Encarando o teto, respirou fundo e tomou uma decisão: ligaria para seu pai. Catou rapidamente o celular pelos bolsos da calça, e assim que o encontrou discou o número que Jerry acabara de lhe dar. Ficou ouvindo o sinal de espera com ansiedade até que alguém disse:

 — Alô? Aqui é Kelbo Russo do departamento ultrassecreto de magia, e é melhor que você seja objetivo pois estou no meio do camarote para magos  e...

 — PAAAIII!

— Alex?! Filha?! É você mesmo?! Não posso nem acreditar! Que sauda... Espera! PELO AMOR DE DEUS, COMO VOCÊ CONSEGUIU ESSE TELEFONE?!!!!

 — Foi o tio Jerry que me deu.

— Ah, sim. O MEU IRMÃO FICOU DOIDO POR UM ACASO?! Filha, me desculpa mesmo, eu queria falar muito mais com você, realmente muito mais, só que infelizmente eu vou precisar desligar. Sua memória recente será apagada assim que a ligação terminar, por isso não se desespere se sentir algumas coisas estranhas. Bem, de qualquer forma você não vai lembrar...

— Relaxa paizão, não precisa esconder mais nada de mim. Eu também sou uma feiticeira. — Fez-se um silêncio e ela continuou mais séria — e já sei de tudo.

 Parecia que a ligação havia ficado muda durante alguns instantes. Alex aguardou ansiosa a reação do pai. Estivera tão aflita para falar com ele assim que descobriu seu segredo, mas agora não tinha mais certeza se fizera bem. Eram muitas informações para a cabeça de Kelbo: A filha ligando para ele depois de tanto tempo; a descoberta de que ela também era uma feiticeira e que agora sabia do segredo de ele ser feiticeiro. Mas de repente, ele começou a falar animado:

 — É sério mesmo?! Verdade?! Minha filhinha herdou a sensibilidade mágica do papai?! Eu não preciso mais me afastar de você? GENTE, MINHA FILHA É FEITICEIRA! —  Deu para ouvir claramente ele berrando para as pessoas ao redor dele. Os gritos de aprovação foram logo seguidos. Alex começou a chorar de novo, embora não quisesse. Finalmente entendera porque o pai não ficou com ela quando foi embora de casa e porque não aparecia quando precisava dele. E isso iria terminar. Mas ao mesmo tempo, uma certa decepção também tomava conta da baixinha: se ele fora mágico esse tempo todo por que não fez alguma coisa para não se separar tanto da filha? Por que nunca tentou saber o que acontecia entre ela e Megan dentro de casa? Todos esses pensamentos rondavam a mente de Alex com tanta força que ela fazia de tudo para parar de chorar, mas não conseguia. Até então nunca havia realmente chorado por seus problemas familiares; contudo, a perspectiva de ser alguém poderosa, que podia ter mudado as coisas, mexeu um pouco com a cabeça dela.

Kelbo, ao ouvir o soluçar no telefone, parou de comemorar e sussurrou:

— Alex? Você está chorando, querida? O que houve?

A mocinha então fez um esforço enorme para engolir o choro e falou:

— N-não é nada. Eu só... acho que precisamos nos ver e conversarmos com calma. Queria entender algumas coisas. Quando poderia ser?


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Notas finais do capítulo

Desculpa, mais uma vez pela demora! :( É que eu estive bastante atarefada esses últimos dias. Para o próximo capítulo, juro que vou tentar não demorar tanto.



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