De Outro Mundo escrita por S Q


Capítulo 6
Explicações


Notas iniciais do capítulo

E aí, pessoal? Aqui está mais um capítulo para vocês ;)
Espero que gostem :3
Muito obrigada a todos que estão acompanhando ♥



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Passado o momento de choque e silêncio que sucedeu à revelação dos poderes de Alex, a garota começou a se exaltar:

— Eu nunca fiz uma coisa dessas na minha vida! Se antes eu pudesse, ah, tudo teria sido diferente! Com certeza eu nem estaria aqui!  — ficara tão exaltada que começara a divagar em voz alta. Chegou até a declarar— Vocês devem ter lançado uma mandinga braba em cima de mim!

 — Eu repito: nós não fizemos nada. O que acontece é que vocês também são feiticeiros, mas nunca haviam entrado em contato com a magia antes. — explicou Jerry.

 — Todos nós?! — indagou Harper, incrédula. — Ah, tá de brincadeira!

— Estou falando sério. Podem testar seus poderes, se quiserem.

Justin e Max começaram a fazer movimentos engraçados com as mãos para ver se acontecia alguma coisa. Não dando certo, fizeram alguns grunhidos bizarros para ver se tinha algum efeito, que nem as conhecidas palavras mágicas, até que da mão de Justin saiu uma chama azul com um barulho que ele nunca tinha ouvido na vida, de onde apareceu uma iguana. Aconteceu de uma maneira bem destrambelhada, mas não impediu que o ego do rapaz começasse a inflar:

— Sou um lorde mago! Um ser superior! Eu posso controlar uma das forças mais poderosas do universo! Ahá! Sempre soube que os gibis não mentiam a respeito desses acontecimentos misteriosos! Assim como um super-herói, ao entrar em contato com a magia meus poderes foram revelados! Como que nunca os senti fluindo em minhas veias?! Quero ver alguém caçoar de mim por eu ser nerd agora e... PLOWFT! — seu discurso foi interrompido por um desentupidor de vaso que voou da mão de Max e parou bem na sua cara.

  — Ah, um desentupidor?! Eu estava esperando materializar alguma coisa menos comum... —  disse o garoto mais novo num muxoxo.

 Harper teria feito o irmão pedir desculpas para o seu novo crush, porém preferiu não falar nada, para deixar o sr. e sra. Russo voltarem a explicar. Ela queria saber direito o que estavam tramando. Sim, porque na cabeça dela nada daquilo podia ser verdade. Ainda tinha quase certeza de que era alguma cilada dos pais. Se recusava a acreditar no que via.

— Caramba, você está bem, Justin? — perguntou Alex, correndo em direção ao garoto de olhos verdes, que estava com o desentupidor grudado no rosto:

— Ah! Agora estou! Obrigada! — ele respondeu assim que a menina retirou o objeto de sua cara; sorrindo agradecido e olhando nos olhos dela, de maneira que lhe fez ficar um pouco vermelha. Alex tentou se censurar por isso, pois nunca foi do tipo tímida e que se deixava ficar assim por algum garoto. Mas não adiantou. Por isso, ela agradeceu mentalmente quando Jerry tornou a falar, fazendo todos no recinto voltarem a atenção deles dois  para seu tio:

 — Como já era de se presumir, vocês ainda não estão sabendo usá-los corretamente. Mas não se preocupem, é assim com todo mundo. Todo feiticeiro nasce com predisposição a ter habilidades mágicas, porém só começa realmente a ter algum poder depois de entrar em contato com alguma alta concentração de magia, então...

— Como assim? — interrompeu Harper.

—É meio complicado, mas existem, digamos que, tipos de mágica. Normalmente eles vivem espalhados; e são genericamente a mesma coisa, porém, há algumas pequenas propriedades que os diferem, como cores. Quando um “tipo mágico” encontra uma pessoa compatível, ou seja, um feiticeiro, ela recebe uma parte dele que fica instalada dentro dela na forma de poder. — explicou Theresa, da forma mais clara que conseguiu.

— Deixa eu ver se entendi... então aquelas “luzes” que vimos em volta da gente, na verdade eram os nossos poderes? — ponderou Justin, tentando compreender. Seus padrinhos concordaram com a cabeça. Ele continuou, em seguida —Foi por isso que desmaiamos quando eles vieram na nossa direção? Estavam entrando na gente?

 — Você é um menino bastante inteligente Justin! Eu sei que é meio assustador isso tudo, e difícil de entender. Mas saibam que a partir de hoje, nós somos seus instrutores nesses assuntos e vamos ajudar a lidarem com isso. Ensinaremos todos os feitiços; explicaremos como funciona a magia; informaremos todas as regras; instruiremos vocês a lidarem com as situações bizarras que podem enfrentar; enfim, daremos todo o apoio no que precisarem até que alguém se torne feiticeiro completo.

— Completo? Ué, eu sou incompleta? - reclamou Alex.

— Lamento dizer que sim. Magia é uma coisa muito complicada e requer muita inteligência e responsabilidade usá-la. Por isso, embora cada um aqui vá aprender tudo o que puder a respeito de feitiços e feitiçarias, apenas aquele que for o melhor na competição deste grupo de feiticeiros aprendizes, se tornará bruxo para o resto da vida.

 A pequena esperança que despontara no íntimo de Alex por descobrir que podia mudar sua vida, que até então era apenas de “garota-problema” e filha rejeitada, se esvaiu de repente. Inteligente e responsável eram duas coisas que ela tinha certeza de que não era. E ainda, além de entrar numa escola mais rigorosa, ter que ainda estudar magia não parecia nem um pouco empolgante.

 Já o êxtase em Justin alcançava níveis extremos. Por mais que ele tentasse se segurar, era visível a empolgação que transbordava de si. As características citadas para se tornar um feiticeiro completo eram as que o rapaz certamente possuía. Seu maior sonho de infância era ser algo como um super-herói. Assim poderia ter salvo sua mãe do fatal acidente de carro. Ou ao menos, ele iria defender os nerds do bulling dos valentões. Então, foi como se literalmente num passe de mágica, todos os problemas da vida dele pudessem ser resolvidos. Alex se sentiu feliz pelo jeito alegre do rapaz, que não parava de sorrir com seus olhos verdes cintilando, entretanto, ao mesmo tempo um peso tomava conta do estômago da morena justamente por se dar conta de que provavelmente ela seria uma vergonha do lado dele. E pelo jeito, ainda por cima, teriam que competir entre si.

 Max por sua vez, estava agindo como se não houvesse nada demais. Parecia que todas aquelas revelações eram comuns e entediantes para ele. Já sua irmã, conservava uma cara muito estranha. De repente, ela desandou a falar:

 — Quem vocês pensam que estão enganando, hein? É claro, que isso é uma grande farsa. Bruxinhos com poderes mágicos? Ah, fala sério né? Eu sei que isso tudo é truque; coisa de artista. Eu me recuso a tentar fazer qualquer feitiço.

— Harper, pelo amor de Deus entende de uma vez... — Jerry começava a se alterar, mas foi contido por um abraço calmo de sua esposa.

— Querido, não briga com ela! É normal que alguns deles não acreditem, lembra? São revelações muito bombásticas! A gente tem que ter paciência.

 — Hm, é verdade. Bem, acho que Theresa está certa. Já foi muita informação para um só dia. Sem falar que ninguém tomou café aqui ainda. Acho melhor vocês irem comer agora e aproveitarem o resto do tempo livre para refletirem de cabeça fria sobre o que descobriram.

— Dindo, será que eu poderia pegar alguns livros sobre o assunto, para entender melhor? — Falou Justin mirando uma pilha de manuais e enciclopédias mágicas em uma estante atrás do padrinho.

— Tudo bem; fico feliz que esteja se interessando. Mas pode ir com calma, se quiser. — Jerry disse enquanto puxava os livros da prateleira.

— Tá brincando?! Eu fiquei fascinado por essa história de poderes, preciso saber mais.

— Relaxa aí, não precisa ficar nessa apreensão! A gente acabou de descobrir muita coisa bizarra! Eu mesma acho que meu cérebro vai dar um nó se souber de mais alguma coisa.— Falou Alex, revirando os olhos de cansaço. Justin se sentiu meio desapontado ao ouvir isso, então disse:

— Poxa, mas... justamente por serem coisas reveladoras e ainda cheias de complexidade que eu quero entender. É importante que a gente descubra o que nós somos. Já basta de anos de vida em que a gente pensava que nada disso existia, não?

A garota se sentiu levemente ofendida com aquele comentário, pois interpretou como se tivesse sido chamada de despreocupada ou irresponsável, de maneira disfarçada. Porém, preferiu não falar nada. Não queria brigar numa situação como aquela ainda com alguém que havia estabelecido uma forte ligação assim que conheceu.

 Sua vida com Megan lhe fez manter um pé atrás com todo mundo; afinal se a própria mãe gostava de lhe botar para baixo, por quê as outras pessoas também não gostariam? Contudo, como agora não precisaria mais conviver com aquela mulher, e já estava provado que ela não lhe amava tanto quanto uma mãe deveria amar, Alex resolveu de repente que não iria mais ser tão desconfiada e implicante. Ou ao menos tentaria.

 Aos poucos, foram todos saindo da toca. Porém Max começou a perceber que estava flutuando de novo.

— Sério que isso vai ficar acontecendo direto? Agora sim tá começando a ficar legal! — Exclamou o pequeno.

— Ah, claro, como eu estava esquecendo? Vocês terão que usar os Chapéis do Pateta enquanto seus poderes se ajustam. Ninguém pode descobrir que são feiticeiros, e sem o chapéu podem ocorrer descontroles como esse aí. — Falou o dono da lanchonete, enquanto pegava quatro chapéus de dentro de um baú. Eles eram compridos e largos, feitos de panos bordados de forma espalhafatosa.

— Esse treco aí? Sério? Tudo bem, eu sei que eu queria ver uma coisa diferente, mas não precisava ser tanto, né?! — Resmungou Max. — Por quantos dias a gente vai ter que usar isso?

— Até que consigam manter o controle para não fazerem coisas desse tipo. — Jerry apontava para os pés do menino balançando no ar.


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Notas finais do capítulo

Desculpem-me pela demora. Eu tinha muitos deveres de casa e por isso acabei me enrolando. :/ Espero que o capítulo tenha compensado a espera.



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