De Outro Mundo escrita por S Q


Capítulo 42
Pedra Fundamental




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—  Me explica essa história direito…

Justin encarava Alex com um olhar inquisidor. Assim que percebera que a tia não se lembrava dela, a garota voltou correndo para o quarto. Esbaforida, acabou batendo a porta e acordou Justin. Só de olhar para a cara dela, o rapaz soube que havia algo muito errado.

—  Se o que você disse for verdade… Meu Deus… Eu acho que teremos uma ecatombe! - Justin declarou, passando a mão pelo rosto sonolento, mas já nervoso.

— Fala na minha língua!

— Você sabe muito bem que fez uma besteira imensa! Explodir sua raiva assim, com uma varinha na mão! Se tivesse lido algum dos livros do Jerry…

— Quanto tempo a gente ainda tem?! Antes que todos os bruxos…

 Ele encarou-a de volta irritado por ter sido interrompido, mas resolveu falar de uma vez:

— Uns quatro dias. No máximo. 

Alex começou a tremer.

—  Ok, você sempre quis provar que era o melhor pupilo. Essa é sua hora! Consegue reverter esse feitiço, não consegue?

—  Reverter?! - deu uma risada histérica- Como vai ter reversão um feitiço que sequer foi alguma vez proferido na história?! O processo de reversão é muito complexo, são anos de estudo em feitiçarias já conhecidas para se descobrir uma maneira de desfazer algum feitiço específico!

— Ótimo, então na prática, você consegue resolver esse problema tanto quanto eu!- Alex declarou fechando a cara.

— Na verdade… tem uma maneira de resolver sim. Mas eu não chamaria de “boa maneira”.

— Acho que correndo o risco de desaparecer… qualquer coisa vale. 

 

***

 Os dois foram atrás de Jerry. Avistaram o tutor assim que atravessaram os portões de entrada do hotel onde estavam hospedados. Ele estava boiando na piscina dos hóspedes, tranquilamente, assobiando “Can’t feel my face” que tocava no rádio do segurança do hotel. Não se sabe como foi parar ali.

—  Ok, eu vou ou você vai?! - Alex perguntou para Justin um pouco preocupada.

— Quem fez a besteira foi você! - Justin afirmou exasperado.

— Mas você resolve as coisas melhor. - E antes que Justin replicasse, ela levitou-o rapidamente na direção do tio.  O rapaz, tomado pelo susto do movimento repentino, esbarrou em todo mundo que passava, e chegou em Jerry tropeçando em cima dele. 

Os dois caíram estabanados para o fundo da piscina.

— Ei, amigo, calma aí! O que houve?! - O homem com poucos fios de cabelo, louros, perguntou depois de emergir novamente e tomar ar.

— D-desculpa. Dindo, eu não queria, a louca da Alex que me empurrou! - Justin falou depressa irritadíssimo com a colega.

— Dindo, Alex? Espera quem é você? - Jerry já começava a andar para o outro lado da piscina, achando que falava com um maluco. Justin, deixou a raiva de lado, ficando estático e pálido.

— Você também… já está esquecendo? - Comentou baixo, tristemente. Ficou parado ali por um instante, todo encharcado, o olhar perdido encarando a água azulada da piscina. Alex veio correndo atrás dele.

— O que foi? Você pagou o maior micão para chegar agora e deixar ele se afastar?!

— Alex… ele não se lembra mais. - seu tom foi aumentando - Ele também não se lembra mais!- deu uma risada de nervoso, histérica, chacoalhando a cabeça e declarou encarando Alex firme - a gente não vai poder pedir ajuda.

— C-como não?!

— Alex, entre os raros casos conhecidos do banimento de uma pessoa da realidade, a perda de memória foi registrada nos livros de magia como o primeiro sintoma. E como geralmente os mais velhos são afetados um pouco mais rapidamente pelos feitiços…

— Não vamos poder falar com Jerry... ou Crumbs! Nem com meu pai! - Alex arregalou os olhos voltando a entrar em pânico. - Meu Deus, como estará o meu pai! O mundo  mágico?! - Falou passando as mãos pelo cabelo de nervoso. Bem nesse instante um homem de camiseta florida, chinelos e um chapéu cobrindo-lhe os olhos se aproximou deles.

— Eu estava caminhando distraidamente quando ouvi a conversa de vocês. Acho que posso ajudá-los. 

Justin começou a fitá-lo com desconfiança e já ia apontar a varinha na direção do homem, quando o próprio sacou a sua. 

— Fiquem calmos. Eu sou feiticeiro também.

Alex revirou os olhos.

— Olha, eu acho que nosso problema começou quando a gente descobriu que isso não é garantia de coisa boa. 

Justin colocou as mãos nos ombros dela e falou ironicamente:

— É, e alguém deveria ter aprendido a não se levar pelo ódio gratuito. Então, senhor... gente pode te escutar se você nos der uma boa ideia do que fazer ou algo do tipo. Senão, é melhor não atrapalhar.

— Longe de mim querer prejudicar alguém. Acontece que pelo que ouvi a minha… existência está ameaçada.

Alex e Justin se encararam tensos, sem responder nada.

— Não precisam ficar assim. Entendo que acidentes acontecem. Mas a gente precisa consertar isso. E eu sei como.

Os olhos de Justin brilharam na mesma hora. 

— Sério?! Então… conte pra gente logo!

A menina, ao seu lado, lhe deteve na mesma hora:

— Esse cara não me parece confiável.

— Qual é, Alex! Eu sei que não é absolutamente seguro, mas você por um acaso sabe de alguma solução melhor no momento?

— Eu concordaria com seu amigo. - O homem levantou o chapéu rapidamente para dar uma piscadinha para a adolescente. Ela cruzou os braços, fechando mais a cara. Porém não tinha realmente nenhuma alternativa melhor no momento do que ouvir o que o cara teria a dizer. - Explica a sua ideia para a gente então. Antes que a gente te siga.

— Hum, ela tem personalidade, gostei. Está certo. 

Tirou então, da bolsa que trazia consigo um velho pergaminho. Nele havia um mapa.

— Esse é o mapa para a Pedra Fundamental. Ela é o objeto mágico mais antigo de que se tem história. Dizem que a magia nela é tão perfeita que conserta ou desfaz qualquer feitiço.


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