De Outro Mundo escrita por S Q


Capítulo 4
Coisas Estranhas


Notas iniciais do capítulo

Olá! ♥
Estou aqui com mais um capítulo, espero que gostem!
Agradeço a todo mundo que está lendo!



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 — Bem, vamos subir então? Tenho certeza de que estão ansiosos para conhecer o apartamento. — disse Jerry.

 — Ah, demorou! — responderam todos, em uníssono. Ao perceberem isso, começaram a rir. Era estranho como pessoas que se conheciam há tão pouco tempo pudessem se identificar assim, de repente... porém havia alguém que estava estranhamente séria: Theresa.

— Querido, tem certeza que arrumou tudo? Nenhum risco de acidentes, ou sustos? — cochichou a mulher.

 — Bem, fizemos nosso melhor. Agora não tem como evitar que subam.— respondeu o outro.

— Ok, então.

— Er, crianças, venham comigo! – chamou, Jerry.

Max saiu correndo pelas escadas à frente do senhor Russo. Harper, tentando impedi-lo, acabou fazendo a mesma coisa, e quase esmagou o pobre homem contra o corrimão. Quando ele se recompôs, começou a subir lentamente os degraus e Alex e Justin o seguiram. Contudo, Alex estava com uma dificuldade absurda para puxar suas malas, pois estas eram de rodinha e travavam a cada degrau.  Como o rapaz só levava uma pequena bagagem de mão, instantaneamente pegou a alça das mochilas da mão dela e falou:

 — Deixa que eu te ajudo. Segura aqui a minha que é mais leve.

 Nisso, levantou as dela com os braços e seguiu subindo. A garota observava abismada, enquanto ele subia, como devia ser forte para carregar aquilo tudo. Seu estereótipo certinho fazia-o parecer um cara sem muita habilidade física. Porém, justamente ao acabar de pensar isso, Alex pousou seu olhar nas mangas da camisa dele, contraídas pela posição dos braços e mostrando o contorno dos músculos tesos pela força. Ficou um instante parada, absorta, até que ele mesmo lhe acordou do breve pensamento:

 — Como é, não vai subir? — Falou rindo um pouco.

 Percebendo então o que tinha acabado de fazer, ela subiu as escadas correndo.

 — Alex, você acabou de conhecer esse cara! Vai com calma! Ai, que vergonha! — pensava consigo.

 Chegando lá em cima, todos os demais já estavam em pé em frente à porta, enquanto o mais velho pegava as chaves.

— Vou abrir com a minha por enquanto, mas as três cópias que ficarão com vocês já devem estar prontas amanhã de manhã, no chaveiro aqui em frente. Já deixei tudo pago, então, é só pegar com ele depois.

 Lentamente, Jerry abriu a porta, observando lá dentro, num primeiro momento. Depois, escancarou-a de vez para deixar que os demais entrassem.

 — Ah, ufa! Deixa eu entrar logo, vai! — Exclamou Alex abrindo espaço para passar. De repente, sentiu um braço detê-la de leve.

— Vem cá, só eu que achei isso esquisito? — falou Justin, ao ouvido da garota.

— O quê?! — respondeu surpresa, enquanto continuava a andar e ele a seguia.

— Meu padrinho demorando para abrir. Parecia que estava procurando por alguma coisa. Também notei que a dinda ficou bem apreensiva e cochichando com ele algo antes de subirmos. – disse, ligando os pensamentos.

—Ah, é isso? Relaxa, não precisa ficar bancando o detetive, não deve ser nada.

Porém, assim que entraram, coisas muito estranhas começaram a acontecer. Para começar, uma crise de tosse tomou conta dos novos moradores.

 — Meu Deus, o que tem aqui?! Cof, cof! — exclamou Harper.

 — Cof! Cof! Se eu conseguisse abrir os olhos, te respondia. Cof! Mas minha visão sempre fica embaçada quando tusso! Cof! Cof! — respondeu Justin.

— Ahn, gente?! Caham! Cof! Voar tem algo a ver com isso?! — perguntou Max.

— Hein?! Cof! Como assi... Meu Deus, a gente tá flutuando! — berrou Alex.

Logo depois, cessaram-se as tosses e  todos conseguiram ver aquilo nitidamente, estupefatos: os quatro estavam realmente voando. Theresa olhava preocupada para o marido e este observava tudo calado, com um olhar de respeito. Nem quando lhe cobraram explicações seu ar mudou.

— O que está acontecendo aqui?! Isso é algum truque dos meus pais?! Fala sério, eu não acredito que vim para cá para ainda ficar aturando essas palhaçadas! — Harper falou, claramente exaltada.

— Não. Ainda não posso explicar. E se eu fosse você ficaria quieta, senão será pior. — respondeu Jerry, da maneira mais solene possível.

Antes que qualquer um ali pudesse dizer outra coisa, eles começaram a involuntariamente girar pelo ar, até ficarem estranhamente alinhados. Alex e Justin deitados com os braços esticados, um de frente para o outro, e Harper e Max em pé, com os braços abertos ao redor deles. De repente, feixes de luz começaram a girar em volta do grupo, velozmente. Eram de quatro cores neon, e possuíam uma energia intensa, que arrepiava quando passavam perto da pele de alguém. O susto era tanto que ninguém conseguia articular qualquer palavra. Apenas se via as expressões de pavor e fascínio misturadas na face de cada um.

 — Está acontecendo! Eu... Nunca pensei que seríamos designados. — concluiu Theresa, incrédula.

 — Sim! Vai ser agora! — Jerry respondeu empolgado.

 Os raios de luz começaram a se separar por cores: roxo, rosa, azul e vermelho. Os roxos rodeavam Alex; os rosas, Harper; os azuis, Justin; e os vermelhos, Max. Pouco a pouco, foram parando de girar e se juntando em uma forma que lembrava a posição em que os jovens pararam. Até que de uma só vez, ocorreu uma explosão e os feixes entraram nas respectivas pessoas que rodeavam, fazendo-os desmaiar.

 

 ***

 

 Alex abriu lentamente os olhos, de manhã. Começou a olhar ao redor sem se lembrar exatamente do que havia acontecido no dia anterior, nem mesmo reconhecer onde estava. Sua cabeça doía, e um imenso torpor lhe dominava. Contudo, logo levou um susto ao se dar conta de que aquele não era o seu quarto. Foi aí que sua mente começou a trabalhar, e ela se recordou das coisas que haviam acontecido: a briga com a mãe, a despedida de sua antiga casa e Dean, o aluguel do apartamento, seus novos colegas e... aquele evento sobrenatural. Ao se lembrar disso pulou do sofá, onde estava deitada esse tempo todo, atordoada, atrás de alguma explicação. Porém, nem precisou procurar por alguém; ela não havia visto, mas Justin estava deitado em um colchonete na frente do sofá, e com o pulo da garota, acordou num susto:

— Aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaahhhhhh! Não me abduzam de novo, seus aliens do... Ahn; hein? O quê? Ai, é você! Nossa, que susto! Meu coração está muito disparado; acho que vou ter um treco... — colocando a mão no peito e se levantando, ele se recompôs e continuou — Caramba, desculpa por acordar assim. É que eu tive um pesadelo louco que todo mundo flutuava quando entrava aqui, como se estivéssemos sendo abduzidos por etês. Aliás, espera! Eu não me lembro de ter ido dormir...

  — Não acredito! Isso não foi sonho, aconteceu de verdade! Duas pessoas não podem sonhar com a mesma coisa e acordarem sem se lembrar de terem ido dormir.

 — Sério? Espera, a última coisa que você se lembra, é de ter sido atingida por uma explosão de flashs de luz?

 A menina fez que sim com a cabeça.

— Caramba, não pode ser! Não faz sentido nenhum! Sei que para tudo existe alguma explicação lógica, mas a situação foi tão absurda que eu estava sinceramente acreditando que era sonho.

 — Bem, acho que você também sonhou com isso, senão não tinha acordado desse jeito estabanado. — cortou Alex, se rendendo a um risinho.

 — Que seja. O que interessa é que se fosse só sonho, só eu lembraria. Realmente, não tem como duas pessoas sonharem com a mesma coisa. Se bem que é igualmente estranho que isso tenha realmente acontecido que, ai, não sei mais. Para que serve tudo que aprendi de lógica e razão numa situação como essa?

 Justin não estava acostumado a não compreender as coisas, e isso lhe deixava frustrado e ainda mais assustado. Sua colega de apartamento é que o acalmou:

 — Hey, calma, não se desespere. É normal não entender o que está acontecendo, essa situação é absurda!

 — Estão falando daquela palhaçada ontem à noite? — Era Harper que descia as escadas que haviam lá, depois de ter sido acordada pelos berros. — Isso claramente foi alguma piada muito sem-graça dos outros Finkle. Eles sempre gostaram de fazer coisas do tipo, mas dessa vez, passaram dos limites.

— Eu achei da hora. — Contrariou Max, descendo atrás dela.

— Acho que na verdade, devemos cobrar explicações do Jerry e da Theresa. Se bem me lembro, eles pareciam entender direitinho o que estava havendo. — Acabou concluindo Justin, por fim.


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Notas finais do capítulo

E aí pessoal, o que acharam? Se puderem, deixem suas opiniões ;)
Até o próximo capítulo!



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