De Outro Mundo escrita por S Q


Capítulo 28
Alfa e Beta


Notas iniciais do capítulo

Olar! Cá estou eu de novo! Esse capítulo eu amei escrever, espero que curtam tanto quanto eu. Ele estava na minha cabeça desde que inventei a fic XD
Por ser um pouquinho mais complicadinho, quem não entender muito bem pode perguntar nos comentários ou por inbox. ;)

(só uma curiosidade: algumas histórias consideram magos, bruxos e feiticeiros como coisas diferentes, mas aqui, como já devem ter percebido, achei melhor adotar os 3 nomes para ser mais abrangente. Novamente, qualquer coisa, só falar comigo)



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— Eu nunca vi nada igual!

 — São eles!

 Os dois jovens não entenderam bem o que havia acontecido. Estavam cansados e só queriam falar um com o outro. Crumbs, que estava do outro lado do salão rodeado de pessoas preocupadas, fez então um feitiço para que todos se calassem.

 — Sei que estão muito confusos, mas se falarem ao mesmo tempo a confusão só aumentará!

 Em seguida ele narrou os fatos acontecidos desde que Gorog lhe capturara, de maneira alta e solene, causando espanto e aflição na maioria dos ouvintes. Pelo visto, Gorog não chegava a ser um perigo até então, mas cometera várias infrações por sua sede de poder dentro da Feitiçotech, pois os ex-alunos da instituição entraram em grande alarde com o que foi dito, porém os demais feiticeiros pareciam nem saber quem era. E complementou da maneira mais dócil possível para a situação:

 — Graças a esses destemidos jovens, evitamos uma grandíssima injustiça. Agora recomendo a todos que voltem para suas casas e fiquem em estado de vigilância, já que ele e seus capangas estão a solta. Tratarei de encarregar o DUM pessoalmente de ir atrás desse grupo e investigar sobre sua “formação”. Agora se me dão licença estou muito cansado e tenho assuntos a tratar com Alex e Justin.

  Sem mais delongas, ele se teletransportou junto dos dois para sua sala.

 — Wow. Podia ter avisado que era por teletransporte — Reclamou Alex.

— Desculpe, mas esse é meio natural para nós, bruxos. Terão de se acostumar. Enfim, preciso ter uma conversa séria com vocês. Por um acaso sabem porque gritavam assustados em suas direções?

 — Imagino que porque derrotamos Gorog?

— Hehe, sim, isso sim, mas não só isso.

— Como assim, diretor Migalhovisk? — Se manifestou agora Justin.

— Por um acaso, sabem como conseguiram realizar aqueles feitiços?

— Para falar a verdade...

— Vocês dois, no dia em que adquiriram seus poderes, pelo visto, atraíram curiosas e poderosas magias. Raras de se encontrar em alguém.- Andava com um ar mais solene do que os jovens jamais tinham visto, enquanto falava. — Provavelmente já sabem que cada um atrai involuntariamente seu próprio tipo mágico para ser seu poder, certo? Pois bem, nós feiticeiros formados estudamos a origem da magia e seu fundamento. E em meio às pesquisas agrupamos os tipos que achamos parecidos em categorias. Os mais comuns de serem achados nos feiticeiros são Gama e Ômega, porque digamos que eles têm uma certa simpatia pelos humanos. Tem ainda os Celta e Delta, mais difíceis de se achar e mais poderosos, entretanto, não chegam a ser “incomuns”. Contudo somete pelo que vi no telão que Gorog colocou na minha sala para que eu supostamente visse seu plano dar certo, vocês não carregam nenhum desses. Não, algo de muito mais ... raro e ... cobiçado, eu diria.

— Pode explicar melhor, por favor?

— Você, Justin, apresentou uma capacidade incomum de realizar feitiçaria sem esforço. Apenas pensou em salvar sua amiga e conjurou um “congela-corpus” com maestria, sem movimentação adequada de varinha, palavras mágicas ou toda a concentração que o feitiço exige. Sei que pode dizer que isso foi num ímpeto, mas lhe garanto, a maioria naquele salão não consegue fazer o que você fez. Essa característica de moldar-se facilmente a situação é típica do elemento Beta. O tipo mágico que você carrega desde que se tornou um mago.

 O rapaz não soube bem o que responder. Um sorriso bastante presunçoso começou a despontar descaradamente em seu rosto, mas assim que olhou para a cara de Alex, ele se segurou um pouco. Ela estava refletindo que então Justin teria realmente perdido os poderes e pior: que essa magia poderosa estaria nas mãos de Gorog agora se ela não tivesse feito nada. Enquanto pensava nisso, nem se deu conta que Crumbs vinha agora em sua direção.

 — Agora, o que mais me impressionou foi o fenômeno anterior. Um rojão daquela espécie não sai de qualquer varinha. Mais improvável ainda é uma feiticeira-aprendiz conseguir atrair uma infinidade de tipos mágicos agitados. Eu diria que era impossível até hoje. — Disse dano uma piscadinha para Alex. —  Acho que posso concluir que o antigo professor de vocês perseguiu justamente a feiticeira que ele tanto procurava. Sim, Alex, quando Gorog sentiu a presença de alguém com uma magia mais forte que o comum foi de você mesma.  Mesmo a Beta não faria alguém “senti-la” como ele sentiu.

— Por isso que ele gritou “é ela” então, depois que eu ataquei.

— Você entende as coisas rápido.

 Alex não sabia muito bem o que dizer. Sempre fora conhecida por seu jeito largado e um pouco insolente. Perspicaz com certeza não era um adjetivo atribuído a ela com frequência; muito menos “poderosa”. Mais poderosa que os poderosos parecia ser mentira. Ela quis fazer mais perguntas, mas o diretor teve uma vertigem e precisou se sentar. Depois de ter visto ele preso e de saber por quanto tempo foi, a morena não teve coragem de incomodá-lo. Ele mesmo disse:

— Velhice é uma porcaria. Me desculpem, queria falar melhor sobre isso. Se tiverem mais perguntas...

— Não, deixa, descansa. — Alex prontamente respondeu.

— Tudo bem. Só por favor, não contem esse tipo de coisa a ninguém. É bastante perigoso. Vocês viram o tamanho da cobiça de pessoas como Gorog, certo? Pois bem, mantenham essas informações da maneira mais oculta possível. Essas variações nos poderes de vocês não vão se manifestar normalmente, só ocorreram pela emoção do momento, logo acredito que não vá ser muito difícil. Também é raro alguém sentir de longe a força de um poder como o antigo professor de vocês fez. De qualquer forma, assim que sair daqui vou ao DUM e eles com certeza prestarão um foco maior na proteção de vocês. Nem me digam que não é preciso porque não vai adiantar. E o mais importante — não é a magia que define o feiticeiro, mas sim como ele lida com ela. Não fiquem achando que só por intensidade de poder se vence a competição de feiticeiros. Não; aliás se ficarem unidos poderão ser ainda mais fortes. As magias Alfa e Beta unidas são capazes de gerar ou destruir qualquer tipo de coisa. Unidos ainda aos poderes de seus amigos e demais feiticeiros vocês poderiam se tornar verdadeiras lendas. Unidos, não achando que podem ser tiranos, lembrem-se por favor. Agora vão, não é muito legal ficar ouvindo um velho arfar depois de se cansar. — Crumbs disse com uma cara sapeca, mais para não encher a cabeça deles com mais informações do que outra coisa.

Alex saiu da sala do diretor olhando assustada para Justin. Era REALMENTE o que ela menos esperava. Não pelos motivos de Gorog, óbvio, ela sabia o quanto uma mulher pode ser forte. Mas porque não acreditava que ELA pudesse ser. Não a menina afastada do pai, desgosto da mãe, sempre chamada a atenção por seus defeitos... Justin apenas deu um sorriso de apoio. Era complicado o que se passava na cabeça dele: ficava triste por saber que era tão poderoso mas poderia perder os poderes para a colega; já em contrapartida, sua admiração por ela chegava a níveis estremos, depois dessa ter lhe salvo mesmo depois que ele machucara-a. E foi o primeiro entre os dois a se manifestar no corredor depois de se pegar olhando para ela, mais uma vez, por tempo demais:

— Sabe... ter noção de tudo isso e.. não poder contar a ninguém. É estranho. Eu queria sair correndo por aí ou discutir longamente isso sem medo de que alguém escutasse. Só esconder dos "normais" que se é feiticeiro já é complicado; agora esconder parte de nossos poderes de todo mundo...

— Bem, temos um ao outro ao menos. — A garota lançara um olhar realmente doce a Justin quando disse isso. Já haviam rolado climões entre eles, mas dessa vez era diferente. Dessa vez não era por um impulso forte (talvez mágico, quem sabe?) mas vinha de tudo que haviam acabado de passar. Inebriados nos olhos um do outro, só queriam diminuir ao máximo a distância entre si sentindo em cada pulsar e arrepio que percorria seus corpos a ajuda mutua, a adrenalina e companheirismo que nunca tinham dividido com ninguém... e os dois entendiam o que se passava na cabeça um do outro mesmo sem dizerem uma única palavra. Foram se aproximando cada vez mais, respirando o mesmo ar e pensando no quanto estavam ligados agora, afinal só podiam contar um com o outro no cotiano com essa nova informação. Eles se enlaçaram e encostaram as testas. Alex começou a delicadamente escorregar as mãos pelo peitoral de Justin e se inclinou em sua direção, aproximando seus lábios dos dele, chegando a roçar de leve. Contudo nesse exato momento o rapaz congelou, com uma resposta para o que Alex tinha dito corroendo sua mente:

— Um ao outro. Até o fim da competição.

O casal se afastou por ali, mais confuso ainda que anteriormente. Antes que qualquer um pudesse expor qualquer outra emoção, despontaram no corredor Jerry, Thereza, Harper e Max abraçando-os e enchendo de perguntas. Muitas que não poderiam ser respondidas.

***

Chegando de volta à toca os demais decidiram não insistir para que explicassem o que havia ocorrido embora estivessem certamente preocupados e intrigados. Alex e Justin não respondiam direito e pediram espaço, então nem valia a pena forçar. Resolveram também respeitar tal espaço pois perceberam que houvera no mínimo algo estranho entre eles depois que foram chamados por Crumbs. Estavam muito calados e falavam cordialmente um com o outro. Definitivamente isso não era normal.

Theresa tentou da melhor maneira que pôde continuar as lições mágicas, enquanto o marido cuidava da lanchonete, e eles realmente tiveram avanços nas semanas que se seguiram com uma boa movimentação de caixa e novos feitiços sendo ensinados, mas nada tirava de Justin e Alex o desânimo. O aniversário da garota estava se aproximando e ela nem ligava. Porém faltando 3 dias para que completasse 17 anos o assunto acabou vindo a tona de maneira frenética.

Estava ela quase dormindo numa das aulas de magia sentada distante do rapaz de olhos verdes quando a explicação de Theresa sobre como respirar embaixo d'água foi interrompida por um raio seguido de um estampido.

— Espero não estar interrompendo nada importante, só que quando  disseram que eu podia vir, me apressei o máximo possível.

Era ninguém mais ninguém menos que Kelbo Russo que acabava de chegar exibindo seu melhor sorriso em 10 anos; digno de um comercial de pasta de dentes.Alex simplesmente congelou de boca aberta. Quem primeiro foi falar com o homem foi Theresa, extremamente surpresa e feliz por encontrar o cunhado, dizendo que nem a aula podia ser mais importante naquele momento que uma visita dele.


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Notas finais do capítulo

E aí, curtiram? Não esqueçam de deixar suas impressões nos comentários ;)



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