De Outro Mundo escrita por S Q


Capítulo 27
O Torneio


Notas iniciais do capítulo

Oi, povo! Espero que esteja tudo bem com meus queridos leitores ^^
Consegui postar esse capítulo sem demorar muito, viram? Sinceramente, foi um dos que eu mais gostei de escrever. Quero ver comentário depois, hein??



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Jerry, Theresa, Harper e Max estavam vivendo suas vidas normalmente. O casal aparecia na toca para ensinar o pupilo, e Harper fazia monotonamente suas lições na escola antes de passar as tardes na lanchonete. Era bom trabalhar dobrado pois assim não se sentia entediada, principalmente quando o irmão estava estudando magia. Não que ele se empenhasse muito mas seus tutores ficavam bastante em cima.

   — Por que vocês não me dão uma folga?

   — Max, quando recebeu seus poderes foi por ter entrado em contato com os tipos mágicos que haviam em NOSSO apartamento. Desde de que se tem história, humanos com a capacidade de controlar magia precisam SABER lidar direito com essa magia não concorda? Por isso, quem é responsável pelo contato do feiticeiro com seu poder precisa manter constantemente a responsabilidade de instruir esse mago, para que ele mesmo não se atrapalhe. É assim desde sempre.  Pronto respondida sua pergunta e passada mais uma lição. Compreendeu?

   — Não.

   Thereza tomou a vez, para simplificar:

   — Porque a lei é essa.

   — Você não podia falar como ela sabia, Jerry? É bem mais fácil.

  Jerry fechou a cara. Estavam nesse ponto em uma das aulas quando um homem usando o distintivo da Feitiçotech atravessou o portal da toca, saudando-os.

 — Srs. Russo! Espero não estar atrapalhando. É com muita honra que os convido a assistir o grandioso campeonato de tênisbol da Feitiçotech em que Justin, o pupilo de vocês, estará participando.

 Os detalhes sobre dia e horário foram devidamente acertados entre o funcionário e os padrinhos de Justin que embora surpresos, estavam muito orgulhosos com a notícia, sem nem imaginar o que realmente acontecia com o garoto.

 Numa das masmorras do castelo estavam concentrados todos os participantes do torneio. Uns falavam animadamente, outros estavam parados e não conseguiam se comunicar. Justin era um dos calados e estava completamente frustrado, pois não conseguira terminar de falar com Alex. A maldição que Gorog lhe pregara na tarde anterior não permitia que ele falasse mal a respeito do torneio nem se recusasse a participar dele; foi o que a estranha fumaça do bastão de Gorog fez ao rapaz.

Descobriu isso da pior maneira possível, tendo espasmos na frente de Alex tentando terminar de contar o que houve. Sua sorte foi que ela e Aldo acabaram deduzindo que ele estava sob o efeito de algum feitiço do professor. E também perceberam de manhã que ele simplesmente marchou na direção da sala de concentração dos competidores, mesmo que seu rosto não demonstrasse a menor vontade de fazer isso.

 Alex, depois de ser salva, ficou usando permanentemente a capa de invisibilidade que Aldo possuía, para não ser pega, e passou a maior parte do tempo no dormitório masculino, perto do colega. Sabia que se Gorog a visse depois de fugir de sua cela estaria muito enrascada. Estranhamente, não houvera nenhum alarde sobre o desaparecimento da garota; de qualquer maneira era melhor não arriscar.

Quando chegou o momento do campeonato, seu coração foi até boca. Não tinha feito mais nada a não ser se esconder e não tivera mais notícias de Justin desde que ele foi para as masmorras.  Crumbs também ainda não havia dado sinais de ter se soltado e embora tivesse parecido sensato se esconder, ela desabafou com Aldo enquanto eles seguiam a onda de alunos que ia para o pátio assistir o torneio:

— Eu fui uma burra! Devia ter ido atrás do Justin, procurado Migalhovisk, mas não, só estou  me escondendo até agora! De que adianta ser conhecida como “atrevida” ou “rebelde” se na hora em que realmente preciso dessas qualidades, elas me faltam?

— Não seja tão dura consigo mesma. Você foi a única nessa escola a tentar fazer algo. Você também precisa do mínimo de amor próprio para manter sua integridade física, não é mesmo?

Alex procurou concordar com o novo amigo, mas não estava tão certa a respeito disso.

— Quer saber? Você foi o mais heroico por aqui. Sim! Eu só fiz essas coisas porque já conhecia Justin e me importava com ele.  Mas você nem falava com a gente e resolveu ajudar.

— Claro! Eu não sei se você lembra, mas também estudo aqui. Saber que prendem e ameaçam alunos não é exatamente vantajoso pra mim, sabe?

Eles sussurravam em meio à multidão que andava pelos corredores. Não foi fácil para nossa heroína se desviar de quem passava, mas ela acabou conseguindo.

Chegando ao pátio, duas enormes arquibancadas haviam sido postas: uma para os alunos e outra para os convidados. Alex rapidamente identificou seus tios do outro lado. Aproveitando a muvuca, ela foi para trás de uma coluna, tirou a capa e foi atrás deles para alertá-los.

— EstoumuitofelisemvervocêsmassaimdaquiebusquemajudaGorogestámantendocrumbspresoequerroubarospoderesdovencedordessetroço!

Thereza e Jerry obviamente não entenderam nada do que ela havia dito e apenas mandaram a sobrinha voltar ao seu lugar de estudante pois teriam todo o tempo para conversar depois. Alex tentou se explicar mais calma, entretanto, foi interrompida por um forte ressonar de trombetas anunciando os jogadores. Justin era a cara perfeita de "não queria estar ali". A morena ainda tentava falar com os tutores mágicos, mas foram todas tentativas frustradas porque haviam urros por todos os cantos e seus mestres claramente não estavam com muita paciência de ouvir.

Nos primeiros minutos Justin não jogou, apenas mexeu os braços conforme o feitiço lhe forçava. Não importava a força que fizesse, seus braços não o obedeciam. Ao contrário, sentia uma dor lancinante quando tentava puxá-los de volta, contra o movimento. E para piorar, ele não perdia. Quando restavam apenas três feiticeiros rebatendo os tipos mágicos, Justin começou a ficar tonto de exaustão pelo esforço e pelas dores. A plateia em geral não percebeu, pois o que realmente chamava atenção no tênisbol não eram os competidores, mas sim, as luzes coloridas esvoaçando de um lado para o outro e as reações que haviam quando elas se chocavam ou ziguezagueavam, um efeito realmente mais bonito que fogos de artifício, aurora boreal ou qualquer uma dessas coisas. Afinal, os tipos são nada mais que magia em si.

Porém, Alex percebeu. Sua preocupação era tanta que mesmo esse cenário magnífico não foi capaz de distrair sua preocupação com Justin. Ao ver que o rapaz parecia prestes a desmaiar, em um segundo de raiva insana, ela arriscou tudo e correu na direção da mesa principal lançando qualquer coisa com sua varinha para parar aquilo. Ela não conseguia pensar em feitiços, nem tinha a menor ideia de como exatamente parar o show de horrores. Apenas correu, apontando sua varinha de aprendiz e desejando ardentemente que tudo aquilo parasse. E eis que o mais improvável aconteceu.

Primeiro saíram faíscas. Depois um rojão dourado explodiu da ponta do objeto mágico em sua mão, iluminando todo o aposento e congelando os feixes sobre a mesa. Depois, eles começaram a se condensar em uma grande massa de energia e foram magneticamente sugados pela varinha.

Por alguns instantes nenhum dos magos ali presentes ousou sequer se mover, tamanha surpresa e pavor aquilo provocara. O antes barulhento salão agora mergulhara num silêncio profundo. A própria Alex estava em transe, mas por felicidade. Não podia acreditar que aquele rompante de loucura tinha dado certo. Contudo, o primeiro a se manifestar foi Gorog, que berrou assombrado, apontando enfaticamente na direção da baixinha:

— É ela! Peguem-na!

Aí sim começou a confusão. Vários alunos e professores seguiram prontamente a ordem, erguendo suas varinhas e lançando chamas azuis  cortantes enquanto corriam na direção dela. O resto da plateia começou a gritar e alguns competidores tentavam impedir os asseclas de Gorog. Nessa confusão Justin, livre da maldição depois que a varinha de Alex absorveu todos os tipos daquela mesa, saiu em disparada na direção dela, mesmo estando exausto. Um dos prováveis comparsas de Gorog estava prestes a atingi-la com as labaredas de seu bastão mas ele num ímpeto parecido, conseguiu congelar o instrumento maquiavélico e quebra-lo. Ficou impressionado com a própria capacidade, mas aproveitou para usar isso contra todos os outros seguidores do terrível professor. Os demais docentes e competidores, além de Aldo, começaram a ajuda-lo lançando os feitiços que conheciam contra os vilões e assim que Gorog percebeu que a batalha estava perdida, se mandou dali.

O frenesi continuou mais um pouco até que Crumbs Migalhovisk apareceu no salão e pediu silêncio, agitando sua varinha e congelando a cena.

— Gorog acabou de fugir e praticamente todos seus asseclas foram derrotados. Seus feitiços nesse castelo foram completamente desfeitos com sua fuga, coisas da segurança da Feitiçotech. Acho que já podem parar com essa balbúrdia e comemorar, certo?

Os gritos recomeçaram, mas seguindo o esperado, agora eram de alegria. Até quem há poucos minutos não via razão para desconfiar do professor, seguiu a onda, comemorando agora a fuga de Gorog. No meio do alvoroço, muitos viram marcas nos pulsos de Crumbs e correram em sua direção, outros só queriam sair dali, mas a grande maioria se reuniu ao redor de Alex e Justin.


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Notas finais do capítulo

Espero realmente que tenham gostado. Estava planejando a última cena há muuuito tempo.
Obs, p quem gosta de um leeeve spoiler: tudo está interligado na história. Continuem acompanhando e verão ;)



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