De Outro Mundo escrita por S Q


Capítulo 2
A Chegada de Alex


Notas iniciais do capítulo

Olá, aqui está mais um capítulo! Espero não ter demorado...
Muito obrigada a quem comentou, seja nos comentários oficiais ou por in-box! Fico feliz que estejam gostando! ^^

PS: Por favor, entendam a imagem como se fosse na lanchonete. Eu juro que procurei uma que tivesse o cenário certo, mas todas tinham outros personagens junto. Peço desculpinhas.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/693979/chapter/2

A cabeça de Alex nunca esteve girando tanto. Como um autômato, foi para seu quarto e guardou tudo que pôde em suas malas, sem saber mais nada que pudesse dizer ou fazer. Estava como que em transe, por causa do choque que levou ao saber que iria sair de casa. Ao colocar a última peça de roupa na mala, sentiu um aperto profundo em seu peito e uma vontade de gritar e choramingar. Não conseguia nem imaginar direito o que aconteceria quando deixasse aquele lugar para trás. Aquela vida toda para trás. Só sabia que precisava desabafar com alguém e se despedir dali.

— Dean, é claro! – gritou para si mesma.

Largando imediatamente sua bagagem, ela saiu correndo atrás do amigo, sem dar a mínima explicação novamente para a mãe.

— Já que estou sendo expulsa de casa e mandada para um provável castigo em forma de colégio, não vai fazer diferença dar mais uma saída repentina. Eu tenho esse direito! Eu acho... — pensou em voz alta enquanto seguia rumo à casa do amigo.

Chegando lá, foi atendida logo por ele. Antes que dissesse qualquer coisa, a garota desabou em seus braços e se permitiu chorar.

— Alexandra Margarita Russo chorando?! Ok, acho que algo REALMENTE grave como o fim do mundo, deve estar acontecendo. — falou Dean.

— Arrrgg! Não faz piada! — Disse a menina dando um empurrãozinho em seu peito.

—Ok, desculpa. É que não sei lidar muito bem com garotas chorando. Mas... ahn... é... o que houve?

— É uma longa história...

Alex contou então, tudo que aconteceu naquela manhã, depois que chegou em casa. Se permitiu confessar que estava profundamente decepcionada com Megan, porque além de tudo que ela já tinha lhe feito passar no últimos anos; ao ouvir as reclamações da filha, nem procurou tentar qualquer tipo de conversa ou acordo, ao invés disso, resolveu foi se livrar da garota e da responsabilidade de tomar conta dela. Do carinho então, nem precisava falar, pois sempre foi uma coisa muito rara depois que Kelbo Russo, seu pai, resolveu sair de casa. 

— A criatura nem percebe que vai ficar ainda mais sozinha. — terminou assim, Alex, o seu discurso.

— Poxa, não sei o que dizer... Espera! Não sabia que sua mãe tinha irmão.

— Nossa, que coisa relevante e incentivadora para se falar em um momento como esse , hein? — Falou Alex revirando os olhos, brincando — Não, ela não tem. Esse apartamento é do irmão do meu pai e da esposa dele.

— Péra! Mas não era dos seus tios? No plural?

— Considero a esposa dele como minha tia também.

— Ah, sim. Tinha esquecido disso. Que as pessoas chamam a mulher do tio de tia.— Ao falar isso, Alex soltou um risinho. Eles estavam sentados no sofá, abraçados até então. Permitindo-se deitar no colo do rapaz, a morena falou:

—Vou sentir falta desse seu jeito lerdinho.

—Só do meu jeito? Não de mim? Poxa Alex, eu vou sentir falta para caramba de você!

— Hahaha, mas é claro que...— Antes que a menina pudesse completar a frase, uma buzina muito alta começou a invadir toda a vizinhança.

— Você tá aqui, né garota?! Alexandra, venha comigo agora! Ou a senhorita vai ter que se virar sozinha para arranjar um lugar para morar! —gritava Megan, de seu carro.

Dean ficou olhando atônito para a amiga sem saber o que fazer. Ela porém, suspirou e deu um longo abraço nele. Tão longo quanto dava para ser.

— Desculpa. Eu tenho que ir. — balbuciou a garota.

Inesperadamente, o outro segurou-a firme e lhe encarou olhando em seus olhos.

     — Não tem nenhum jeito de você ficar?! Pensa bem, eu te deixo morar comigo!

Naquele momento, Alex fraquejou. Não aguentava o ver daquele jeito, ainda mais tão preocupado com ela. E próximo. Porém, uma nova buzinada lhe fez despertar e perceber que não seria tão simples: dificilmente os pais dele permitiriam uma coisa dessas. Como não queria causar ainda mais problemas para o rapaz, o afastou sem olhar para trás, com medo de se arrepender, apenas concluindo:

— Me perdoa, mas é melhor não. Para o seu próprio bem.

Depois, entrou tão decidida no carro, que a própria mãe se surpreendeu. Encontrou lá dentro todas as suas malas já separadas no bagageiro. Não era surpresa alguma que Megan já tivesse providenciado tudo, para evitar qualquer resistência da filha. Então, resignada, enquanto ouvia ser dada a partida, resolveu dar uma última olhada no seu melhor amigo antes de ir, apoiando a cabeça no vidro. E qual não foi seu susto ao perceber que Dean avançava em direção ao carro, berrando por ela.

— Não faz isso; por favor não piora as coisas! – gritou a menina, em resposta, com os olhos marejados.

Ele foi parando à medida que o carro começava a se distanciar. Os dois se encararam tristes por longos segundos até o automóvel virar a esquina e Dean berrar alguma coisa que Alex não entendeu muito bem. Conformada, engoliu o choro que queria novamente despontar em sua garganta, e apoiou a cabeça no banco enquanto observava todo o lugar que deixaria para trás, pela janela do automóvel.

***

Na lanchonete Waverly, o clima nunca foi de tanta expectativa. Jerry já havia limpado tudo, e Theresa arrumado o apartamento, no andar de cima. Os dois também já tinham se arrumado e aguardavam ansiosos os quatro jovens que haviam ligado para eles, combinado de alugarem a residência. Como queriam que os locatários se conhecessem previamente, e fosse tudo esclarecido para todos da mesma forma, a entrega das chaves fora marcada para um dia específico; que seria essa sexta à noite. Precisavam se apresentar, e acertar tudo conforme o acordo e todos os trâmites legais... Esses jovens iriam rachar as despesas, com o salário que ganhassem trabalhando na lanchonete. Ao menos era o que havia sido combinado. Além de tudo isso, precisavam de uma autorização dos responsáveis para que os adolescentes ficassem sob a tutela dos dois... Enfim, eram muitas coisas para acertar.

Normalmente, qualquer outro casal teria preferido esperar aparecerem adultos para alugar, pois não precisariam dessa “burocracia” toda. Porém, os Russo estavam desesperados por dinheiro; não tinham outra forma de sustento além da lanchonete e surgiu a oportunidade com o afilhado. Sem falar que nunca conseguiram ter filhos, ou seja, estavam ansiosos para conviver com pessoas mais novas.

Eram 6 da tarde quando um carro encostou em frente à travessa onde ficava o estabelecimento. E ao contrário do que esperavam, foi sua sobrinha Alex a primeira a chegar.  Com uma feição não muito amigável.

—É, olá; seja bem-vinda, querida! — falou Jerry, lhe abraçando. Theresa se juntou ao marido e disse:

— Quanto tempo! Como está grande!

Dando um breve abraço em cada um, a menina respondeu:

—Oi tio; oi tia.

Megan e o casal trocaram um aceno de longe. Nunca conseguiram se dar muito bem. Por isso, estranharam bastante quando a loira ligou combinando tudo; ainda mais, em cima da hora.

— Ahn, foi mal aí, mas quando é que eu vou poder conhecer esse apartamento? Porque eu estou exausta e não vejo a hora de me jogar numa cama! Quer dizer, ele é mobiliado, não é?

Como a garota parecia não saber direito o que era o combinado, e estava abatida e de roupas sujas (Alex não teve nem tempo de tomar banho. Só não estava pior, porque comeu com Dean na ONG, e parou em um drive-thru no meio do caminho para Waverly Place), o tio entendeu o que devia estar acontecendo. Conhecendo Megan o suficiente para saber que não tinha um bom relacionamento com a filha, e que aquela mulher era capaz de fazer qualquer coisa, ele desembuchou, em tom ameaçador:

— Você explicou tudo para ela, não explicou?!

— Eu não lhe devo satisfações. Só quero assinar logo o que preciso e ir embora.

— Só não te impeço, porque sei que a minha sobrinha vai estar muito melhor aqui do que com você. — resmungou o homem, enquanto entregava uns papéis para a outra.

Pronunciando mais nada, a mulher assinou tudo e saiu de nariz em pé. Mas não sem antes levar um grande esbarrão de um garoto que chegava afobado, com sua bagagem de mão.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

O que acharam? Espero que tenham gostado, e até o próximo capítulo!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "De Outro Mundo" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.