De Outro Mundo escrita por S Q


Capítulo 12
Tapete Mágico


Notas iniciais do capítulo

Aqui está mais um capítulo para vocês! ;)
Espero que gostem!
Muito obrigadaaaa, pela força que eu tenho recebido para continuar a fic! ♥ ♥



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— Sabem que eu curti esse velhinho? — Comentou Alex assim que Crumbs foi embora. — Cara diferente, de atitude... E com um nome bem da hora. Taí, quero ficar assim quando estiver velha.

— Mais respeito! Ele não é velho, é idoso. — Rebateu Theresa. A menina não entendeu muito bem a diferença de uma coisa para a outra, mas achou melhor ficar quieta.

— Bem, vocês ouviram o que o sr. Migalhovisk disse. Nada de aulas por hoje! Podem ir descansar e fazer seus deveres escolares. Deixa que manhã começamos as lições. — Falou o instrutor.

Foram saindo então, um por um da toca. No curto caminho até o apartamento, Justin resmungava:

— Isso não faz o menor sentido! Por que todos de um grupo não podem ser bons? E quem garante que o melhor entre aquela seleta turma é realmente hábil? Pode ser um conjunto de feiticeiros ruins. Não, isso está muito errado. Será que eu descubro algum jeito de mudar?

— Caramba, cara, relaxa aí! Se quer ficar resmungando, ao menos resmunga em voz baixa. Eu não tô com cabeça para climões. — Reclamou Alex.

— Desculpe, “senhorita-que-até-parece-que-nunca-reclama-em-voz-alta”. — Rebateu Justin.

Jerry, que subia as escadas atrás dos garotos, teve uma ideia para apaziguar a discussão:

— Sabe o que eu acho que poderia levantar o astral de vocês? Decorar seus quartos! Sabe, para deixar eles mais personalizados e confortáveis. Queremos que apesar de toda a nova rotina, essa casa seja o mais aconchegante possível para seus novos moradores. Então, o que me dizem?

— Até que é uma ideia legal! Posso pendurar um javali na minha parede? — Perguntou Max. Com uma cara de nojo, Theresa falou:

—Ahn... vamos na loja de decoração que tem na outra rua e aí, vocês escolhem o quiserem para o quarto de vocês. Combinado?

— E tudo, obviamente será descontado dos seus salários lá na lanchonete. — Completou o marido.

Quando chegaram ao apartamento, apenas contaram à Harper (embora essa não quisesse ouvir) tudo que aconteceu na toca, e logo lhe chamaram para ir com eles comprar os itens decorativos. Como ela já havia acabado os deveres e amou ter uma desculpa para não falar de magia com os colegas, aceitou na mesma hora. A lojinha que eles foram tinha vários objetos reciclados e um preço bem em conta, além de um design muito artístico nos seus produtos. Não era à toa que o estabelecimento estava lotado.  Ninguém ali era gastão, então, saíram com algumas poucas coisas; porém, eram itens realmente incríveis: cortinas neon, poltrona em forma de luva de baisebol, lâmpadas de led de última geração e outras coisas do tipo.

 Depois que voltaram para casa, apenas mudaram de roupa e já começaram a botar a mão na massa: os meninos foram todos colocar as coisas que haviam sido compradas nos quartos, enquanto Alex subia as sacolas para eles, Harper varria a sujeira que faziam e Theresa adiantava o jantar. Depois de algumas horas, tudo já estava pronto. Contudo, a morena baixinha, de repente, apareceu com um papel de parede felpudo que tinha ficado no fundo de uma bolsa, dizendo que haviam colocado o papel de parede errado em seu quarto.

— Mas como? Quem escolheu esse que foi colocado, então? — Perguntou Justin.

— Er... bem, eu não sabia que a minha sobrinha havia pegado outro. Eu quis fazer uma surpresa para ela. — Falou o mais velho, envergonhadamente.

—Sério, tio? Ai, que fofo! — Disse a menina dando um abraço de urso nele. — Mas... sabe o que é? Esse aqui é tão mais a minha cara. — Falou fazendo beicinho apontado para o que ela mesma havia escolhido.

— Poxa, mas deu um trabalhão para colocar...

— E meu titio amado, que eu só me aproximei com 16 anos, não pode fazer o esforço mínimo de trocar o papel? Poxa... tudo bem, mas eu ia ficar tão mais feliz. — Disse do jeito mais meloso possível.

— Aiiii. Ok, está certo, o que eu não faço pela minha menininha?

— Menininha? Fala sério! Vai ser preciso praticamente arrumar o quarto dela todo de novo para fazer o que ela quer! – Revoltou-se Justin, com seu lado lógico falando mais alto na hora. – E aliás, onde iremos botar esse papel que vamos tirar?

Alex tentou convencê-lo:

— É só colocar no quarto da Harper. Ela não comprou nada para as paredes mesmo; aposto que vai gostar da surpresa. — Vendo a cara de contrariedade do nerd, ela exclamou — Ah vai, não é tão ruim assim!

— Porque provavelmente não é você que vai colocar. — Respondeu o rapaz.

— Ai, e você só pensa no cansaço físico? Já vi que não entende nada de estilo. Se bem que... hum — Alterou o modo de falar enquanto observava as roupas dele. Chegando bem perto e dando um sorriso provocador, enquanto passava as mãos pelo região do seu tórax, completou: com essa camisa você ainda pode ir longe. Justin momentaneamente se esqueceu de sua revolta, e ficou admirando o rosto próximo da garota, com um sorriso igual de um bobo. Ela deu um risinho e se afastou. Em seguida, ele estufou o peito ajeitando a camisa de maneira vaidosa. Ninguém mais reclamou de trocar o papel de parede.

Porém, mais tarde, passado efeito da “hipnose”, o garoto ficou brabo ao perceber o truque dela para conseguir o que queria, e passou o resto do dia reclamando. Foi tanto resmungo que até Harper não aguentava mais lhe ouvir. Ele só se calou quando um barulho muito alto de coisa quebrando invadiu o sobrado. Todos subiram para os quartos, assustados. Chegando lá, se depararam com Alex voando pelo quarto em cima de um tapete mágico.

— Alex, para esse troço já e vem aqui agora! — Berrou seu tio.

— Se eu soubesse como, já teria descido. Achei esse treco no porão pensando que era um tapete comum e que eu podia colocar no meu quarto, mas adivinha só! — Gritou ela de volta. — Ei, não passa perto do ventilador, seu encardido de estampas ridículas! Ei, espera! Aiiii! — O tapete, ofendido, tinha acabado de jogar a garota no chão.

— Nunca ofenda um tapete mágico. — Falou o instrutor enquanto ajudava Alex a se levantar. — Vamos guardar esse treco antes que cause mais algum acidente.

— Ah, não! Por favor, deixa eu ficar com ele! É só eu ter umas aulinhas contigo que aposto que aprendo a dirigi-lo.

— O problema é exatamente esse. Dirigir tapetes mágicos é muito arriscado, uma queda pode levar até à morte!

Nesse momento, Justin, deu um engasgo enorme. Seu padrinho deu um tapão nas costas do afilhado, e depois que se recuperou, perguntou o que aconteceu para o garoto se engasgar daquele modo.

— Como ainda pergunta?! Você não falou nada disso quando me ensinou a voar nessa coisa!

— Não acredito! Você ensinou o Justin a voar?! E nem contou sobre a existência do tapete para os outros alunos! — Esbravejou Alex.

— Calma gente! O menino descobriu muito rápido, lendo nos livros que quis emprestado. Ele me procurava, extremamente empolgado com a ideia de planar e flutar, me deixando sem alternativa a não ser ensiná-lo. Porém, eu pedi para que não contasse para ninguém sobre isso, pois continua sendo uma coisa muito perigosa e difícil de pilotar. Só que como dá para perceber, ele não conseguiu se segurar. — Lançou então, um olhar fulminante ao nerd. Este se defendeu apenas com uma cara de quem achava a acusação absurda. 

— Poxa, tio e o senhor acha que eu não conseguiria aprender? Obrigada pela confiança. — Respondeu Alex.

— Aiii, tá bom vai. Eu te ensino a voar. Todavia, a senhorita terá que tomar bastante cuidado, entendeu?

O diálogo foi interrompido por Max, que havia subido no tapete também, sem ninguém perceber, e dava piruetas pelo quarto. Só notaram o que estava havendo quando ele deu um rasante sobre as cabeças de todos. Em meio a várias batidas nos móveis, conseguiram tirar o pequeno do "automóvel" apenas quando já estava de noite. Ele tinha se fissurado tanto no objeto, que provavelmente acabaria aprendendo a pilotá-lo sozinho.

 

***

 

Nos dias seguintes, nos intervalos entre a escola e o expediente na lanchonete, Alex começou suas aulas de voo. Contudo, seu desempenho era horrível e ela não conseguia aprender nada. Foi assim durante uma semana, até que seu tio desistiu:

 — Olha, Alexandra, me desculpa, mas definitivamente você não tem talento para isso. Já perdemos muito tempo com essas aulas, que poderíamos ter usado para começar as lições mágicas. Infelizmente, não vejo como te fazer aprender.

Eles treinavam ao ar livre, mas até voltaram para a lanchonete a pé naquele dia. A confiança entre os dois baixou muito por causa das broncas de Jerry e a desatenção de Alex, então nenhum deles se sentia confortável para ser levado pelo outro no tapete. A menina chegou em casa muito emburrada, sentindo falta de ter Dean ao seu lado para desabafar. Quer dizer, eles conversavam por telefone, mas não era a mesma coisa. Além de que nem podia sonhar em contar para o amigo o que quer que fosse sobre o mundo mágico. Harper não era ainda tão próxima, mas seria uma boa opção também; porém àquela hora já estaria certamente dormindo. Aliás, ela gostara do papel de parede, obrigado.

Já era tarde da noite quando chegou e esperava que não houvesse ninguém na sala. Logo, levou um susto ao entrar e dar de cara com Justin jogado no sofá. Ele também pareceu um pouco desconcertado, mas rapidamente se ajeitou e perguntou:

 — Ué, voltou mais cedo da aula de voo hoje?

 — Eu tive uns probleminhas...


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Notas finais do capítulo

Esse capítulo é uma homenagem à um dos meus episódios favoritos da série: "Você não pode dirigir o tapete".Nos próximos, eu devo fazer mais algumas homenagens à outros. Faz parte da construção da história. Se continuarem acompanhando poderão entender por quê.
Até lá, espero reviews e favoritos! ;)
Beijinhos!

PS: peço desculpinhas porque realmente não consegui aumentar a imagem. :/



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