Azul escrita por Manu Vecce


Capítulo 1
Azul


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura!



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Azul.

Esta é a minha cor favorita.

Talvez você esteja imaginando que seja um menino, mas não sou. Tenho seis anos e não sei porquê gosto de Azul. Pergunto-me, muitas vezes, se é por causa do Céu ou por causa da cor dos olhos do meu papai.

Não. Não tenho os lindos olhos dele. Os meus são verdes, iguais os da mamãe. Dizem que meus olhos parecem folhas secas e que os olhando, dá para vê-las voando. Não acredito nisso, apesar de poder ver o Céu através dos olhos do meu papai.

Eu o amo, sabia? O papai. Ele é muito bom para mim. Mamãe também é, mas ela não passa tanto tempo comigo como o papai. Ela é muito ocupada. Trabalha demais. Já o papai passa o dia todo comigo... Bebendo, mas sempre comigo.

Ele é carinhoso, o papai. Ele me dá abraços apertados e beijos na testa, sempre quando me põe para dormir. Ele segura minha mão quando me leva para escola e me compra pirulitos na volta para casa. Quando mostro meus desenhos para ele, papai sorri, acaricia meus cabelos e diz:

— Estão lindos, Manu.

Mamãe não. Ela diz que meus desenhos são bobos. Isso quando ela resolve olhá-los. Papai diz que não devo me importar, mas é difícil. Mesmo mamãe trabalhando dia e noite, eu a amo e tudo o que ela diz de ruim me deixa muito triste.

Só me lembro de um momento feliz que tive com a mamãe. Foi no dia que papai e ela tiveram outra briga feia. Papai me empurrou, eu caí no chão e ele saiu de casa sem olhar para mim. Mamãe me pegou no colo, me levou para a cama, acariciou o meu cabelo e me contou uma história para dormir.

Naquela noite, me senti muito amada por ela. Porém, isso nunca mais voltou a acontecer.

***

Hoje é sábado.

São seis da manhã.

Mamãe ainda dorme. Ela chegou às quatro horas hoje. Sei disso porquê acordei com os gritos do papai. Ele quer que mamãe pare de trabalhar no Sex Motel. Não sei onde fica esse lugar e, para ser sincera com você, não sei o que a minha mamãe faz lá. Mamãe disse que pararia, se ele arranjasse um trabalho.

Essa discursão durou até às cinco horas.

Houve muita gritaria e coisas sendo quebradas. Fiquei deitada na minha cama, cantando baixinho, tentando não escutar nada. Queria que meus pais parassem de brigar tanto. Queria que fossemos uma família feliz. Queria não ter que ir para todos os lugares com blusa de frio, mesmo quando está muito quente.

O papai saiu, por isso que a gritaria parou mais cedo. Eu quero tomar café da manhã, mas sou pequena demais para alcançar a parte de cima do armário. Será que a mamãe vai ficar brava se eu tentar?

***

Eu tentei.

Subi em cima de uma cadeira.

Mas cai.

E derrubei leite e cereal no chão.

Eu tentei limpar tudo com uma blusa minha, antes que a mamãe acordasse. Mas ela acordou com o barulho e me encontrou suja, assim como o chão.

Ela começou a gritar comigo. Me levantou do chão me puxando pelo cabelo.

Doeu muito. Mamãe também me deu chineladas nos braços, pernas e bumbum. Eu chorei muito, porque doeu muito. Tentei explicar para ela o que aconteceu, mas a mamãe não quis me ouvir. Mamãe só queria me bater e descontar a raiva de mais cedo em mim.

Meus braços, pernas e barriga estão todos roxos novamente. Dói, sabia? Quando toco neles. Dói meu coração também. Por que ela tinha que me bater de novo? Foi sem querer. Eu não queria desperdiçar comida. Eu só estava com fome. Sinto que a mamãe me odeia, porque ela só sabe me bater.

Eu quero sair daqui.

Dessa prisão de madeiras.

Quero brincar no parquinho, sem blusa de frio, com os amiguinhos que ainda não fiz. Mesmo estando com o papai o dia todo, me sinto tão sozinha. Minhas bonecas me fazem companhia, mas elas não podem brincar de pique-pega ou pique-esconde comigo. Na minha escolinha, não tenho nenhum amiguinho. Todos se afastaram de mim, porque uso blusa de frio. Quando passo por eles, eles falam:

— Lá vem a Estranha.

Meu nome não é “estranha”! É Emanuela! Isso me deixa tão triste. A diretora já chamou a mamãe na escolinha, mas mamãe disse que eu uso a blusa porque me sinto melhor com ela. Isso é mentira. Uma grande mentira, mas mamãe disse que se alguém ver os meus hematomas, vão me tirar do papai e dela. Não quero me afastar do papai. Eu amo o meu papai. Por isso decidi continuar usando a blusa de frio.

***

 

São duas da tarde.

Mamãe saiu. Foi procurar o papai. Estou na casa da Tia Amanda. Ela não é minha tia de verdade, mas é assim que gosto de chama-la. Gosto de vir aqui, na casa rosa dela, porque posso comer quantos biscoitos de chocolate eu aguentar. Ela não reclama, só sorri. O sorriso dela é o mais lindo que já vi, sabia? Não sei por quê. Talvez seja por causa dos buraquinhos que aparecem nas bochechas dela quando sorri.

Tia Amanda gosta de acariciar os meus cabelos. Ela diz que parecem cachos de chocolate. Acho isso muito fofo, mas fico pensando em como deve ser estranho comer um cacho de chocolate. Eu já me sujo toda com uma barrinha, imagina com um cacho!

Eram três horas e a minha mamãe ainda não havia chegado com o papai. Tia Amanda cochilou no sofá e eu resolvi sair para brincar. Era minha chance de fazer amiguinhos. Antes de sair, tirei a blusa de frio. Não ia conseguir fazer amizade com ninguém com aquilo.

Na pracinha mais próxima, não tinha nenhuma criança. Andei muito até a próxima, onde não encontrei nenhuma criança também. Fiquei triste. Queria tanto brincar com outras crianças... Tentei voltar para casa da Tia Amanda, mas me perdi. Não sabia em que rua entrar e acabei sentada na calçada, chorando.

Três meninos, que estavam passando pela rua, pararam na minha frente. Um deles, o de cabelos loiros, se abaixou e me perguntou:

— Por que está chorando?

— Não consigo voltar pra casa da Tia Amanda — respondi, enxugando minhas bochechas.

— Você saiu sozinha de casa? — Perguntou o outro garoto, de olhos pretos, como uma jabuticaba.

— Eu queria brincar no parquinho com as outras crianças, mas não as encontrei — confessei, encolhendo os meus braços.

O loiro se sentou do meu lado na calçada e, para o menino de cabelos vermelhos, disse:

— Vamos ter que levar ela pra casa.

— Ah, não, cara! Fiquei três meses tentando convencer a Júlia a sair comigo e agora você quer estragar tudo por causa de uma pirralha?!

— Eu não sou uma pirralha! — Gritei, sem saber o que aquilo significava. — E eu não pedi sua ajuda!

— Mesmo se tivesse pedido eu não te levaria pra casa, pirralha — retrucou o garoto. — Ela sabe gritar, Pedro, vai ficar bem. Vamos logo!

— Deixa de ser babaca, Gabriel. Ou a gente a leva pra casa, ou ela vem com a gente para o parque de diversão— disse o menino dos olhos de jabuticaba.

— Calisto está certo. — Pedro me olhou. — O que você quer fazer?

— Ir para o parque de diversão!

***

Eles me levaram.

O Calisto ficou de mãos dadas comigo enquanto caminhávamos até o parque. Foi estranho. Nunca tinha me sentido segura antes, nem mesmo com o papai, mas com o Calisto eu me senti. Ele me olhava, às vezes, e me fazia carinho na cabeça. Isso me fazia sorrir.

O Gabriel ficou reclamando com o Pedro. Dizia que não ia tomar conta de mim. Eu não preciso que ele faça isso! O Calisto e o Pedro disseram que iam ficar comigo. Nesse momento, senti o vazio do meu peito diminuir um pouco. Porém, fiquei um pouco triste depois, porque quando eles me levarem para casa, não os verei nunca mais.

Isso fez o meu coração doer.

Na fila para pagar os ingressos, o Calisto me colocou na sua frente e colocou sua jaqueta por cima dos meus ombros. Acho que ele percebeu que eu estava com frio. Gabriel ficava mexendo em seu celular o tempo todo, sem prestar atenção no que acontecia ao seu redor. Pedro separava o dinheiro para pagar os ingressos. Quando finalmente chegamos à bilheteria, o segurança não queria me deixar entrar. O Calisto me pegou no colo e disse que eu era sua irmã mais nova e eu concordei.

O segurança me deixou entrar.

Quando entramos no parque, lugar que eu nunca tinha ido antes, mas já ouvi falarem, fiquei de boca aberta. O lugar é enorme! Cheio de cores e lâmpadas piscando! Aquele lugar cheio de pessoas tinha cheiro de felicidade!

Calisto me colocou no chão e pediu:

— Fica perto de mim e do Pedro, o.k?

— O.k!

Ele soltou a minha mão e eu o segui até a barraquinha de pipoca, olhando tudo a minha volta. Tinha brinquedos em que a pessoa girava lá no alto e depois descia rápido e girava de novo. Fiquei com frio na barriga só de olhar!

— Calisto, você vai naquele brinquedo? — Perguntei, apontando para o brinquedo. Ele olhou.

— Vou, por quê?

— Não tem medo? — Ele sorriu.

— Antes eu tinha sim, agora já estou acostumado — respondeu e bagunçou o meu cabelo. — Gosta de pipoca?

— Sim — sorri.

Calisto comprou pipoca para mim e comemos juntos, seguindo Pedro e Gabriel em direção a outro brinquedo aterrorizante, que levava as pessoas lá no alto e, do nada, caia, fazendo todos no brinquedo gritarem. Calisto tirou as suas coisas do bolso e deu para o Pedro, o mesmo fez o Gabriel. Os dois entraram na curta fila e, alguns minutos depois, os dois estavam no brinquedo, subindo 50 metros. Cinco segundos depois de estarem lá em cima, eles caíram, fazendo o meu coração quase parar de bater.

Pedro acariciou minha cabeça e perguntou:

— Que cara é essa?

— Achei que eles fossem morrer... — sussurrei e Pedro deu gargalhadas.

***

Pedro me pagou uma maçã do amor, que, aliás, era dura demais. Achei que ia perder um dente quando dei a primeira mordida. Gabriel achou a “sua garota” na fila do brinquedo em que as pessoas ficavam dentro de um carrinho, sentados e, depois, o carrinho seguia por um trilho em alta velocidade, subindo, descendo e ficando de cabeça para baixo. Calisto também foi nesse brinquedo junto com eles.

Depois que a menina, Júlia, o Calisto e o Gabriel foram pela quarta vez neste mesmo brinquedo, fomos para outro brinquedo. Nesse eu podia brincar. Pedro me sentou em um carrinho, colocou os cintos de segurança em mim e me ensinou a acelerar e a virar o carrinho. Quando o sinal soou, acelerei, indo atrás do Gabriel. Foi um custo, mas quando o achei, bati com força o meu carrinho contra o dele. Ri muito da cara que ele fez, mas tomei um susto quando Pedro bateu o dele contra o meu. Ainda bem que eu estava com o cinto de segurança. Como a fila estava curta, brincamos nesse brinquedo cinco vezes.

Depois Júlia levou Gabriel e Pedro para outro brinquedo, onde as pessoas tinham que se segurar forte, porque o brinquedo girava e pulava, fazendo as pessoas ficarem penduradas. Tocava música nesse brinquedo, aliás.

— Quer ir à Minhoquinha? — Perguntou Calisto, limpando o canto da minha boca com um guardanapo. Tinha me sujado com o molho do cachorro-quente.

— Que brinquedo é esse?

Ele franziu as sobrancelhas.

— Você já tinha vindo em um parque de diversão antes? — Ele jogou o guardanapo no lixo.

— Não. Mamãe e papai não têm tempo para sair comigo... — respondi, ficando um pouco triste.

Calisto pegou na minha mão e me puxou. Ele sentou em um banco e eu sentei ao seu lado.

— Posso te perguntar uma coisa sobre seus pais?

Fiz que sim com a cabeça.

— Eles batem em você?

Fiquei em silêncio.

— Eu não vou contar para ninguém, prometo. Pode me contar.

Suspirei.

— Quando mamãe fica brava ela... bate, sim. Papai não.

Calisto sorriu e beijou minha testa, acariciando meu cabelo.

— Quer comer mais alguma coisa? — Perguntou-me.

— Aquela coisa rosa que as outras crianças estão comendo ali — apontei o dedo.

— Então vem cá — ele se levantou e me pegou no colo. — Vamos comer um algodão-doce.

Assim que o homem me entregou o palitinho, arranquei um pedaço do algodão rosa e coloquei na boca.

Era doce!

Como açúcar!

E derretia na boca!

Gostei tanto que Calisto comprou mais dois para mim, um verde e o outro azul! A cor que mais gosto! Esse último eu comi devagar, para aproveitar mais. Depois Calisto e eu fomos na tal Minhoquinha, que parecia muito com o brinquedo que o Calisto tinha ido mais cedo, porém esse andava mais devagar e não subia muito alto ou ficava de cabeça para baixo. Mas confesso que me deu frio na barriga.

Fui a outro brinquedo, mas dessa vez sozinha. Calisto me colocou em cima de um cavalinho, me mandou segurar firme no ferro que estava nele e saiu. Depois de alguns segundos o cavalinho começou a andar em círculos, subindo e descendo ao ritmo de uma musiquinha. Calisto ficou na grade me olhando sorrindo e eu rindo. Estava sendo muito divertido!

Quando o brinquedo parou, Calisto entrou, me tirou do cavalinho e me colocou no chão. Sentamos em um banquinho, porque eu estava um pouco enjoada. Calisto abotoou a jaqueta que eu estava vestindo e acariciou os meus cabelos enquanto eu me recuperava.

Júlia, Gabriel e Pedro apareceram descabelados e se sentaram no banquinho com a gente. Pedro chegou seu rosto perto do meu e tirou uma foto nossa. Calisto também tirou foto comigo. Fiquei feliz, porque senti que era especial para os dois. Gabriel não falava comigo, mas reclamava do fato de que eu os seguia para todos os lados. Júlia também não falou nada comigo e não me sinto mal por isso.

Cinco e meia Pedro me comprou um sorvete de chocolate e, junto com ele, Calisto me levou para casa. Fiquei muito triste quando chegamos pertinho da minha casa porque, provavelmente, nunca mais os veria.

— O que foi, Manu? — Perguntou Calisto.

— Depois que vocês me deixarem em casa, nunca mais verei vocês. Isso faz meu coração doer — confessei, deixando as lágrimas escorrerem pelo meu rosto.

— Não é verdade — disse Pedro, se ajoelhando na minha frente. — Calisto e eu vamos ir te ver sempre que der.

— Eu sei que não vão — começo a soluçar chorando.

Calisto me abraça forte acariciando meu cabelo.

— Eu não quero que vocês vão embora — digo entre soluços desesperados, apertando meus braços ao redor do pescoço do Calisto.  

— Seus pais devem estar preocupados com você, Manu — disse Pedro. — Você não ama o seu papai?

— Amo — olho para o Pedro, me soltando do Calisto. — Mas também amo vocês dois.

Pedro se ajoelhou no chão e me puxou para os seus braços, me abraçando forte.

— Te prometo que amanhã viremos te encontrar, o.k?

Relutante, faço que sim com a cabeça.

***

Assim que parei de chorar, Pedro bateu na porta de madeira da minha casa. A porta foi aberta pela minha mamãe, que me olhou com raiva e me pegou forte pelo braço, me jogando no chão, já dentro de casa. Calisto tentou vir em minha direção, enquanto Pedro tentava explicar o que tinha acontecido, mas minha mamãe não queria saber e gritava para eles irem embora antes que ela chamasse a policia. Meu papai apareceu e quando me viu, me deu um tapa no rosto, gritando comigo.

Comecei a chorar novamente e pedi para os meninos me levarem dali, mas a porta foi fechada na cara deles, antes que eles pudessem ouvir. Minha mãe me bateu por vários minutos, até eu ficar ainda mais roxa e sangue sair pelos meus lábios.

Quando finalmente mamãe cansou de me bater, me deixou jogada no chão da cozinha, chorando e sentindo dor. Meu papai já tinha saído, provavelmente para beber. Senti tanta falta dos meninos. Senti falta do amor deles e dos carinhos.

Dormi ali, naquele chão frio, encolhida.

***

Quando acordei, estava no mesmo lugar em que dormi.

Minha mamãe não estava em casa e nem papai.

Eu estava sozinha.

Sem ninguém.

Senti-me tão vazia novamente, que voltei a chorar.

Assim que parei de chorar, me levantei. Fui para o banheiro e tomei um banho, tomando cuidado para não esfregar a esponja com força nos lugares onde estava roxo. Quando terminei de me vestir, sentei no sofá da sala e fiquei lá por horas, sem sequer me mexer. A tristeza dentro de mim era tão grande e doía tanto.

Já era seis da tarde de domingo e nem papai e nem mamãe apareceram. Não sabia se ficava feliz ou não por isso. Não queria apanhar de novo e nem chorar. Queria ser feliz. Queria ser amada; queria ser cuidada.

Às sete da noite bateram na porta da minha casa e eu abri. Um policial perguntou se tinha algum adulto na casa e eu fiz que não. Ele se ajoelhou na minha frente e me deu a noticia.

Meu papai e minha mamãe morreram em um acidente.

Agora sim eu estava sozinha.

***

O policial me levou para um orfanato e, quando constataram que eu realmente não tinha nenhum parente vivo, continuei lá. Não consegui fazer amizade com nenhuma criança, mas fui muito bem cuidada pelas mulheres que tomavam conta de nós. Eu tinha horas certas para me alimentar, apesar de não conseguir comer nem metade da comida que era me dada.

Fiquei duas semanas deitada na cama, sem conseguir me levantar.

Eu tinha perdido tudo.

Pra quê viver?

Mas, um dia, senti mãos acariciando minha cabeça e, quando olhei para cima, encontrei os olhos de jabuticaba. Ele sorriu e se sentou na beirada da minha cama.

— Vim te buscar, Manu.

Lágrimas desceram como cachoeira pelo meu rosto e eu o abracei forte.

— Nunca mais me deixe — pedi, o apertando.

— Nunca.

Ficamos abraçados por vários minutos. Minha alegria era tanta que eu não conseguia parar de chorar. Eu tinha alguém para cuidar de mim e todo o carinho do Calisto preencheu todo o buraco que havia aparecido em meu coração. Não desgrudei do Calisto nem quando sua mãe veio me conhecer. Ela era muito linda, aliás. E ela era agora minha mãe adotiva e Calisto, meu irmão mais velho.

Eu só quero esquecer tudo o que aconteceu antes e ser feliz a partir de agora.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado!
Beijinhos e até algum dia!
♥ ♥ ♥