It's All About Jily escrita por Coffee


Capítulo 5
Musical!AU - Girls and Ships


Notas iniciais do capítulo

WHAT TIME IS IT?! SÓ SEI QUE NÃO É A HORA DE MATAR A COFFEEZINHA SZ

Olar, guys! EU VOLTEI! Gnt, eu peço mil desculpas pela demora imensa, gigantesca, avassaladora para esse capitulo. Mil desculpas, sério... Minha vida está cheia de problemas desde o final do ano passado, e eu tenho me empenhado demais nos estados para tentar manter uma bolsa de estudos. Então, escrever é uma coisa que tem se tornado algo um pouco muito dificil para mim. Isso sem contar que recentemente, meu computador deu a louca e parou de carregar. Então, eu fiquei uma semana sem essa beleza. E o pior de tudo é que quando quebrou, eu tava quase terminando esse capitulo (para ser exata, eu ia postar naquele mesmo dia). Mas, aqui estamos nós! Com muita dificuldades, mas, aqui estamos Sz

Eu primeiro lugar, eu queria pedir desculpas por ter mudado o AU desse capitulo. Eu havia prometido que ia ser um Soulmate!AU, mas me deu um bloqueio enorme para escrever. Eu ficava horas encarando a página do Word e inspiração que é bom nada. Mas, um maravilhoso dia, enquanto escutava a minha doce e querida playlist de Hamilton (um musical) no Spotify, surgiu essa ideia maluca. AMÉM, SPOTIFY! AMÉM, PLAYLIST DE HAMILTON! Mas, prometo que ainda virei com um Soulmate!AU. Unicamente não sei quando ;u;

Eu queria avisar que o cast desse capitulo mudou, também, e eu explico. Gente, o musical Hamilton (maravilhoso), por pedido do roteirista e criador, é composto noventa e nove por cento de minorias. Latinos, asiáticos, etc. Unicamente um ator é branco e isso foi feito para dar mais oportunidades a atores de minorias, cujos não tem muitas oportunidades de papeis principais na Broadway. Então, o roteirista tbm pediu para que, se possível, todas as versões adaptadas do musical fossem dessa forma. Resolvi respeitar isso, então, noventa e nove por cento das pessoas nesse capitulo serão minorias. James é descendente de indianos (interpretado pelo Girish Kumar) e a Lily descendente de asiáticos, mais especificamente, sul-coreanos (interpretada pela Jessica Jung). Marlene é latina, Mary é negra e por aí vai a lista. Decidi tbm que vou mudar o cast quando for preciso nos caps, mas, irei avisar, sendo que na maioria deles serão Karen Gillan e Aaron Johnson.

Paragrafo dedicado a minha bby Danny, que fez aquela recomendação maravilhosa! Eu tive que ler cerca de cinco vezes pq eu sinceramente fiquei em choque, eu não esperava outra recomendação! Saiba que eu te abraço fortemente agora ♥

Sobre esse capitulo, céus, ele foi divertidissimo! Eu me peguei caindo na gargalhada enquanto escrevia devido a algumas piadas internas. A todos voces, recomendo que leiam escutando a trilha sonora de Hamilton. E, uma curiosidade! O titulo, Girls and Ships, é um zoeira com uma das músicas, Guns and Ships. Não tinha a necessidade de eu falar sobre isso, mas, falei e tá falado. Espero que gostem do cap, eu fiz com muita dificuldade, mas foi de coração. E, sobre o próximo capitulo: EU PROMETI E TÁ VINDO AÍ, DIVERGENT!AU

Enfim, boa leitura:

Sinopse do capitulo: Lily Evans se considerava uma boa pessoa, uma boa atriz. Ela achava que sabia separar muito bem o seu trabalho de suas relações. Então, por que diabos o seu coração acelerava tanto quanto Potter lhe lançava uma daquelas cantadas estúpidas?



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Girls and Ships

Lily Evans nunca odiou tanto a sua profissão quanto estava odiando naquele momento. Claro, ela tinha orgulho de dizer que era atriz. Tinha orgulho de listar todos os musicais e peças teatrais cujo ela participou e foi muito bem criticada. Ela tinha a pura felicidade de interpretar, ela adorava o que fazia. Amava ser reconhecida por sua ótima atuação quando caminhava na rua. A ruiva se arrependia de pouquíssimas coisas nessa vida. Porém, uma dessas coisas cujo ela se arrependia era ter aceitado um papel para atuar na versão britânica do musical americano Hamilton.

Não que o musical fosse ruim. Muito pelo o contrário! Quando estreou na Broadway, Lily fez questão de ir assistir. Ela simplesmente adorou, achou que todo o sucesso que estava fazendo era muito mais do que merecido. A mulher ficou extremamente feliz quando a noticia de que, naquele ano, o musical iria estrear em Londres chegou a seus ouvidos. E ficou lisonjeada quando a oportunidade de interpretar Angelica Schuyler lhe foi oferecida. Lily aceitou sem sequer hesitar. Comemorou com Dorcas, que, agora, lhe importunava ao sempre recitar as falas de sua personagem e a chamando de “insatisfeita”. Nada poderia acabar com aquela alegria. Exceto o seu primeiro ensaio.

O primeiro ensaio para a peça iria ocorrer em uma sexta-feira, no teatro de Hogsmeade, onde o espetáculo iria ocorrer após cerca de meses ou até mesmo um ano. Lily estava verdadeiramente animada. Ela já havia escutado o nome de alguns atores que foram convidados para apresentar a peça. Pessoas de grande renome e cujo ela tinha enorme admiração e até mesmo amizade. Quando entrou no teatro, ela respirou fundo, um sorriso involuntário surgindo em seu rosto. Ela simplesmente adorava o cheiro do teatro. Adorava a nostalgia que aquilo lhe passava, de quantos bons momentos lhe traziam a memória.

Alguns dos atores já haviam chegado antes dela. O sorriso no rosto de Lily se alargou quando ela percebeu Mary McDonald e Marlene McKinnon, antigas amigas de sua época de escola. A ruiva quase que correu as escadas para encontrar as duas mulheres, que conversavam alegremente, acompanhadas de mais uma mulher cujo Lily achava o rosto familiar, porém, não se lembrava de onde havia visto. Marlene estava mais distraída, portanto, Mary foi a primeira a notar que Lily estava próxima. A mulher sorriu largamente e se levantou, caminhando na direção da antiga amiga e lhe dando um tapa amigável nas costas, porém, forte o suficiente para quase tirar o ar de seus pulmões.

— Lily! – ela exclamou, animada, e a mais alta riu um pouco. – Há quanto tempo que eu não te vejo?! Acho que desde quando encenamos juntas aquele seu projeto de musical há dois anos!

— Realmente, muito tempo. – O sorriso no rosto de Lily era tão largo que chegava ao ponto de doer e ele apenas pareceu aumentar quando Marlene lhe deu um abraço de urso, fazendo com que ela arfasse. – Lene, você irá me matar assim!

— Não me culpe, você não tem respondido os meus e-mails! – justificou a maior, rindo um pouco ao soltar a ruiva. – Céus, estou tentando entender como você ficou mais alta em questões de meses.

— E quem é a senhorita? – perguntou Lily educadamente ao perceber a mulher cujo Mary e Marlene conversavam observar a cena em completo silêncio.

— Emmeline Vance. – ela se aproximou e estendeu a mão para Lily formalmente, que apertou a mão dela em choque.

— Espere um pouco, Vance? – A ruiva arqueou uma das sobrancelhas ao virar a cabeça para encarar Marlene, que a olhava com um sorriso divertido no rosto. – É a mesma Vance que eu estou pensando?

— Primeira e única. – brincou Marlene, se colocando ao lado de Emmeline, que tinha um sorriso leve no rosto. – Lily te admira desde o inicio de sua carreira. Ela é uma grande fã sua.

— Sério? – Emmeline colocou as mãos nas cinturas, rindo um pouco. – Isso é algo que eu realmente não esperava. Quero dizer, você é uma atriz realmente talentosa.

— Eu, na realidade, comecei a atuar por sua causa! – Lily parecia uma criança que havia acabado de ganhar um doce. – Admiro todos os seus trabalhos, sem exceção! Sem contar que a parceria do musical que você escreveu com Newt Scamander, Fantastics Beasts, é simplesmente incrível!

— Apenas ajudei a escrever as letras das músicas. – Emmeline tinha um sorriso quase que preguiçoso em seu rosto. – O Sr. Scamander que fez o roteiro e todo o resto.

— Mudando de assunto. – Marlene disse, atraindo atenção das duas. – Alguma de vocês sabe quando esse ensaio irá começar?

— Aparentemente, nós chegamos cedo demais. – A risada de Mary era preenchida com o mais puro sarcasmo. – O coreógrafo irá chegar daqui a alguns minutos. Falaram que seria necessário que os atores chegassem primeiro para conversarem entre si. Ainda estou tentando encontrar o sentido nisso.

— Compartilho do mesmo pensamento que você. – Lily suspirou cansada, pegando o celular e começando a digitar um tweet.

— Esperem, acho que mais algumas pessoas chegaram! – Marlene exclamou, encarando a porta da entrada, de forma que todas virassem os seus olhares para encararem o local.

O recém-chegado era um homem que definitivamente devia ter descendência indiana, com o cabelo negro e espetado como um porco-espinho. Os olhos castanhos e esverdeados de um tom profundo, difícil de sequer achar um termo para nomear. Sua pele era escura e a armação de seus óculos eram quadrada e folgada, insistindo em escorregar por seu nariz. Lily não conseguiu deixar de pensar no fato de que, realmente, ele era um homem bonito. Todavia, sendo uma pessoa extremamente profissional, ela corrigiu a si mesma.

— Olá! – O homem disse, o sotaque escocês claro em sua voz. – Vocês vieram para o ensaio?

— Sim. – Marlene respondeu antes que alguma outra falasse. – Eu sou Marlene McKinnon.

— Mary McDonald. – Mary rapidamente acenou.

— Emmeline Vance. – formalmente Emmeline disse.

— Lily Evans. – A ruiva disse, rapidamente desviando o olhar.

— Sabe onde os outros estão? – Marlene perguntou, cruzando os braços. – Quero dizer, Dumbledore informou que pelo menos metade do elenco viria hoje para treinar as falas.

— Remus Lupin, Sirius e Regulus Black ficaram presos no transito. – James explicou, entediado, colocando as mãos nos bolsos. – Peter Pettigrew irá chegar em questão de minutos, ele parou para fazer um lanche. Amus Diggory teve um problema que ocorreu no carro. Arthur e Molly Weasley irão chegar em meia hora devido problemas com a babá. Alecto Carrow e Rabastan Lestrange estão presos em um engarrafamento no outro lado da cidade.

— Então, por enquanto, somos unicamente nós aqui. – murmurou Lily baixo, porém, de uma forma que fosse possível com que todos escutassem.

— Muito bem observado. – Emmeline sarcasticamente resmungou.

— Enquanto estiver em sua companhia, acredito que esse tempo valerá a pena. – O sorriso no rosto de James era galanteador.

Lily não soube se corava. Ela sequer teve a certeza de que aquela frase que James disse estava sendo direcionada a ela. E, mesmo se estivesse, ela não poderia se importar. Potter era o seu colega de trabalho e nada mais do que isso. Lily não podia misturar o seu ambiente profissional com o romântico. E, para a sua felicidade, foi nesse momento em que Albus Dumbledore, o homem que estava organizando todo o espetáculo, abriu as portas do teatro e entrou no local, atraindo a atenção dos atores, que estavam distraídos.

— Bom dia, boa tarde, boa noite! – ele cumprimentou, fazendo com que eles, confusos e um pouco espantados, trocassem olhares. – Como devem saber, meu nome é Albus Dumbledore. Sou que estou cuidando da organização dessa peça teatral.

— É uma honra trabalhar contigo, Sr. Dumbledore. – Lily foi a primeira a se pronunciar.

— Por favor, todos vocês, apenas me chamem de Albus. – O sorriso em seu rosto era simpático. – E, a honra é toda a minha. Acredito que todos vocês e aqueles que estão para chegar também são ótimos atores. Mas, enfim, enquanto esperamos os outros chegarem, por que não começamos a revisar algumas das suas falas em voz alta?

Eles assentiram e se acomodaram em algumas das poltronas. Lily não soube explicar por que o seu coração acelerou quando James sentou ao seu lado, começando a abrir a pasta que havia levado. A ruiva respirou fundo, repreendendo a si mesma mais uma vez de que não deveria confundir o trabalho com relacionamentos. Lily então pegou a bolsa que carregava e a colocou no seu colo, tirando o largo roteiro que havia recebido de Dumbledore quando o papel de Angelica Schuyler lhe foi oferecido. Pelos cantos dos olhos, ela observou James resmungar baixinho.

— Droga. – ele murmurou, se virando para encarar Lily. – Pode dividir o seu roteiro comigo por enquanto? Aparentemente, eu esqueci o meu em casa. Sim, eu sei o que deve estar pensando. “É uma grande irresponsabilidade da sua parte”.

— Como adivinhou? – brincou Lily, de forma que ambos rissem. – Fique tranqüilo, isso acontece com todo o mundo. E, não se preocupe, claro que posso dividir o meu roteiro.

— Muito obrigado. – James lhe lançou um sorriso simpático e ela lhe estendeu o roteiro que tinha em mãos, de forma que o moreno começasse a folhear o conjunto de papeis que tinha em mãos no momento.

— Por que as falas da Angelica e da Eliza Schuyler estão sublinhadas? – ele repentinamente perguntou, franzindo um pouco a testa, quase como se engrenagens estivessem começando a trabalhar furiosamente em sua mente.

— O papel da Angelica foi o papel que me ofereceram. – Lily explicou sentindo certo orgulho começar a preencher o seu peito. – Mas, me avisaram que poderia ocorrer alguma mudança na peça e eu poderia acabar interpretando a Eliza. Então, decidi estudar ambos.

— Uma pena que não fará o papel da Eliza. – Um sorriso divertido surgiu no rosto dele. – Seria uma realização de vida beijar uma garota tão bonita quanto você.

— Diz isso para todas as garotas que conhece? – ela se viu obrigada a virar o rosto para o lado em uma tentativa de disfarçar o fato de que suas bochechas haviam se colorido de um tom avermelhado.

— Apenas as mais bonitas. – A piscadela que ele a lançou apenas fez com que Lily revirasse os olhos e risse um pouco.

— Acredite se quiser, eu sou mais difícil do que isso. – Lily cruzou os braços, um sorriso de lado presente em seu rosto. – Mas, enfim. Você ainda não me disse qual o seu papel na peça.

— Alexander Hamilton, madame insatisfeita. – ele riu da própria piada.

Lily se viu obrigada a forçar uma risada, porém, por dentro, ela sentiu quase como se tivesse levado um soco na barriga. Como ela não percebeu com o flerte? Lily sentiu-se como a pessoa mais lerda do mundo. Sem contar que com tantos papeis nesse mundo, tinha que ser logo a Angelica Schuyler, logo quando Potter ia ser Alexander Hamilton? Ela quase bateu em sua própria cabeça para se repreender. A ruiva estava novamente misturando a área de relações com a área profissional. Sem contar que não era com apenas algumas cantadas que James iria conseguir a sua completa afeição. Céus, ela finalmente entendeu como Angelica se sentia durante toda a história. Insatisfeita.

— Tudo bem, vamos começar a repassar as falas em voz alta, enquanto os outros não chegam! – Albus exclamou, assustando praticamente todos os presentes que estavam distraídos lendo o roteiro.

Lily, cansada, suspirou, se inclinando para o lado para conseguir ler tudo que estava escrito no roteiro que, no momento, estava nas mãos de James. Naquele momento, Lily chegou à conclusão de que aqueles meses definitivamente iriam parecer mais longos do que o normal. Muito mais longos.

***

To the groom!

— Evans, você está fazendo errado novamente!

Lily precisou respirar fundo, a música de fundo parando naquele exato momento. Ela cerrou os punhos, certa raiva começando a preencher o seu peito enquanto o suor escorria por sua testa. Completavam-se cerca de dois meses desde que os primeiros e oficiais ensaios começaram. Lily admitiu que o papel da Angelica foi um dos mais difíceis que ela já se viu interpretando. Além de ela ser uma personagem complicada, as músicas que lhe eram designadas para cantar requeriam notas altas e uma velocidade de fala impressionante. Isso foi oficialmente provado no dia quando foram gravar o álbum do musical e Lily chegou ao ponto de precisar de uma pausa no meio de “Satisfied” devido o fato de que sua garganta começou a doer muito. Contudo, esse não era o pior aspecto do trabalho. O verdadeiro pior aspecto era trabalhar com a maldita filha do demônio Alecto Carrow.

Trabalhar na área teatral fazia com que Lily trabalhasse com diversas pessoas egocêntricas e arrogantes. Normal. Afinal, ela mesma tinha o peito inflado com ego algumas vezes. Todavia, Lily nunca trabalhou com alguém tão arrogante, esnobe e arrogante quanto Alecto. Ela tinha a certeza de que aquela coreografa surgiu do fundo do inferno para perturbar a vida da ruiva. Carrow parecia acreditar que o único fato de que conseguiu diversos papeis importantes e tem maior tempo de carreira faz com que ela seja melhor do que todos os outros atores ali presentes. E, aparentemente, ela cismou com Lily de uma forma impressionante. Tudo que ela fazia parecia estar errado aos olhos de Carrow. E quando ela se unia com Rabastan Lestrange, céus, a garota se esforçava para não jogar tudo para cima e ir para casa.

— Qual o problema agora, Carrow? – Marlene, que estava sentada em um banco enquanto bebia uma garrafa de água, perguntou com desgosto, arqueando uma das sobrancelhas. – Já implicou com tudo relacionado à Evans. Falta mais alguma coisa?

— Em primeiro lugar, McKinnon, essa conversa não está relacionada a você, então, por favor, não se intrometa. – rosnou Alecto azedamente, de forma que a loira revirasse os olhos, voltando a beber sua água. – E em segundo lugar, Evans, não tem emoção na sua atuação! É o casamento do homem que a mulher ama e ela está com esse seu rosto de pedra?! Não faz sentido!

— Perdão, Carrow. – Lily respirou fundo, cansada demais para sequer debater com a desagradável mulher. – Prometo que isso não irá se repetir.

— Com licença. – James repentinamente disse, se aproximando das duas, os braços cruzados. – Na realidade, Lily está certa, Alecto. No roteiro, é claro que Angelica fica com o rosto como pedra durante praticamente todo o casamento. Ela age fria e indiferente, como se não se importasse, pois não queria parecer que se importava.

— Ele está certo. – Remus, que estava distante no momento, sentado ao lado de Remus, confirmou, franzindo a testa ao ler o roteiro mais uma vez. – Está sublinhado, inclusive, com uma caneta rosa.

— Me dê isso aqui. – rosnou Alecto, violentamente pegando o roteiro das mãos de Remus e lendo a especifica parte do casamento, seus olhos se arregalando em raiva e choque logo em seguida. – Oh, shit.

— Parece que alguém se esqueceu de ler o roteiro. – Sirius cochichou para Marlene, que colocou a mão sob a boca para tentar abafar a risada.

— Acho que está na hora de uma pausa. – Alecto resmungou, chateada, cruzando os braços. – Enquanto isso, seria bom se revisassem os seus roteiros para nenhuma outra confusão ocorrer.

— Incrível que ela compra a briga e abandona no meio. – Mary reclamou com Peter quando Alecto estava longe o suficiente para não ouvir.

— Hey! – Lily chamou James, se aproximando dele, que se virou imediatamente para encará-la. – Eu só queria agradecer por me defender da Alecto. Parece que ela tem como prazer implicar comigo e com a minha atuação.

— Não foi nada, apenas fiz o justo. – ele deu de ombros e sorriu de lado logo em seguida. – Mas, depois que o ensaio acabar, o que acha de sair comigo?

— Sou uma pessoa extremamente profissional, Potter. – ela forçou uma risada, revirando os olhos. – Eu não gosto de envolver meus relacionamentos com o meu trabalho.

— Ah, qual é. – James fez bico, de forma que Lily apenas arqueasse uma das sobrancelhas em questionamento diante do ato extremamente infantil.

— Acho melhor retornarmos ao ensaio. – ela suspirou, avistando Alecto Carrow voltando com uma garrafa de água na mão. – Ou a “Rainha da Inglaterra” vai começar a falar sobre o quão preguiçosos todos nós somos.

***

Lily não estava com ciúmes. Ela repetiu isso para si mesma cerca de cinco vezes unicamente naquele dia. Ela não estava com ciúmes de James Potter. Não, ele era unicamente um colega de trabalho, talvez um amigo. Um amigo de trabalho charmoso, irritante e extremamente bonito. Unicamente isso, nada mais. Ela não estava com ciúmes do fato de que, como Emmeline Vance estava no papel de Eliza Schuyler, ela iria beijá-lo na peça. Nada de errado com isso. Tudo completamente normal, pacato, comum...

Céus, Lily tinha que admitir que mentia muito mal. Era óbvio o fato de que ela estava com ciúmes de James e que ela havia começado a desenvolver sentimentos por ele. Tão óbvio que chegava a dar enjoos. Como, por exemplo, naquele especifico dia. Eles estavam repassando a cena do casamento, mais especificamente no final de “Helpless”. De cara fechada, Lily observava Emmeline interpretar uma Eliza apaixonada, cujo coração acelerava a cada carta que o seu amado lhe enviava. Então, veio a cena do beijo. Lily cruzou os braços conforme a cena ia prosseguindo, uma careta clara em sua expressão facial.

In New York you can be a new man! — A voz de Emmeline era suave conforme o seu rosto se aproximava do de James, e foi nesse momento em que Lily não agüentou.

— Tempo! – ela exclamou se levantando da poltrona de onde estava sentada e atraindo a atenção de Albus, dos outros atores, coreógrafos e até da orquestra, que parou de tocar para prestar atenção nela.

— O que foi agora, Evans? – Alecto parecia aborrecida. – É a terceira vez unicamente nesse dia em que você pede tempo no ensaio!

— Está muito quente. – Lily mentiu, desviando o olhar, o seu rosto começando a se colorir de um tom claro de vermelho. – Acho que deveriam abaixar a temperatura do ar-condicionado.

— Isso é apenas cisma sua! – Alecto revirou os olhos claros, mal-humorada.

— Está realmente muito quente, Alecto. – Albus entrou em defesa de Lily, deixando as duas em choque e surpresa. – Por que não vai buscar o controle?

Alecto o encarou por alguns segundos, quase como se esperasse que ele começasse a rir e falasse que apenas fez uma brincadeira sem graça ao contrariá-la. Porém, não foi isso que aconteceu. Albus continuou a encarar com aqueles olhos que pareciam guardar um conhecimento tão antigo quanto qualquer outro ali. Ela apenas suspirou e resmungou algo incompreensível, se afastando. Foi nesse momento que aproveitaram para tirar uma pequena “folga”. Lily sentou-se na cadeira e cruzou os braços. Não demorou muito até que James caminhasse em sua direção e se sentasse ao seu lado.

— Desde quando você sente ciúmes de mim? – ele perguntou de forma zombeteira.

— Não sei do que está falando. – Lily desviou o olhar, ansiosamente começando a esfregas as mãos em um ato desesperado de sair daquela situação.

— Ah, vamos lá! – James riu, apoiando uma bochecha em uma das mãos. – Não é vergonha alguma admitir que está com ciúmes! Principalmente quando é de alguém como eu.

— Eu não estou com ciúmes! – Nesse ponto da conversa, o rosto de Lily estava em uma cor semelhante a do seu cabelo. – E você é um arrogante egocêntrico, alguém já te disse?

— A cor de seu rosto diz outra coisa. – brincou James, ignorando a última frase que Lily lhe disse.

Lily ia se defender. Mesmo sabendo que não existiam muitos argumentos, ela ia ao menos tentar. Porém, a ruiva não pode nem fazer uma sequer tentativa de se defender das verdadeiras acusações de ciúmes, pois foi naquele exato momento quando Alecto retornou e abaixou a temperatura do ar-condicionado, resmungando sobre o quanto se arrependia de ter abandonado a carreira de atriz para se tornar coreografa. Lily suspirou, cansada, observando James lhe lançar outra piscadela e se levantar. A vida definitivamente não estava ao seu favor naquele especifico momento.

***

— Você fez o que?

O grito de Lily foi tão alto que ela sentiu como se toda a Londres tivesse sido capaz de escutá-la. James e Emmeline tamparam as orelhas diante o grito, enquanto os outros que estavam ao redor apenas reviraram os olhos diante o “drama” da ruiva. Todavia, ela sinceramente não estava se importando com o que estavam pensando da sua reação. Ela tinha todo o direito de estar com um misto de raiva, choque e surpresa. Afinal, não eram todos os dias em que recebia uma noticia como a que Lily havia recebido naquele dia.

— Você ouviu o que eu fiz, mas, eu vou repetir de qualquer jeito. – James suspirou ao tirar as mãos dos ouvidos. – Eu conversei com Albus e com Emmeline e, agora, vocês trocaram de papeis. De agora em diante, você será Eliza e ela será a Angelica.

— Emmeline, você concordou com isso?! – exasperada, Lily voltou a sua atenção para a mulher que parecia indiferente.

— Não vi por que não. – ela deu de ombros, colocando as mãos nos bolsos. – Eu fiz questão de estudar as falas da Angelica, também, e eu sei fazer rap melhor do que beatbox, que é o que a Eliza faz além dos tons agudos e notas altas. Ela é muito doce para eu atuar como ela, não iria ficar muito bem, e a própria crítica vem falando dessa decisão de elenco. Sem falar que você fica muito melhor no papel de Eliza do que eu. Foi uma decisão mútua. Fizemos uma votação, inclusive, com o elenco e a equipe de produção.

— E não me contaram nada? – A ruiva sentiu como se a sua boca estivesse caída no chão em pleno choque, principalmente após todos, sem exceção, assentirem. – Por quê?!

— Todos nós sabíamos que você ia fazer esse drama estúpido. – Alecto revirou os olhos, colocando as mãos nas cinturas, entediada. – Agora que terminaram com toda essa palhaçada, podemos voltar para os ensaios? Temos que repassar a cena de “My Shot” mais uma vez. Se Pettigrew pisar no pé de alguém mais uma vez durante o ensaio, eu juro que irei esganá-lo.

Foi possível perceber que Peter engoliu em seco de nervosismo com a afirmação de Alecto. Os outros começaram a se afastar na direção do palco enquanto conversavam. Lily não disse uma única palavra. Ela, em passos rápidos, caminhou na direção de James e o agarrou pelo braço, de forma que, surpreso, ele virasse a cabeça e parasse a caminhada para encará-la, cujos olhos verdes como esmeraldas estavam tempestuosos com um misto de choque e raiva.

— Eu sei que o que Emmeline disse não é verdade. – ela rosnou, arqueando uma das sobrancelhas. – Qual o motivo de ter pedido para que eu e Emm trocarmos de papeis? Não faz sentido.

— Eu achei que estava óbvio. – ele riu de forma divertida. – Eu acredito que preferiria muito mais beijar uma garota como você do que beijar uma menina como a Emmeline. Nada contra, mas, eu acredito que você é muito mais bonita.

— Será que existe algum momento em que você não irá flertar comigo? – Lily resmungou, suspirando.

— Nunca! – James alegremente exclamou, fazendo com Lily risse fracamente. – Exceto no dia em que aceitar sair comigo.

— Muito engraçado. – Lily riu falsamente e deu nele um soco leve no ombro.

— Estou falando sério! – ele insistiu, fazendo com que ela revirasse os olhos, descrente no que ele dizia. – Talvez um café, depois dos ensaios. Ou, se quiser, podemos ver algum filme. Algo casual. O que acha?

— Não vejo nenhum problema nisso. – O sorriso que Lily deu era leve. – Não jogue a sua chance fora.

— Acho que você tem passado muito tempo ensaiando. – James brincou, rindo.

— O que eu posso dizer? – Lily passou a mão pelo cabelo ruivo, as bochechas se colorindo de um tom avermelhado. – Sou simplesmente imparável.

***

O resultado e o sucesso foram simplesmente estrondosos. Os bilhetes para o musical se esgotaram em uma hora. Lily suou frio naquele dia. Ela já havia atuado em várias outras peças, que a verdade seja dita. Porém, em uma peça tão grande quanto Hamilton? Nunca. O medo de errar alguma nota em alguma das músicas era maior do que tudo em seu peito. No entanto, para a sua felicidade (e a de outros atores, também), tudo ocorreu bem e a adaptação britânica foi aclamada pelos críticos de Londres e do Reino Unido, sendo chamada de simplesmente impecável comparada à original.

A primeira apresentação foi uma das melhores de toda a vida de Lily. Ela se lembrava de cada detalhe. Os instrumentos, as palmas no final de cada número, as músicas. Lily nunca se viu tão imersa em um personagem quanto se viu em Eliza. E, que a verdade seja dita, Emmeline realmente ficou muito melhor como Angelica. Lily também se lembrava perfeitamente das risadas de todo o público em “The Schuyler Sisters”, quando Mary exclamava o famoso bordão de sua personagem: “And Peggy!”. Poucos sabiam sobre a felicidade da atriz em atuar naquele momento. E poucos sabiam que, todas as cenas de beijo entre Lily e James, não eram meras encenações. Eram espontâneas e muito mais do que reais.

Após a apresentação, quando todos se despediam, James lhe deu um rápido beijo de despedida e acenou em sua direção com uma piscadela. A única coisa que Lily conseguia pensar era:

 “Será que falta muito para a próxima apresentação?”


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Notas finais do capítulo

:3 :3 :3 :3 ;3 :3 :3



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