A Magia na Seleção escrita por Darlings


Capítulo 1
A Inscrição


Notas iniciais do capítulo

Hey, queridinhos! Tudo bem com vocês? Aqui está o primeiro capítulo de AMNS (A Magia na Seleção) o/.
Modéstia à parte, espero que gostem tanto quanto eu gostei. Beijo!



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Dia 24 de Junho. 

O príncipe sorria para mim enquanto passava a mão pelos cabelos, bagunçando-os ainda mais. E essa cena se repetia em todos os jornais, vitrines de lojas, capas de revistas, enfim... em todo lugar. Há dias em que A Seleção e o lindo sorriso de James Potter é a única coisa a se falar no país. Eu estava apenas querendo mudar um pouco de assunto, mas...

— Isto não é o suficiente — o Sr. Skeeter disse, mostrando a minha matéria para a próxima edição do Correio Coruja. — Nenhuma única palavra sobre A Seleção! Onde que você está com a cabeça, Evans?  

— Só achei que seria legal mudar de assunto — respondi, tentando não irritá-lo ainda mais.

— Ninguém quer outro assunto! Todos querem falar, ouvir, ler e respirar a Seleção. E é isso que você tem que dar a eles.

— Mas não há nada novo. Nada que as pessoas já não saibam.

— Então descubra coisas novas. É o seu trabalho, afinal de contas. Amanhã de manhã quero uma matéria decente em minha mesa, e que ela não seja sobre... — Ele deu uma última olhada nos papéis que tinha nas mãos. —... os animais de estimação preferidos das crianças. E se você não tiver nada para entregar, não precisa nem vir trabalhar. Nunca mais.

Ele deixou minha sala (um minúsculo cômodo que eu dividia com mais três pessoas) e bateu a porta. E qual era o problema dele com os animais de estimação? Certamente ele nunca teve um. Eu tenho um furanzão, ganhei quando completei 11 anos. Mas isso, realmente, não vem ao caso agora. Preciso de alguma novidade sobre A Seleção. E acho que já sei onde obter.

— E se eu entrar para a Seleção? — perguntei ao Sr. Skeeter após entrar em sua sala sem bater. — Posso descobrir muita coisa interessante lá no palácio que dariam ótimas matérias, mesmo após o término do reality.

Ele me avalia por um momento.

— A seleção das garotas será semana que vem. Se você não for selecionada, diga adeus a este emprego — respondeu friamente.

Quando saí de sua sala, fechei a porta e respirei fundo. Não, eu não acreditava que estava fazendo isso. Não acreditava que eu estava pensando nisso. Simplesmente não acreditava. Respirei fundo novamente, e, após despedir-me de meus colegas de trabalho, saí do jornal. Fechei meus olhos ao sentir o vento bater em meu rosto. Ar puro, finalmente. Abri meus olhos e, antes que eu pudesse cogitar suicídio pelo o que eu estava pensando em fazer, uma voz conhecida me despertou:

— Lily? — Severus chamou-me, aproximando-se de mim. Olhei para ele e não aguentei segurar a risada. O que fizeram com o meu amigo?  

— Você fica muito, muito, muito engraçado com essa roupa — disse a ele entre risos.

Severus Snape estava com um digno traje de uma Família Real. Suas vestes a rigor eram luxuosas e seus cabelos estavam presos em um coque. Eu simplesmente não acreditava que estava prestigiando tal cena.

— Por favor, não faça eu me sentir mais patético do que já estou — disse ele, tentando parecer sério, mas ao me ver rindo, ele não se aguentou e começou a rir também.

— Por que você está vestido assim, Sev? — pergunto, finalmente parando de rir.

Ele suspira.  

— Hoje teve um almoço importante, para finalizar os preparativos daquela baboseira... — respondeu, revirando os olhos. Meu estômago revirou-se ao perceber que ''aquela baboseira'' sobre a qual ele falava, era a Seleção. Sev e eu odiávamos tudo relacionado a isso. Como ele iria reagir quando eu contasse? —... minha mãe me obrigou a me vestir assim, e como eu não queria que você fosse embora sozinha, não troquei de roupa antes de vir.  

— Ah, que pena... — comentei vagamente, sem prestar muita atenção no que ele estava falando.

— Lily? Você está bem? — perguntou preocupado.  

— Sim... — respondi, fazendo-o arquear as sobrancelhas. — Na verdade, não. — Suspirei e comecei a andar a caminho de minha casa, Severo me acompanhou.

— O que aconteceu?  

— Prometa que não vai ficar com raiva. Por favor, Sev. Prometa. — pedi. Parei e olhei para ele, com medo de sua reação. Sev me olhava confuso.

— Prometo. Agora diga logo o que é — respondeu ele, voltando a andar junto comigo.

— Meu chefe vai me demitir... A menos que eu entre para a Seleção — expliquei, e subitamente Severus começou a rir. — O que há de engraçado nisso?  

— Desculpe Lily, é que é engraçado ele pensar que você realmente se inscreveri... — Sev parou de falar ao ver minha expressão. — Ah não, não, não... Você não vai mesmo se inscrever para aquele show de horrores, vai, Lily? Por favor, me diga que não. 

— Eu não sei Severus! Meu emprego está em jogo — respondi a ele, elevando um pouco o tom da minha voz.

— Se você entrar para aquilo, sua vida estará em jogo! Sua vida estará em um jogo. Você não pode fazer isso! — retrucou.  

— Você acha que não sei disso? Mas, olha... — respirei fundo (pela décima vez só nessa manhã), parando de andar. Virei-me para ele e o encarei. — Não sabemos se eu irei mesmo ser selecionada, não é? E, se caso eu for... Nem se me pagassem um milhão de galeões eu casaria com o Potter. Eu só vou entrar lá, descobrir o que eu preciso e cair fora. Tudo bem?  

—Tá, tá... — respondeu. Mesmo não me convencendo com a resposta, não contestei.

Continuamos andando, em silêncio, e quando eu estava há poucos metros de minha casa, soube que era a hora de ele ir. Uma das vantagens de trabalhar no Correio Coruja era que ficava perto de minha casa, então o caminho não era muito longo.

— Acho melhor eu ir, não queremos correr o risco da minha família me ver conversando com você... — disse, abraçando ele. — Até mais, ok? Cumpra sua promessa e não fique com raiva de mim. — O soltei.  

— Ok. Tchau, Lily — despediu-se e, antes que eu pudesse responder, ele desaparatou.

Fui em direção à minha casa, imaginando como eu contaria isso para a minha família, ou melhor, imaginando qual seria a reação da minha família. Definitivamente não seria uma das melhores.

Quando cheguei, dei de cara com o Henry, meu irmão.

— Precisamos conversar — avisei, tendo a certeza de que ele não iria gostar nem um pouco. Sentei-me em um dos degraus que dá para a porta, e Henry sentou-se ao meu lado. Ele me olhava, e então percebi que seus olhos ficavam ainda mais azuis na luz do sol.

— Aconteceu alguma coisa, Lily? — ele perguntou com um tom preocupado.

— Eu vou me inscrever para a Seleção — disse em um fôlego só.

— QUÊ?! Você só pode estar brincando! — Henry me olhava como se eu fosse pular em cima dele a qualquer momento e gritar "Ah! Não acredito que caiu nessa!".

— Meu emprego está em risco, se eu não o fizer, meu chefe irá me demitir. Eu não tenho escolha, Henry!  

— Você pode arrumar outro emprego, Lily! Não acredito que vai se inscrever por um jornal idiota — rebateu Henry, totalmente fora de si. Ele levantou e me olhou, incrédulo.

— Não é idiota, é o meu emprego! Eu só vou me inscrever, talvez eu nem passe! A sorte nunca está ao meu favor mesmo — levantei e respondi um pouco mais grossa do que eu gostaria. Tentei me acalmar. — Isso é só uma tentativa — completei, falando com mais calma.

— E se você passar? Vai virar uma das bonecas de Illéa? Qual é, Lily, isso não é para você. Não vá — disse ele, suplicando para que eu o ouvisse.

— SE eu entrar, eu vou conseguir informações para o jornal, garantir meu emprego e sair! — expliquei, desejando imensamente que ele me entendesse. — O que você acha? Que eu vou me casar com o Príncipe Idiota? Isso é a cara de Petúnia, não minha.

— Maravilhoso! Realmente maravilhoso! Agora entre nessa casa e conte à Petúnia e à nossa família. Eles vão amar saber que está competindo uma vaga idiota, por uma competição idiota, contra a sua irmã — ironizou ele, com a voz carregada de sarcasmo.

Ótimo. Era só o que me faltava. Esqueci completamente que a Petúnia havia se inscrito.

— Vamos deixar isso apenas entre a gente, ok? — pedi baixinho, com medo de que alguém tivesse ouvido os gritos do Henry. — Eu provavelmente nem serei sorteada, fique tranquilo.

— Ok— respondeu ele, irritado.

— Me promete? — perguntei, esticando o meu dedo mindinho.

— Prometo — respondeu, também esticando o dedo mindinho e entrelaçando-o ao meu.

— Vamos almoçar, já devem estar nos esperando — falei, me levantando e puxando ele para dentro da casa. Lavamos nossas mãos e fomos em direção à nossa humilde sala de jantar.

Já estavam todos à mesa, então eu e Henry nos sentamos e começamos a comer. Estava um silêncio total. Estranhei o fato de a Petúnia estar quieta, ela costuma não parar de falar em nenhum momento. Bem, não demorou muito para ela começar a falar:

— Vocês acham que eu vou ser selecionada? Eu tenho quase certeza que serei selecionada! O cálice selecionador se encantará com toda minha beleza e me colocará na Seleção. — "Como alguém pode dizer tantas palavras derivadas do verbo 'selecionar' numa fala só?" penso. — Minhas amigas acham o mesmo. Não acha, Lily?  

Eu e o Henry trocamos olhares rápidos, porém cheios de significados.

— Claro, com certeza — respondi, sem dar muita atenção, já cheia do assunto "Seleção". Petúnia costuma falar disso o tempo todo, principalmente se estiver conversando com suas amigas.

Sabe o quanto era difícil aguentar essas meninas que não paravam de falar sobre o quanto devia ser perfeito ser selecionada, ter milhares de roupas luxuosas para vestir, morar no castelo, e ainda, como prêmio, se casar com o ''Pedaço-De-Mau-Caminho-Potter''? É ridículo! Como essas garotas poderiam gostar tanto de serem tratadas como marionetes? Isso, definitivamente, é algo que eu nunca entenderia.

— Mamãe, papai, eu perdi a fome. Acho que irei dormir um pouco... — Levantei-me da cadeira e dei um beijo na cabeça de minha mãe e na bochecha de meu pai. Ambos me olharam sem entender, mas não falaram nada. Eu nunca havia perdido a fome.

Subi para o meu quarto e, assim que entrei nele, joguei-me na cama. Peguei minha varinha e fechei a porta com um único aceno. Pensei no quanto meus pais ficariam desapontados comigo e no quanto eu me sentia mal ao mentir para eles. Quando eu estava quase dormindo, o meu furanzão pulou em cima de mim. Levantei-me tão rapidamente que quase o joguei no chão.

— Merlin, Lummy! Você quer me matar do coração? — indaguei assustada.  

— Não — ele respondeu, com uma cara tão fofa que me fez sentir pena.

— Realmente não é uma boa hora, mas você pode dormir comigo — falei.

— Obrigado — ele agradeceu e se deitou ao meu lado.

Aconcheguei-o para mais perto de mim, e adormecemos serenamente. 

Acordei algumas horas depois, e senti vontade de voltar a dormir quando percebi que tudo não fora apenas um sonho ruim. Era real. Eu teria que me inscrever para a Seleção. É real. Eu vou me inscrever para a Seleção. A ideia foi minha, afinal de contas.

Entrei no banheiro e olhei minha imagem no espelho. Céus, eu estava acabada. A figura que eu via em minha frente estava com seus cabelos ruivos embaraçados e em seu rosto continha uma expressão cansada e triste. "Você consegue, Lily" disse para mim mesma. Tomei banho, escovei os dentes, vesti uma roupa simples e prendi meus cabelos. Saí de casa sem falar com ninguém e aparatei no Palácio, na torre onde se encontrava o Cálice Selecionador. Havia muitas garotas na fila de inscrição, talvez fosse mais difícil ser selecionada do que eu pensara. E eu não sabia se isso era bom ou ruim.

Após esperar bastante, preenchi uma ficha, e depois fui encaminhada para um lugar onde eu deveria tirar uma foto. Ótimo, adorava fotos, ainda mais quando tinha que forçar um sorriso feliz por vários segundos. Ouvi o clique da câmera e tentei parecer a pessoa mais feliz, iludida e confiante do mundo. Quando a câmera deu outro clique, relaxei o rosto e não consegui evitar meus olhos de se revirarem. O fotógrafo fez um sinal, me dispensando.

É agora. Minha vida poderia mudar daqui a uma semana, eu entrando ou não para a Seleção. Se eu não entrasse, perderia meu emprego, mas continuaria com minha sanidade mental. Por outro lado, se eu entrasse garantiria meu emprego, mas estaria sendo contra tudo em que um dia eu acreditara. Resumindo: eu me daria mal de um jeito ou de outro. Pensar nisso me dera forças para pegar a pena e escrever no pergaminho: Lily Evans. Devido ao nervosismo, minha caligrafia não ficou tão boa como costumava ser, mas pouco me importei com isso. Respirei fundo e, jurando ser a última vez que eu respiraria fundo nesse dia, joguei o pedaço de pergaminho dentro do grande e azul Cálice Selecionador. As chamas azuis dele subiam e tomavam para si a minha inscrição. 

Eu, Lily Evans, acabei de tomar uma das decisões mais importantes da minha vida. Está feito.

 


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Notas finais do capítulo

Lily nem ficou com medo, né? HAHAHA! Gostaram do Lummy, o furanzão falante? O que acharam do capítulo? Críticas? Sugestões? Podem falar, juro que não irei ficar brava. É a primeira fanfic ''séria'' que posto, então peço desculpas por qualquer erro que vocês encontrarem.



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