Modified By Disappointments escrita por Amanda Katherine


Capítulo 3
Sala Samobójców.


Notas iniciais do capítulo

peoples olha eu aqui uhuhuhu espero que gostem.



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 Ouço o despertador e me sento na cama assustada. Desligo o mesmo e coço os olhos, me levanto e me arrasto até o banheiro, tomando meu banho. Eu sentia muita falta de meu pai, sempre no jantar ele estava conosco, mas ontem não, e depois daquilo, não o vi mais e ele não me ligou e nem ligaria, pois quebrei meu chip. Espero que ele não se esqueça de que tem uma filha aqui, ou também esquecerei que tenho um pai. Preciso me ocupar, não quero ficar sozinha, senão eu penso, e eu não quero pensar, sempre que penso, o final é o mesmo, meus pulsos que gritam por socorro.

— Demi? – minha mãe dá leves batidas na porta. Saio da frente do espelho do banheiro e vou até minha cama me sentando e pegando meus tênis.

— Entra. – digo.

— Bom dia filha.

— Bom dia. – sorrio.

— Quer faltar hoje? Não tem problema nenhum se voc....

— Não mãe, não precisa ter pena de mim. Eu estou bem!

— Mas...

— Mãe, por favor, não quero falar sobre isso. – me levantei e peguei minha mochila e sai do quarto. Eu poderia faltar hoje, já que ela deixou, mas o problema é que se não vou, eu faço cagada, então melhor lá do que aqui. Tenho medo de perder o controle e ir longe demais. As vezes desejo ir longe demais, mas eu não consigo, não tenho coragem. Mas, o que me espera após a morte? Será que é pior do que aqui?

— Demetria, volta aqui agora! – continuo andando, desço as escadas as pressas. Coloco meu fone no ultimo com a playlist do Linkin Park e saio de casa. Não iria com o meu motorista hoje.

    Começo a caminhar pelas ruas, era um trajeto longo de casa até a escola. Vejo por todos os lados, casais brigando, outros se amando, uns sorrindo, mas com uma enorme tristeza atrás dele. Tem pessoas que estão em situações muito piores que a minha e aguentam tudo sorrindo, eu é que sou fraca mesmo, fraca, gorda, feia, imbecil, tudo de ruim.

..........

Justin Pov’s

    Depois que sai da casa de Demetria, minha mãe comentou algo sobre a situação delas, mas não me importei muito, estava pensando em como irei fazer isso. Estou empolgado com a ideia, vai ser divertido.

   Entramos em casa, fui direto para o quarto, me despedi de minha mãe. Estava pronto para dormir, estava ansioso para amanhã. Depois dessa brincadeira, vou pedir Victoria em namoro oficialmente na frente de toda a escola, vou fazer uma surpresa pra ela.

— Justin... – minha mãe bate na porta.

— Entra.

— Sabe filho... – se sentou na cama. – Estive pensando, Demi esta tão linda e crescida, você também, o que acha de se conhecerem melhor?

— Mãe, eu não gosto dela, vou pedir Vic em namoro. – sorri amarelo. Ela fechou a cara.

— Você sabe que não vou com a cara dessa garota, me parece ser interesseira e oferecida.

— Mãe, por favor, eu tenho que escolher o que é melhor para mim, e com certeza não é a Demetria.

— Muito menos essa Victoria. Mãe nunca se engana, um dia você irá perceber que Demi é importante pra você. Garanto que a subestima, acha ela sem graça. Mas ela é muito tímida, ela precisa de alguém para ajuda-la a se soltar, e se você perder essa oportunidade, outro irá tomar seu lugar, você irá ver o quando isso irá lhe doer. Ela tem muitas qualidades, mas ela é fechada demais para deixar isso transparecer.

— Não adianta mãe, ela é feia e sem graça, não vai rolar. – disse com tedio me deitando.

— Nem pra ser amiga? – insistiu.

— Muito menos isso, ainda ligo para minha reputação na escola, não quero ser zoado por andar com a estranha.

— A chamam assim na escola? – estalou os olhos. – Que horror filho, você não diz nada para defende-la? – mal sabe ela que quem zoa sou eu.

— Já a defendi varias vezes mãe, mas não adianta. – menti. Não quero decepcionar minha mãe.

— Ai que pena da Demi. Sinto que um dia ela mostrará a todos suas qualidades, muitos se arrependerão. – disse ela parecendo pensar.

— Tudo bem mãe, já deu, vou dormir que amanha ainda tem aula. – nos despedimos e ela saiu.

       Eu realmente não me vejo com a sem graça da Demi. Nem corpo bonito ela tem. Se tem não mostra com aquelas roupas largas que ela usa. Ela serve apenas para ser zoada! Em meio a pensamentos de como irei pedir Vic em namoro eu adormeço.

....................

     Depois de desligar o maldito despertador, estou arrumada já, como sempre na frente do espelho, com minha lamina na mão, tentando criar coragem para mais um dia naquele inferno. Papai até agora não deu as caras, senti vontade de ir atrás dele, mas sinto que ele não quer me ver, sei lá. Até agora não sentei para conversar com minha mãe sobre este assunto. Nem sei o porque de eles estarem se separando. Eu sou muito egoísta, não pensei nela e em como ela deve estar se sentindo. Pois eu sei que ela ama meu pai e sei que ela quer desabafar comigo e me explicar a situação. Deixo uma lagrima cair de meus olhos. Pressiono a lamina contra meu pulso e vejo o filete de sangue pingar na pia. Fecho os olhos sentido a dor, passo mais vezes, faço cinco cortes. Meus pulsos estavam totalmente detonados, preciso de um novo lugar para cortar. Olho para meu corpo e paro em minhas pernas, um bom lugar, quase nunca uso shorts, ninguém irá perceber. Abaixo minha calça e sento no vaso, pressiono a lamina em minha perna e deslizo-a ali. Faz um corte grande mas não fundo. As bolhas se formam, faço outros e mais outros, assim sucessivamente. Quando decido parar, olho para elas e caio na real do que eu fiz, minhas pernas estão totalmente cortadas, o sangue é tanto que até no chão está uma pequena possa. Limpo aquilo avaliando o quão idiota sou, mas não adianta, eu sempre irei fazer isso, e me culpar depois. Faço curativos em minhas pernas e pulsos. Levanto as calças e saio do banheiro pegando minha mochila, celular e fone. Minha mãe não estava em casa, provavelmente reunião mais cedo, entro no carro em que o motorista já me esperava. Ele para como sempre na esquina e eu desço, a mesma menina feia e sem graça de sempre, com a toca da blusa cobrindo todo meu rosto. Dessa vez não havia ninguém me esperando, pois eu cheguei atrasada. Corri até o andar de cima e bati na porta da minha sala.

— Posso entrar? – perguntei a professora Steven que não ia com minha cara. Grande sorte a minha.

— Não, eu não mandei você chegar atrasada, as normas da escola existem para serem respeitadas!- ela fecha a porta na minha cara.

     O que posso fazer? Nada! Apenas me sentar ao lado da porta e esperar o sinal bater para a troca de professores. Coloquei meus fones e na playlist do Slipknot. Fechei meus olhos e tombei minha cabeça para trás, encostando a mesma na parede. Mas que droga, além de chegar atrasada, fico para fora da sala. Ninguém manda a doidinha ficar dentro do banheiro se cortando. Na pausa para a troca de musicas, pude ouvir risadas vindas da sala. Retiro os fones e me concentro em ouvir mais. Eles riam de mim, como sempre, não fiquei nem surpresa, isso já era obvio.

— Ela é gorda. – diz uma menina.

— Eu não pegava. – disse a voz de Anderson, amigo de Justin.

— Muito menos eu. – Concordou Justin. – Ela é suicida. – caíram na risada.

— Isso mesmo bebe, você não precisa de ninguém além de mim, muito menos da doidinha lá fora. – maldita Victoria.

     A essa altura, como sou fraca e imbecil, minhas lagrimas já inundaram meu rosto. Me levantei e sai dali, fui para o Jardim perto da quadra lá em baixo, bem longe da escola e daqueles idiotas. Me sentei em baixo da arvore e fiquei olhando os passarinhos, eles sim são felizes, voam para onde querem, quando querem. Passa mais alguns minutos e ouço o sinal bater, me levanto e subo correndo para a sala. A professora sai e me encara, mesmo não podendo ver meu rosto, acho que ela nunca viu meu rosto, nem sei porque de implicar comigo. Entro vou para meu respectivo lugar que esta sendo ocupado por Victoria.

— Eu sento aqui agora! – exclamou ela. Pois é, não sei  o que estavam armando, pois eu teria que sentar ao lado de Justin, a única carteira que sobrou. Me sento e ele me encara. Coloco meus fones de volta e espero o professor chegar. Seria aula de biologia. Ele entra e se senta iniciando a chamada.

      A aula dele seria tranquila se não fosse os comentários desnecessários ao meu redor, coloco meus fones no ultimo para evitar os mesmos. Passa mais uma aula e bate o sinal para o recreio. Me levanto e sou  a primeira a sair. Desço a escada correndo e vou para o jardim. Me sento no mesmo lugar. Olhando a mesma coisa, com os mesmos pensamentos.

— Oi. – olho e é Justin se sentando ao meu lado.

— Eai. – respondo me virando novamente para os passarinhos.

— O que é tão importante para aquele lado? – pergunta. Ai que raiva, sínico, mas se ele quer jogar vamos jogar.

— Os passarinhos.

— O que eles tem de interessante?

— A liberdade!

— Hm.... Porque você vem para a escola ser zoada? Poderia ficar na sua casa. – diz olhando para o céu.

— Porque tenho medo. – fui sincera.

— De que? Assombração?

— Não, da minha mente.

— O que sua mente poderia fazer contra você?

— Tantas coisas que já faço quando não estou sozinha, então sozinha seria pior.

— Hm....

— Porque está aqui Justin? – perguntei.

— Porque quero conversar com você.

— Não tem nada de interessante em falar comigo, a não ser quando você quer me zoar. – sorri vago.

— Na verdade queria te conhecer melhor, sei lá, você parece ser legal. –o olho. – Tira a toca. – pediu.

— Não.

— Porque?

— Estou horrível.

— Não esta não. – diz puxando minha touca para trás. Ele me encara bem nos olhos avaliando o tamanho de minhas olheiras de tanto chorar e ficar sem dormir.

— Feliz agora? – disse colocando-a de volta.

— Na verdade sim, você tem os olhos lindos.

— Claro que tenho. – ri pelo nariz. – Olha só Justin, você já pode voltar para sua vidinha perfeita e me deixar em paz. Eu sou apenas a estranha, então para de teatrinho, a ultima coisa que você iria querer no mundo é estar aqui falando comigo. – ele não diz nada.

     Me levanto saindo dali, o sinal bate e subo direto para a minha sala. Justin tentava puxar assunto mas eu não ligava, ele esta armando que eu sei. Não vou cair na dele. As ultimas aulas passam rápido e quando bate o sinal eu pego minhas coisas e saio apressada. Atravesso o portão de saída e ouço passos atrás de mim.

— Demi, pode me dar uma carona? Meu motorista não veio. – diz Justin. Paro.

— Victoria pode lhe fazer esse favor. – volto a andar e entro em meu carro. Ele entra também. Que coisa, mal educado mesmo, Argh.

     O caminho inteiro foi silencioso. O motorista para em frente da minha casa.

— Yuri, pode leva-lo ate a casa dele por favor? – peço.

— Claro. – eles se vão e eu entro em minha casa.

      Subo correndo para meu quarto e o telefone toca.

— Alo?

— Demi, não vou voltar hoje tá, estou fora da cidade e voltarei amanha a noite. Tudo bem?

— Okay, tudo bem, sem problemas. – digo.

— Okay então filha, vou desligar esta bem?! Tenho uma reunião agora. Beijos.

— Tchau mãe. – finalizo a ligação.

      Subo correndo para meu quarto. Vou direto para o banheiro e tomo um banho demorado na baheira. Saio e pego meu notebook para atualizar minhas redes sociais. Olho para aquele aplicativo e noto que há uma notificação. Novo pedido de amizade. Clico e ele abre, meu coração acelera. Clico em aceitar, decido jogar um pouco, a tanto tempo não entro aqui.

..........

 SUICIDE ROOM ONLINE.

— Olá. – digo. Coloco os fones e espero alguém me responder.

— Olá Suicide, quanto tempo sem entrar. O que houve?

— O mesmo de sempre. – rio.

— Vamos para a boate?

— Claro. – o cenário muda e estamos dentro da boate.

   Ando por lá e alguém me chama por escrito.

— Suicide? – é o “Enigmático”, o mesmo que me mandou solicitação.

— Sim? – respondo.

— Oi.

— Oi ‘-‘.

— Quer dançar? – pergunta.

— Claro. – respondo. Vamos conversar por áudio? É melhor.

—Pode ser. – digita.

..

— Então. Você é novo por aqui não é? – digo em meio a nossa dança.

— Sim, não conheço nada deste jogo, quer me apresentar os lugares?

— Pode ser. – faço o cenário mudar. – Este é meu palácio.

— Você é rainha?

— Sim, aqui eu sou. – rio.

— Interessante.

— Sim. – mudo novamente. – Este lugar é meu preferido. – estávamos na beira da praia, tudo escuro, apenas a lua clareava.

— Qual seu nome? – pergunta.

— Demetria. E o seu?

— Jhonatan. – ele ri.

— Belo nome.

— Então, sua vida é baseada no seu nome de usuário? –pergunta.

— Tecnicamente sim.

— E o que te faz ser suicida?

— Tantas coisas.

— Por exemplo?

— Por exemplo Justin... – digo.

— Justin? – pergunta.

— Sim, ele é da minha escola.

— Gosta dele?

— Sim. – digo num sussurro.

— Por que não diz a ele?

—Porque ele não gosta de mim!

— Como pode ter certeza?

— Porque além de ele já ter me dito isso, ele me zoa na escola junto com seus amigos e sua namorada Victoria. – rio pelo nariz.

— Entendo. Eu posso te ver? – pergunta.

— Eu não sei, tenho vergonha.

— Vai, é só uma chamada de vídeo.

— Tudo bem. – ele me chama e eu atendo.

..

— Porque sua câmera esta escura? – pergunto.

— Esta estragada. – ele diz gaguejando.

— Esta com vergonha? – pergunto.

— Não, é só que você é muito linda.

— Impressão sua. Justin não acha isso.

— Você gostaria que ele te notasse?

— Acho que sim, sou muito insegura. Mancada sabe, só você me ver. – rio.

— Não muda de assunto.

— Não mudei. – gargalho.

— Você tem a risada gostosa. – ele ri também.

— Okay, ahn... quantos anos você tem?

— Dezessete e você?

— Dezesseis. – torci a boca.

— Entendo, você é linda sabia? – perguntou.

— Estou com medo sabia? – ri.

— De que?

— Eu sei lá, você pode ser um velho estuprador e xexelento. – ele gargalhou e eu o acompanhei.

— Fique tranquila. Eu estudo na mesma escola que você. – fiquei seria.

— E porque me chamou? Quer me zoar também?

— Não, eu não sou igual aos outros. Acredite em mim... – pediu.

— Como posso fazer isso se nem em mim eu confio?

— Por favor Demetria, pelo menos tenta, eu quero que isso de certo, quero ser deu amigo de verdade.

— Me prova! Fale comigo na escola, mostre quem você é.  Sorri já sabendo a resposta.

— Eu não posso, por enquanto. Mas por favor....

— Foi o que eu pensei. Tchau! – desliguei nossa chamada. Voltei para a boate.

...

— Onde estava Suicide? – perguntou Sharp Blade.

— Blade, como vai? Eu estava meio ocupada, nada de importante. – ri.

— Estou bem obrigada, entendo. Vamos dançar. – me puxou.

       Dancei bastante enquanto conversava com meus amigos virtuais, meus súditos chegaram na festa e me cumprimentaram. Deixaram meu castelo em ordem, faz tempo que não entro lá. Enfim, passou mais um tempo e eu sai do jogo. Desliguei o computador e me deitei, provavelmente pensando em Jhonatan? Eu nunca reparei se tinha algum Jhonatan em minha escola. Deve ser só mais um querendo me zoar. Estava beirando as três da tarde, resolvi ir ver meu pai. Tentei ligar para ele varias vezes, mas nada, então liguei para mamãe.

— Oi filha, não posso falar agora, diga rapidinho o que quer. – disse baixinho.

— Onde papai está? – ela ficou em silencio.

— Ahn... no apartamento dele perto da praia.... porque?

— Vou visita-lo. – finalizei a ligação e peguei minhas coisas saindo de casa, não quero ir de motorista, quero andar pelas ruas, ver as pessoas normais.  Já estava chegando, meus passos eram apressados, estava com saudades do meu pai. Chego no prédio e o porteiro já me conhece, passo e entro no elevador quarto andar. Procuro o numero 385 e bato na porta.

— Ah, filha, o que faz aqui? – pergunta meu pai talvez surpreso por eu estar ali.

— Eu ainda não esqueci que tenho um pai. Não vai me chamar para entrar? – o encarei.

— Ah, não, melhor não, a casa esta uma bagunça.

— Eu não ligo.

— Mas estou ocupado fazendo coisas do meu trabalho, não quer voltar outra hora?

— Pai, eu andei do outro lado da cidade até aqui, porque estou morrendo de saudades de você, quando chego, você nem liga, nem me dá um abraço, e até agora eu não sei o que houve entre você e a mamãe. Estou tão confusa e perdida no meio disso tudo. – começo a chorar. – O que está acontecendo?

— Amor, já terminou de.... ow, desculpe. – a moça ruiva voltou para dentro com uma pequena camiseta social de meu pai.

— Ah, já entendi. – sequei minhas lagrimas. – Por causa dela você nem foi me ver não é? Por causa dela você e mamãe vão se divorciar. Olha só pai, é bom você esquecer mesmo que eu existo, pois irei fazer o mesmo com você. – me viro e corro para o elevador, ele facha sua porta e volta para a ruiva. Saio do prédio e o segurança me barra.

— Senhorita, seu pai acaba de ligar na recepção e proibir a entrada de Demetria Devonne Lovato. É você não é?

— Sim, pode deixar que aqui eu nunca mais irei pisar novamente. – caminho de volta para casa.

     Coloquei meus fones e minha touca, caminhei para minha casa, sozinha. Entro na mesma e bato a porta.

— Olá Demi,  quer comer algo? –pergunta a empregada.

— Rosalinda, pode ir embora, folga hoje, você e todos os empregados.

— Mas...

— Que droga! Eu mandei folgarem hoje! – elevei minha voz.

— Tudo bem. – saiu.

     Me joguei no sofá e esperei todos saírem, logo estava completamente sozinha em casa. Comecei a chorar como nunca. Subi as escadas correndo e tirei toda minha roupa. Entrei no banheiro e peguei minha lamina. Comecei a cortar meus braços, depois pernas, barriga, todo lugar possível. Ouço meu celular tocar, numero desconhecido.

— Alô?

— Onde esta?

— Quem é? – estava confusa.

— Justin... onde você esta Demetria? – como assim?

— Na minha casa imbecil! – desligo o celular e o jogo longe com toda minha raiva. Começo a cortar mais fundo nas pernas. Ouço um barulho no andar debaixo subindo as escadas, me apresso em esconder e fechar a porta do banheiro. Mas não adianta, o idiota do Justin entra em meu quarto, ele arregala os olhos ao ver meu estado e vem até o banheiro, tento fechar a porta mas ele é mais forte que eu.

— O QUE VOCÊ QUER? – gritei chorando. – Sai, por favor, me deixe.

— Por que faz isso?

— Porque sou louca. – ri.

    Justin me pega pelo braço e me põe de pé.

— Me solta Justin. – ele vai ate a banheira enchendo a mesma.

— Entra. – manda eu entrar na banheira.

— Não. – digo simples.

— Vai querer que eu te coloque aqui dentro? – pergunta travando o maxilar.

— Sai da minha casa, você não pode ir entrando na casa das pessoas sem ser convidado! Vá embora! – saio do banheiro pingando sangue, mas ele vem atrás e me pega no colo.

— Você vai entrar por bem ou por mal. – diz me levando de volta e colocando-me dentro da banheira.

— Imbecil, idiota, eu te odeio. – comecei a chorar. – Por que Justin? Por que? Por que está aqui como se você se importasse comigo? – ele não me respondeu.

— Vou te esperar lá fora. – sai do banheiro fechando a porta. Continuo a chorar. Afundo minha cabeça embaixo da agua até perder o folego, subo para cima ofegante e tossindo. Como sou idiota. Começo a lavar meus cortes, a agua fica totalmente vermelha, saio me secando e vou para o closet. Coloco uma calça moletom e uma regata, não preciso de blusa de frio para esconder do Justin o que ele já sabe. Não desço para falar com ele, deito em minha cama e me cubro por completo. Fecho os olhos por conta da dor de cabeça, eu estava com tontura, pois não comi nada até agora, nem irei comer. Sinto Justin sentar atrás de mim na cama.

— Sai da minha cama. – digo ainda totalmente coberta.

— Me tira. – viro e retiro a coberta de cima de mim, começo a empurra-lo com o pé até o mesmo cair no chão. Me viro de novo e me cubro. O que eu não esperava era ele fazer o mesmo comigo. O Olho com raiva, levanto do chão e corro atrás dele. O mesmo desce as escadas correndo e eu atrás. Ele da voltas pelo sofá da sala e sai para fora. Começamos a correr em volta da piscina. A essa altura estávamos rindo bastante. Quando consigo alcança-lo, caímos dentro da piscina. Subimos para a superfície, começamos a rir, mas logo o silencio se instala, nos encaramos e Justin chega mais perto de mim. Entrelaça minhas pernas em sua cintura e me beija. Droga! Meu primeiro beijo com ele. Devo ficar feliz? 


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Notas finais do capítulo

o que acharam hein??



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