Modified By Disappointments escrita por Amanda Katherine


Capítulo 2
Lo Que Soy


Notas iniciais do capítulo

volteeiii... espero que gostem.



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   Adicionei todos aos meus contatos para aparecer a foto no whats, era Justin e seus amigos. Como sou idiota, iria fazer exatamente o que eles mandaram, não iria comer, mas minha mãe praticamente me arrastou e me fez comer tudo, depois que comi, subi de volta para o quarto, tirei minha roupa e me olhei no espelho, sim, minha mãe é uma mentirosa, eu pareço uma obesa. Sentia lagrimas em meu rosto, fui até o banheiro e liguei a agua para encher a banheira, me ajoelhei no vaso e vomitei tudo o que comi, tirei minha calcinha e sutiã, abri a gaveta e dei “olá” para minhas amigas, peguei uma e guardei o resto, a banheira já estava cheia, desliguei  a torneira e entrei  na agua quente, olhei para meus pulsos e coloquei o gilete e pressionei, fechei os olhos e respirei fundo, deslizei o mesmo vendo um pequeno filete de sangue sair e formar bolhinhas no corte, fiz outro mais fundo, começou a pingar sangue na agua, fiz outro e mais outro, enchi de cortes, eu sentia a dor emocional ir embora e ser substituída pela dor corporal, comecei a fazer cortes no outro braço. A agua estava totalmente vermelha, a borda da banheira estava cheia de sangue. Joguei o gilete no lixo e lavei bem meus cortes, pensei se eu morresse afogada aqui não iria fazer diferença na vida de ninguém, apenas na minha, eu iria descansar. Prendi a respiração e afundei minha cabeça na agua, estava ficando sem ar já, me levantei num súbito respirando ofegante, que merda estou fazendo?  Saio da banheira as pressas, indignada comigo mesma com o que acabei de tentar fazer.

— Demetria, desça rápido, temos visitas. – disse minha mãe batendo na porta do meu quarto.

— Tá bom, já vou. – gritei do banheiro.

                Sai e fui para meu closet, meus cortes ainda sangravam um pouco, era só não relar nele que estava tudo bem, limpei mais e passei álcool, enfaixei e coloquei um shorts e uma regata com uma blusa de frio. Coloquei meus chinelos e arrumei meus cabelos, desci e entrei na sala, Pattie estava na lá. Corri e a abracei.

— Que saudades. – disse ela. – você cresceu e esta linda.

— Que nada, você que esta sempre linda tia. – sim, eu chamava ela de tia.

— Obrigada meu anjo, Justin comprimente a Demi. – disse ela, congelei. Olho para trás e Justin está vindo da direção da cozinha. Ele me abraça e diz “oi”.

                Ficamos conversando na sala, eles iriam jantar aqui hoje, eu estava totalmente pouco a vontade com a presença de Justin. Minha mãe mandou eu mostrar a casa a ele, levantei e subi as escadas, ele veio atrás. Estávamos no corredor dos quartos.

— Esse é o quarto da minha mãe e do meu pai, aquele é o quarto de hospedes, aquele também e aquele também, o ultimo é meu, todos são com closet e suíte. – disse com tedio.

— Quero ver o seu. – disse ele.

— Não. – disse simples.

— Sua mãe mandou você me mostrar a casa, incluindo seu quarto, ela não vai gostar de saber que não quis mostra-lo. – disse sorrindo de canto.

                Fomos até meu quarto, ele olhava tudo atentamente. Cada canto, ele olhava meus desenhos no quadro-negro que tinha em meu quarto.

— Não sabia que andava de Skate, nem que tocava violão, nem que desenhava. – disse ele me olhando.

— Você não sabe nada sobre mim. – disse séria. – A propósito, muito legais as mensagens, obrigada por se preocuparem e me dar apoio. – disse sínica olhando minhas unhas.

— Que bom que gostou. – disse rindo. Dessa vez foi uma risada gostosa de se ouvir, acabei rindo junto.

— O que é tão engraçado? – pergunta minha mãe da porta sorrindo junto a Pattie.

— Ahn, nada, apenas um comentário. – sorri.

                Pattie adentrou o quarto e viu meu violão num canto do quarto encostado na parede.

— Não sabia que tocava Demi. – disse ela sorrindo.

— Ela também canta. – disse minha mãe boca grande.

— Serio? O Justin também, se importaria de tocar para nós Demi? – perguntou ela.

— Na verdade s... – minha mãe me cortou.

— Claro que ela não se importa, não é Demi? – disse ela.

— Adoraria ver você tocar Demi. – disse o FDP do Justin.

— Eu também. – concordou Pattie.

— Tudo bem. – disse suspirando. Peguei meu violão e descemos para a sala. – Vou cantar uma que eu mesma fiz, o nome é This Is Me, mas vou cantar em espanhol. – eles assentiram.

— Desde muy niña siempre actué

Con timidez

Con el miedo de decir

Todo de una vez

Tengo un sueño en mí

Que brillando está

Lo dejaré salir

Por fin, tú sabrás – Justin me olhava talvez surpreso, Pattie e minha mãe sorria.

— Lo que soy es real

Soy exactamente la que debo ser hoy

Deja que la luz brille en mí

Ahora sí sé quien soy

No hay manera de ocultar

Lo que siempre he querido ser

Lo que soy – eu evitava olhar para Justin, acho que uma raiva crescia dentro de mim por ele.

— Sabes lo que es estar

En esta oscuridad

Con el sueño de alcanzar

Ser estrella y brillar

Si parece estar tan lejos hoy de aquí

Tengo que creer en mí

Sólo así sabré – Eu gostava dele, mas também tinha raiva, e a cada dia esse sentimento era substituído por raiva, eu não queria pegar raiva dele.

— Lo que soy es real

Soy exactamente la que debo ser hoy

Deja que la luz brille en mí

Ahora sí sé quien soy

No hay manera de ocultar

Lo que siempre he querido ser

Lo que soy

Lo que soy – de relance vi um sorriso escapar de seus lábios, sorri também involuntariamente.

— Eres esa voz que habita en mí

Por eso estoy cantando

Quiero encontrarte, voy a encontrarte

Eres lo que falta en mi canción dentro de mí

Quiero encontrarte voy a encontrarte – minha mãe cantarolava algumas partes, pois já me vira  cantando a mesma.

— Lo que soy es real

Soy exactamente la que debo ser hoy

Deja que la luz brille en mí...

No hay manera de ocultar

Lo que siempre he querido ser

Lo que soy

Lo que soy

Ahora sí, sé quien soy

No hay manera de ocultar

Lo que siempre he querido ser

Lo que soy. – terminei de cantar e olhei para Justin que tirou o sorriso do rosto rapidamente.

— O jantar esta pronto senhora. – disse a empregada para minha mãe.

                Fomos para a sala de jantar, nos sentamos e nos servimos, quando terminei de comer, ia me levantar para ir vomitar.

— Demetria, tenho que dizer uma coisa para você. – disse minha mãe seria. Voltei a me sentar. – Eu... eu e.... seu pai vamos nos divorciar.

                Senti meu mundo parar, eu fiquei sem ar e com o choro entalado na garganta. Me levantei e subi para meu quarto correndo, fui direto para o banheiro, nem precisou eu colocar o dedo na garganta, a ânsia me fez vomitar, eu não acredito nisso. Comecei a chorar, abri a gaveta rapidamente e peguei uma lamina, tirei as faixas dos meus pulsos com agressividade, os mesmos começaram a sangrar novamente por estar com menos de algumas horas aberto, pressionei a lamina no pulso, fechei os olhos e respirei fundo chorando, eu estava tremendo. Olhei com raiva para meu pulso e deslizei a lamina, foi um corte fundo, soltei o ar que nem percebi que estava prendendo. As gotas caiam na pia do banheiro. Comecei a cortar mais forte e fundo, comecei a rir de toda aquela situação, pois sempre que acontecia algo, meus pobres pulsos que pagavam, mas era a única maneira que eu conseguia de me aliviar da dor emocional.

— Se sente melhor fazendo isso ? – olhei para o espelho e vejo Justin atrás de mim. Me viro para ele .

— Sim, muito melhor. – ri pelo nariz.

                Ele grudou meus pulsos e chacoalhou minha mão, minha lamina caiu no chão. Ele me olhava com raiva.

— Por que tenta se matar? – perguntou com raiva.

— Não acho que tento me matar, mas se eu fosse longe demais..... não iria me importar nem um pouco. – sorri com o olhar vago. Ele soltou um pulso meu e me puxou pelo outro. Me sentou na cama e foi até meu closet, ele voltou com minha caixinha de primeiro socorros.

— Não precisa fazer isso. – disse puxando meu braço, ele o puxou de volta e começou a limpa-lo. Olhei em seu rosto, não conseguia desviar meu olhar dele, ele me olhou. Ele enfaixou meus braços e me olhou novamente, ele foi se aproximando. Minha auto consciência gritava comigo “perigo a frente, se afaste”, resolvi ouvi-la e me afastei, me levantei e peguei a caixinha de primeiro socorros, a guardei e voltei ao quarto.

— Obrigada! – disse abaixando as mangas da minha blusa, escondendo a faixa.

— Isso não muda nada entre nós. – disse ele.

— Claro que não. – disse irônica.

                Justin saiu de lá me deixando sozinha, fui até minha varanda, estava ventando muito e estava começando a chuviscar, sentei no banco da minha varanda e deixei as lagrimas cair, o que eu fiz para merecer isso? Pois é, eu me pergunto isso a toda hora.

— Filha? – diz minha mãe batendo na porta do quarto  e entrando logo em seguida, limpei minhas lagrimas rapidamente.

— O que? – respondo, ela vem até a varanda.

— Não fica assim, eu e o seu pai....

— Mãe, por favor, não quero escutar, eu não quero saber, tá? – pedi sem olha-la. – Posso ficar sozinha?

— Claro... – saiu.

                Eu não queria conversar, eu só queria ficar sozinha, quando estou mal, não gosto de estar acompanhada, sozinha eu penso melhor. Voltei para dentro e me deitei, queria dormir, mas me lembrei que Pattie ainda estava aqui, não posso ser tão mal educada. Desci e minha mãe conversava com Pattie, Justin estava entretido com algo no celular, quando minha mãe me viu, parou de falar, sento no sofá e sinto meu celular vibrar, vibrava constantemente. Era mensagens.

...

Mensagem ás 22:17

“kkkk vai ficar sem pai.”

Mensagem ás 22:17

“Nem seus pais te aguentam, por isso vão se divorciar.”

Mensagem ás 22:17

“Ninguém gosta de você, seus pais não te aguentam.”

Mensagem ás 22:18

“Tomara que sua mãe te coloque num orfanato, menina feia.”

Mensagem ás 22:18

“O baile vai chegar e você vai estar sem acompanhante e sem pai kkkk”

Mensagem ás 22:18

“Corre para o banheiro se cortar, doidinha kkkkkk.”

Mensagem ás 22:19

“As únicas amigas que você tem são as laminas, isso porque elas ainda não conseguem reclamar, senão nem elas você teria por perto.”

.....

                Não acredito que Justin contou, ele é a pessoa mais horrível do mundo, não acredito! O olhei e ele estava sorrindo para mim, cara de pau. As pessoas dentro da sua própria casa são capazes de ser falsa com você, na sua cara! O olho e ele sorri sínico. Por que fazer isso? Droga.

     Tiro a capa do meu celular e retiro o chip quebrando o mesmo na frente de Justin. Sorrio para o mesmo, quero ver agora quem é que vai me mandar mensagens!

— Mamãe, vou me deitar. – digo, levanto e comprimento Pattie.

— Boa noite querida. – diz Pattie.

— Ah, filha.... semana que vem não terá aula, e você e Justin ficarão aqui, Pattie e eu temos reunião em Nova York. Espero que se comportem. Ficaremos fora por dez dias. Não briguem, não façam bagunça e não briguem novamente!

— Tudo bem mãe! – reviro os olhos. Não adiantaria discutir.

    Subi e fui até o banheiro, abri a gaveta e peguei um remédio para dormir, não estava afim de amanhecer acordada. Tomo o mesmo e me deito, em meio aos meu pensamentos confusos eu durmo.


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Notas finais do capítulo

o que acharam??



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