Modified By Disappointments escrita por Amanda Katherine


Capítulo 18
Medo de perder você.


Notas iniciais do capítulo

Ai esta outro capitulo, espero que gostem. Me digam o que estão achando. Beijinhoos.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/693422/chapter/18

   Depois de ficar bastante tempo na chuva, na beira do mar, resolvi ir pra casa e encarar os problemas de frente.

    Se eu posso dizer que Justin me ajudou em algo, foi em ser mais forte, parar de me cortar e com certeza amadurecer. Graças a ele eu cresci, me modifiquei, mesmo que pelas decepções, mas me modifiquei.

   Sinto que estou mais forte e que posso suportar tudo, espero que não seja apenas sentimento, já que o mesmo se tornou inútil pra mim depois de hoje. Ainda amo Justin, mesmo que ele tenha feito isso comigo, não dá para parar de amar alguém do nada. Leva um tempo, mas eu vou conseguir me livrar desse sentimento inútil.

    Justin se esquece que estudamos na mesma escola. Tudo o que ele fez comigo, vou fazer o dobro com ele. Se ele e Victória pensam que vou me esconder em casa como das outras vezes, estão muito enganados. Daqui dois dias as aulas voltam, e uma nova Demetria também!

...

  Caminhei para casa mesmo na chuva que agora estava mais fraca. Não poderia ligar para ninguém pois esqueci meu celular no carro e estou sem dinheiro. Se eu disser que faltou carona estaria mentindo, pois foram tantos carros que me ofereceram carona, mas não sou idiota o suficiente para entrar no carro de um desconhecido.

    Quando cheguei em frente do portão de casa, os seguranças me olharam assustados, vindo correndo em minha direção abrindo o portão quase de imediato. Me bombardearam com perguntas se eu estava bem. Fiz menção e eles se afastaram no mesmo momento voltando aos seus postos. Quando cheguei na porta de casa, ouvi vozes alteradas, era Justin. Ele ainda tinha a cara de pau de estar dentro da minha casa.

— Mas como você não viu ela fugir? – dizia Justin alterado.

— Desculpe senhor, eu não vi. Quando eu percebi que estava tudo muito quieto, olhei para trás e ela não estava mais lá. – dizia Yuri.

— Você é mesmo um inútil!

— O único inútil aqui é você. Quem pensa que é para falar assim com o MEU segurança? – disse abrindo a porta quase num estrondo. Quando Justin pôs seus olhos em mim, pude ver alivio preencher seu olhar. – Na verdade não sei nem o que você esta fazendo na minha casa. – disse abrindo a porta e apontando para fora.

   Eu fiquei admirada comigo mesma, eu não mostrava nenhuma emoção no olhar, estava com o olhar mais neutro e calmo possível. Mesmo que dentro de mim estivesse um turbilhão, minha faze era de tédio. E foi nessa hora que eu vi os olhos de Justin tentando achar alguma fraqueza em mim. Mas o mesmo parecia perdido em olhar meu olhar frio. É muito boa a sensação de as pessoas não poderem decifrar seu olhar, assim elas não sabem como agir. Não sabe ao certo o que fazer. Pois se meu rosto mostrasse como esta dentro de mim, com certeza Justin viria me abraçar tentando me consolar e pedir desculpas. Mas naquela hora, ele não sabia se isso era o certo a se fazer, ele apenas se perguntou se eu realmente o amo.

— E então? – disse ainda apontando para fora. – Yuri, por favor, leve-o até a casa da Tia Pattie. – disse subindo as escadas.

— Sim senhora. Toma aqui seu celular. – disse vindo até a escada e me entregando o aparelho.

— Obrigada. – subi as escadas sem olhar para trás.

   Quando entrei em meu quarto e tranquei a porta, ai sim, tudo veio à tona. Comecei a chorar, esse sentimento horrível não cabia dentro de mim. Olhei para todo o quarto lembrando do maldito dia em que Justin pendurou as montagens de fotos nossas por todo o quarto. Por que se dar tanto trabalho se era tudo falso?

   A questão é que tudo o que Justin me disse, agora eu duvidava. Aquela casa na arvore, ele disse que ninguém sabia dela, apenas eu entrei na mesma, mas depois disso, eu ficava me perguntando quantas conquistas de Justin já estiveram lá. Quantas garotas já foram conhecer os avós dele? Quantas alianças ele já distribuiu? Quantas vezes ele já disse um falso Eu Te Amo preenchido de palavras vazias? Quantas vezes Justin mentiu para mim?

   Eu me sentia destruída. Acabada, a pessoa mais ridícula do mundo. Essa era eu...

   Peguei meu notebook e me sentei na cama. Entrei no jogo a procura de uma única pessoa que me entendia e que eu gostava e tinha coragem de desabafar.

   “ Oi, faz tanto tempo que não nos falamos e me sinto egoísta por te mandar mensagem só agora, quando preciso de você. Se você é mesmo da minha escola, deve ter visto o mico que eu passei no baile não é? Enfim, só preciso desabafar e falar com alguém que eu goste de conversar. Beijos.”

   Clico em enviar. Tomara que Jhonatan entre pelo manos hoje.

   Me levanto da cama e vou até o banheiro, molho meu rosto e me olho no espelho, meus olhos vermelhos e inchados. A olheira já era visível. Choro mais ainda ao ver meu estado refletido naquela porcaria de espelho. Abro a gaveta e a mesma brilha como se me saudasse com um “olá”. Pego a lamina nas mãos e a olho por longos e dolorosos segundos. Quando penso em desliza-la em meu pulso, o barulho do computador me traz de volta a realidade. Corro pra cama na esperança de ser Jhonatan e sorrio ao constatar que era dele.

   “Desculpe a demora, quanto tempo mesmo. Estive meio ocupado por esses dias. O que aconteceu?”

     Sorri mais ao ler que ele pelo menos se preocupa comigo.

“WEB?”

  Perguntei.

“OK.”

   Ligamos a chamada em vídeo e a dele ainda estava escura.

— Por que a sua ainda esta escura?

— Ainda não arrumei. Posso te fazer uma pergunta? – disse aquela voz que mesmo parecendo estar tentando disfarça-la, acelerava meu coração por algum motivo.

— Pode.

— Por que seu nome de usuário é Suicide Room, eu sei que você se corta, mas por que quarto do suicídio?

— Porque é realmente meu quarto do suicídio. Ninguém sabe o que se passa aqui comigo, além de você e Justin.

— Justin... O mico que você passou tem a ver com ele? – perguntou com curiosidade.

— Sim, disse cabisbaixa.

— O que ele te fez?

— Me humilhou de duas maneiras, primeiro me disse coisas terríveis e depois eu descobri que ele estava comigo por apenas uma aposta que se ele conseguisse quebrar meu coração, ele namoraria com a garota que ele gosta. – disse e sem perceber deixei cair uma lagrima.

— Você esta com muita raiva dele?

— Não diria raiva, mas muito triste, desapontada, magoada...

— Se ele te pedisse desculpas você desculpava?

— Acho que não preciso desculpa-lo. Apenas me manter longe dele. Ele é a última pessoa que eu quero falar novamente.

— Mas vocês estudam na mesma escola. Como isso ajuda?

— De muitas maneiras. – sorri diabólica. – Todo o inferno que ele me fez passar, ele vai passar pior.

— Mas e se ele estivesse apenas com a ideia de quebrar seu coração no começo e depois ele realmente se apaixonou por você?

— Ele deveria ter sido verdadeiro comigo. Eu nunca esperei isso dele.

— Mas e se ele realmente te amar? Você voltaria com ele?

— Ele não me ama e eu nunca mais vou voltar com ele! Por que todas essas perguntas sem sentido Jhonatan?

— Nada, é só que... eu preciso te contar uma coisa.

— Vai em frente. – disse curiosa.

— Minha web can não esta quebrada.

— E por que não liga ela? Esta com vergonha? – ri.

— Esta mais pra medo...

— Medo? Por que? Você me fez alguma coisa?

— Sim, mas não foi na intenção de te machucar... Pode ter sido no começo, mas depois não...

— O que? Do que você tá falando? – minha expressão de confusa era perceptível a quilômetros de distância.

— Eu nunca quis o seu mal, e eu só preciso que você acredite em mim. Preciso que você dê uma chance para mim. Para nós.

— Jhonatan, eu tô ficando com medo. – ri nasalado. – Nem nos conhecemos, chance do que? Liga a can pra eu poder vê-lo...? – fez-se silencio por alguns segundos.

    Primeiro apareceu tudo escuro e logo uma luz bem fraca e vermelha começou a aparecer e mostrar-me quem estava do outro lado. Não podia acreditar no que estava vendo.

— Por que? – perguntei com a voz embargada. – Tem mais alguma mentira sua que eu deva descobrir?

— Eu te amo... – disse com a voz embargada.

— Eu não sei por que você ainda corre atrás se você já ganhou a aposta e pode começar  a namorar Victoria.

— Corro atrás porque te amo! Por favor acredita em mim... Eu... eu não sei o que o amor é capaz, só sei que tudo o que eu puder fazer, estou fazendo pra ter você de volta...

— Quer saber do que o amor é capaz Justin? – perguntei fria. – Vou te mostrar.

   Me levantei e caminhei até o banheiro pegando a lamina que estava ante, voltei para o quarto e me sentei de frente para o computador.

— Demi, por favor, não faz... não precisa fazer isso...

   Não lhe dei ouvidos, apenas comecei a me cortar em sua frente, onde a única coisa que nos separava era a tela do computador. Desenhei um coração em meu antebraço e aproximei o mesmo da tela para que ele visse amplamente.

— É isso que o amor faz esta vendo? – disse e lambi o corte sentindo o gosto de ferro preencher minha boca.

   Justin em nenhum momento desviou o olhar, ele olhava fixo para a tela de seu computador com os olhos vermelhos e inchados.

— Desculpe... me desculpe... – disse chorando. – Por minha culpa, você voltou a se cortar...

— Sempre foi por sua causa Justin. Desde o primeiro corte. Eu estou tão cansada de você. – ri.

— Demi, eu sinto muito. – disse chorando ainda mais.

— Não, você não sente nem metade do que estou sentindo... Sabe, se você apenas continuasse me zoando pelo resto da vida, iria doer mais do que esta doendo agora. – respirei fundo para controlar minha respiração ultrapassada por conta do choro. – Mas eu te prometo que essa é a ultima vez que você vai me ver chorar... A ultima vez que vai me ver chorar por você.

— Eu nunca quis que você chorasse.

— Ah você quis sim! – disse com raiva. – Você não sabe nem a metade do que estou sentindo, nem um terço da dor que esta em mim.

— Mas posso ter uma ideia... – disse e se levantou saindo do quarto logo voltando com sua bolsa de escola, ele a abriu e pegou seu estojo, ele começou a fazer algo que a tela não capturou, mas ficou explicito depois quando ele ergueu o apontador tirando o parafuso e retirando a mesma de lá.

— Justin... – disse já sabendo o que ele iria fazer. Justin não sabe fazer, ele nunca fez isso, pode se machucar feio e minha preocupação só aumentou quando vi o primeiro e grosso filete de sangue sair de seus pulsos. Ele continuou cortando. – Justin... JUSTIN PARA POR FAVOR. – dizia em desespero.  Logo tive a visão de seu braço inundado de sangue e ele começou a cortar  o outro braço.

— Agora eu sinto o que você sente. – disse ele.

— JUSTIN... PARA, PARA, PARA PELO AMOR DE DEUS. JUSTIN... – notei que ele não iria me dar ouvidos.

    Sai do quarto correndo e desci as escadas que não sentia nem os degraus, a única coisa que eu senti foi o chão na minha cara quando cai. Me levantei rapidamente e corri para fora.

— YURI... YURI, YURIIIII. – eu gritava fora de casa chorando e o mesmo se prontificou me olhando com os olhos que pareciam uma bomba.

— Meu Deus, você esta bem? Vem vamos para o hospital. – disse por conta do sangue em mim já me puxando.

— Não... me leva para a casa do Justin rápido... – entrei no carro e ele dirigia a milhão por hora e mesmo assim parecia estar devagar demais. – Yuri, rápido! – dizia desesperada, mas eu sabia que era impossível dirigir mais rápido que aquilo.

     Assim que chegou na casa de Justin, Yuri nem havia parado o carro direito e eu já desci do mesmo e entrei correndo na casa de Justin. Corri para seu quarto e quando abri a porta, tive a pior visão da minha vida.

   Justin estava abaixado num canto de seu quarto com os braços totalmente ensanguentados, o sangue escorria por todo seu corpo. Ele segurava um de seus braços. Chorava feito uma criança que perdeu os pais. Aquilo cortava meu coração e eu não sabia o que fazer. O sentimento de perde-lo me atormentava.

  Assim que ele me viu, se arrastou até mim e abraçou minhas pernas. Abaixei e o abraçei o mais forte que pude.

— Me desculpa... – dizia ele.

— Esta tudo bem, esta tudo bem. – dizia controlando o choro.

    Yuri entrou no quarto e ficou estático com a cena que viu.

— Yuri me ajuda.

   Na mesma hora ele veio até nós e me agudou a levar Justin para o carro. Yuri estava nos levando para o hospital.

— Fica comigo ok? Não me abandona agora. Por favor. – Dizia beijando sua cabeça que estava deitada em meu colo.

— Eu te amo. – dizia.

— Eu também te amo. Fica comigo certo? Seja forte, por favor.

    Chegamos ao hospital e Yuri já descer gritando “Emergência”.

    Os enfermeiros vieram correndo com uma maca e o colocaram deitado na mesma entrando correndo no hospital. Corri atrás deles até chegar em um ponto em que o Doutor não me deixou entrar, logo fechando a porta.

   Fiquei na sala de espera andado de um lado pro outro. Sem saber o que fazer, estava enlouquecendo. Yuri me olhava ainda assustado com tudo.

— Moça, seu braço esta sangrando. – disse uma enfermeira. Quando olhei para o mesmo, pingava sangue no chão. – Eu achei que não fosse seu e sim do seu amigo. – disse ela desesperada me arrastando para uma sala.

   Ela me sentou na maca que havia ali e começou a limpar o local logo fazendo um curativo.

— Isso é errado, pode matar... – comentou ela.

— Se fosse certo não faríamos escondido e se não matasse não estaríamos aqui agora. – disse grossa. Ela apenas ficou em silêncio e colocou uma fita para segurar a faixa enrolada em meu braço. – Me desculpe... é que eu estou com muito medo. Já faz uma hora e nenhuma notícia... – disse aflita.

— Pelo que eu ouvi, o dele foi bastante grave. Foi fundo demais, quase ele cortou a artéria de seu pulso, mas graças a vocês que trouxeram ele, ele chegou a tempo e já esta fora de perigo. Mas mesmo assim perdeu muito sangue e precisará de doação.

— Meu Deus... – disse com a voz embargada.

— Fica tranquila, ele esta fora de perigo. – disse ela sorrindo para me acalmar. – Por favor, não façam mais isso... Da próxima vez pode ser tarde demais.

— Eu sei. Prometo que não faremos mais. – disse fazendo gesto de promessa com a mão. Ela passou as mãos em meus cabelos e saiu da sala.

    Voltei para a sala de espera e assim que me sentei, o medico chegou me fazendo saltar da cadeira.

— E ai doutor? – perguntei quase num grito.

— Ele esta fora de perigo. – suspirei aliviada. – Mas tenho uma boa e uma má notícia. – senti meu coração gelar. Meu corpo inteiro formigou. – A boa é que não precisarão se preocupar com sangue, pois tínhamos uma bolsa compatível sobrando e a má é que não sabemos quando ele acorda.

— Como assim não sabem? O que quer dizer com isso? – perguntei esperando o pior.

— Que ele esta em coma. – minhas pernas fraquejaram e Yuri foi ágil o suficiente para me segurar e colocar sentada na cadeira. – Não sabemos quando ele acorda, mas prevemos que será em menos de dois meses, pois não foi nada muito grave. Isso se seu quadro não agravar claro.

— Por favor Doutor, não deixe que isso aconteça. Eu pago o que for preciso!

— Faremos o possível. – disse compreensível. – O senhor é o responsável? – perguntou a Yuri.

— Não.

— Preciso que entre em contato com o responsável imediatamente para assinar uns documentos.

— Certo, vou contata-los agora mesmo. – disse Yuri e o médico se foi.

   Peguei meu celular e liguei para minha mãe.

— Mãe?

— Demetria! – disse ela com tom de repreensão. – Eu já estou voltando pra casa, vou pegar o avião e amanha de manhã já estarei ai. Vimos a confusão na TV. O que houve entre você e Justin?

— Muita coisa. Assim que chegar amanhã me liga.

— Pode deixar e toma jeito viu mocinha. Foi um escândalo aquilo. Vou entrar no avião agora, depois conversamos. Beijos.

— Beijos. – desliguei.

    Yuri me olhava confuso.

— Por que não disse a ela? – perguntou me repreendendo.

— Porque isso não vai faze-las chegar mais rápido, amanhã de manhã elas estarão aqui. Seria pior se elas ficassem no avião aflitas. Agora já são meia noite. Falta apenas algumas horas. – ele assentiu, pois sabia que eu estava certa.

   Uma enfermeira estava passando e eu a abordei.

— Com licença, você sabe se já posso ver o paciente Justin Bieber?

— Só um momento vou conferir. – disse ela saindo.

   Liguei para Sylwia e Dominik.

— Alô?

— Syl...

— Demi! Aonde você estava? Estamos te procurando até agora sabia? – disse com raiva.

— Desculpe. – disse chorando.

— O que aconteceu? Por que esta chorando?

— Vem para o hospital... o Justin...

— O QUE ACONTECEU DEMI? – gritou ela. Pude ouvir Dominik perguntar o que houve.

— Ele esta bem. Só desmaiou. Por favor venham pra cá.

— Vai demorar, a esse horário não tem ônibus. – a enfermeira havia voltado.

— Fale com Yuri e ele irá te buscar. – disse passando o telefone pra ele e o mesmo foi para fora do hospital.

— Por aqui por favor. – disse a enfermeira e eu a acompanhei. – Você tem dez minutos. – disse e abriu a porta para mim saindo em seguida.

   Entrei e fechei a porta. Caminhei lentamente até Justin e um nó se formou em minha garganta. Vê-lo daquela forma, entubado e cheio de agulhas por seu corpo acabava comigo.

    Toquei em seu rosto, ele parecia tão sereno, como se estivesse apenas dormindo. Senti lagrimas descer por meu rosto e não limpei-as. Elas precisavam sair sem nenhum pudor.

— Eu fiquei com tanto medo... medo de perder você. – disse a ele. – Por favor, seja forte e não me abandone nunca. Por favor. – disse chorando. Retirei o inalador de sua boca e selei nossos lábios logo colocando de volta. Acariciei seus cabelos e a enfermeira abre a porta.

— Já deu o tempo, pode me acompanhar por favor? – disse ela e eu cedi saindo do quarto.

   Quando cheguei na sala de visitas, me sentei e depois de um tempo chegou Dom e Syl. Ela me recebeu com um tapa na cabeça e naquela hora nem reclamei.

— Quase morri do coração. – disse ela e Dom me olhou feio.

— Desculpe. – ela olhou meu braço enfaixado.

— Se cortou de novo? – perguntou brava.

— Sim, me cortei. – olhei desafiadora e ela recuou. – Eu não aguento mais tudo que esta acontecendo comigo. Meu pai me esqueceu, minha mãe sai de viagem por alguns dias e acaba ficando quase um mês. Meu namorado me engana para poder namorar com outra e agora entra em coma após se cortar. – disse com raiva. – Eu simplesmente não aguento mais.

— Co... coma? – perguntou e seus olhos se encheram de lagrimas. Dom me olhou de olhos arregalados. Ele ia fazer alguma pergunta mas foi interrompido pelo médico que fez nós três levantarmos.

— Já contatou o responsável dele? – perguntou.

— Sim, a mãe dele chegará daqui algumas horas, esta no avião pra cá.

— Certo. Estávamos analisando os resultados dos exames e ele pode correr o risco de perda de memória. Não será totalmente, apenas das coisas mais recentes. – as agrimas pareciam sem fim. – Ele esta fora de perigo e vocês podem voltar para casa descansar.

— Não, eu vou ficar. Vou passar a noite aqui.

— Nós também. – disse Dom por ele e por Syl.

— Certo. Como quiserem. – disse e se retirou.

— Por favor, liguem para os amigos dele. Eu vou tomar um ar lá fora.

    Caminhei para fora dali e me sentei em frente ao hospital. Olhei para o céu. Me perguntei o por que das coisas chegarem a esse ponto. Estou com tanto medo de perder Justin... eu não poderia suportar.

    Isso quebra qualquer rancor que eu tenha dele, pelo menos até ele não estar cem por cento bem. A única coisa que me preocupa agora é o medo de perde-lo.

    Fui interrompida dos meus pensamentos com um enfermeiro vindo correndo para fora e chamando alguns outros enfermeiros que estavam no local fumando.

— Temos uma emergência. – os enfermeiros apagaram os cigarros e correram para dentro e mesmo assim pude ouvir o ultimo comentário do enfermeiro, o que fez meu coração parar por um milênio de segundo. Tudo em minha volta ficou em câmera lenta. – Um paciente esta tendo hemorragia cerebral.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

O que acharam baby's? Espero que tenham gostado, bye, bye.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Modified By Disappointments" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.