Tivemos um dia maravilhoso, Justin me provou muita coisa hoje, eu realmente não sabia que ele daria um passo tão grande como este, me levar pra conhecer sua família. Isso foi muito importante pra mim, agora eu me sinto muito mais segura em relação a nosso namoro.

Agora só temos um problema. Minha mãe ainda não voltou de viagem, e quando ela e tia Pattie voltar, não sei como vamos dar a notícia. Eu não sei como minha mãe vai reagir a isso, também estou preocupada com tia Pattie, porque eu sei que ela gosta muito de mim, mas não sei se ela gostaria de ser minha sogra, vai que ela queira outro futuro ou outra garota pro filho? Isso realmente me perturba ainda.

Outra coisa que estou ansiosa é com o baile. Justin me disse uma vez que tinha vergonha de mim diante da escola, e agora ele vai comigo para o baile diante de toda a escola e diante de Victoria, esse é outro grande passo que ele vai dar.

E por falar em Victoria, eu não sei como está sua relação com Justin. Tenho medo de perguntar e Justin achar que estou interferindo em sua vida, afinal faz menos de um dia que estamos namorando. Mas eu tenho o direito de saber não tenho? Droga, essa é minha primeira experiência com relacionamento. Não sei como agir, não sei como tocar neste assunto sem parecer uma intrometida ou uma garota mimada com medo de ser enganada, mas acho que Justin não seria capaz.

Confesso que no começo, eu achei que era uma armação de Justin e de seu grupinho da escola pra me zoar, mas quando ele me pediu em namoro daquela forma, me levou para conhecer sua família, me mostrou um lugar especial pra ele e me deu uma aliança super cara, eu mudei totalmente de opinião, acho que ele não se daria tanto trabalho por uma aposta.

Afinal, ele disse que me ama, nós falamos e fizemos coisas absurdas juntos que ninguém nunca saberá. Compartilhamos coisas intimas e nos abrimos um para o outro.

A alguns dias atrás eu me sentia insegura e com medo, mas depois que eu conheci Sylwia e Dominik, eles me mostraram que eu tenho capacidade de ser amada. E eu acredito que Justin realmente me ama, de uma maneira meio complicada, mas me ama.

Me levantei da cama saindo de meu devaneio, já fazia meia hora que chegamos em casa e ia dar seis horas da tarde. Estava faminta. Me dirigi até a cozinha indo direto pra geladeira, tirando de lá um mousse de morango e uma vitamina do mesmo sabor.

Sentei e apreciei aquele sabor maravilhoso dos deuses, Me senti lisonjeada e culpada ao mesmo tempo. Me senti fútil. Eu tenho a vida que qualquer garota daria tudo pra ter, a única coisa que tenho que fazer é crescer.

Não importa se zoam comigo no colegial, eu sou superior, preciso ignorar. O que tem meus pais se separarem? Relacionamentos acabam. Meu irmão morreu quando éramos bebês? Triste, mas tragédias acontecem, eu não sou a única no mundo a passar por esses problemas. Por isso tenho que erguer a cabeça e seguir em frente. Todos temos problemas, e cada um lida do seu modo com eles. Eu não estava tentando resolve-los, eu sentia medo, estava fugindo. Mas agora... agora eu me sinto outra pessoa, só não encontrei o nome para o que me modificou.

Eu não vou e não quero mais reclamar de coisas fúteis, pensar naquelas pessoas que passam fome, naquelas crianças que passam por dificuldades em tudo, que perdem os pais em ataques terroristas, que não tem um lar, uma escola, aquelas crianças da África que passam fome, isso me deixa muito mal e com a mente mais aberta. Pensar neles me faz amadurecer cada dia mais e perceber que eu posso fazer algo pra ajudar, para mudar o mundo, isso me faz perceber que eu reclamo de boca cheia enquanto eles agradecem de boca vazia.

Saio de meu devaneio com a campainha sendo tocada, era Sylwia.

— Entra chocadeira. – disse abrindo a porta.

— Falou a lagarta que gosta de chupar ovos. – disse ela adentrando rindo.

— Cala a boca, eu não faço isso idiota. – dei um tapa leve em seu braço.

— Não disse que fazia, isso é você quem está concluindo. – disse ela na defensiva.

— Disse sim.

— Eu disse que você é uma lagarta, e lagartos adoram chupar ovos. Você       que já levou na maldade ai. – disse ela rindo. – É o Bieber te desencaminhou mesmo em.

— Cala a boca Sylwia.

— Não me chama pelo nome!

— Quer que eu te chame de que?

— Você tá um cocozinho hoje né, o que que foi? – perguntou ela parando em minha frente cruzando os braços.

— Na verdade, eu estou feliz até demais. – não pude conter um sorriso. – Justin me levou pra conhecer seus avos e me mostrou um lugar muito especial pra ele.

— Que que é isso miga sua louca? Como me conta isso só agora? – disse me puxando até o sofá.

— Olha minhas unhas que lindas. – disse mostrando minha mão a ela.

— Ai Demi, tá bonita não, precisa de uma manicure. – disse ela inocente.

— LESADA. – gritei aproximando minha mão de seus olhos.

— AI MEU DEUS. QUE LINDOOOO. – disse ela grudando minha mão a puxando para si. Ela começou a pular na sala segurando minha mão.

— Shiu, para louca, o Justin vai acordar. – disse rindo a puxando para se sentar.

— Ai meu Deus, quando foi que ele te deu isso? Vocês transaram depois que ele te deu o anel? Meu Deus que lindo.

— O que?! Tá louca Sylwia? Nós não fizemos nada ok? Ele foi super romântico e em momento algum se aproximou de mim com segundas intenções. – disse sorrindo nas nuvens.

— Meu Deus, vocês são muitos parados, se fosse eu já fazia um sexo selvagem... – a cortei.

— Sylwia! Fica quietinha tá? Não estraga o momento. Ele foi romântico, me provou que não esta comigo só pra me usar, nós estávamos num lugar bem afastado, no meio do pasto com uma cachoeira, numa casa na arvore, só nos dois lá, sozinhos e mesmo assim ele não tentou nada, ele me respeita e respeita meu tempo. – disse convicta.

— Ok, ok, senhora santinha. – disse ela debochada.

[...]

    Estávamos na piscina, já estava noite quando Justin apareceu e me chamou. Ele com o cabelo bagunçado, sem camisa, e eu? Eu estava sem ar.

— O que você quer? – disse disfarçando.

— Limpa aqui. – disse ele apontando para o canto da minha boca. Passei o dedo mas não tinha nada. – A baba escorrendo por mim.

— Idiota. – disse rindo lhe socando o peito de leve e ele aproveitou e me abraçou.

— Sabe, estava pensando... Temos que juntar Sylwia e Dominik. – disse ele coçando o queixo.

— E por que todo esse interesse agora?

— Porque é tão bom estar com que a gente gosta. – disse me dando um selinho. Senti minhas bochechas esquentarem.

— Bobo.

— Bem que você gosta.

— Adoro. – selei nossos lábios.

— Tive uma ideia. – disse Justin estalando o dedo.

— Qual? – perguntei curiosa.

— Sobe e coloca outro biquíni, pega um pra Sylwia e uma sunga minha para o Dominik, depois separa uns colchonetes e cobertores. Leva algumas roupinhas também.

— O que é que você vai aprontar em Bieber? – disse desconfiada.

— Depois te explico amor. – disse e senti meu coração gelar quando ele disse isso. Apenas assenti e subi fazer o que ele pediu.

[...]

Dominik já havia chego, estávamos todos prontos pra ir no tal lugar que Justin planejou. Iriamos para uma cachoeira e passaríamos a noite lá. Iriamos dormir na picape, Justin conseguiu duas, uma para nós e outra para Dominik e Sylwia.

Estávamos no caminho já, passamos no supermercado e compramos refrigerantes, marshmallows, pão, presunto e queijo, compramos também umas porcarias, tipo bolachas e coisas da Fini. Claro que não podia faltar, muitos Doritos.

Justin me olhava e sorria, dividindo seu olhar comigo e com a pista.

— Está tudo bem? – perguntou me olhando.

— Sim, por que? – franzi o cenho.

— Você está estranha, está distante, tá acontecendo alguma coisa? – colocou a mão na minha perna.

— Sabe o que é Justin... – hesitei em falar por um momento e respirando fundo. – Eu... bom eu... Como você está com Victoria? – despejei sentindo meu corpo enrijecer. Ele riu.

— Demi, ela já é passado, já terminei com ela, aliás, nós nunca tivemos nada, nada verdadeiro pelo menos. Eu estou vivendo minha realidade com você e estou amando isso tudo. Esquece aquela garota tá bom? – disse sorrindo, passando a mão em meu cabelo.

— Obrigada. – sorri colocando minha mão em cima da sua.

Do nada sinto meus olhos serem segados, olho para frente e arregalo os olhos, tentei gritar mas foi tarde demais. O caminhão bateu de frente conosco. Bati minha cabeça com força no vidro do carro, estava atordoada, Justin já estava desmaiado, olho e vejo as ripas de ferro caírem do caminhão em direção a Justin, tentei me mexer, tentei gritar, mas meu corpo não se mexia, ele apenas formigava, a única coisa que senti, foi as lagrimas em meu rosto quando a ripa atravessa o vidro, atravessando o pescoço de Justin. Minha garganta se fechou, se eu não aceitasse essa ideia de acampar, nada disso teria acontecido ou tudo isso estava escrito para acontecer? Tentei levantar o braço para pegar na mão de Justin, mas eu não conseguia me mexer, eu comecei a entrar em desespero. Eu sinto minha visão ficar turva, escuto um ranger novamente e olho com o canto dos olhos, e a única coisa que vi antes de apagar, foi outra ripa vindo de encontro com minha cabeça.

— Demi? Demi? – chamava Justin.

— Hã? O que foi? – o olhei.

— O que você tem? – ele riu.

— Nada, fiquei imaginando como seria se nós sofrêssemos algum acidente. – disse rindo.

— Credo menina. Tá locona? – ele também riu. – Pode deixar que eu vou devagar e prestando atenção, só pra proteger você minha princesa, aliás, já estamos chegando. – disse ele entrando numa estrada de terra, fomos de carro por uma trilha, Justin parou o carro perto de um penhasco, onde corria uma cachoeira. Descemos do carro.

— Que lindo. – exclamei.

— Eu sei. – disse Justin me abraçando por trás.

— Vocês correm demais. – disse Sylwia descendo do carro. – Eu não deixei Dominik correr não.

— Sabia que tinha dedo seu na lerdice dele. – disse Justin rindo.

— Okay, vamos arrumar nossas camas galera. – eu e Sylwia arrumamos as picapes, colocamos os colchonetes, forramos e estendemos as cobertas, colocando os travesseiros por baixo das cobertas.

— Justin e Dominik acenderam uma fogueira. Eles até que estavam se dando bem.

Colocamos os marshmallows num graveto e colocamos para assar, cada um com um. Justin me pediu para segurar o seu, ele se levantou e foi até o carro.

— Como eu não vi você colocando esse violão no carro? – perguntei quando ele voltou a se sentar com o violão no colo.

— Você não viu nada amor. – riu.

Justin começou a tocar e a cantar cover de Justin Timberlake, Ne-Yo, e Usher. Justin tinha a voz mais perfeita e suave que eu já ouvi na vida. Ele é tão lindo quando canta, parece que ele fica em orbita, que canta com a alma. Justin realmente ama a música.

— Você tem a voz dahora cara. – disse Dominik.

Justin foi até o carro e pegou umas cervejas.

— Realmente, você fez muitas coisas escondidas não é Bieber? Como eu não o vi pegar isso também? – ri.

— Como eu disse: você não viu nada amor.

[...]

Depois de termos bebido as cervejas, fui até o carro e coloquei uma música baixinho, o silencio que estava naquele lugar era maravilhoso. O único barulho era da música e da madeira estalando enquanto queimava na fogueira.

Justin me puxou para dentro do carro me fazendo sentar em seu colo. Começou a me beijar e a passar suas mãos em meu corpo. Me mexi desconfortável com seus toques e foi o que bastou para sentir uma certa evolução no meio de suas pernas. Justin arfou.

— Você me deixa louco sabia? – disse me olhando nos olhos, aquele olhar safado que só ele tinha.

— Ah, Bieber. – disse baixinho. Ele fechou os olhos e arfou novamente.

— Quando você fala meu sobrenome, eu fico louco de tesão.

— Meu Deus Justin. – ri. – Ok, mas o que vamos fazer em relação aos dois lá fora?

— Olha só. – disse Justin pegando um papel e uma caneta do porta-luvas do carro. – Escreve um bilhete para Dominik, já que você tem letra de menina e eu escrevo para a Sylwia, que tenho letra de homem.

— Boa ideia. – disse. Escrevemos os bilhetes e trocamos os mesmos, Justin ficou com o meu e eu fiquei com o dele. – Vamos lá. – sorri vitoriosa saindo do colo de Justin. Sinto o mesmo me puxar de volta, me fazendo sentar novamente.

— Ah. – exclamou assim que sentei em seu colo. – Isso me deixa louco.

— Safado. – tentei levantar novamente.

— Vem cá amor, dá um beijinho pra dar boa sorte. – sorriu sapeca e pegou em minha nuca.

Selamos nossos lábios, Justin me beijava com ansiedade, ele se remexia em baixo de mim, me estimulando a rebolar em seu colo. Quebrei nosso beijo, adoro deixar Justin só na vontade.

— Beijinho né. – sai de seu colo.

— Porra Demi. – disse ele passando as mãos no cabelo, frustrado.

— Que foi? – perguntei me fazendo de desentendida.

— Isso aqui! – disse ele apontando para seu membro enrijecido.

— Não posso fazer nada babe. – disse e ele respirou fundo fechando os olhos.

Sai de lá e chamei Sylwia para podermos conversar em um lugar mais reservado. A mesma me olhou confusa e me seguiu. Nos distanciamos deles.

— Toma. – lhe estendi o papel. – Dominik mandou te entregar.

— O... o que? – perguntou ela com um sorriso bobo brincando em seus lábios.

— É amiga, só você não percebeu o jeito que ele te olha. – sorri para a mesma.

— Você acha?

— Acho não, tenho certeza! Agora vai, ele vai ir te encontrar no meio daquelas arvores ali. – apontei para um lugar bem afastado de onde estávamos, mas nem tanto.

Sylwia foi pra lá toda sorridente. Voltei e vejo Justin conversando com Dominik, logo lhe entregando o bilhete, o mesmo sorriu e foi na mesma direção que indiquei a ela.

Sentei na fogueira e Justin me acompanhou.

— Será que agora vai? – perguntou Justin maneando sua cabeça em direção a eles.

— Com certeza. – respondi.