Toscana escrita por With, Diana


Capítulo 1
Capítulo Único - Toscana


Notas iniciais do capítulo

Olá, queridos! Sejam bem vindos ao universo de "Toscana". A gente estava ensaiando postar essa one faz décadas, mas eu (With) sou uma enrolada e atraso tudo, então Diana teve que me dar uns puxão de orelha. E cá estamos nós com mais uma parceria! Esperamos que vocês gostem, fizemos com muito carinho.
Boa leitura a todos!



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Toscana

Piper gesticulava, nervosa, para a mulher a sua frente. Maldita hora em que ela havia decidido acompanhar o pai por um passeio na Itália. Ela devia saber que, no fim das contas, aconteceria o que sempre acontece. Algum compromisso de última hora e, bum, Tristan McLean a deixaria por conta própria.

Ela resmungou alguma coisa e xingou o pai mentalmente. Com sua paciência completamente esgotada, voltou mais uma vez para a senhora gorducha a sua frente. Ela tinha a pele morena e usava um casaco rosa extravagante. Piper estremeceu ao pensar no que sua mãe diria ao ver aquelas peças de roupa.

— Madame... — A filha de Tristan McLean controlou seu tom de voz e até empregou um pouco de charme a ela. — Je veux juste une chambre.

A mulher a olhou horrorizada, num misto de confusão e raiva e apenas acenou um não. Piper teve vontade de estapear aquela senhora, mas algo a impediu. Ela ouviu alguém rir abafado por trás dela.

— Você não vai conseguir nada falando francês por aqui. — A voz firme fez Piper ficar onde estava e não se atrever a olhar para trás. Ela ouviu os passos quebrarem a distância entre a porta e o balcão e uma figura alta em um sobretudo preto se postar ao seu lado. — Scusa, signora, vogliamo due stanze.

Num instante, Piper poderia jurar que a o rosto da senhora gorducha brilhou ao ouvir a outra mulher falando com ela. De hostil, a dona do lugar se mostrou um poço de gentileza e entregou duas chaves a acompanhante inesperada de Piper. A cherokee apenas cruzou os braços e assistiu ao desenrolar da cena.

— Viu? Não se fala francês por aqui. — A morena lhe entregou a chave do quarto em que ficaria. Piper correu os olhos e descobriu o número 206.

— Reyna. — A garota pegou a chave de seu quarto e desviou o olhar da pretora de Nova Roma.

— Quer ajuda com as malas? — Reyna se inclinou para pegar uma das alças da mala da outra, mas Piper a cortou rapidamente.

— Não precisa. Estão leves. O que faz aqui? — Piper soltou tudo de uma vez e Reyna demorou um tempo para entender tudo que foi dito.

— Frank e o Senado decidiram que eu precisava de umas férias, após a guerra contra Gaia. E você? — Reyna viu a garota fazer uma careta antes de responder

— Meu pai me chamou para um passeio de pai e filha, mas adivinha? — Reyna sorriu ao perceber a raiva na voz de Piper. — Desde quando você fala italiano?

— O latim me ajudou, e tive umas aulas com Nico.

— Ah. — Piper deu de ombros e o silêncio as abraçou enquanto caminhavam pelo corredor de quartos. — Acho que fico por aqui. — A garota parou em frente ao 206 e viu Reyna parar no quarto em frente ao seu.

— E eu, aqui. Boa noite, Piper. — Reyna disse calmamente e as memórias de Piper voaram para um outro momento em que a pretora havia lhe dado boa noite.

— Boa noite, Reyna.

— À propósito, italianos não gostam de franceses. Te aconselho a tentar se comunicar de outra maneira por aqui. — Um sorriso debochado surgiu nos lábios de Reyna e Piper se viu sorrindo de volta.

— Você está engraçadinha. Foi o tempo com Nico que te deixou assim ou foi se ver livre de Jason em Nova Roma? — O sorriso de Reyna morreu e um lampejo de tristeza percorreu os olhos negros, fazendo Piper se arrepender do que tinha dito.

— Não. Acho que estou mais leve. Pela primeira vez em anos, estou em um lugar só para conhece-lo. Sem monstros, sem missões.

E Piper se deu conta de que ainda não sabia muito bem como se comportar perante a figura da pretora. Há alguns meses, quando finalmente os semideuses colocaram Gaia novamente no sono eterno, Piper aproximara-se de Reyna sem saber ao certo. Algo dentro de si alertava que deveria dizer palavras de consolo a ela, uma forma de se desculpar pelos atos displicentes de sua mãe, e recebera muito mais do que simplesmente uma conversa de teor dramático. Reyna elevara o patamar, declarando-se para ela. Lembrava-se de tê-la rejeitado, causando mais uma cicatriz na mulher, cuja vida sempre presenteou com obstáculos. Piper tinha certeza de que amava Jason, contudo deparar-se com Reyna acendeu uma chama pequena, mas que rebateu em seu íntimo como forma de penalizá-la.

O amor era algo complicado, algumas pessoas têm sorte, outras lutam e persistem um pouco mais... E justo ela, a filha da deusa do amor, quebrara um coração puro. Via-se perseguida pela recordação daquele momento, que era impossível fingir que ele não existisse. Suspirou, colocando a mala perto da cama. O quarto era espaçoso, de móveis polidos e bem conversados, o aroma natural da cidade invadia facilmente o recinto, contagiando-a com aquela onda histórica. Seu pai realmente escolhera uma boa cidade, porém a margem de trabalho se metera entre eles. Às vezes gostaria que Tristan fosse um pouco mais... Normal. Embora essa palavra não existisse em seu vocabulário.

Optando por se aliviar daqueles pensamentos, Piper separou um vestido amarelo, uma jaqueta curta jeans e rumou para o banheiro. O piso branco contrastava com os detalhes em dourado, deixando o ambiente agradável. Piper não viu necessidade de tamanho luxo, mas não reclamou. A água quente relaxou seus músculos tensos devido à viagem e logo a cherokee se aprontou, olhando-se no espelho. Gostou do que viu e arrumou os cabelos em um coque frouxo, mas elegante.

E qual seria sua programação? O pai chegaria tarde e Piper não estava disposta a gastar algum tempo no salão, observando as pessoas de Florença. Ela gostaria de uma companhia, alguém que a deixasse confortável, que podia desfrutar de ma boa conversa. E essa pessoa, querendo ou não admitir, se encontrava mais perto do que imaginava. Reyna se hospedara no quarto da frente... Seria muita descortesia visitá-la? Vasculhou as malas em busca de uma sapatilha branca de laço e as calçou. Para alguém que não conhecia os costumes da cidade, Piper diria que estava muito bem apresentável. E bonita. Não pelo fato de um dia ter sido abençoada por Afrodite, e sim porque ela realmente se sentia. Queria que Reyna a visse e tivesse a mesma opinião. Muniu-se de coragem e saiu do quarto, avaliando o desenho de números talhados na madeira. 205... Em frente ao seu, seria proposital ou coincidências?.

Timidamente, bateu à porta e esperou. A demora minando sua confiança aos poucos.  Seus olhos caleidoscópicos de repente fitavam suas sapatilhas e suas roupas e Piper já se reavaliava. E avaliava os motivos de Reyna estar em Florença. Será que a escolha da cidade havia sido tão aleatória assim? Será que ela estava lá para encontrar alguém? Será que havia saído?

Por fim, todas suas perguntas aflitas foram respondidas quando Reyna abriu a porta. Um olhar surpreso estampou o rosto bonito e Piper sorriu timidamente.

— Piper? Aconteceu alguma coisa? — Foi com certa satisfação que Piper percebeu Reyna demorar um olhar admirado e interessado em sua direção.

— Não, eu só... — A cherokee se embolou com as palavras e desviou o olhar. — Só gostaria de saber se poderíamos conversar um pouco?

— Claro. — Reyna lhe sorriu nervosa e saiu da porta, dando espaço para Piper entrar. O quarto era no mesmo estilo do seu e a garota não deixou de notar o perfume amadeirado quando passou pela pretora. — Mas imagino que você esteja arrumada demais para quem vai só conversar.

Piper sorriu e correu os olhos pelo lugar enquanto Reyna fechava a porta. Ela notou o suéter cinza da pretora, a calça preta e os cabelos jogados tipicamente numa trança. Era incrível como uma vestimenta tão simples parecia cair tão bem em Reyna.

— E você não me parece disposta a sair hoje. — A garota completou.

— Não. Hoje eu pretendia descansar da viagem, mas se você quiser fazer algo... — Reyna deixou a sugestão no ar, mas Piper pegou o tom educado. Ela não iria abusar mais da boa vontade da pretora.

— Não, tudo bem. Eu só queria companhia mesmo. Quer dizer, estou cansada daquela mansão vazia e de meu pai furando comigo toda vez e...  — Piper parou de falar ao perceber Reyna segurando o riso. — O que foi?

— Você continua falante. — Reyna disse e voltou sua atenção para a lareira que estivera tentando acender. — Mas eu não estou reclamando disso. Jason tem muita sorte.  — Piper ruborizou com o comentário e se aproximou da pretora.

— Leo iria gostar da lareira. — A garota esquece-se do que ia dizer ao perceber a chama ganhado vida aos poucos e engolindo a madeira. Piper estava tão absorta em contemplar as cores que se misturavam nas chamas que nem a percebeu indo e voltando com duas taças de vinho.

— Piper? — Reyna a chamou, observando com atenção a outra. Ela estava tão bela. Mais bela do que o usual. A pretora se pegou pensando no que Afrodite havia lhe dito e na enorme coincidência daquele encontro. O destino podia ser tão cruel às vezes. Ela havia cruzado continentes para estar longe de Piper e logo ali, na região campestre de uma cidade italiana, estava a razão de suas noites mal dormidas.

Quando as orbes caleidoscópicas encontraram as suas, Reyna lhe entregou uma taça. A pretora daria muita coisa para saber o que se passava dentro de Piper.

— Obrigada. — A garota pegou a taça e voltou a fitar a lareira. Quando a presença silenciosa de Reyna se postou ao seu lado novamente, Piper estremeceu levemente e se deu conta de que, diferente de tempos atrás, a companhia da pretora não a intimidava mais, mas lhe parecia acolhedora e segura.

Reyna acomodou-se perto da lareira, o calor dissipando o frio da noite. Chamou a outra garota com um olhar e logo sentia o perfume cítrico de Piper lhe invadir os sentidos. Jamais negaria as reações que tinha quando via Piper, Reyna era honesta demais para varrê-las para algum canto escuro. Sorveu o líquido arroxeado, sentindo o paladar ser preenchido. E aquela era apenas uma maneira de se manter indiferente.

— Eu sei que se sente culpada pelo o que sua mãe me disse, mas acredite, está tudo bem. — A voz de Reyna soou conformada, invadindo os ouvidos da cherokee com uma nota de desgosto.

— Você está feliz?

— Reyna, eu... — Piper cometeu um erro ao elevar seus olhos a pretora, as chamas do fogo acentuavam a garota com uma aura mística, e percebeu que gostava daquela mescla. — Sim, eu estou feliz.

— Mesmo? Porque o seu tom tem um teor negativo. — Reyna sorriu afável apenas para ocultar o que ela já sabia. — Jason tem muita sorte, qualquer pessoa se sentiria assim tendo você como namorada.

— Eu não sou tão incrível assim. — Piper colocou a taça de lado antes que suas mãos começassem a tremer. — Eu sou apenas Piper McLean, nada mais.

— Você não percebe, Piper. — Os olhos negros se voltaram para o vinho, como se ali contivesse as respostas que ela desejava. — Mas você contagia todos ao seu redor, é natural e nunca tentou ser quem não é. É muito sincera, e eu vou continuar acreditando nisso. A cherokee engoliu as palavras, sentindo a garganta arranhar.

Ela não esperava, de fato, tocarem naquele assunto, e mesmo que Reyna fosse sutil, ainda assim prevalecia o real motivo que a fizera ir até ali. A sensação de ser lida facilmente não a incomodou, isso porque quem a desvendava era Reyna. Então, não havia segredos que permanecessem escondidos por muito tempo, não quando aqueles olhos negros a sondavam.

— Eu não me vejo encantando um macaco de circo... Quanto mais todos ao meu redor. — Piper ajeitou uma mecha de cabelo, a levando para trás da orelha, cônscia de que Reyna observava cada movimento seu.

E ter toda aquela atenção para si agitou algo nela. Há quanto tempo Jason e ela não tinham um momento como aquele? Simples, mas de certa forma romântico e singular? Talvez, ela pudesse precisar, mas não se sentia disposta a faze-lo. Fora quando ela passara a pensar em Reyna mais frequentemente?

— Você parece Annabeth. Sempre tendo uma resposta pra tudo. — O pensamento a fez ruborizar e ela agradeceu pelo fogo camuflar seu rosto. Se ver comparada com a amiga e ex de Reyna lhe fez divagar. Talvez sua mãe estivesse brincando com os semideuses como peças de um quebra-cabeça. Annabeth estava com Percy. Depois, Annabeth estava com Reyna. Ela estava com Jason e...

A garota balançou a cabeça. Certamente, ela não deveria pensar tanto assim na pretora. Ou deveria? Talvez fosse aquele encontro inusitado vindo dizer a que veio. Vindo bagunçar seus sentimentos mais uma vez, como se eles precisassem de ajuda para serem confusos.

— Sabe, todo mundo pensa que nós, filhos de Afrodite, temos uma fórmula mágica. — Ela se pegou dizendo. De novo, os olhos negros a varreram como fogo. Fixos em si. Como se ela fosse alvo de holofotes talhados em obsidiana. E o jeito de Reyna a olhar a fez se arrepiar. Era inegável.  — Como se, bum, só pela beleza pudéssemos tudo. Botar todos a nossos pés. E que somos cruéis com os sentimentos dos outros. Mas... O que eles não vêem é que nós sentimos também.

— O que você está sentindo, Piper? — A pergunta direta de Reyna a assustou. Ela segurou a vontade repentina de chorar. Não de tristeza. Ou de alegria. Talvez, estar ali, numa cidadezinha italiana, longe do mundo maluco que ela e Reyna faziam parte, a permitisse pensar que elas estavam num refúgio.

— Sinceramente, eu não sei, Reyna. — Até o nome da latina parecia ser dito de maneira mais doce pelos seus lábios. Ela sentiu a distância entre elas ser encurtada ainda mais. O polegar de Reyna percorreu seu rosto de maneira displicente e carinhosa.

De repente, ela se viu enlaçada pelos braços protetores. Sua cabeça descansava no peito da morena. E ali era quente, confortável, seguro. Não. Toscana não era um refúgio. Aquele abraço, sim, era o refúgio que ela tanto procurara, em vão, em tantos outros lugares.

Teria algum mal prolongar aquela proteção? Piper pensou que talvez, apenas uma única vez, pudesse se deixar levar, ouvir o que seu coração dizia, ou melhor, gritava. Reyna despertava reações e emoções que, querendo ou não, Jason poucas vezes a fizera sentir. Sabia perfeitamente que se encontrava dividida, mas era capaz de diferenciar qual lado pesava mais. Agora ela compreendia.

   Dizer que não estava em seu juízo perfeito quando encostou os lábios nos de Reyna seria uma maneira errônea de julgar-se, mas foi exatamente o que fez. Ela precisava sentir Reyna, precisava confirmar que não era somente ela que ainda lutava para manter aquele sentimento quieto. Com ambas as mãos, Piper segurou o rosto bonito da pretora, impedindo que ela se afastasse, mantendo os corpos juntos, muito mais do que era possível.

   O brilho da lareira dava um ar real ao que partilhavam e Piper entregou-se ao beijo, permitindo que o contato se tornasse mais íntimo. Reyna a retribuía com a mesma intensidade e dúvida, como se quisesse saná-las com ela. Dentre todas as pessoas que Reyna poderia ter escolhera-a e Piper, por sua vez, também escolhera Reyna.

   O braço da pretora circundou sua cintura, trazendo-a para mais perto, enquanto exercia um carinho gostoso em sua nuca. Reyna a tocava com carinho e cuidado e, embora tal gesto pudesse ofendê-la, não se incomodou. Naquele momento sua mente estava concentrada na mulher a sua frente, no beijo que trocavam e dizia muito mais do que as palavras conseguiriam.

 Talvez, lá no fundo, Piper soubesse o que se passava dentro de toda confusão: Ela se apaixonara por Reyna sem ao menos se dar conta e agora o sentimento implorava por liberdade. A viagem com seu pai tivera outro propósito e ninguém poderia tirar isso dela. Não importava se fosse passageiro ou se ao final os corações se quebrassem. Adentrou as mãos pelo suéter de Reyna, tocando a pele morena e lisa, subindo prazerosamente pelas costas. Como existia alguém que fosse incapaz de amá-la? Sua mãe estava errada, redondamente errada. 

   — Piper... — Reyna se afastou, segurando suas mãos ávidos por contato. Em seus olhos negros exprimiam tudo aquilo que ela não seria capaz de dizer, por medo de feri-la.

   — Reyna, eu quero. — Ela poderia usar o seu charme, mas não o faria. Gostaria que Reyna a interpretasse, que retribuísse tanto como ela desejava. Contudo, a expressão da pretora formava uma máscara firme, resoluta. — Por que não? Já parou para pensar que talvez as coisas devessem acontecer dessa maneia? Você e eu?

   — Mas não somos apenas nós, não é?

   — Então, você vai fingir que não sente nada, voltar a se comportar como se não me amasse? — Os olhos caleidoscópicos de Piper marejaram, incompreensíveis. — Por que você não se deixa viver isso?

 Reyna a olhou com dor estampada nos olhos. A pretora se afastou um pouco para tentar obter algum controle de si. Ter o corpo de Piper tão perto, o calor e perfume dela se misturando ao ar frio que entrava pelas janelas estava demolindo todas as resoluções de Reyna quando ela viu a garota no saguão daquela pousada italiana.

— Eu nunca me comportei como se não te amasse. — A romana parecia encontrar as palavras. — Sempre esteve bem à mostra. Foi um dos motivos de Annabeth ter me deixado.

 Silêncio foi o que entrou no quarto após a revelação de Reyna. Piper queria gritar e correr pra longe. Ali estava a mulher que subitamente ela descobriu que amava. Ali estava a mulher que dizia com todas as letras e forças que a amava. E ali estava a mulher renunciando ao amor que poderiam dividir.

 Os passos de Reyna quebraram o silencio. A pretora caminhou até a janela e se escorou lá. Tinha uma das mãos fixa nos lábios, como se pudesse guardar o beijo de Piper ali parar recordar quando quisesse. Ela estava evitando ao máximo suas lágrimas, mas sabia que não seria possível.

De repente, seu corpo se viu balançado por espasmos. Seus olhos marejavam e o vento não ajudava a dispersar as lágrimas. Reyna sabia porque estava chorando. Reyna sabia que se deixasse Piper ir por aquela porta, ela nunca voltaria. E ela estaria condenando às duas a viverem uma sem a outra. E ela sabia que não seria capaz de enfrentar àquela dor.

 Só quando sentiu os braços de Piper circundarem sua cintura e o rosto de Piper se apoiar em suas costas foi que Reyna se deu conta de que a garota ainda não havia a deixado. Ela levou suas mãos de encontro aos pulsos delicados e os apertou levemente, como se para confirmar que Piper ainda estava ali. Que, de uma maneira louca e intemperada e inusitada, a garota ainda acreditava nelas. Apesar de Jason, apesar de sua reputação como pretora, apesar de tudo.

— Reyna. — A voz doce lhe desarmou. Ela não queria abrir mão, mais uma vez, do que sentia por suas obrigações como comandante.

— Sim? — Foi tudo que sua voz falha pelo choro lhe permitiu dizer. Como resposta, Piper a apertou ainda mais

— Eu sou sua.


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Notas finais do capítulo

Agradecemos a todos que leram e novamente esperamos que tenham gostado. Qualquer sugestão, crítica construtiva, opiniões... Será muito bem vindo e responderemos todo mundo!

Vamos deixar aqui as traduções, caso interessem:
"Madame, Je veux juste une chambre"/"Madame, eu só quero um quarto".
"Scusa, signora, vogliamo due stanze"/"Com licença, senhora, queremos dois quartos".

Então é isso, povo!
Beijos,
With e Diana.



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