26/01/17

Hoje faz um ano que descobrimos que o Geovani rodou, e é bem o dia do aniversário dele. Eu lembro que me culpei um pouco por isso, mas hoje em dia ele é um babaca e o meu rolo com ele enquanto sentia aflição pelo Theo é uma longa história que não foi contada aqui e nem será.

Saí com o Theo no começo do ano (como amigos, por favor) e enquanto conversávamos eu disse que tinha gostado muito de 2015, porque sentia que cresci muito como pessoa nesse ano. Perguntei o que ele tinha feito em 2015, e ele respondeu “ah, eu só caguei em ti” e contou que ficava me zombando com o Geovani e, sinceramente, não foi exatamente um choque pra mim. Eu sabia que eles faziam isso, mas imaginei que tinham sido poucas vezes, não que tivessem ficado o ano todo assim. Algumas vezes quando eu andava com eles e mais outros guris, o Adriel ficava zoando e objetificando a Camila de formas horríveis, mas acho que não imaginava que o Theo fazia o mesmo comigo na mesma intensidade. Pelo jeito, sim.

Esse ponto da conversa me tocou de um jeito. Sei que ele cresceu e eu cresci e todos nós crescemos, mas ele dizer pro resumo do ano dele que só ficou falando mal de mim, me deixou meio surpresa apesar dos apesares. Fez eu me sentir muito realizada pelo ano de 2015, em que eu vivi muitas experiências novas e fiz amigas verdadeiras na escola – finalmente! – e expandi meus pensamentos.

Sentimentos confusos e misturados são uma merda, mas são necessários e úteis. Aproveitem o coração partido por que estão passando, mas não dediquem sua vida somente a isso. Há muito mais pra se ver e tem toda uma nova zona de coisas que ainda não foram experimentadas, então, por favor, saia da sua zona de conforto – mesmo que seja de pedir uma casquinha de sorvete sozinho até fazer um esporte radical – se permita sentir tudo isso e saber que, mesmo com os dias e semanas ruins que virão, há muito mais aí fora pra você. Aqui contei focando em só uma parte que me deixava com a garganta trancada, a boca seca, irritada e sem esperança na causa, e por mais que tenha sido melancólico, isso não resume meu(s) ano(s). 

"Às vezes a gente vai-se fechando dentro da própria cabeça, e tudo começa a parecer muito mais difícil do que realmente é. Eu acho que a gente não deve perder a curiosidade pelas coisas: há muitos lugares para serem vistos, muitas pessoas para serem conhecidas. Tudo isso estimula a gente, clareia a cabeça, refresca."

—(Caio Fernando Abreu)