Destinados escrita por Martell


Capítulo 8
Capítulo 7


Notas iniciais do capítulo

Hi meus pequenos gafanhotos,
Estou aqui novamente, com mais rapidez que o normal kkkkkkk Pouco mais de duas semanas é bem melhor que um mês, mesmo que não seja o ideal.
Não está exatamente como eu gostaria, mas foi o melhor que pude fazer sem destruir o capítulo.
Espero que gostem.



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                                              Capítulo 7

Anteriormente:
— Calma garoto, uma coisa de cada vez. Nós dois temos a mesma essência, isso é, a mesma alma. Mas eu sou apenas uma memória, eu já vivi e morri séculos atrás, tudo o que fiz não pode ser mudado. Já você está vivo, agora, "comandando", você não vai ser o mesmo que eu fui, entende? Há vários caminhos a sua frente, você pode trilhá-los como achar melhor.
[...]
Assentindo Harry decidiu que deveria voltar. Assistiu com interesse Garrett sumir e o espelho começar a se encolher novamente, até o moreno poder guardá-lo no bolso e começar a longa caminhada para casa. Mais perguntas que respostas surgiram, mas o que ele pensava era em como a pequena ruiva estava envolvida nessa história maluca.
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A noite de seu aniversário estava sendo deprimente. Depois de seu passeio pelo bosque, teve que voltar para casa e descobrir que passaria o resto da noite tendo que lidar com os muitos gatos da Sra. Figg, uma vizinha que sempre cuidava dele quando seus parentes saiam. Dudley gabava-se da noite divertida que teria na casa de um de seus amigos riquinhos, enquanto Harry sabia que a maior emoção da noite seria assistir a um seriada antigo que a velha senhora adorava. Talvez, se ele tivesse muita sorte, conseguiria levar o espelho e tentar se comunicar com Ginny. Ou Garrett.

Mas como ele já deveria imaginar, sorte era a última coisa que ele tinha. Ficou a noite toda sobre os olhares atentos da Sra. Figg, que nem mesmo parecia ligar para o fato de seus gatos terem rasgado a cortina. Em um gesto anormalmente doce, ela lhe deu um cupcake de chocolate, um pequeno sorriso no rosto enrugado. Não fez nenhum comentário, mas ele sentia que aquele presente era a forma dela tentar compensar a tristeza do dia que deveria ser tão especial. Lançando um olhar agradecido para a mulher, voltou seu olhar para a TV, seus pensamentos muito distantes da cena que se desenrolava a sua frente.

Era quase meia-noite quando os tios voltaram para a casa. Tia Petunia parecia incomodada em ter que ir buscá-lo na casa da vizinha e apenas franziu os lábios ao vê-lo caminhar para a sua casa. Harry estava desanimado, realmente cansado daquele dia. Recebera de Tio Vernon um palito de dentes quebrado antes de ser mandado de volta para o armário. Seu presente de aniversário, meio palito de dente. Quase riu de sua desgraça, mas não se atreveria a fazer barulho. Seu tio poderia estar sonolento, mas isso não o impediria de dar uma surra no garoto por perturbar a paz da casa.

Era tarde e Ginny provavelmente estaria dormindo, então nem mesmo tentou se comunicar com ela. Na verdade, nem sabia como faria isso, mas ansiava por sua voz doce e suave, com o tom típico da infância. Desejou sonhar com ela novamente, apenas para não se sentir tão miserável no seu aniversário. A ideia de vê-la era a única coisa que poderia fazer o dia 31 valer a pena. Querendo mais que tudo encontrá-la, fechou os olhos com força e quando os abriu novamente, não era o escuro que o encarava e sim um espelho enorme, do tamanho de uma parede, com as bordas grossas de ouro se destacando no quarto pintado em tons pasteis.

Encarava a figura de um homem que sabia ser Garrett, enquanto esse arrumava os longos cabelos em um laço apertado. Suas roupas eram estranhas, ele nem mesmo conseguia descrevê-las, lembravam ligeiramente de filmes medievais, em preto e tons de cinza. Seus olhos focavam em seu reflexo e ele parecia desconfortável, diferente do homem que vira durante à tarde. Uma voz o chamou em uma língua rústica e dura, mas a voz era como mel. Viu-se virando para uma jovem de cachos pesados presos num penteado simples e encarando profundos olhos castanhos. Foi só nesse momento que Harry percebeu que estava, de certa forma, dentro de Garrett, observando um momento de sua vida pela perspectiva do mesmo, captando seus pensamentos e sentimentos, mas sem poder interferir em nada.

Aquela era a irmã do homem, Viviane, a única pessoa em quem ele confiava completamente. Com seu corpo delicado e olhos calmos, ela passava um ar de tranquilidade. Era também muito inteligente, bem mais do que o próprio Garrett e, provavelmente, do que todos os cavalheiros que desfilavam no baile que acontecia no salão principal. Um baile em homenagem ao casamento do homem com uma moça bem nascida, que traria a força que seu pai desejava. O moreno achava absurdo a ideia de um baile nas condições precárias que o vale se encontrava, mas seus protestos foram desconsiderados. Como sempre, apenas a irmã compreendeu seus motivos, mas não pôde fazer nada. Quando o rei Lazar decidia algo, não havia volta.

— Meu querido irmão, é hora de nos juntarmos aos outros na festa.

Assentindo com calma, Garrett olhou mais uma vez para o espelho, colocando uma mascara de seriedade que usava sempre perto de qualquer um fora Viviane e estendeu o braço para a irmã. Ambos desceram as escadas e pararam em frente as portas do salão, entrando lentamente, tentando não fazer alarde sobre sua presença. O que deu certo durante algum tempo, mas que fora suficiente para percorrer todo o baile com os olhos, vendo a mistura de cores e tecidos nos vestidos enormemente adornados das moças que desfilavam, seus penteados complicados e chamativos parecendo inúteis para o príncipe. Até que seus olhos pousaram numa figura que se destacava no meio de todos.

Era uma serva, via-se claramente por suas roupas simples e os cabelos soltos emoldurando seu rosto. Um vestido de tecido azul claro marcando curvas delicadas, com apenas um detalhe em renda nas mangas. Cabelos escarlate caindo como uma cascata por seus ombros e colo. Uma pele tão alva que parecia refletir a luz das velas e archotes espalhados em cada canto daquela enorme sala. E os olhos eram a coisa mais incrível que havia visto em toda a sua vida. Eram como mel, de um tom castanho-claro que ele nunca tinha visto. Eram brilhantes, misteriosos, como se guardassem todos os segredos do universo. Ele estava perdido naqueles olhos.

Ela reluzia. Parecia ter uma aura própria, enfeitiçadora e envolvente. Tudo havia sumido ao seu redor, apenas aquela pequena deusa existia. E ela o encarava de volta, tons de marrom brincando por seus olhos enquanto o via. Ela era fascinante, a criatura mais magnífica que havia posto os olhos. Ela era magnética. Tudo o que Garrett queria era se aproximar e tocar a pele branca, que seria macia como seda sob seus dedos. Passar a mão sobre os fios longos e prendê-los em um nó firme, enquanto guiaria seus lábios sobre os rosados da ruiva. Harry, assim como Garrett, também se via atraído pela moça, de uma forma bem mais pura e inocente. Para o pequeno, era como se a ruiva fosse algo por quem procurara durante toda a vida e apenas agora havia encontrado. A mesma sensação que tinha com Ginny.

E, olhando dentro dos orbes castanhos da mulher, ele viu mais que a ruiva desconhecida, ele viu a sua amiga. Ginny, assim como ele, estava ali, naquele sonho/memória. Estava presa em um corpo que não era seu, vivendo um momento que acontecera muito antes. Queria se comunicar com ela, mas não podia. Não conseguiria mesmo esforçando-se o máximo possível. Aquele momento não era seu, era de Garrett. Provavelmente a primeira vez em que sua alma encontrara a de Ginny naquela encarnação.

Garrett já estava quase andando na direção da ruiva de olhos encantadores quando sua visão foi bloqueada por uma moça bonita. Aisha Wood, a noiva do príncipe, que antes lhe parecia absurdamente linda, mas agora era apenas bonita em seu conceito. Seus olhos violetas, tão interessantes, não eram nada comparados aos olhos de mel da serva. Mas Aisha era a sua noiva e a serva desconhecida não era nada. Apenas uma deusa encantadora que o encantara, como o pobre mortal que era, mas agora tinha que voltar a realidade. E a sua realidade era Aisha e seus olhos não-tão-mais-interessantes.

Depois desse momento, Harry só viu um turbilhão de imagens desconexas do baile passar por sua cabeça. Garrett não voltou a encontrar a ruiva e Harry não conseguiu sair do sonho, nem se focar em detalhe nenhum. A parte realmente importante havia chegado ao fim, então não havia motivos para permanecer refém de uma vida que não era sua. Acordou confuso com o que acontecera em seu sono, sem ter certeza de que fora real. Mas sabia que sua imaginação não era boa o suficiente para criar aquilo e que não lembraria com tanta minúcia se fosse apenas um delírio de sua mente infantil.

— Harry, você está aí? - A voz de Ginny o despertou completamente e ele tateou a cama em busca do espelho, que havia deixado do lado do seu travesseiro improvisado.

— Sim, estou aqui. - A imagem de Ginny era como o de alguém que havia acabado de acordar, com os cabelos bagunçados e os olhos ligeiramente pesados do sono recente.

— Você estava lá, não estava?

— No sonho, você quer dizer? - Com um sorriso, a menina confirmou. Logo depois, seu rosto se contorceu em dúvida.

— Quem é você, Harry Potter?

Um silêncio confuso caiu entre os dois, a menina corando fortemente depois de ter falado. Harry apenas não entendia o quê exatamente ela queria que ele falasse. Ele gostava dela, de uma maneira absurda, já que haviam se falado propriamente apenas duas vezes. Não queria decepcioná-la falando sobre como era infeliz e como sua vida era chata, mas não havia maneira de mentir para ela. Era só olhar para ela e sentia vontade de despejar tudo sobre si.

— Eu sou apenas Harry. Um garoto de 10 anos, que mora com os tios desde que meus pais morreram num acidente de carro. Não sou bom aluno, não tenho amigos e não faço muita coisa divertida. Nada realmente interessante acontece comigo, sou reconhecido apenas como um garoto problema que todos devem evitar. Eu sou apenas Harry.

A voz do moreno saiu mais amarga do que ele pretendia e ele disse mais do que deveria. Se queria parecer idiota diante da pessoa mais legal que conhecera, havia conseguido com sucesso. Corou fortemente diante do olhar da menina, onde ele conseguia captar muita confusão e um pouco de solidariedade. Ele não queria que ela o olhasse com pena ou algo parecido a isso, mas depois de parecer tão patético, não achou que pudesse reclamar.

— Acidente de carro? - Harry ficou surpreso de que, de todo o mini discurso, ela tivesse focado naquela parte. - Seus pais não morreram de um acidente de carro.

— Desculpe-me, mas o que você quis dizer com isso? - O rosto de Ginny estava totalmente confuso, sua testa estava franzida e ela o encarava como se não acreditasse no que estava acontecendo.

— Todo o mundo bruxo sabe que seus pais foram mortos por aquele-que-não-deve-ser-nomeado. Foi assim que ganhou sua cicatriz Harry. Foi na noite em que você salvou o nosso mundo.

— Acho que você está enganada. Eu não salvei ninguém. Minha cicatriz foi feita com um estilhaço do carro, na noite do acidente. - A convicção do moreno ia morrendo, mas se agarrou com desespero ao que sabia. Se não, sua vida toda teria sido uma mentira. - E o que é esse "mundo bruxo", pelo amor de Deus?

— O mundo bruxo é o nosso mundo. É onde vivemos, escondidos dos trouxas, é claro. Como você não sabe dessas coisas? - Ginny exalava curiosidade, mas pareceu deixar isso de lado, o fitando com seus olhos brilhantes, como se analisassem sua alma. - Isso não é realmente importante agora. Harry, você é famoso no nosso mundo. Na noite em que seus pais faleceram, você derrotou o você-sabe-quem e salvou todos das trevas. Você é um herói. Você é Harry Potter, o Menino-que-Sobreviveu.


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Notas finais do capítulo

E aí, o que acharam?
Espero que tenham gostado, ta curtinho e tem pouca interação Hinny, mas a partir de agora eles vão ficar mais próximos.
Comentem o que acharam, plis, e deixem uma autora feliz. Se tudo der certo, antes do fim do ano estou de volta. Se não, aqui vai meu feliz natal e prospero ano novo.
Com amor,
Duda.



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