Destinados escrita por Martell


Capítulo 7
Capítulo 6


Notas iniciais do capítulo

Gente, mil desculpas dela demora, sério mesmo. Eu não consigo trabalhar direito nos capítulos da Ginny, minha mente trava ou sei lá. Além de ter me recuperado de um cirurgia recentemente e fiquei de férias semana passada. Agora vou poder me dedicar quase totalmente a destinados e aos meus outros projetos. Yay!
De qualquer forma, espero que gostem, porque eu me dediquei bastante.
Enjoy!



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                                     Capítulo 6
No capítulo anterior:
— Acho que é a hora de nos conhecermos. Sou Diana, filha da lua. E você, Ginny Weasley. Eu sou você.
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Ginny olhou em choque para a bela ruiva, que sorria suavemente para ela. Ela era magnífica, não apenas por ser linda, mas emanava dela uma aura de poder, de autoridade, ao mesmo tempo em que o sorriso calmo passava uma segurança que a menina não costumava sentir. Se ela não soubesse que "o povo das fadas" era apenas uma lenda dos tempos de Merlin, poderia dizer que a tal Diana fazia parte dessa gente. Ela era magnética, com seu olhar doce e determinado, obscurecido por segredos.

— Me desculpe senhora, mas não vejo muita veracidade no que diz. Quero dizer que... Como você pode ser eu?

Diana apenas continuou olhando para Ginny, o sorriso derretendo um pouco ao entender as implicações da fala da menina. Mas Ginny estava certa, uma mulher linda e poderosa jamais seria ela, que era apenas uma garotinha boba, simples, como os irmãos viviam repetindo. Ela não era bonita ou muito inteligente, nem possuía algo de extraordinário. E toda aquela mulher era extraordinária.

— Minha pequena criança, o que fizeram com você? - O pesar na voz de Diana era claro, mas a ruivinha não entendeu. Quem fez o quê comigo?

O silêncio ficou pesado no quarto. Ginny não sabia o que fizera a mais velha ficar tão chateada, afinal ela apenas constatara o óbvio. Não era possível que aquela moça fosse Ginny, por inúmeros motivos. Para começar, não havia como ser duas pessoas pessoas ao mesmo tempo. A mais jovem tinha certeza absoluta de jamais ter visto alguém minimamente parecido com Diana, quanto mais esse alguém ser ela. Depois, a moça emanava magia pura, bruta, coisa que nem em seus sonhos mais ousados Ginny pensara ser capaz de possuir. E bem, Diana era uma imagem num espelho. Como, em nome de Merlin, poderia ser Ginny?

— É algo mais simples do que parece, na verdade. Nós compartilhamos a mesma alma, só que essa habitou meu corpo mais de 600 anos atrás. Agora ela habita o seu. No nosso âmago somos a mesma pessoa. Isso não quer dizer, é claro, que temos personalidades iguais ou que será o que eu fui.

— Me desculpe Diana, mas eu não consigo acreditar no que diz. - Um sorriso meio debochado enfeitou o rosto da mais velha, o que fez ela ficar ligeiramente mais parecida com Ginny.

— Você vive em uma comunidade mágica, escondida de trouxas por vários séculos, cercada por criaturas fantásticas e objetos encantados. Sabe da existência de coisas como dementadores e unicórnios. Sei que já estudou sobre mitologia, conhece o princípio da reencarnação. Por que está tão relutante em aceitar que somos encarnações diferentes da mesma alma?

Mais uma vez um silêncio pesado caiu sobre o quarto. Diana tinha razão, era comum para ela ouvir Bill falando sobre teorias em relação a almas quando falava do seu trabalho. Muitas tumbas no Egito, inclusive, eram protegidas pelas almas dos faraós, que se misturavam às pedras da construção, habitando eternamente, de uma forma bem assustadora, suas últimas moradas. Não eram o mesmo que fantasmas, não eram espectros que refletiam a pessoa que foram, eram algo mais complexo e nem mesmo os maiores estudiosos da magia chegaram a uma conclusão absoluta sobre o que verdadeiramente seriam. O fato era que existiam, mesmo que de forma inexplicável.

— Tem razão, não há motivos para descordar da força da magia. O que ainda me confunde, é o porquê de ter aparecido a mim. Deve ter um motivo forte, pois não acredito que reflexos do passado venham se comunicar com o presente de maneira tão comum.

— E não vem. - Diana baixou os olhos, uma sobriedade incomum para um rosto tão delicado adornando suas feições. - Tempos escuros estão por vir. O destino tem dois tortuosos caminhos traçados, qual será o resultado final dependerá das escolhas feitas agora. Você, minha pequena, tem muito pela frente e deve estar preparada. Eu irei lhe guiar, mas a ação final é apenas sua. As trevas irão renascer de uma forma nunca antes vista, não desde a nossa última encarnação. É cedo, muito cedo, e não iria me revelar até que estivesse mais velha, mas temi que não houvesse tempo. Quando for a hora, saberá de tudo, mas agora você deve apenas refletir sobre seu destino, pequena. Algo que nem mesmo eu, por mais que me doa, posso interferir.

— Trevas? Destino? Algo aqui está errado, eu acho que você está falando com a garota errada. - A voz da menina saia aguda, mas era impossível conter o susto que aquelas palavras lhe causaram. Ela tinha quase 9 anos, nem mesmo sabia enfrentar os irmãos para fazer o que queria, não era possível que o universo tivesse algo realmente grande para ela. Ela era Ginny Weasley, uma garota comum, baixinha e com algumas sardas, poucos amigos e muitos irmãos. Era insignificante para o mundo bruxo. Ela não era Harry Potter, ela não era importante, poderosa ou algo assim. Ela era comum, mediana. Essa tal Diana deve ter entrado no espelho errado...

— Minha menina, você precisa confiar em si. Apenas dessa forma estará preparada para quando tudo se iniciar. Enquanto pensar que é fraca, tola, será fraca e tola. Tem tanto potencial escondido, tanto potencial que irá ser desperdiçado se não abrir os olhos para quem é.

Antes que pudesse argumentar contra a imagem da mulher, ouviu batidas fortes na sua porta. Imediatamente, o espelho se encolheu até o tamanho que estava antes, como o de um livro de bolso. A ruiva o pegou e colocou na gaveta da penteadeira branca, se voltando para a porta rapidamente e abrindo-a. Era sua mãe, que parecia confusa com a filha não ter decido para o café ainda. Ia precisar da ajuda da garota para arrumar a casa, que os meninos deixavam absolutamente bagunçada. Ginny se incomodava com o fato de ajudar tanto a mãe, enquanto os meninos não faziam nada, porque eram homens. Mas da vez que tentara questionar a mãe, ela apenas rolou os olhos e disse que aquele era o dever da mulher na casa. E a garota se calou, apenas engolindo o desgosto ao ouvir aquelas palavras. Então eu não serei mulher, pensou na época, não vou ser escrava de garotos com o dobro do meu tamanho.

Disse que ia terminar de se arrumar e logo desceria, fechando a porta na cara de uma Molly desconfiada. O coração ainda estava acelerado com as palavras de Diana, sua mente revirando cada frase, medo correndo por suas veias. Tempos escuros viriam e ela de alguma forma estaria ligada a isso. Sentia que não adiantava fugir, estava na sua frente a realidade: algo muito maior que ela estava para acontecer e teria que estar pronta para encarar. Isso não acalmava sua mente, mas desespero não ia ajudar em nada. Sofrer por antecipação não era algo bom e tentou empurrar para o fundo da sua cabeça toda e qualquer preocupação. Era uma garota de 9 anos, não sabia lidar com isso, não podia lidar com isso. O melhor que poderia fazer era brincar com Luna e ajudar sua mãe nas tarefas de casa, esquecer por um momento todo aquele futuro incerto.

E foi assim que passou o dia. Na parte da tarde foi para a excêntrica cada da amiga. O clima fúnebre ainda estava no local após a morte de Pandora, mãe da amiga. Era por esse motivo que ia todas as tardes desde o fatídico acidente distrair a mente da loira da dor. Brincaram de cavaleiro e princesa, Ginny resgatando Luna e lutando contra dragões invisíveis. Depois jogaram uma coisa confusa que apenas a família Lovegood conseguia entender, Luna sempre ganhando de uma quase irritada Ginny. Quando escurecia, entrou na lareira e apareceu em casa, coberta de fuligem típica de uma viagem via flú.

Jantou com toda a sua família, barulho e risadas a cada segundo. Típico da família Weasley. Depois ficou na sala com seus irmãos, Percy lia em um canto, Fred e George aprontando com Ron e ela apenas distraída com seus pensamentos. Sua mente se voltou para Harry, em seus olhos verdes e no sorriso tímido. Seu peito se aquecia ao pensar no moreno e uma incomum sensação de paz se estendia por seu corpo. Não sabia o porquê, mal conhecia o garoto, mas tudo parecia ficar bem quando lembrava dele. De uma hora para outra, ele se tornara o centro do universo, a cada segundo, a cada respiração, tudo se voltava para ele. Sentia que era seu melhor amigo, mesmo tendo trocado poucas palavras.

Correu para a sua cama assim que pôde, sem ligar para o que pensariam dela estar se deitando tão cedo. Estava cansada psicologicamente, mas seu corpo insistia em acumular energia. Revirou-se na cama por horas, até que finalmente a inconsciência a pegou devagar. Os olhos fechavam-se calmamente e ela perguntou-se se voltaria a ver Harry em seus sonhos, como fizera diversas vezes desde que achara o espelho encantado.

De repente ela não estava mais em seu quarto e sim num iluminado salão, milhares de pessoas dançavam, enormes vestidos coloridos rodopiando junto com a música suave que um grupo de 7 homens tocava. Ela estava parada num canto, uma jarra de vinho na mão. Falavam com ela, uma doce morena de olhos azuis. Era uma língua estranha e Ginny não a reconhecia, mas se viu respondendo calmamente, ainda analisando o enorme baile. Era como estar presa como uma espectadora em seu próprio corpo, sem comandar nenhuma das funções. Ela era Diana, sentia o que a mulher sentia, ouvia o que pensava. A mente da mulher estava no anfitrião, Garrett Pendragon, o futuro rei das terras do vale, que ainda não havia aparecido.

Diana nunca havia posto os olhos em Garrett e parecia não fazer a mínima questão. O reino estava em ruínas e estavam aqui, celebrando a união do clã Pendragon com o clã Wood, que seria dada pelo casamento do príncipe com a Lady Aisha, filha mais nova do Lorde das terras do norte. Diana servia aqui para conseguir algumas moedas de ouro para a mãe, que cada dia mais definhava de uma doença desconhecida. Nem mesmo a magia que corria nas veias da ruiva fora capaz de salvar o corpo da mãe, então comprava ervas e mais ervas para tentar ajudar a alma a não sentir a dor da passagem. Enojava ela ver a quantidade absurda de comida nas mesas de banquetes, as jarras de vinho abarrotando a enorme cozinha, enquanto cada vez mais pessoas morriam de fome sob a sobra do Castelo do Sol.

Ginny se via perdida no meio dos pensamentos da moça, vendo por seus olhos a enormidade do banquete de noivado. Diana começou a caminhar e servir vinho para homens, que davam olhares luxuriosos para o seu corpo pequeno e delicado, sem se importar com as esposas, que pareciam conformadas em seres traídas. O nojo se retorceu nas estranhas tanto de Ginny quanto de Diana, mas essa não podia tirar o sorriso do rosto, enquanto aquela nem mesmo tinha como expressar o desgosto que sentia. Algo fez Diana parar no meio do caminho e os pensamentos confusos da mulher atordoaram Ginny por um momento. Até que ela percebeu o que causara tamanha comoção.

Diana finalmente viu o príncipe Garrett, mas desejava profundamente não ter o feito. Ele era absolutamente lindo, num nível inimaginável. Cabelos negros longos presos num simples laço na nuca, mas deixando pequenas mechas caírem sobre seus olhos. Esses eram um espetáculo a parte, duas esmeraldas que iluminavam todo o rosto másculo, de traços fortes e definidos. Um corpo estranhamente musculoso para um nobre, sendo lindamente marcado pelas roupas pretas típicas do seu clã. Vestia-se quase igual à todos os nobres que estavam no salão, mas apenas ele não estava ridiculamente pomposo. Estava num nível de beleza acima dos demais. Diana estava hipnotizada.

Como se soubesse que estava sendo observado, os olhos esmeralda se voltaram para a figura da serva ruiva. Ambos ficaram se encarando, posturas sérias, mas deslumbradas. Diana não sabia o porquê dele retribuir o olhar, quando tinham tantas moças nobres ricamente adornadas suspirando com a presença do príncipe. Estavam conectados pelos olhos e tudo parecia absolutamente insignificante, até que uma jovem interrompeu a visão dele, exigindo sua atenção. Era a noiva, Aisha Wood, com seus lindos olhos violeta e longos cabelos dourados presos em um penteado complicado. Se martirizando pelos pensamentos, Diana se afastou cada vez mais do homem que tanto a encantara. Lembrou-se de quem ele era e o que fazia. Nem mesmo a aparência de deus dele a faria esquecer que em casa sua mãe se retorcia de frio, peste e fome, assim como toda a vila onde morava.

Ginny viu mais que Garrett, ela viu Harry. Por trás daqueles olhos verdes idênticos aos do novo amigo, sabia que ele estava lá. Um espectador de uma vida que fora sua, de uma forma estranha e ligeiramente assustadora. Sabia instintivamente que assim como dividia alma com Diana, ele dividia com o tal Garrett. Mas seus pensamentos estavam revirados e confusos. Afinal, se o homem que ele fora era tão ruim para com os outros, seria Harry uma pessoa má? Mesmo tendo derrotado o Lorde Negro e levado paz ao mundo bruxo? Não sabia o que pensar, mas não acreditava por um só segundo que Harry Potter podia ser menos que um cavaleiro de armadura brilhante. E assim que saísse desse sonho/recordação, descobriria quem era o verdadeiro Harry.


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Notas finais do capítulo

Não sei se vocês repararam, mas esse cap ta maior que os outros. Uma espécie de pedido de desculpas pela demora c:
Não vou dar datas para a postagem do próximo, mas espero que dentro dessa próxima semana eu já esteja de volta com mais Harry e, infelizmente, mais Dursley's.
Não tenho sido a melhor das autoras, mas eu amo escrever essa estória e não pretendo abandona-la nunca. Comentem plis, espero que não tenham me abandonado no meio do caminho :c
Com amor,
Duda.



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