Destinados escrita por Martell


Capítulo 5
Capítulo 4


Notas iniciais do capítulo

Mil desculpas pela demora, sério, eu não pretendia deixar tanto tempo sem atualizar. Problemas pessoais e coisas assim.
Mas enfim, espero que gostem :>



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A incômoda luz do sol entrava pela janela do quarto. Ginny não conseguia ficar mais um minuto deitada ali, sentia-se sufocada naquele ambiente fechado. Parecia errado estar ali. Lembrava-se de adormecer na grama, debaixo do céu estrelado, sentido a brisa de verão tocar seu corpo como numa carícia. Como havia parado em seu quarto era um mistério para a ruiva, mas sua mente não conseguia se focar nisso. Estava preenchida com deslumbrantes olhos esmeralda e um enigmático sorriso torto. Harry Potter. Só conseguia pensar em Harry Potter.

Imediatamente se levantou. Olhou em volta e viu em sua mesinha de cabeceira o, agora pequeno, espelho dourado. Temeu que algum de seus irmãos estivesse bisbilhotando onde não devia, mas logo empurrou isso para longe de seus pensamentos. Não era importante agora. Tudo que ela precisava era se certificar de que não havia sido mais um dos inúmeros sonhos que tivera com o moreno de olhos verdes. Que tivera com Harry Potter! Seu herói, que idolatrava e afirmava que seria seu namoradinho de escola. Surreal era pouco para descrever o que estava acontecendo.

Assim que pegou no espelho, se deu conta que acabara de acordar. Não ligou muito para isso, não sentia que era realmente importante parecer apresentável antes de encontrar com Harry. Uma boa segunda impressão (ou primeira, já que ela não se sentira muito ela mesma na noite anterior e apostava que o mesmo acontecera com ele) era necessária, é claro, mas Ginny nunca realmente se preocupara com isso. Estava extremamente ansiosa. Independente de ter sonhado ou não com ele, daquela vez seria real. Apenas Ginny e Harry. Como amigos, ou era o que ela esperava.

Depois de refletir se deveria ou não tentar ficar decente, ficou novamente de frente ao espelho. Em todos os seus quase nove anos de vida, nunca esteve tão ansiosa por algo. Nem mesmo quando arrombou o armário de vassouras para voar escondida dos irmãos sentira-se assim. Era estranho. Ele é o garoto de quem ouvia inúmeras histórias, que salvara o mundo mágico sendo ainda tão pequeno. Desde sempre teve em sua mente que ele era o perfeito cavaleiro de armadura brilhante. Subconscientemente, sentia que toda aquela visão criada por seus pais cairia por terra assim que realmente falasse com ele. Não sabia se isso era bom ou ruim.

Respirou fundo e pensou desesperadamente que queria ver Harry, que queria falar com ele. Assim que falou o nome dele, seu reflexo desapareceu. Uma escuridão estranha tomou o lugar em que antes estava uma menina ruiva de cabelo assanhado, mas ela podia ver um pouco de luz se projetando no que ela achava ser o teto. Antes que pudesse piscar o rosto do garoto apareceu, com cabelos tão bagunçados quanto era possível distinguir naquela meia-luz. Mesmo assim, o rosto da ruiva se iluminou. Funcionara! Harry Potter estava ali, lançando um sorriso pequeno para ela. Todos os seus sonhos pareceram insignificantes perante a vê-lo ali, tão real, verdadeiro, com uma cara de sono muito fofa.

— Bom dia Harry!

Falou antes que pudesse se conter. Uma enorme onda de animação corria por seu corpo. Seus batimentos cardíacos estavam mais acelerados que o normal e ouvira que sua voz soara ainda mais aguda do que era, mas nada disso importou. Ele estava sorrindo de volta! Para ela! Era mais do que podia desejar em toda a sua vida.

— Bom dia... Bem, eu não sei... - Ele limpou a garganta parecendo envergonhado e mesmo com a pouquíssima luz que entrava no quarto, ela podia perceber que ele estava corando. - Eu não... Não sei o seu nome.

Ginny ficara envergonhada também. Por mais que conhecesse ele, era óbvio que ele não sabia quem ela era. E a estúpida nem se lembrava desse pequeno detalhe. Até porque, como Harry Potter saberia o nome dela?

— Desculpe. - Ele acrescentou depressa, parecendo ainda mais constrangido. E um pouco receoso também? Isso não fazia o menor sentido!

— Na verdade... Eu meio que não lembrei de me apresentar. De qualquer forma, sou Ginny.

Deu um sorriso meio hesitante, suas bochechas ainda pegando fogo. Ela tinha que estragar completamente a primeira conversa oficial entre os dois, típico dela! Sentiu seu animo morrer ao pensar que Harry acharia que ela era apenas uma menininha boba e não ia querer passar tempo com ela, assim como os seus irmãos mais velhos faziam.

— Ginny. Um nome muito bonito. Nunca conheci ninguém chamado Ginny. É algum tipo de apelido?

Vê-lo puxar conversa deu um novo toque de ânimo para a ruiva. Ele achara seu nome bonito! Provavelmente fora apenas por educação, mas ainda assim era um elogio. De Harry Potter! Seu coração acelerou ao perceber que ele parecia querer conversar com ela. Sentia que podia pular de alegria. Claro que não ia realmente pular, não queria que ele achasse que ela era uma garota boba. Porque ela não era, nem um pouquinho.
— É um apelido. De Ginevra, um nome horrível na minha opinião. Por favor, nunca me chame assim.

Ele pareceu pensativo, enquanto ela fazia careta para o nome estranho que tinha. Mas não importou, pois as palavras que ele disse depois fizeram seu corpo se encher de entusiasmo.

— Não se preocupe, não lhe chamarei assim no futuro. - E nessa frase ele deixava claro que haveria sim um futuro. Em que eles seriam amigos, amigos de verdade.

Um barulho de passos fez os dois se calarem, até que ela percebeu que vinha da casa do garoto. Os olhos esmeralda imediatamente ficaram tristes, o semblante do menino ficou mais fechado. Ele parecia cansado do que quer que os passos sinalizassem. Ouviu então batidas na porta, violentas demais, totalmente desnecessárias. Pra que tanta urgência, afinal?

— Tenho que ir agora. - Um grito de mulher, chamando por um ’Moleque estranho’, depois das batidas fizera com que Harry soltasse um suspiro. - Podemos nos falar novamente?

Ela apenas sussurrou um sim, antes que a conexão se quebrasse. Encarou a si mesma, seus olhos mostrando toda a dúvida que estava confundindo sua mente. Percebeu que o tal 'moleque' que a moça de voz aguda chamara era o Harry, mas não conseguia imaginá-lo em um lugar que fosse menos que perfeito. Era de conhecimento comum que o menino morava com os tios, que dava todo o carinho que os pais dele não puderam dar. E não conseguia pensar em que tipo de problemas poderia ter se metido para gerar aquele tipo de desprezo em alguém. Algo naquilo estava muito estranho e ela, sendo a pequena enxerida de sempre, estava mais do que pronta para descobrir.

Mas logo a animação tomou conta do seu ser. Eles haviam realmente conversado. Uma conversa curta e cheia de constrangimento, sim, mas ainda assim fora uma conversa e ela não podia ignorar isso. Na verdade, não conseguiria mesmo se quisesse. Além do deslumbramento óbvio, afinal, ele é Harry Potter, o Menino-que-Sobreviveu, tinha o adicional que ela poderia ganhar mais um amigo. Ela não tinha muitos, fora os irmãos, de quem era obrigada a ser pelos pais. Tinha Luna, uma garota que morava relativamente da sua casa, Alyn, uma menina da cidade de Ottery St. Catchpole, que era perto de onde se localizava A Toca e Emma, uma doce menina que era filha do pastor da cidadezinha. Como Alyn e Emma eram trouxas, não havia como conviver muito com elas sem escorregar e acabar comentando algo sobre a magia. Deixava então apenas Luna. A única amiga de verdade que ela tinha.

Ainda empolgada com a conversa que tivera com Harry, foi tomar um banho para começar oficialmente o dia. Pretendia ir a casa de Luna, brincar com as novas descobertas dos pais dela. Antes olharia um livro que achara, pois nele tinha histórias muito interessantes sobre magias perdidas, origem das varinhas modernas e o poder dos sentimentos relacionado ao tamanho do núcleo mágico. Boa parte ela não entendia, pois seus conhecimentos ainda eram poucos, mas mesmo assim achava o livro fascinante. Sua sede de conhecimento era impressionante, não exagerada, mas a vontade de mergulhar no desconhecido estava sempre presente.

Depois de sair do chuveiro, sentou em sua cama e passou a escovar os lisos cabelos cor de fogo que chegavam a sua cintura. Enquanto estava distraída, uma luz estranha começou a sair do espelho. O barulho da porta sendo trancada despertou a menina de seus pensamentos. Um brilho dourado envolvia a fechadura, o mesmo brilho estava saindo do espelho. Esse ficou cada vez maior, flutuando a sua frente. Ginny estava mais do quê assustada, mas uma força dentro de si a mantinha parada e em silêncio. Sentia que finalmente descobriria o significado da mulher misteriosa que parecia tanto com a própria Ginny.

Mais uma vez, no lugar de seu reflexo, estava a moça ruiva, dava para ver todo o corpo da mesma. Um longo cabelo cor de sangue descia até o seu quadril, trançado junto a pequenas flores azuis na parte superior. Um vestido prateado agarrava seu corpo, modelando curvas bem pronunciadas, o busto sendo destacado por duas pequenas faixas brancas que se cruzavam, indo da parte de baixo dos seios até os ombros, se juntando a duas grossas faixas cinza para serem amarradas atrás de seu pescoço. Os braços livres de mangas eram preenchidos com desenhos em dourado, destacando da palidez da pele cor de leite. Olhos de mel, escorrendo mistérios.


— Acho que é a hora de nos conhecermos. Sou Diana, filha da lua. E você, Ginny Weasley. Eu sou você.


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Notas finais do capítulo

Eu sempre travo nos pov's da Ginny. E no próximo capítulo veremos o que significam os espelhos (acho que vocês já desconfiam hihihi).
Comentem plissss.
XoXo,
Duda



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